sábado, 21 de outubro de 2017

ALGUNS TÓPICOS DE 'A GÊNESE'


Fernando Rosemberg Patrocinio


(discurso filosófico)


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ALGUNS TÓPICOS
de
‘A GÊNESE’

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“O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto, modificar-se-á sobre este ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará”. (“A Gênese” – 1858 - AK).

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Pelas palavras do próprio Kardec: o Espiritismo não se amedronta com os progressos do Homem, de sua Ciência, pelo contrário os fomenta e lhes acata, e, em se descobrindo fatos que o coloque em falso, o Espiritismo mudará seus pontos de vista, seus princípios, ensinos e formulações.

E o fato é que tudo avança, tudo se melhora, e eu, ou, nós todos, haveremos de ser cada vez melhores por evolução e corrigenda de nossas Almas, nossos Espíritos imortais. Assim, pois, tudo se dirige à Perfeição, conquanto de modo lento, mas ininterrupto; exceto se, por novas culpas e novas quedas espirituais, não nos defrontarmos, novamente, com novos processos de correção em Mundos mais primitivos, até que se aprenda a dirigir-se pela Lei de um Deus que É Todo Amor, e que, pelo mesmo Amor, permite o erro, mas nos corrige modo paulatino, até que façamos todo o aprendizado de Sua Lei.

Assim, pois, somos todos nós, deste Mundo terreno, Seres humanos imperfeitos, limitados, e, pois, com características peculiares de cada personalidade, e, por tal mesmo, nós nos completamos uns aos outros, reciprocamente.

Neste texto, veremos algo da obra de Allan Kardec: “A Gênese, os Milagres e as Predições” (AK – 1868); obra em que Kardec se empenhara em mostrar os possíveis equívocos da “Bíblia Sagrada”, de suas interpretações; bem como os possíveis equívocos da Ciência, de trabalhos fronteiriços ao Espiritismo, mais exatamente, o primoroso empenho de Roustaing em “Os Quatro Evangelhos” (Feb), e etc., etc.; expressando que nosso texto, em seu labor de alto nível, de se examinar e comentar a referida obra de Kardec: é desculpável, pois, se tal obra, “A Gênese”, estivera detectando equívocos (possíveis) cometidos por terceiros, nós mesmos, com óbvia certeza, estaremos, desde já, absolvidos pelos nossos labores, comentários e críticas da memorável obra.

Creio que, com isto, estamos até prestando um serviço ao Espiritismo, pois se realçamos sua superioridade doutrinária, na contrapartida, não encobrimos seus defeitos, sobretudo humanos, o que, para nós, reflete nossa sensatez, nossa coragem de enfrentar os fatos, pois, pelas palavras do Mestre, ao exortar: “sede perfeitos”, Ele sabia de nossas imperfeições, mas nos exortava esforços para retificá-las com racionalidade e, pois, pela Ética superior de seus ensinos universais.

Ora, até Kardec, em Espírito, já reconhecera seus desacertos científicos e, pois, filosóficos; em página mediúnica de Fernando de Lacerda, datada de 1907 e registrada no volume “Do País da Luz” (Feb) chegara a declarar que:

No campo experimental, ilustres e prestantíssimos sábios se lhe tem avantajado em muito. A parte experimental é, porem, efêmera. Boa para a conquista, não tem, todavia, qualidades de estabilidade e de conservação. Como fenômeno experimentado, entra na ordem das coisas concretas, e para estas coisas, o aperfeiçoamento é mais sensível, porque a natureza delas e mais precária.

Uma obra experimental de grande atualidade e verdade hoje, daqui a dez anos será velha, se a não acompanhar, como parte integrante e auxiliar, a feição abstrata e ideal.

Os meus livros, no que tem de prático, sob o ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados, de há muito, por dezenas de outras obras de mais incontestado e incontestável valor, daquela ordem de estudos. O que, porém neles existe da parte moral e de ensinamento, ainda não foi nem será facilmente sobrepujado. E' que, neste campo, eles estão com a verdade, e a verdade, apresentada sob que aspecto for, e sempre a verdade. E' tão nova hoje, como no tempo do Cristo, como no tempo dos profetas, como em qualquer tempo.

Logo, Kardec, em ato de humildade, exalta o trabalho dos demais sábios do Espiritismo e confessa algo do seu mesmo, de sua superação científica e, por conseqüência, filosófica.

Por outro lado, ainda, informo que apreciamos muitíssimo a didática de Kardec; que louvamos o seu modo de expor, de ensinar, coisa de um catedrático escolhido a dedo para ministrar fatos da mais excelente e mais grandiosa Doutrina da face terrena, a dos Espíritos Superiores ao comando de Jesus.

Logo, nem tudo da obra, ou, das obras de Kardec, é condenável, o que seria absurdamente ilógico e injusto de nossa parte. Ora, apreciamos muitíssimo o primeiro Capítulo de “A Gênese”: ‘Caracteres da Revelação Espírita’. Mas antes disto, e, antes da ‘Introdução’, em página inicial de tal obra (frontispício), insere-se uma frase que, sinceramente, reconhecemos sua síntese formidável e, pois, suscetível de ser desenvolvida e incrementada:

“Para Deus, o passado e o futuro são o presente”!

Neste tocante, confesso que demoramos algum tempo para entendê-la; e mais, sem que esperássemos, tivemos a grata surpresa de receber, vias intuição, uma séria de páginas que a explicavam em pelo menos 10 Capítulos das 45 Laudas do nosso quarto e.Book de título: “Mecanismo Ontogenético”. Logo, nem tudo é crítica, há também sábias e formidáveis sínteses contidas em tal obra de Kardec, que, por sua vez, hão de ser incrementadas no tempo por evolução, desde que nos achemos receptivos a tais.

Logo, é preciso ter senso crítico para se valorizar o que é bom, genuinamente correto e verdadeiro; mas, tudo quanto for objeto de crítica sincera tem de ser revisto e remodelado se não quisermos virar chacota de outrem. E, sobretudo, dos que detestam o Espiritismo e só lhe vê os erros que, como dito, são mais humanos que dos Espíritos mesmos, estes que, constituindo imensa população errática, são dos mais diversos níveis de saber, conscienciais e morais; exceto pelos Superiores, que, por assim dizer, se uniformizam na identidade de seus princípios, na unidade da perfeição.

Assim, pois, nossa crítica é exercida com Amor e Honestidade! Temos de ser gentis sempre, temos de ser honestos sempre e não tapar o Sol com a peneira, como, aliás, se vê com certos intelectuais (espíritas) que, em se super valorizando, vê defeitos em tudo, menos em si mesmos, em erros científicos e filosóficos clamorosos e tão fáceis de se ver e se constatar.
                                       
Creio que Kardec, onde quer que esteja, estará nos aplaudindo pela honesta intenção de mostrarmos a realidade dos fatos, e não a mentira esfarrapada dos que se super valorizam mesmo assente em equívocos tão chocantes e lamentáveis.

Assim, pois, podemos iniciar tal estudo de “A Gênese” (AK - 1868) pelas elogiáveis páginas da ‘Introdução’ e do Capítulo 1: ‘Caracteres da Revelação Espírita’. Elogiáveis, porém, fundamentadas no que Kardec estabelecera por: ‘Consenso Universal no Ensino dos Espíritos’ (CUEE). Dito ‘Consenso’, como se sabe, fundamenta-se na Razão, na mais rigorosa Lógica, aplicada a tudo quanto venha dos Espíritos, confrontando-se, ainda, com o bom senso e com os dados positivos de até então.

Ora, em nosso tempo, dir-se-ia que Inteligência se define como a capacidade de raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se confundindo e se entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de Inteligência. Iniciando-se como função Pré-Lógica, o fato é que nossa Inteligência se vai desenvolvendo para a chamada Racional Concreta que, por sua vez, vai ascensionar-se ainda, e, nalguns, já pudera culminar na mais alta delas, na que se conhece como Inteligência das Operações Intelectuais Formais.

E o fato é que: só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade: A qual Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?

Ora, em seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos notadamente cruéis, estando tais elementos presente em todas as classes sociais terrenas. E, na outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, que é a Razão dos mais reluzentes espiritualistas, filósofos e cientistas que, nos últimos tempos vem revolucionando o saber em todas as áreas culturais terrenas.

O que significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo, onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo mui interessante. O que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a constatação de outras ainda, quais sejam:

A Razão cega dos fideístas, e, nos seus antípodas, a Razão cética dos desiludidos de tudo, situando-se, de permeio, ainda, A Razão espírita, equilibrada com a Fé, das pretensões de Kardec. Já por aí, pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências com distintas Mentalidades, dificultando-se, logicamente, encontrar-se a Razão Ideal, aquela mesma da proposição de Kardec, vulnerabilizando um tanto sua construção avaliativa da CUEE.

Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, bem como o é, também, a Lógica; percebendo-se, por aí, que minhas potências intelectivas diferem das suas, das de outrem, na infinita distinção de tudo, expressando, pois, que somos um tanto diferentes, conquanto iguais perante Deus.

Ora, a natureza não dá saltos, e o psiquismo de cada um é detentor de um entendimento próprio, de uma Razão própria, e, portanto, não existe uma Razão Ideal Espírita, tal como pretendia Kardec. Logo, a Razão, das perspectivas do Codificador, simplesmente não existe em face de Razões tão distintas do nosso meio, e, mais ainda, do meio terreno com sua diversa perspectiva racional, intelectual e moral. Sendo, pois, a Razão, bem como a Lógica, faculdades notoriamente evolutivas, parecendo-nos, pois, que a intenção do Codificador, em tais termos, revela-se como sendo bastante frágil, para não dizer ingênua, sem querer ofendê-lo, é claro.

E, no tocante ao restante de sua lavra, em ‘Introdução’ e ‘Caracteres’, nada mais temos a comentar, pois está excelente e até mesmo: muito atual. Mas devo alertar, para finalizar este tópico, que nosso 46º. e.Book: “Consenso Universal: Tríplice Aspecto”, trata de desenvolver ao máximo o referido tema conquanto a teimosia dos paralisados tão-só em Kardec, e nada mais.

Mas saltemos, agora, para o Capítulo 6 de “A Gênese” (AK - 1868): ‘Uranografia Geral’ que, ao pé de página informa:

“Este capítulo foi extraído, textualmente, de uma série de comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título de Estudos Uranográficos, e assinados por Galileu, médium Sr. C. F...”.

Tais iniciais do médium: C.F., em nosso meio, define-se como sendo do sábio espiritista, escritor e astrônomo Camille Flammarion; mas não sabemos se Kardec lhe alterara (?), lhe acrescentara algo (?), mas, sem dúvida, deve ter-lhe corrigido como era comum do seu caráter de organizador doutrinário, para posterior publicação.

Neste Capítulo da obra de Kardec, para o desapontamento de nós todos, temos a informação de que o planeta Marte não abriga Lua, quando hoje se sabe, pela Ciência, que Marte tem Luas em duplicidade: Fobos e Deimos; mais ainda, alega que a Lua terrena se comporta como um ‘João Teimoso’ cujas partes mais densas se concentraram em sua parte inferior, e, as menos pesadas, e mais fluídicas, em sua parte superior. Todavia, a Ciência, por meio da Nasa, provara que isto não é verdade.

E, para o Capítulo 8: ‘Teoria Sobre a Terra’. Nele vemos que Kardec discorda da teoria proposta pelo renomado cientista Buffon (Georges Louis Leclerc), que, em sua genial intuição, supôs que um cometa, tendo se chocado com o nosso Sol, dele teria feito destacar uma porção de grandes fragmentos que, a partir daí, vieram a formar os seus diversos planetas.

Entretanto, no Século 20, a obra de Xavier, pela confiável equipe de Emmanuel (“A Caminho da Luz” – 1938 - Feb), não concorda com Kardec, e, de certa forma, autoriza Buffon. Logo, Kardec está em equívoco pela sua opinião disposta em “A Gênese” (1868).

Mas recordemos, ainda, quatro temas do Capitulo 11 da citada obra de Kardec: ‘Gênese Espiritual’. Tais se enumeram como Itens 12, 23, 26 e 32:

No Item 12 temos: todos os Espíritos nascentes se revestem de um envoltório carnal para desenvolver suas faculdades; ora, já vimos que só os Espíritos em expiação, e que sucumbiram pela queda involutiva, encarnam e reencarnam nos Mundos materiais para sua evolução salvífica e, pois, de retorno ao plano espiritual de origem.

Já, no Item 23, apesar de Kardec ver a justiça e a bondade do Criador na evolução de todas as coisas, dos animais e do Homem, ele, ainda assim, e, mesmo com tantas instruções da Grande Lei da Unidade ditada pelos Espíritos Superiores (do átomo ao arcanjo), Kardec, ainda assim, em sua teimosia, e contrariamente ao que é óbvio, prefere ficar com suas ideias de não procurar as origens da Alma e proclama alto e bom som o seu sistemazinho medíocre de que: “nós a tomamos (a Alma) em sua entrada na humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. 

E, no Item 26, Kardec ministra que a encarnação não é, pois, normalmente, uma punição para o Espírito, como alguns o pensam, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de progredir. Errado!!! Já vimos isto por toda parte da obra codificada por Kardec; mas vejamos mais! O Espírito de Bernardin, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK–1864), assim se expressa:

“Resumamos assim: estais todos na Terra para expiar; mas todos, sem exceção, deveis empregar todos os vossos esforços para abrandar a expiação de vossos irmãos segundo a Lei de Amor e de Caridade”. (Opus Cit.).

E, “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), diz o mesmo por toda parte, mas o Sr. Kardec prefere suas ideias às dos seus superiores hierárquicos. Paciência, pois, então!

Já, no Item 32, temos a opinião de Kardec de que: os Espíritos mais evolvidos não reencarnam, no que ele (Kardec) considera: raças físicas menos evolvidas. Ora, não temos visto negros cultos e inteligentes chegarem a posição de chefe de estado, e, na contrapartida, brancos belicosos capazes de provocar verdadeiros genocídios? Mais uma vez discordamos de Kardec; aliás, a Ciência contemporânea discorda de Kardec.

Óbvio que há muito mais!

Todavia, para finalizar, estaremos a destacar algo do Capítulo 15: ‘Os Milagres do Evangelho’, tópico em que Kardec, de modo pessoal, crê na possibilidade de um corpo de carne e osso para o nosso Mestre e Senhor Jesus quando Ele estivera por aqui, na romagem terrena.

Ou seja, Kardec, ele mesmo, institui o ‘Consenso Universal’ para apuração das verdades espíritas, e, neste tópico, e, como é do seu direito, ele expressa apenas, e, tão-só, sua crença humana, egoística e pessoal. Ora, um tema tão relevante do Espiritismo não mereceria que Kardec consultasse os seus superiores hierárquicos (os Espíritos) para se que se eliminasse todas as dúvidas? Creio que sim; mas, no entanto, ele preferira de modo um tanto egoístico, e, prosaico, expressar-se pela matéria e não pelo Espírito, quando, a obra de Roustaing, em sua alta concepção, coloca as coisas no seu justo lugar, pois que o Espírito transcende a matéria.

Já vimos isto, e muito mais, em pelo menos seis (6) e.Books de nossa autoria, os quais registro em sua ordem de publicação:

-40º. = Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
-41º. = Espiritismo e Livre Pensamento;
-42º. = Síntese Embriológica do Homem;
-43º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
-44º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda; e:
-45º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira.

Assim, vejo que Kardec quisera com escassas linhas, e, pois, de modo pessoal, e inexato, contrariar uma das mais robustas obras do seu tempo, aliás, quatro das mais robustas e especialíssimas obras do seu tempo: “Os Quatro Evangelhos” (Feb), organizados por Jean Baptiste Roustaing; recebidos, psicograficamente, por uma das mais importantes médiuns daquele período repleto de grandes novidades: Mme. Émilie Collignon.

Sendo os Espíritos que a ditaram, nada mais que: os Evangelistas, os demais Apóstolos e Moisés, constituindo cerca de 1200 páginas para respaldar, inequivocamente, sua verdade.

E mais: trata-se de uma obra, ou seja, de quatro obras (de Roustaing) que, em tempo algum, estivera sendo desmentida pelos Espíritos e pelas nobilíssimas instruções de:

-“O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857);
-“O Livro dos Médiuns” (AK – 1861); e:
-“O Evangelho Segundo Espiritismo” (AK – 1864).

E, mais ainda, se a Razão de Kardec fora inexata em tantos tópicos de sua obra, porque, pois, ela não poderia falhar quando do seu julgamento, em pessoa humana (“A Gênese”), da obra de Roustaing e do corpo fluídico materializado do Cristo?

E o fato é que em mensagem atribuída a Allan Kardec mesmo, datada de 1913 e psicografada por Zilda Gama, e, constante do livro “Diário dos Invisíveis” (Ed. Pensamento), o Espírito de Allan Kardec, mais instruído e purificado comunica-nos:

"Afirmo, agora, baseado nas verdades transcendentes, que Jesus, o Emissário divino, foi o Ente mais evoluído, da mais alta estirpe sideral que já baixou à Terra, em cumprimento de uma incumbência direta do Pai Celestial, e, portanto, o que houve de anormalidade em sua existência não foi uma seleção parcial feita por Deus, mas uma justa homenagem que lhe era devida ao próprio mérito”.

“Nós, distanciados como estamos de sua perfeição (ele usa o termo: perfectibilidade = impecabilidade), não gozamos das mesmas regalias ou prerrogativas que lhe foram outorgadas, mas podemos adquiri-las, em séculos e milênios de dedicação, labor, esforço próprio, prática de todas as virtudes. Era, pois, Jesus, já naquela época - a do início do Cristianismo - uma personalidade superior, que, para bem desempenhar sua missão planetária, teve de tecer suas vestes tangíveis, com as quais ofuscou o brilho de sua Alma radiosa, constituída de eflúvios cósmicos que se solidificaram, ou, que se aderiram ao mediador plástico, dando-lhe a aparência de materialidade, mas que podiam ser dissolvidos ao influxo de sua vontade." (Opus Citado).

Logo, Jesus não encarnara ao modo dos Espíritos terrenos, e muitos alegam, por isso, que Jesus não sofrera, pois não era feito de carne e osso; o que é um absurdo, eu diria: um sofisma, pois o corpo carnal não sofre em nossos acidentes, nossas doenças ou mutilações, e sim: o Espírito dele portador!

Ora, não temos visto, em nossos trabalhos mediúnicos, que os Espíritos desencarnados, de situações diversas, trazem superativada sua sensibilidade moral, e, pois, sua felicidade, ou, seu sofrimento, que se intensificam nesses estados fora da matéria carnal? E, pois, quanto mais não sofrera o Cristo por não ter tido um corpo carnal como o nosso, que atua como um abafadouro e dissimulador das coisas tenebrosas do Mundo terreno.

Logo, o Cristo, como Espírito Puro, sofrera martírios muito maiores que qualquer um de nós, e digo mais: desde que aportara por aqui se materializando dentre os humanos numa ‘carne relativa’ (Roustaing), quando, então, se defrontara com a densa atmosfera psíquica do Mundo, com seus fluidos pegajosos, irritantes, constituído por formas mentais inferiorizadas, cruéis, bem como tenebrosas de seus obscuros habitantes terrenos.

Assim, pois, Jesus é um Espírito-Deus, que, desde 4,5 bilhões de anos, ou seja, desde a gênese planetária, tem trabalhado, incansavelmente, por tudo e por todos, desde que recebera do próprio Pai, que é Pai de todos nós, a incumbência suprema de nos guiar e nos conduzir pelos caminhos evolutivos terrenos, em face de nossa rebeldia espiritual.

Assim, pois, penso que o Espiritismo - obra dos Espíritos Superiores - está consolidado no Mundo terreno, sobretudo, pelas três primeiras obras de Allan Kardec: “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), “O Livro dos Médiuns” (AK - 1861) e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - 1864); pela obra de Jean Baptiste Roustaing (“Os Quatro Evangelhos” – 1866); bem como, mais recentemente, no Século 20, pela obra de Pietro Ubaldi, e, mais ainda, pela exemplar e mais excelente obra mediúnica de todos os tempos da humanidade: a de Francisco Cândido Xavier com sua ‘Plêiade de Amigos’ da mais importante hierarquia espiritual.

Sem falar, evidentemente, dos precursores, dos clássicos espiritistas, dos cientistas metapsíquicos, e, como é óbvio, de tantos outros trabalhadores do bem nas figuras de praticantes, de divulgadores, escritores, de médiuns falantes, psicógrafos, e etc., etc.

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:
Fernando Rosemberg Patrocinio

Blog: filosofia do infinito

http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br

Bibliografia

-“Obra Completa de Allan Kardec” – Divs. Editoras;
-“Os Quatro Evangelhos” – J-B Roustaing – Feb;
-“Diário dos Invisíveis” – Zilda Gama – Internet;
-“Do País da Luz” – Fernando de Lacerda – Feb;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“A Caminho da Luz” – Chico/Emmanuel – Feb;
-“Obras Diversas de Chico Xavier” – Divs. Editoras; e:
-“Bíblia Sagrada” – Edições Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita; 
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
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