TEMPO: SEUS SOFISMAS VIRTUAIS

TEMPO: SEUS SOFISMAS VIRTUAIS

Já sabemos, por tudo quanto visto no Espiritismo do Século 20, com os renomados Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier, que o imensurável espaço espiritual se curvara com as ondas involutivas provocadas pelo Ser em desconstrução (involução) que, por sua insurreição mesma, fora se reduzindo e perdendo a consciência de Si, e se condicionando às dimensões obscuras da matéria, do espaço físico, da região temporal. Trata-se, pois, da substância espírito que vai para a energia e que se concentra como elemento ou substância material.

Mas o fenômeno não para, pois que agora muda de rumos, e, ascensionalmente: a matéria que se ajuntara nos aglomerados sólidos se dinamiza e se avulta por elementos mais instáveis que, com isso, ressurge como energia, forma psíquica maturada constituindo os primeiros biótipos terrenos; e o tempo prossegue, conquanto lentamente, mas sempre em sentido ascendente, de lenta progressividade das coisas e tudo o mais; e, bem mais adiante, como se sabe, a humanidade aparece, a ciência surge, e a ignorância se esvai.

Hoje, a Ciência sabe que Matéria é Energia condensada que, como Matéria, pode retornar à Energia; sabe que Tempo e Espaço são relativos; e Einstein fora o cientista capaz de descrevê-los e prová-los como tais, e até mesmo por deduções matemáticas. Tempo e Espaço, pois, podem elastecer-se ou restringir-se, donde presumir-se que podem até mesmo extinguir-se, desaparecer. (Vide: “Espaço-Tempo: Física Transcendental”, 5º. e.Book deste autor).

E a Ciência de Kardec, as Sociedades de Pesquisa Espirítica, bem como a Metapsíquica e seus renomados membros - um pouco antes que Einstein - demonstrara por fatos irrecusáveis a existência do Espírito imortal. Nem tudo, pois, termina com os funerais do homem biológico que, portanto, sobrevive como Consciência, como Espírito que transcende os despojos físicos da morte corporal.

Hoje, estando certo de tal Realidade Anímica em mim mesmo, vejo claramente que o cérebro humano, biológico, orgânico e material, é incompetente para, por si só, engendrar as complexidades de minha Personalidade, minha Inteligência e notória Capacidade Axiológica, Ética, Moral. Antes de perceber-me como corpo, pois, percebo-me como Espírito, sendo aquele, pois, instrumento do meu Ser que é robusto e forte, de Estrutura Indestrutível, revelando-me como Eu mesmo, que Sou, afinal, o Comandante supremo daquele corpo perecível e puramente material.

Conquanto não condenável, e sim, compreensível, muitos de nossos irmãos se acham o máximo, com seu orgulho e ceticismo em alta, pois apedeuta da realidade de Si, de sua Existência independente do cérebro, do veículo corporal. E, mais ainda, é óbvio que o meu Existir, por si só, prova que Sou independente do Tempo, pois que, em Mim mesmo, Sou a-Temporal.

Creio, pois, que o simples fato de nos percebermos além do Tempo, ou, além das facetas enganosas do Tempo, seja também uma prova viva do nosso Existir, como Seres imorredouros, e, portanto, atemporais. O tempo, pois, não existe, conquanto manifestar-se o tempo todo, como se, de fato, existisse.

Ora, imagine-se suspenso a grandes alturas; e imagine que nosso Mundo tenha desaparecido do mapa sideral. E você se verá sozinho num ponto que parece ser o infinito, pois que se encontra além do Tempo, do passado e do futuro temporal, sendo Tu, agora, um Indivíduo além do Tempo, este fato enganoso que não é fato, mas tão-só cria farsante dos movimentos terrenais (rotação e translação).

Neste caso, então, se questionaria: cadê o Tempo, cadê o ontem e o passado, cadê as coisas e os fatos transcorridos nas aparências do Tempo, de nossas tão importantes e tão firmes convicções? O Tempo passado, pois, apenas se nos mostra como fatos irrecusáveis de nós mesmos, de nossas ações que se passaram tal como brisa corrente do “fato” temporal. Tais, portanto, só existem e persistem em nós mesmos, em nosso Existir, ou seja: no Pensar e Persistir do Eu que, simplesmente, ou, complexamente: É, e, portanto, não pode deixar de Ser, de Persistir, de Existir.

O Tempo, pois, não existe, e, a qualquer Tempo pode nos deixar Sem-Tempo, pois que, de fato, ele não tem vida própria, inexistindo, pois, qualquer possibilidade de uma dimensão temporal, regida pelo Tempo que é tão só: virtual.

Conquanto sua presença marcante no Mundo, decorrente dos movimentos siderais, paradoxalmente, convenhamos, o Tempo é de vital importância para todos nós, e isto, não discuto, pois o indiscutível não se discute, pois que sendo indubitável, dúvida dele, absolutamente, não há.

Mas seria bom atinarmos que, um dia, como Espíritos imortais, não mais teremos a identidade física que nos distingue como Homens, e, viveremos um Tempo sem Tempo, pois na Eternidade não existe Tempo, mas tão só: Durabilidade Consciencial.

Entretanto, se hoje vivemos no Tempo, dita impressão tão vivaz de sua existência surgira em nossas mentes por Evolução, e, da mesma forma, o que ela produzira ela também destruirá pela purificação do Espírito, que, como já visto, é de Durabilidade Perene e Imortal.

Mas por que o Tempo nos surge por Evolução? Não é assim tão difícil de concluir. Ora, sabe-se que os animais são nossos parentes não só do ponto de vista biológico, mas também espiritual.

Os animais São, pois, essencialmente, da mesma substância Psi de que nós, Seres humanos, somos constituídos e formados. Nossas diferenças são apenas e tão só: evolucionais; pois que Espíritos somos todos nós.

Recordemos a resposta da questão 607-b de “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857 – Ide):

-“É nesses Seres (animais, dentre outros), que estais longe de conhecer totalmente, que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida, como dissemos. É, de alguma sorte, um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida do qual o princípio inteligente (dos animais) sofre uma transformação e se torna Espírito (humano)”.

Entretanto, tudo isso já sabemos, não é mesmo?

Retornemos, pois, à questão proposta linhas atrás:

Por que o Tempo nos surgira, ou, nos surge: por Evolução?

Ora, olhemos os reinos inferiores da criação; verifiquemos os planos inconscientes de tudo a nossa volta e veremos que de tal realidade Atemporal não se tem como fugir. Entretanto, de reino a reino, de passo a passo, a Consciência começa a aparecer, a dar suas caras intelectuais e morais. Nossos animais, por exemplo, já manifestam rudimentos de Consciência, de Inteligência, de Valores Morais. É já, um Ser superior aos Seres de reinos inferiores, conquanto inferior aos Seres de planos superiores, no caso, dos Hominais.

E notemos que, para o animal, o Tempo começa a nascer!

Ele tem memória, e, conquanto menos desperto que nós Seres humanos, ele já se percebe como Ser e principia a noção do Tempo, conquanto ainda confuso, sem grandes definições de sua passagem por ele; mas tal noção já se dá, pois que sua memória registra fatos presentes que se transcorrem no Tempo, e ele, então, recorda, vê quadros que lhe testifica o passado no presente, mas tudo ainda de forma vaga e imprecisa, pois ainda não sabe, tão bem, quanto nós, distinguir os diversos dias passados, os diferentes meses e anos transcorridos, em suma: ele não distingue tão bem quanto nós, o Tempo transcorrido, mas tão só o transcorrer de sua memória no dia atual.

Tudo, pois, ainda se lhe apresenta algo confuso, mas já se lhe desponta a dimensão farsante do Tempo, que vai nascendo, se ampliando e crescendo para adquirir mais tarde, como Homem, noção mais dilatada do Tempo que, por sua vez, há que desaparecer de futuro, por vias próprias da Evolução.

Assim, dir-se-ia que o Tempo nasce, o Tempo vive, o Tempo morre nas ilusões do seu existir, pois que, paradoxalmente, o Tempo não nasce, o Tempo não vive e tampouco morre.

Trata-se, o Tempo, pois, de uma ilusão necessária ao progredir consciencial de todos nós, pois que Deus nada faz de inútil, mas tão só nos propicia novos aprendizados, novos conhecimentos para o nosso saber, nosso Existir que, por sua vez: é a-Temporal.

POST SCRIPTUM: isto quer dizer que o tempo não existe nem aqui e nem nas altas esferas do ‘Sistema’; porquanto: “No esquema das realidades eternas e absolutas, tempo e espaço não tem expressões objetivas”. (Vide: “Emmanuel” – Chico Xavier – Feb); ou então vide nosso 5º. e.Book: “Espaço-Tempo: Física Transcendental”.

UM GRANDE ABRAÇO:

Fernando Rosemberg Patrocinio

E.mail: f.rosemberg.p@gmail.com

Relação dos e.Books de:

Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;

02-Espiritismo Em Evolução;

03-Espiritismo e Matemática;

04-Mecanismo Ontogenético;

05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;

06-Corrente Mental;

07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;

08-Filosofia da Verdade;

09-Axiologia do Evangelho;

10-Espiritismo e Evolucionismo;

11-Fatos e Objeções;

12-O Médium de Deus;

13-A Grande Síntese e Mecanismo;

14-Evangelho da Ciência;

15-Codificação Espírita: Reformulação;

16-Kardecismo e Espiritismo;

17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);

18-Maiêutica do Século XXI;

19-Espiritismo: Fundamentações;

20-Ciência de Tudo: Big-Bang;

21-Evolução: Jornadas do Espírito;

22-O Homem Integral (Reflexões);

23-Espiritismo e Filosofia;

24-André Luiz e Sua-Voz;

25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;

26-Evidências do Espírito;

27-Construção Bio-Transmutável;

28-Mediunidade Genial (web artigos);

29-Conhecimento e Espiritismo;

30-O Paradigma Absoluto;

31-O Fenômeno Existencial;

32-Chico-Kardec: Franca Teorização;

33-O Maior dos Brasileiros;

34-Espiritismo: Síntese Filosófica;

35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;

36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;

37-Espiritismo: Queda e Salvação;

38-Geometria Cósmica do Espiritismo;

39-Matemática da Reencarnação;

40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;

41-Espiritismo e Livre Pensamento;

42-Síntese Embriológica do Homem;

43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;

44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;

45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;

46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;

47-Método Pedagógico dos Evangelhos;

48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;

49-Estratégias da Revelação Espírita;

50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;

54-Análise de Temas Codificados;

55-Deus: Espírito e Matéria;

56-Razões e Funções da Dor;

57-Emmanuel: Notável Revelador;

58-A Queda dos Anjos;

59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;

61-O Espírito da Verdade;

62-Balizas do Terceiro Milênio;

63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;

64-Ciência do Século XX;

65-A Revolução Ética.

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Blog: Filosofia do Infinito

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