O PLANETA JÚPITER (*)
(*) O exposto
a seguir, (EM AZUL), é parte de um amplo texto do codificador Allan Kardec,
constante da ‘Revista Espírita’, Março de 1858, cujo título estampa: “Júpiter e
Alguns Outros Mundos”. O descrito em vermelho itálico trata-se de nossa modesta
explicação do que fora exposto pelo codificador.
De todos os
planetas, o mais adiantado sob todos os aspectos é Júpiter. É o reino exclusivo
do bem e da justiça, porquanto só tem Espíritos bons. Pode fazer-se uma ideia
do estado feliz de seus habitantes pelo quadro que demos de um Mundo habitado
apenas por Espíritos da Segunda Ordem (1).
Explicação (1): a
Ciência Espírita explica que os Espíritos da Terceira Ordem, (Imperfeitos), se
destacam como Impuros, Levianos, Pseudo-Sábios, Neutros, Batedores e
Perturbadores; já, os da Segunda Ordem, (Bons Espíritos), são tidos como
Benevolentes, Sábios e Superiores; e, os da Primeira Ordem, (Espíritos Puros),
tais encerram uma classe única.
A superioridade de Júpiter não está somente no estado moral de seus habitantes; está também na sua constituição física. Eis a descrição que nos foi dada desse Mundo privilegiado, onde encontramos a maior parte dos homens de bem que honraram nossa Terra por suas virtudes e talentos. A conformação do corpo é mais ou menos a mesma daqui, porém é menos material, menos denso e de uma maior leveza específica.
Enquanto
rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter transporta-se de um a
outro lugar, deslizando sobre a superfície do solo, quase sem fadiga, como o
pássaro no ar ou o peixe na água.
Sendo mais
depurada a matéria de que é formado o corpo, dispersa-se após a morte sem ser
submetida à decomposição pútrida. Ali não se conhece a maioria das moléstias
que nos afligem, sobretudo as que se originam dos excessos de todo gênero e da
devastação das paixões. A alimentação está em relação com essa organização
etérea; não seria suficientemente substancial para os nossos estômagos
grosseiros, sendo a nossa por demais pesada para eles; compõe-se de frutos e
plantas; de alguma sorte, aliás, a maior parte eles a haurem no meio ambiente,
cujas emanações nutritivas aspiram.
A duração da
vida é, proporcionalmente, muito maior que na Terra; a média equivale a cerca
de cinco dos nossos séculos; o desenvolvimento é também muito mais rápido e a
infância dura apenas alguns de nossos meses (2).
Explicação (2): se
considerarmos 100 anos como a média de vida do homem terreno, temos que, a
média de vida do homem jupiteriano é cerca de cinco vezes mais, ou seja: 500
anos.
Sob esse leve envoltório, os
Espíritos se desprendem facilmente e entram em comunicação recíproca apenas
pelo pensamento, sem, todavia, excluir a linguagem articulada; para a maior
parte deles, também, a segunda vista é uma faculdade permanente; seu estado normal
pode ser comparado ao de nossos sonâmbulos lúcidos; eis por que se nos
manifestam mais facilmente do que os encarnados nos Mundos mais grosseiros e
mais materiais. A intuição que têm do seu futuro, a segurança dada por uma
consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma
apreensão; vêem-na chegar sem temor e como simples transformação.
Os
animais não estão excluídos desse estado progressivo, sem se aproximarem,
contudo, daquele do homem; seu corpo, mais material, prende-se à terra, como os
nossos. Sua inteligência é mais desenvolvida que a dos nossos animais; a
estrutura de seus membros presta-se a todas as exigências do trabalho; são
encarregados da execução de obras manuais: são os serviçais e os operários; as
ocupações dos homens são puramente intelectuais. Para os animais o homem é uma
divindade tutelar que jamais abusa do poder para os oprimir (3).
Explicação (3): como se
vê, o ESI, (Espírito Simples e Ignorante dos Animais jupiterianos), é mais
evolvido que o mais inteligente dos animais terrenos. Logo, nossos animais,
assim que alcançam um nível mais excelente de evolução terrena, eles, também
como nós, os Espíritos humanos, vão prosseguir seus progressos espirituais
noutros Mundos mais avançados, e, assim sucessivamente, pois todos os Mundos
são solidários entre si, e, seus mais diversos habitantes, dos mais diversos
reinos, são Espíritos em evolução, pois que tudo se encadeia na natureza: do
átomo ao arcanjo, pois que ele mesmo começara por ser átomo.
Quando
se comunicam conosco, os Espíritos que habitam Júpiter geralmente sentem prazer
em descrever o seu planeta; ao se lhes pedir a razão, respondem que o fazem com
o fito de nos inspirar o amor do bem, com a esperança de lá chegarmos um dia.
Foi com essa intenção que um deles, que viveu na Terra com o nome de Bernard
Palissy, célebre oleiro do século XVI, ofereceu-se espontaneamente, sem que
ninguém lho pedisse, para elaborar uma série de desenhos, tão notáveis por sua
singularidade quanto pelo talento de execução, destinados a dar-nos a conhecer,
até nos menores detalhes, esse Mundo tão estranho e tão novo para nós.
Alguns
retratam personagens, animais, cenas da vida privada; os mais impressionantes,
porém, são os que representam habitações, verdadeiras obras-primas de que coisa
alguma na Terra nos poderia dar uma idéia, porque em nada se assemelham ao que
conhecemos; é um gênero de arquitetura indescritível, tão original e,
entretanto, tão harmoniosa, de uma ornamentação tão rica e tão graciosa que
desafia a mais fecunda imaginação. O Sr. Victorien Sardou, jovem literato de
nossas relações, cheio de talento e de futuro, mas de forma alguma desenhista,
serviu-lhe de intermediário.
Palissy
prometeu-nos uma série de desenhos que, de certo modo, será a monografia
ilustrada desse Mundo maravilhoso. Esperamos que essa curiosa e interessante
coletânea, sobre a qual voltaremos em artigo especial consagrado aos médiuns
desenhistas, possa um dia ser liberada ao público.
O
planeta Júpiter, apesar do quadro sedutor que nos foi dado, não é,
absolutamente, o mais perfeito dos Mundos. Outros há, desconhecidos para nós,
que lhe são muito superiores, do ponto de vista físico e moral, e cujos
habitantes gozam de felicidade ainda mais perfeita; são a morada dos Espíritos
mais elevados, cujo etéreo envoltório nada mais tem das propriedades conhecidas
da matéria. Já nos perguntaram diversas vezes se pensamos que a condição do
homem terreno seria um obstáculo absoluto à sua passagem, sem intermediário, da
Terra para Júpiter.
A
todas as perguntas que dizem respeito à Doutrina Espírita, jamais respondemos
conforme nossas próprias idéias, contra as quais estamos sempre em guarda. Limitamo-nos
a transmitir o ensino que nos é dado pelos Espíritos, não os aceitando de forma
leviana e com irrefletido entusiasmo.
À
pergunta acima respondemos claramente, porque tal é o sentido formal de nossas
instruções e o resultado de nossas próprias observações: Sim; deixando a Terra,
pode o homem ir imediatamente a Júpiter, ou a outro Mundo análogo, pois que não
é o único dessa categoria. Pode-se ter certeza disso? Não. Contudo poderá ele
ir, visto haver na Terra, embora em pequeno número, Espíritos muito bons e
suficientemente desmaterializados para não se sentirem deslocados num Mundo
onde o mal não tem acesso.
Não
há certeza, porque o homem pode iludir-se sobre o seu mérito pessoal ou tem que
cumprir, alhures, outra missão. Seguramente, os que podem esperar esse favor
não são os egoístas, nem os ambiciosos, nem os avarentos, nem os ingratos, nem
os ciumentos, nem os orgulhosos, nem os vaidosos, nem os hipócritas, nem os
sensuais ou qualquer daqueles que se deixaram dominar pelo apego aos bens
terrestres; a esses, serão necessárias, talvez, longas e rudes provas. Isso
depende da sua vontade (4).
Explicação (4): ora, se
consultarmos os livros terrenos, ou, a Internet, ver-se-á que a concepção
humana e científica sobre o maior planeta do nosso sistema solar, Júpiter, é de
que o mesmo não comporta vida, seja humana ou qualquer que seja. Todavia, o
Espiritismo tem uma concepção distinta da Ciência terrena que, no curso do
tempo, muda, e, vem mudando, por completo, sua definição das coisas, sejam
terrenas ou astronômicas.
Ora, se consultarmos “O
Livro dos Espíritos” (1857 – AK), por exemplo, veremos:
PLURALIDADE DOS
MUNDOS:
55) São habitados
todos os globos que se movem no espaço?
R: “Sim e o homem
terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e
em perfeição.
Entretanto , há homens que se têm por espíritos muito fortes e
que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres
racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.”
No que Kardec comenta:
“Deus povoou de seres
vivos os Mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da
Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da
sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses Mundos há de
ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista.
Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da
Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser
habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de Mundos semelhantes”.
56) É a mesma a
constituição física dos diferentes globos?
R: “Não; de modo algum
se assemelham”.
57) Não sendo uma só
para todos a constituição física dos Mundos, seguir-se-á tenham organizações
diferentes os seres que os habitam?
R: “Sem dúvida, do
mesmo modo que no vosso os peixes são feitos para viver na água e os pássaros
no ar”.
58) Os mundos mais
afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se
lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?
R: “Pensais então que
não há outras fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a
eletricidade que, em
certos Mundos , desempenha um papel que desconheceis e bem
mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Demais, não
dissemos que todos os seres são feitos de igual matéria que vós outros e com
órgãos de conformação idêntica à dos vossos”.
No que Kardec comenta:
“As condições de
existência dos seres que habitam os diferentes Mundos hão de ser adequadas ao
meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos
pudesse haver seres que vivessem dentro d’água. Assim acontece com relação aos
outros Mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na
Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras
boreais? Que há de impossível em ser a eletricidade, nalguns Mundos, mais
abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos
efeitos não podemos compreender? Bem pode suceder, portanto, que esses Mundos
tragam em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias a seus habitantes”. (Opus Cit.).
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GRANDE E FORTE ABRAÇO A TODOS
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Fernando Rosemberg
Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
50-Trilogia Codificada e
Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
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Blog: Filosofia do Infinito
http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br
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