Fernando
Rosemberg Patrocinio
(58º.
e.Book)
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A
QUEDA DOS
ANJOS
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-Introdução
-Capítulo 1:
A LEI DE CAUSALIDADE
-Capítulo 2:
O TEMPO ‘UM’ EM DEUS
-Capítulo
3: O TEMPO ‘UM’ NO SER
-Capítulo 4:
OUTROS PARADIGMAS
-Capítulo 5: DISTÂNCIA EVOLUTIVA
-Capítulo 6:
DO ÁTOMO AO ARCANJO
-Capítulo 7:
DO ARCANJO AO ÁTOMO?
-Capítulo 8:
A QUEDA DOS ANJOS
-Bibliografia
-Relação
Nossos e.Books
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INTRODUÇÃO
Propaga-se que o mundo dos homens é o mundo dos opiniantes, dos
pensares distintos, em que, cada qual, como individualidade, tem seu caráter
mesmo, seu modo de pensar e de agir consoante sua cabeça, sua educação, coisas
de sua personalidade única, de sua Consciência, seu Espírito: Ser de caráter
palingenésico e, por conseguinte: Imortal.
Entretanto, queiram, ou, não queiram, nossas opiniões e nossas
divergências, por progressos contínuos do Ser, tendem a uma concepção mais
igualitária das coisas, e, lógico, no que concerne à essência do Ser, que, para
o mais importante dos homens – Jesus – dita essência tende à união, ou, à unificação
com Deus, pois a evolução, hoje cientificamente constatada, conduz o homem, ou,
seu Espírito, a níveis de sabedoria, e, de entendimentos, que muito superam
suas apequenadas e tão mundanas cogitações.
“Eu o Pai somos Um”
Assim falava Jesus... E, como não há, e, não pode haver privilégios
no Universo, entende-se que tais palavras do Mestre encerram o entendimento de
que nós, os Espíritos humanos, em futuro mais ou menos distante, também
estaremos a usufruir de tal situação, nos tornando, pois, Uno ao Criador,
participando, pois, de Sua Divindade...
Quando, então, seremos, modo semelhante: um Deus!?!?!
Mas não por sermos Deus, e sim, por estarmos - como filho - vivendo
ou vivenciando Sua Divindade, o que facultaria ao Espírito-filho uma espécie de ubiqüidade
divina, pois unificado plenamente com o Pai, estando, pois, ausente do tempo,
bem como, de qualquer espaço, dominando-lhe por transcendê-lo de forma ampla,
completa e total. (Vide nosso 5º. e.Book: “Espaço-Tempo: Física
Transcendental”).
Logo, o futuro nos reserva coisas que, em nossa frágil e atual concepção,
não podemos de forma mais concreta atinar, mas apenas, e tão-só, imaginar.
Aguardemos a obra do
tempo, pois!
E, enquanto isso, vejamos
algumas ideias contidas no presente e.Book que, em síntese, representa ‘Prédicas
da Espiritualidade’, e que, afinal, são fatos perenes, imutáveis e não
passageiros como as coisas transitórias e fugidias da presente materialidade.
O Autor:
Rosemberg
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CAPÍTULO 1:
A LEI DE CAUSALIDADE
Todos já ouviram falar,
modo científico, e filosófico, da Lei de Causalidade ou da Lei de Causa e
Efeito.
Logo, Causalidade é a
relação entre um evento A (causa) e um segundo evento B (efeito), que é
conseqüência do evento A.
O nosso Universo, por
exemplo, repleto de Leis, sejam elas Quânticas, Atômicas, Biológicas e
Matemáticas, dentre outras do nosso apoucado saber, trata-se de um efeito
muitíssimo vasto e muitíssimo inteligente, e, se não há efeito (Universo) sem
Causa, então dita Causa, não pode ser o Nada, mas sim, Algo Inteligentíssimo,
no caso, o Projetista, o Matemático e Autor Supremo do referido Universo.
O Espiritismo, buscando a
lógica de todas as coisas, num de seus principais axiomas, está a sentenciar
aos indivíduos dotados de um mínimo de inteligência:
“Procurai a Causa de tudo
o que não é obra do Homem e vossa razão vos responderá”!
(“OLE” – 1857 – AK).
Nisto mesmo, pois, temos
a Prova Cabal da Existência de Deus! Ora, o que não é obra do homem, o será,
indubitavelmente, de Outrem, no caso: do Supremo Criador; e, se o homem o nega
o será tão somente por seu orgulho, sua vaidade e, evidentemente, por rebeldia
mesma.
Logo, o homem que não “vê”
Deus, (a propósito: Deus não se mostra, mas se revela por Suas obras), dito
homem quer, pelo menos, ser o próprio Deus; ou seja, ele nega a Causa Suprema em
função de Si, de sua Razão, de sua Consciência, mesmo que tais lhe indiquem o
caminho oposto, que é Causa de sua perene existencialidade.
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CAPÍTULO 2:
O TEMPO ‘UM’ EM DEUS
Já vimos que só Deus É Eterno!
E que, Sua criação, pois, é imorredoura.
Logo, somos Espíritos imortais.
Mas já vimos também que Deus, por Sua Infinitude, e, por Sua
Imanência, permanece ligado à Sua Criação por meio da seguinte ideia conectiva
(=c=) das coisas:
Conexão Transcendente/Imanente (frp)
oo[(Deus Transcendente) (=c=) (Deus Imanente)]oo
Onde, e Quando, Deus, em
Pessoa, e, pois, mesmo na condição de Ser Transcendente, Ele permanece
Imanente, ou seja, Presente na Sua Criação.
Mas como entender o
preceito de que:
“Para Deus, o passado e o futuro são o presente”.
(“A Gênese” – 1869 - AK).
Dito entendimento expressa que, para nós, Deus, em Sua eternidade, e,
pois, em Sua infinitude, não vivencia o tempo na forma corriqueira que o
vivenciamos, ou seja, ao plano concebido pelas coisas da vida terrena. Noutros
termos, Deus não conta o tempo na forma que o contamos! Nós, os Espíritos
humanos, vemos o tempo como uma dimensão fragmentada por certa duração no
passado, uma duração no presente, e que, sem dúvida, abrangerá uma duração no
futuro.
Mas, se fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, e, se, para
Deus, os tempos passado e futuro não existem, mas tão-somente o presente,
então, dia chegará que nossa visão de tempo se aproximará da visão do Criador;
podendo-se afirmar, pois, que o tempo presente nada mais é que uma dinâmica dentre
o futuro e o passado, que, afinal, não são dotados de existências próprias e
específicas porquanto só acontecem e se verificam ao âmbito de um presente
estado de existencialidade.
Isto, pois, leva-nos à compreensão de que, para Deus, o antes
(passado) e o depois (futuro) se encerram no agora, no Presente de Tempo Único
[(Tpr)D] que é só um (1), que assim se disporia:
(passado) -------> (presente) <------- (futuro)
Expressando que até mesmo o que ainda não foi realizado
“concretamente”, ou seja, uma criação futura ou o vir-a-ser de uma determinada
criação Sua, tal perspectiva não existiria e não existe na concepção divina,
mas tão-somente o existencial de Si mesmo na Sua criação que já está, desde o
Fiat supremo, executada e confinada às Suas eternas Leis no que se denominaria
de um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].
Tal ponto presente, da Eterna e Infinita Atualidade de Deus, vai
conjugar tanto aspectos filosóficos como também matemáticos que, poderiam, por
exemplo, expressar-se pela disposição equacionária do que se denominaria:
Fórmula Presencial Divina:
[( Tps + Tpr + Tft )] =
[(Tpr)D]
Onde, e quando, cada qual de seus componentes se faria expressar
por:
(Tps) = tempo passado;
(Tpr) = tempo presente;
(Tft) = tempo futuro; e
(Tpr)D = tempo presente em Deus, um Tempo Único, que é só um (1).
Em que os tempos passados e futuros, constituintes do primeiro
termo da formulação, se contraem na direção do Tempo Único Presente em Deus
[(Tpr)D], representando algo que está à vista d’Ele e que denota a Real
Presencialidade e Atualidade de Deus em Tudo quanto existe na Sua criação:
[(passado) -----> (presente) <----- (futuro)] =
[(Tpr)D]
[(Tps) ---------- >
(Tpr) <------------ (Tft)) = [(Tpr)D]
[(Tpr)] = [(Tpr)D]
Que simboliza o Tempo Presente em Deus [(Tpr)D], um Tempo Único
que, como já descrito, é de Presencialidade Única, ou seja, é só um (1),
conforme razão do anteriormente proposto:
Tpr.
[( --------- )] = [( D )]
Tpr.
Em que, se resolvendo, encontramos o Deus Único de Tempo Único, ou
se assim o quisermos, a própria ausência de Tempo no que se pode convencionar
como Tempo Presente em Deus (Tpr.D):
[( 1 )] = [( D )]
Sendo que o mesmo vale para o nosso Universo físico, cuja
existência está estimada, desde o hipotético big-bang, em cerca de 15 (quinze)
bilhões de anos, mas vai ainda percorrer outros longos períodos adiante na
forma de um Tempo Único (1), Presentemente Experienciado Por Deus, pois que:
“Tudo Muda na Imutável Presencialidade Divina”.
(frp).
Nossa visão de tempo, portanto, é relativa e fragmentada; a de Deus
é Única e Absolutamente Presente em Tudo.
Enquanto que, para Deus, Tudo está perfeitamente pronto, concluído
e finalizado, para nós, tudo está por fazer-se e far-se-á no futuro que, para
Deus, não passa de um detalhe sem importância, um simples termo de conclusão no
Presente Existencial de Si mesmo que se resumiria na sentença de que:
“O passado e o futuro convergem para um único ponto presente que é
Deus em Sua infinita e imensurável grandeza cósmica”.
(frp).
Logo, estamos de acordo de que: “Para Deus, o passado e futuro são
o presente”, tal como disposto na quinta obra de Allan Kardec, (“AG”), porém,
sem as devidas explicações que ora propomos por intuição.
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CAPÍTULO 3:
O TEMPO ‘UM’ NO SER
Por tais ilações, dir-se-ia que, para os Espíritos Puros, Seres
Unos a Deus, (como dizia Jesus), sua visão de tempo, algo se aproximaria do
exposto no Capítulo anterior.
Mas, para os Espíritos decaídos na matéria, ou seja, nós mesmos, já
abordamos algo a respeito de tal condição em textos e e.Books anteriores. Ora,
como nos achamos submetidos às falsidades do Tempo, dir-se-ia que o futuro é um
tempo que, a todo instante, se evidencia em nosso presente, que, por sua vez,
se desvanece nas brumas do passado.
Sendo que, tal futuro, se refere não a um tempo futuro, muito
distante de nós, e sim, muito próximo de nós; ou seja: queremos dizer que o
próximo milissegundo (ou milésimo de segundo) que ocorrerá neste instante mesmo,
ele já é futuro, e, pois, se dera, ou, se dará, agora mesmo, no próximo
milésimo de segundo; e, pois, quando ele se der, ele já transformara o tempo
presente em passado, tal como se o empurrasse para o trás, enviando-o para o passado.
Em outros termos:
Nossa existencialidade no Mundo, em suma, o nosso viver, parece
algo não-presente, e sim, um futuro que se manifesta a cada milissegundo no
presente, e que, por tal mesmo, já não é presente, e sim, passado.
Resumindo:
Filosoficamente, ou mesmo, matematicamente falando, dir-se-ia que
nossa existencialidade presente (ex.pr) é, o tempo todo, transformada pela
existencialidade futura (ex.ft), cuja fórmula, em sua dinamicidade, se daria
pela seguinte:
EXPRESSÃO DO EXISTIR
[ (ex.ps) < --- (ex.pr) < --- (ex.ft) ] = [ (Existir) ]
Que, em seus paradoxos, explicita:
“O Existir é um tempo futuro (ex.ft) que se materializa
continuamente em nossa vida cotidiana (ex.pr), que, por sua vez, se transmuda para
o passado (ex.ps)”. (frp).
Logo, nossa visão de tempo no Mundo, ou, nos Mundos universais, é
algo diferente da visão de tempo dos Espíritos Puros, que, por sua vez, se
aproxima da Visão do Tempo de Deus, tal como exposto no Capítulo anterior de
nossas elucubrações filosóficas e matemáticas.
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CAPÍTULO 4:
OUTROS PARADIGMAS
Tomemos
a sério, e, como verdadeiro, o ‘Princípio da Indefectibilidade’ contido na ideia
de que:
“A
Deus não se pode atribuir um defeito sequer, por menor que seja, sem que se
desmorone todo o edifício de mais altos conceitos a Ele imputados”.
(frp).
Logo,
para os espíritas que adotam o ‘Modelo (apenas) Evolutivo’, ou seja: da
progressividade de todas as coisas, e que, pois, não admitem uma causa anterior
a tal, ou seja, do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, tais pensadores irão, mais cedo,
ou mais tarde, constatar o equívoco em que laboram por admissão deste segundo
modelo.
Ora,
para o primeiro ‘Modelo’, vemos a admissão de uma componente que nos parece
injusta se a alçarmos ao cômputo do Absoluto, ao cômputo de Deus.
Esta
componente é a Dor que, atuando ao centro das Adversidades várias do Ser no
Mundo terreno - e, pois, no Universo físico e astronômico -, ela, de fato,
contradiz o Amor de Deus por suas criaturas rebaixando-O a uma forma de amor
contraditória, de um Deus que tem Amor, mas que, em nome da Evolução, passa
também a imagem de um soberano insensível e cruel por castigar-nos a todos,
desde as manifestações mais simples da vida, nos seguindo e acompanhando até ao
super-homem dos Altos Planos Conscienciais.
Se,
de fato, os Espíritos foram criados Simples e Ignorantes (ESI), para vivenciar
as atrocidades dos Mundos materiais, então, não tínhamos pecado algum e, a dor,
por companheira assídua de nossos passos suscita-nos a ideia de culpa, de erros
perpetrados para com ela sermos “agraciados” por longos períodos na Variável
dos Tempos (Vt) universais. E, neste caso, o ESI fora criado não só Simples e
Ignorante, como também imperfeito, e muito provavelmente, maculado.
Mas
tal possibilidade parece não ser problema para alguns espiritistas, porquanto
seu Perfeito Criador o corrigirá, doravante, com os adversos processos
fenomênicos da subida evolucional! (???).
Ou
seja, Deus lhes permite uma “compensação” posterior! Ele tratará de
“ressarci-los” pelos transtornos, obstáculos, tormentos e tribulações de sorte
a aperfeiçoá-los durante sua evolução e progresso, burilando os filhos Simples
e Ignorantes, filhos do seu Amor!
Ou,
do seu contraditório amor???
Todaiva,
este não seria, ou, não é, um modo injusto, desarmônico e imperfeito de se
criar, sobretudo partindo de um Deus que, propaga-se, e creio também que O
Seja: Justo, Harmônico e Perfeito, consoante os mais altos conceitos a Ele
imputados?
E,
mais ainda: não seria muito mais lógico que Deus, sendo Perfeito, que Ele, por
sua vez, gerasse filhos de uma perfeição relativa, ao invés de criá-los
imperfeitos, Simples e Ignorante, para depois, caprichosamente, aperfeiçoá-los
pelas adversidades várias da evolução na matéria?
É
precisamente por tais razões que considero o ‘Modelo (tão-só) Evolutivo’
enquadrado num tipo de Equação Inconclusa de seguinte descrição:
[(Modelo Evolutivo) =
(Paradigma Perfectível do Universo)]
(frp)
É
que tal ‘Modelo’, mesmo explicando a finalidade da Dor como forma de aprimoramento
do ESI, ele é injusto, e, portanto, não convence e não satisfaz, porquanto
contradiz o axioma de que:
“Deus
é Soberanamente Justo e Bom”.
O
que implica dizer que o ‘Modelo (tão-só) Evolutivo’ seja de fato um ‘Paradigma
Perfectível do Universo’, a melhorar-se e a ampliar-se com a Justiça Plena do
que se verá nos dados seguintes: de que a Involução explica a Evolução, sendo
aquela uma causa, e, a outra sua componente resultante, exceto se considerar-se
que há efeito sem causa.
Logo,
temos, muito justamente, que o descritivo:
[(Modelo Involutivo-Evolutivo) = (Paradigma
Perfeito do Universo)]
(frp)
O que está consonante, ainda, ao axioma de que:
“DEUS É UM ESTADO DE PERFEIÇÃO”.
(frp)
Logo, a evolução psíquica dos Espíritos na matéria é fato incontestável,
nos conduzindo a planos de mentalidade que se superam no tempo, na evolução e
revolução do Ser, conduzindo-o a planos mentais inconcebíveis à nossa atual e
presente visão de mundo, que há de superar-se no tempo e aproximar-se das coisas
perenes, divinas, transcendentais.
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CAPÍTULO 5:
DISTÂNCIA EVOLUTIVA
Para definir-se, de alguma sorte, a distância evolutiva que há
entre o Espírito Humano e o Espírito Puro, creio devamos fazer, primeiramente, a
seguinte comparação proposta pela resposta à Questão 597 de “O Livro dos
Espíritos” (1857 - AK).
Nela,
temos que a distância evolutiva (d.e) entre a Alma do animal (A) e a do Homem
(H) é equivalente ( = ) à distância evolutiva (d.e) existente entre a Alma do
Homem (H) e de Deus (D). O que validaria, portanto, a seguinte Equivalência
Anímica Comparativa:
[A(d.e)H]
( = ) [H(d.e)D]
Ora,
se os Espíritos Puros vigoram em plano divino, ou seja, em plano já ao nível da
divindade, e, se a Alma dos animais, aqui no Mundo terreno, ainda terá de
percorrer imensos “espaços” evolutivos para chegar-se ao plano do Espírito reencarnado
ao seio das humanidades, dir-se-ia que tal Espírito humano ainda terá longos
“espaços” por percorrer para alcançar o Plano de Deus, dos Espíritos Puros,
Seres Celestiais ao seio da Transcendentalidade mesma.
Daí
inferir-se, modernamente, que o “Espiritismo é Ciência do Infinito”, propondo,
pois, que o Espírito humano ainda tem progressos “quase” infinitos por fazer,
isto é: se tiver humildade o bastante para tal.
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CAPÍTULO 6:
DO ÁTOMO AO ARCANJO
Por outro lado, ainda,
permanece a instrução do Item 540 dos Espíritos Superiores que, em tal livro,
afirmaram:
“É assim que tudo
serve, tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que,
ele mesmo, começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia da qual vosso
espírito limitado não pode ainda entender o conjunto”. (“OLE” – 1857 - AK).
Confirmando,
conquanto grandes distâncias evolutivas dentre tais, que há uma passagem
evolutiva ( --- >) de um campo para outro: do átomo (Matéria) ao arcanjo
(Espírito) trafegando pelas mais diversas formas vegetais e animais, e, logo
adiante, hominais até ao Anjo, (arcanjo), preconizando o que se pode, com
alguma matematicidade, deduzir:
“Tudo se encadeia (# # # . n) na natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo que também começou por ser átomo”,
Que insinua a ideia
de um:
Continuum Evolutivo
Anímico:
[(Átomo) --- > (# # # . n) --- > (Arcanjo)]
Expressando que,
potencialmente, o átomo é um anjo, pois que, no curso dos milênios progressivos
nele se encontrará. O que, de modo matemático, ainda, dir-se-ia que:
Um átomo elevado a
uma altíssima e indeterminada potência (“ind?”) se equivale, ou, se equivaleria,
a um arcanjo, na ideia do que possa ser uma:
Equação
Átomo-Potencial:
“ind?”
[(Átomo) = (Arcanjo)]
Mas ainda não
encerramos, pois se aplicarmos Infinitos Impulsos Evolutivos (oo-s.IE) ao
referido átomo, também se haveria de obter um arcanjo, conforme dados de uma
possível:
Equação
Átomo-Evolucional:
[(Átomo) x (oo-s.IE) = (Arcanjo)]
Mas tal processo
evolutivo, sem margem para dúvidas, só se verificará nos milênios e milênios da
longa e lenta fenomenologia cíclica palingenésica.
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CAPÍTULO 7:
DO ARCANJO AO ÁTOMO?
Do Anjo ao Átomo?
Ou, ainda, de modo
igual:
Do Arcanjo ao Átomo?
Mas como assim?
Isto não só é
possível, como é fato, é verdade sim!
Mas desde que se
compreenda o Anjo, ou Arcano, da referida expressão, como um Espírito Puro e
Consciente (EPC) que, perdendo sintonia para com a Ordem da Lei - que é Deus -
sucumbira em sua estrutura ôntica e decaíra na condição de Espírito Simples e
Ignorante (ESI) dos Mundos materiais.
Ora, se atentarmos
melhor para a questão proposta pelos Espíritos Superiores, notemos que, em sua
parte grifada, e, em itálico, temos:
“É assim que tudo
serve, tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que,
ele mesmo, começou por ser átomo. Admirável
lei de harmonia da qual vosso espírito limitado não pode ainda entender o
conjunto”. (“OLE” – 1857 - AK).
Que, de modo
resumido, e, por vezes não alcançável pela obscuridade doutrinária de alguns
pares, o fato é que tal parte grifada de nossos estudos encontra-se, de modo
resumido, em “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK) mesmo, bem como no “O Evangelho
Segundo o Espiritismo” (1864 - AK), e, em pelo menos duas edições da “Revista
Espírita”.
Assim, dito
“conjunto” (admirável lei de harmonia da qual vosso espírito limitado não pode
ainda entender o conjunto) expressa que, dos Céus (Espírito) à Terra (Matéria),
passando pelas mais distintas formas e reinos da natureza, num fenômeno cíclico
de contração e de expansão, referido componente (Espírito) retorna aos Céus de
sua origem por evolução, em que tudo se resume no ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’,
também tido como ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’.
Logo, referido
conjunto já está bem mais explícito nas obras subseqüentes do Espiritismo que,
no Século 20, se pronunciaram, sobretudo, com os mais elevados Espíritos da
obra de Francisco Cândido Xavier, de Pietro Ubaldi, sobretudo em “Deus e
Universo” (PU - Fundapu), da qual extraímos, por inteiro, o seu Capítulo 4: ‘A
Queda dos Anjos’.
É que tal Capítulo, da renomada obra de Pietro Ubaldi, encerra
tantos itens da Amorosa e Sábia Lógica Divina, que resolvemos registra-lo por
aqui, neste modesto e.Book, para nossos estudos e reflexões.
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CAPÍTULO 8:
A QUEDA DOS ANJOS
Como introdução de tal
Item, sabemos que os Espíritos Superiores, na obra codificada no Século 19,
fizeram inúmeras menções da Queda Espiritual, que, aliás, o Sr. Kardec, com
todo respeito, é claro, não estivera por compreendê-la mais exatamente.
E, pois, para Kardec, a
fenomenologia evolutiva universal, até poderia se dar, sequencialmente, do
“átomo ao arcanjo”, mas, ainda assim, estivera a cogitar, ao final de seus
escritos, (“A Gênese” – 1869 - AK), algo mais restrito ainda, ou seja, a possibilidade
do Espírito imortal, e palingenésico, apenas ao âmbito das humanidades.
E não é que algo parecido
se repetira no Século 20 com o famoso “intelectual” J. Herculano Pires - e
muitos outros ainda - que considerava, e consideram, dita Queda do Espírito não
mais que “mito bíblico”?
No caso de Herculano,
dentre outros, vemos firmar-se sua condição de fidelidade a Kardec, aliás, e,
da mesma forma, muitíssimo restrita, pois desconsidera que o Espiritismo, como
Doutrina dos Espíritos Superiores – repito – estivera a informar bem mais, mas
muito mais.
Logo, Emmanuel estivera corretíssimo
ao dizer que Herculano fora o metro que melhor medira Kardec; ao que, noutras
palavras, diga-se: Herculano não fora o metro que melhor medira o Espiritismo –
Doutrina dos Espíritos Superiores - que, tanto no Século 19, como no Século 20,
revelara, pelas Vozes Superiores, que a gênese do Espírito se dá nos Planos Metafísicos,
onde, e quando, o Ser desenvolve sua Consciência, e, pois, ratifica sua escolha
dentre o bem e o mal.
Sendo que, os primeiros,
prosseguiram sua evolução no que se denomina Linha Reta da Espiritualidade, e,
os segundos, decaíram na matéria para dar seguimento de sua evolução na Linha
Cíclica da Materialidade, e, pois, palingenésica, nas dores e tribulações dos
Mundos tangíveis, físicos e materiais, por sua culpa mesma e não de Deus:
Sempre Amoroso Pai.
E notemos que Herculano
convivera com o Chico, com os Espíritos de Emmanuel e André Luiz, em que, todos
eles – Chico, Emmanuel e André Luiz - em muitas de suas obras, citaram e confirmaram
a Queda Espiritual do Ser rebelde na matéria; e, mais ainda, Herculano Pires
fora contemporâneo de Pietro Ubaldi que, modo igual, com a espiritualidade magnânima
de ‘Sua-Voz’, também provara, modo científico e matemático, filosófico e moral,
a fenomenologia cíclica da Queda e da Evolução dos Espíritos.
Assim, pois, se o nosso
respeitadíssimo Herculano Pires fora o metro que melhor medira Kardec, não fora, em tempo algum: o metro
que melhor medira o Espiritismo; e, pois, estava corretíssimo o Espírito de
Emmanuel que, obviamente, notava a restrição psíquica e filosófica do
Herculano, tão centrado na pessoa e nos escritos de Kardec e, pois, tão
distante da obra profundíssima dos Espíritos Superiores, ou seja, do
Espiritismo.
É pena que dois dos
“maiores” intelectuais dos Séculos 19 e 20, Kardec e Herculano, em simbiose
mental, não pôde, ou, não puderam enxergar o óbvio: que:
“O Espiritismo é Doutrina dos Espíritos Superiores; logo, muito
acima do terra a terra dos homens, de suas afrontas e contradições. O
Espiritismo é Revelação Divina para os próximos milênios, e, mais ainda, para
toda a nossa imortalidade”.
(frp).
O que, para tanto,
que se veja nosso 16º. e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”. Logo, é muito
provável que tenha faltado a Kardec, e, ao Herculano, um tanto mais de
humildade, o que é muitíssimo comum nos Seres decaídos, pois que são rebeldes e
transgressores da Lei: que É Deus. Características, aliás, de todos nós: os
Espíritos terrenos das mais diversas faixas evolutivas e mentais.
Passemos, pois, agora,
ao citado Capítulo 4 da obra de Pietro Ubaldi, (“Deus e Universo” - PU -
Fundapu), da qual extraímos inteiramente o seu Capítulo 4: ‘A Queda dos Anjos’,
que transcrevemos em vermelho itálico:
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“A QUEDA DOS ANJOS”
Concluída
a precedente ordem de conceitos, abre-se diante de nós uma outra visão, numa
ordem de conceitos afins e conseqüentes que o leitor encontrará em germe,
primeiramente em: “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”, cap. X: ‘O Problema
do Mal’, e cap. XIII: 'Problemas Últimos"; e depois no volume “Problemas
do Futuro”, caps. XV e XVI: ‘Deus e Universo’. No capítulo anterior havíamos
explorado, sem desenvolvê-lo, este tema:
A Criatura
é livre, podendo, pois, agir contra o Sistema.
Aprofundemos
aqui, como antes não pudemos fazê-lo, essa tese, desenvolvendo-a e
analisando-lhe todas as conseqüências. Como ocorreu essa monstruosa revolta de
algumas células do grande organismo-universo, que, ao invés de funcionar
harmoniosamente nele, contra ele se puseram, rebelando-se? Onde se encontra a
primeira raiz dessa anarquia na ordem? Importante questão que se vincula ao
problema da gênese do mal, da sua presença no Mundo e da sua solução final.
Para
compreender, observemos a Estrutura do Sistema.
Ela
se baseia em alguns princípios fundamentais como o egocentrismo e a liberdade.
A criatura, parte integrante do Sistema, fora constituída como um esquema menor
do esquema maior, cujo centro é Deus, de acordo com o princípio já mencionado
dos esquemas de tipo único.
Essa
dádiva, porém, de Deus, pelo qual a Criatura fora feita à Sua imagem e
semelhança, constituía um poder muito perigoso se não fosse bem usado, pois
continha em germe a possibilidade de um transviamento, possibilidade que o Ser,
exatamente pelos princípios do Sistema, deveria enfrentar com as suas forcas.
E as
conseqüências, quaisquer que fossem, deviam ser suas, pois significa
responsabilidade, em um sistema de ordem e justiça, a conseqüência do princípio
de liberdade.
A
quem objetar que um sistema perfeito não deve conter a possibilidade de erro,
deve-se contestar que essa possibilidade que não é absolutamente necessidade,
está implícita nos princípios supracitados, como sua conseqüência necessária,
de modo que, para suprimi-la, seria imperioso suprimir os princípios que dão
causa, cujo valor não se discute.
É
natural que, onde exista um "eu" livre, seja também possível o mau
uso da liberdade.
E
nem por isso o valor desta decresce. De outra forma não nos encontraríamos em
um sistema de liberdade, mas de determinismo, no qual as criaturas não
passariam de autômatos. Ora, Deus não criou Seres dessa espécie, mas sim Criaturas
partícipes das suas próprias qualidades. Dada a estrutura do Sistema, gera-se
uma cadeia de férrea lógica, que conduz dos princípios a essas conseqüências.
A Criatura
deveria, pois, necessariamente encontrar-se ante a encruzilhada da escolha.
O Ser,
portanto, dada a sua estrutura e a do Sistema em que existia, deveria achar-se
diante da possibilidade do erro. Em outros termos, o Ser passava por uma prova,
por um exame, de cujo resultado dependeria a sua futura posição, por ele livremente
escolhida. Ora, que o Sistema contivesse a possibilidade de um erro, não
significa absolutamente fosse ele construído errado ou defeituoso. Tanto é
verdade que ele, como veremos, de fato não se arruinou pelo erro cometido; pelo
contrário, por ser perfeito, tinha capacidade de auto-regeneração.
O
Sistema estava acima do erro nele possível, e fora constituído para permanecer
íntegro, inabalável, para qualquer acontecimento.
Por
isso podia permitir em seu seio uma possível violação e desordem, tanto mais
quanto essa possibilidade tinha uma função, a de aprovar o Ser dando-lhe,
segundo o princípio de justiça, se superasse a prova, o pleno direito de
aquisição da sua posição de filho de Deus, somente depois de havê-lo merecido.
O
Criador exigia da Criatura uma livre aceitação do Sistema, um espontâneo
reconhecimento das recíprocas posições nele, para então poder conceder ao Ser
uma livre co-participação em Sua obra, como o Sistema requer, o que seria impossível
com uma criatura escrava ou um autômato.
A
prova da livre escolha não foi, pois, um capricho, um acaso ou um erro do
Construtor, mas fez parte integrante da lógica do Sistema, como necessária
conseqüência dos princípios que o constituem.
A
estrutura do edifício de conceitos e forças do Sistema, a natureza do Criador e
a da Criatura, os fins a atingir além da prova, tudo isto conduzia à
necessidade de que a Criatura devesse encontrar-se só e livre na encruzilhada
da escolha.
A
possibilidade de erro estava implícita no Sistema, não como uma imperfeição,
prelúdio de fracasso, mas como um elemento definido e desejado para
determinados fins, como sua força e não como sua fraqueza.
Veremos,
efetivamente, que esses fins são igualmente atingidos também por outra via e
que a obra da Criação permanece igualmente, como um triunfo do plano de Deus.
Os dois princípios acima aludidos, egocentrismo e liberdade comuns também às Criaturas,
faziam delas tantos menores eu “sou”, semelhantes a Deus, como tantos Deuses
menores em função de Deus.
Deus
quis a Criatura assim feita, à Sua imagem e semelhança.
Nem
o ser Dele saído poderia ser de natureza diversa da Sua. Em um sistema de
esquema de tipo único, a Criatura não podia deixar de ser um "eu
sou", centro autônomo e livre, como é o Criador. E, então, a estrutura do
Sistema, como a natureza da Criatura, estando baseadas no princípio da
liberdade, tudo quanto dissesse respeito à criatura não podia ter curso sem o
seu consenso.
Ademais,
existia um terceiro princípio, fundamento do universo espiritual - o do Amor -
mercê do qual Deus não é egocêntrico senão para irradiar em Amor. Assim sendo, o
Sistema de Deus não pode basear-se na coação, assim como, em virtude do
princípio de liberdade, não pode basear-se no determinismo, mas apenas na
adesão espontânea.
Deus,
por ser Amor, não pode querer a Criatura forçadamente prisioneira do Seu Amor.
Ele limita-se a atrai-la. Eis uma nova característica do Sistema, que não pode
admitir da parte da Criatura, senão uma correspondência de caráter espontâneo,
sem a qual não há amor.
Não
é possível, forçadamente gravitar-se em direção a Deus, por amor. Assim, pois,
todo o Sistema, ainda por esse princípio, impunha a livre escolha, qual
passagem obrigatória para valorização do Ser, que devia, antes de aceito,
conquistar plenamente esse direito, demonstrando livremente haver compreendido,
aceito e querido corresponder ao Amor de Deus.
Mesmo
sob esse aspecto, a prova corresponde à perfeita lógica, pois que o Amor, para
ser tal, não pode deixar de ser espontâneo e recíproco. Estar o Sistema
fundamentado no Amor é outro fato a implicar que ele deve basear-se, também, na
liberdade. Liberdade e Amor são conexos. Este pressupõe aquela. Um sistema que
não se fundamentasse na liberdade não o seria no Amor. Os princípios que regem
o universo são estreitamente correlatos. Todos eles se podem reduzir a um só,
do qual todos estes derivam - o Amor.
Foi
por amor que Deus quis a Criatura egocêntrica, feita à Sua imagem e semelhança,
participe das Suas próprias qualidades. Foi por amor que Deus quis a criatura
livre, a fim de que ela livremente compreendesse e retribuísse esse amor. Entendidas
a necessidade, a lógica e a utilidade da prova observemos como se comporta o Ser
neste momento supremo.
Eis
a Criatura, substancialmente Espírito, Centelha de Deus, apenas destacada do
seio do Pai que a gerou. Ela fita o Centro, do qual derivou por ato de Amor, a
que deve a sua existência. A estrutura do sistema impõe uma resposta sua a esse
ato, a correspondência de um recíproco ato com que essa criatura, por sua livre
aceitação, confirme ou renegue, como queira, permaneça no Sistema ou dele se
desligue, ponha-se dentro ou fora dele, agindo livremente e definindo, assim, a
sua posição.
O
Criador respeita tanto a liberdade que Ele deu à Criatura, fazendo-a à Sua
imagem e semelhança, que submete a Sua obra de Criador a essa criatura, como
ocorre no consentimento necessário de duas partes num contrato bilateral.
Somente
quando a livre Criatura tiver dito: "Sim", a criação estará completa,
aperfeiçoada até a esse momento, em que a Criatura é quase chamada, com seu
consentimento, a colaborar. Parece enorme, absurda, tanta bondade. Mas essa é a
estrutura do Sistema, assim quer o Amor de Deus.
Eis
o Ser diante de Deus. Apenas criado, ele ainda não falou. Deve dizer agora a
sua primeira palavra, que Deus lhe pede em resposta ao Seu ato criador: a
palavra decisiva. Deus lhe fala primeiramente:
"Olha,
ó Criatura, o que há diante de ti. Eu sou o Pai que te criou. Quis fazer-te da
Minha própria substância, um “eu sou”, centro, livre como "Eu Sou".
Fiz-te grande com a minha grandeza, poderoso com o meu poder, sábio com a minha
sabedoria. Fiz assim espontaneamente, por um ato de Amor para contigo, minha
criatura. A este Meu ato falta somente um último retoque para ser perfeito e
ele deve partir de ti. Espero-o de ti, que o farás com plena liberdade. Ofereço-te
a existência como um grande pacto de amizade. Ele é baseado no Amor com que te
criei e a que deves o teu Ser. Podes aceitar ou não este Meu Amor. Todo pacto é
bilateral, toda aceitação de amor deve ser espontânea. E absurda uma imposta
correspondência de amor. Escolhe Vê o que Eu já fiz por ti. Eu ti precedi com o
exemplo. Tu me vês. Olha e decide”.
“Qualquer
pressão Minha fará de ti uma Criatura escrava e Eu te quis livre, porque deves
assemelhar-te a Mim. Para que Eu pudesse amar-te como quero, devias ser
semelhante a Mim. Não se pode pedir Amor a um escravo, mas somente obediência
imposta, o que está fora do Meu sistema e seria a sua inversão. Vem, pois, a
Mim, corresponde ao Meu Amor que te chama e te atrai. Confirma a Minha obra com
a tua aceitação. Por tua livre escolha consente, entra e coordena-te no Meu
Sistema, do qual Eu sou centro. Subordina o teu "eu sou" menor ao
"Eu Sou", o Uno-Deus, Supremo vértice que rege o Todo. Reconhece a
ordem da qual Eu sou o chefe. Promete obediência à Lei que exprime o Meu
pensamento e vontade. Por Amor te peço, pois que és meu filho, que me retribuas
o Amor com que te gerei".
Após
essas palavras, por um instante ficou suspensa a respiração do universo,
enquanto as falanges dos Espíritos criados oscilavam em cósmicas ondulações. O
Ser olha e pensa. Ele sente o poder que lhe vem do Pai, uma imensidade que o
torna semelhante a Deus. É livre, como um “eu sou” autônomo, Senhor do seu Sistema,
das suas forças e equilíbrios interiores. A sua própria estrutura, permeada de
divina grandeza, impele-o a repetir em sentido autônomo, separatista, o
egocentrismo que ele continha do "Eu Sou" máximo: Deus.
Mas,
do outro lado há uma força oposta, anti-egocêntrica, tendente a neutralizar a
primeira: o Amor. Ele se manifesta como silenciosa atração, que se impõe por
bondade. Quem compreendeu esse apelo, verdadeiramente compreendeu Deus.
As
duas forças, assim diversas, movem as falanges dos Espíritos, que as examinam e
pesam. Belo é o Amor, mas acarreta uma renúncia cheia de deveres, uma renúncia
à plenitude total do "eu sou", implica obediência, o reconhecimento
de uma posição subordinada.
Eis
o perigo tentador: exagerar, em seu juízo, a própria semelhança com Deus e
admitir uma pretensão de identidade. Ao invés de seguir o caminho do Amor,
coordenando-se com obediência na ordem, tomar a via oposta. Devendo coordenar o
próprio "eu sou", reforçar sua autonomia, fazendo-se isoladamente
centro do sistema com sua própria lei. Imitar Deus somente para superá-Lo.
Responder ao doce apelo de Amor com um desafio: "Não! Deus, eu, criatura,
sou maior do que Tu. Eu sou Deus, não Tu"!
Então,
muitos "deuses" menores, feitos de substância divina, livremente
decidiram tornar-se "Deuses" maiores, iguais a Deus. A escolha foi
por eles feita, e o universo, abalado até aos fundamentos que estão no
espírito, estremeceu e parte dele desmoronou, involvendo na matéria.
Mas
não foi assim para todos os Seres.
A
balança em que foram colocados os dois impulsos, para uma outra multidão de Espíritos
se inclinou, ao invés, para o lado Amor, oposto ao da rebelião por orgulho.
Eles reconheceram a superioridade de Deus e se fundiram na Sua Ordem,
tornando-se-Lhe colaboradores, livremente aceitando-a e compreendendo.
Os
primeiros não quiseram reconhecer a Sua supremacia; destacaram-se da Sua Ordem
e se transformaram em
demolidores. Não quiseram aceitá-la e corresponder. Seu chefe
foi Lúcifer. Precipitaram-se, assim, para fora do Sistema, em posição invertida
que lhes será a característica de toda a existência.
É
certo que a queda foi devida à falta de conhecimento das conseqüências da revolta,
mas é também certo que a Criatura não poderia ser onisciente, igual a Deus.
Pode-se objetar, então, que, se ela ignorava, como lhe pode ser imputada a
culpa de haver caído? Deus deveria tê-la dotado do conhecimento suficiente para
compreender antecipadamente as conseqüências da desobediência, de modo a não
incidir nela.
A
tal objeção pode-se contrapor que a Criatura assim teria seguido Deus
unicamente no seu egoístico interesse, a fim de furtar-se a um dano e não por
amor. Ora, um ato de aceitação tão fundamental no Sistema, não poderia
basear-se num interesse nascido do egoísmo, isto é, em um princípio antípoda
àquele que rege todo o Sistema, como é o Amor. Ele deveria resultar de uma
espontânea adesão por Amor, ao compreender a bondade do Criador.
Como
é fundamental no Sistema o princípio do Amor, prova-o o fato de o próprio Deus,
no seu aspecto imanente, ter seguido o Sistema desmoronado para reconstruí-lo,
jamais abandonando a criatura por mais injusta e rebelde que fosse.
E
Deus não lhe pedia senão uma prova de amor!
Os Espíritos
obedientes a deram, ainda que em conhecimento fossem iguais aos Espíritos
caídos. Tiveram, então, início no Ser, duas vias opostas, que o distinguem.
De
um lado, o orgulho, o mal, a dor, as trevas, o caos e, consequentemente a
criação e vida na matéria.
Do
outro a obediência, o bem, a luz, a ordem e a vida perfeita do puro Espírito.
A
queda é a involução, da qual se sobe redimido pelo esforço da evolução,
absorvendo o mal em dor, edificando-se pelo sofrimento com a experiência da
vida, assim se desmaterializando e espiritualizando na ascensão ao encontro de
Deus, que não abandonou o Ser que caiu, mas apenas lhe disse:
"Destruíste
o esplêndido edifício. Contudo, continuas a ser meu filho. Reconstruirás,
porém, tudo com o teu esforço”.
====================
Usamos
neste capítulo a expressão "Queda dos Anjos", porque tradicional e de
mais fácil compreensão. Todavia, é bom esclarecer ser ele uma expressão
antropomórfica, que reduz o fenômeno às dimensões inferiores da matéria. Ainda
que acanhado, o antropomorfismo constitui uma necessidade, porque, embora
contenha o defeito de desfigurar o real aspecto do fenômeno, tem o valor de
aproximá-lo de nosso mundo tão diferente.
Cumpre-nos,
pois, aqui realçar que a expressão "queda dos anjos" representa uma redução
da realidade, na medida limitada da psicologia humana.
De
fato, o fenômeno ocorreu em planos de existência tão elevados, que para nós se
situam no superconcebível; ocorrera em dimensões em que as nossas
representações de espaço e de tempo não têm mais sentido.
A
imagem, pois, que tivemos de escolher representa u'a mutilação e não uma
expressão da realidade. Se devêssemos explicar a um homem inculto um conceito
abstrato, um processo matemático, um desenvolvimento filosófico ou coisas
semelhantes, seríamos constrangidos, se quiséssemos fazer-nos entender, a
apresentar tudo revestido de formas materiais, a usar expressões bem concretas,
para adequar-nos à psicologia desse homem, a ponto de os conceitos originais
ficarem deformados, tornando-se quase irreconhecíveis.
Mais
verdadeiro é esse fato relativamente à “queda dos anjos”, em face da grande
altura em que se deu o fenômeno e sua distância de nós. Era, porém, necessário
adaptar-se à mente humana, se se quisesse dar uma expressão ao fenômeno, denominando-o
“queda”. Mais adiante será explicado o seu significado de desmoronamento de
dimensões, a partir de um ponto que, estando situado em planos altíssimos, na
sua substância foge completamente à nossa compreensão. (Vide: “Deus e Universo”
– Capítulo 4 - Pietro Ubaldi – Fundapu).
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Logo, o Século 20, na
obra de Xavier e, sobretudo, na de Pietro Ubaldi, esteve aprofundando, de
muito, os ditames bem mais sintéticos da Queda Espiritual na obra do
Espiritismo Básico, codificada por Allan Kardec no Século 19.
Apenas para recordar dois
Itens da Queda contidos na própria obra kardequiana, temos:
1): “Revista Espírita”:
(Junho – 1862 - Edicel - AK):
“... Somos uma essência criada Pura, mas decaída; pertencemos
a uma pátria onde tudo é pureza; culpados, fomos exilados por algum tempo, mas
só por algum tempo”. (Opus Cit.).
2): “O Evangelho Segundo
o Espiritismo”: (1864 - AK):
Nesta temos, mais uma vez, a real posição do Espírito humano no
contexto universal: somos Seres decaídos como a obra francamente nos revela:
“Já vos
falaram desses Mundos (espirituais) onde a Alma nascente é
colocada, quando, ignorante ainda do bem e do mal, pode caminhar para Deus, senhora
de Si mesma, na posse do seu livre arbítrio; já foi dito de que imensas
faculdades a Alma está dotada para fazer o bem; mas, ah! Existem as que
sucumbem, e Deus, não querendo seu aniquilamento, lhes permite ir para
esses Mundos (materiais) onde, de encarnação em encarnação, elas se
depuram, se regeneram, e se tornarão dignas da glória que lhes estava reservada”.
(Vide: “OESE” – Allan Kardec – 1864 - Capítulo 3 – ‘Há Muitas Moradas na Casa
de Meu Pai’ – Instruções dos Espíritos: Item 16).
Comentando
dita Instrução dos Espíritos, note-se que a referida cita que nós, Espíritos
humanos, estávamos lá: no Mundo Espiritual, pois preconiza claramente e com
todas as letras:
“Já vos
falaram desses Mundos (espirituais) onde Alma nascente é colocada,
quando, ignorante ainda do bem e do mal,”. (Opus Citado).
Ou seja: os
Espíritos, ainda Simples e Ignorantes, em estado nascente, ou, noutros
termos, quando nascem das mãos de Deus, tais Espíritos, ou Alma
nascente:
“... pode
caminhar para Deus, senhora de Si mesma, na posse do seu livre arbítrio”.
(Opus Citado).
Mas dentre
tais Espíritos livres (e Conscientes, pois, são senhores de Si mesmos), dentre
tais Espíritos, ou, Almas:
”Existem
as que sucumbem, e Deus, não querendo seu aniquilamento, lhes permite ir
para esses Mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, se
regeneram, e se tornarão dignas da glória que lhes estava reservada”. (Opus
Citado).
Ou seja,
aos Espíritos ou Almas que sucumbem, ou, que se quedam ou fraquejam na
luta, tais são, a partir daí, exiladas nos Mundos materiais para mais pronta
depuração, se regenerando para o retorno ao Mundo Espiritual de origem.
É pena que
alguns dos “auto-proclamados intelectuais espíritas”, não vejam estas
instruções tão evidentes e tão claras da nossa derrocada psíquica de Planos
Maiores da Espiritualidade.
Mas tem
problema não!
O
Espiritismo é vasto demais para certas capacidades; e, pois, temos a obra do
tempo-evolução para lhes clarear as mentes e colocar as coisas no seu justo
lugar. Sim, de fato estamos lidando com a ‘Ciência do Infinito’; logo, é preciso
dar tempo a certos espiritistas que se vão amadurecendo e se aprimorando ao
longo de sua morosa progressão.
Como já o
disse noutro trabalho:
O campo do
Espiritismo é complexo demais, e, portanto, não abarcável pelas mentes
concretas e reacionárias de alguns pares! Mas é assim mesmo: formamos uma
corrente que vai dos abismos aos céus, estando imensa parcela dos humanos mais
próximos da Pré-Lógica, e outros, se avizinhando da Super-Consciência dos
justos e, verdadeiramente: sábios:
========================
UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:
Fernando Rosemberg
Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados na Web-Artigos e em seu blog abaixo transcrito.
Bibliografia
-“Obra Completa de Allan Kardec” – Diversas Editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier” – Diversas Editoras; Diversos
Sites da Internet;
-“Concepção Existencial de Deus” – J. H. Pires – Edit. Paidéia
Ltda.;
-“Diversos e.Books de Nossa Autoria” – F.R.P.; e:
-“Bíblia Sagrada” – Versões Católica e Pentecostal.
Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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