Fernando Rosemberg
Patrocinio
(56º.
e.Book)
==============================
RAZÕES
e
FUNÇÕES DA
DOR
==========================================
-INTRODUÇÃO
-Item 81 d”A
GRANDE SÍNTESE”
-PRIMEIRO
COMENTÁRIO
-SEGUNDO
COMENTÁRIO
-TERCEIRO
COMENTÁRIO
-QUARTO
COMENTÁRIO
-QUINTO
COMENTÁRIO
-Bibliografia
-Relação
Nossos e.Books
=============================
Introdução
O título do presente e.Book tem por fundamento o Item, ou Capítulo
81: ‘A Função da Dor’, do livro que, ao nosso ver, reúne o mais importante ‘Tratado
de Filosofia Científica’ de todos os tempos:
“A Grande Síntese” (PU – Fundapu)
Concebida, via intuição, pelo poliglota, professor, doutor e
escritor Pietro Ubaldi (1886 – 1972); seu autor espiritual, não menos que: ‘Sua
Voz’, ou seja, a voz firme e poderosa, mas também mansa e sublime do Nazareno,
Nosso Mestre, Nosso Senhor.
Mas, se o preferirmos, trata-se da ‘Voz’ de um Espírito
elevadíssimo, e, pois, muito próximo do Nosso Senhor, não importando, pois, o
nome, ou a identificação precisa do mesmo, mas sim o teor, o conteúdo lógico,
mui profundo e mui sábio da mensagem sublimada, edificante e altaneira, por
tudo: Divina e Celestial.
Hoje, se nos permitido for, tecerei algumas pálidas ideias acerca
do contido no referido Item, ou Capítulo 81, que, para ser bem compreendido,
urge que o analisemos não tão só ao âmbito do ‘Fenômeno Evolutivo’ que, de
momento, estamos, a duras penas, experienciando; e sim, a um âmbito maior, do ‘Fenômeno
Involutivo/Evolutivo’, tal como descrito, de modo mais claro, e mais
abrangente, em outras obras de sua autoria/intuição de títulos:
-“Deus e Universo”: Pietro Ubaldi: Fundapu;
-“O Sistema”: PU: Fundapu; e:
-“Queda e Salvação”: PU: Fundapu.
Obras publicadas pela ‘Fundação Pietro Ubaldi’ – Fundapu -, que, aliás,
tais obras estão consonantes ao Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores
que, sem dúvida, também acatam, em muitas de suas laudas, a mesmíssima
instrução da Verdade Una, da Verdade Universal; apesar de certos espiritistas,
mais obscuros, e, pois, mais acanhados, (tal como Kardec mesmo), remarem
contrários aos fatos da nossa derrocada psíquica, espiritual, quando, eles próprios,
e tal como nós outros, estamos nos recuperando de nossa falência primordial, pois
houvemos de sucumbir dos Excelsos Planos de Deus, Nosso Criador.
Mas é assim mesmo; são muitos, senão: infinitos, os degraus do
nosso progresso, nosso esclarecimento, ou, nosso retorno à casa paterna por
evolução salvífica, que tão só a ‘Fenomenologia Cíclica’ das coisas pode, mais logicamente,
e, mais justamente, explicar.
Assim, pois, do referido Item, ou Capítulo de “A Grande Síntese”, que
aqui se encontra por completo, trataremos de pinçar alguns pontos sublinhados
em vermelho, sendo que nossas modestas explicações de tais pontos, se encontram,
mais adiante, na cor azul.
Peço, ainda, desculpas ao leitor por minha impotência intelecto-moral
ante a poderosa ‘Voz’ do mais importante intuitivo do Mundo terreno: Pietro
Ubaldi, e de sua imponente obra.
O modestíssimo autor:
Rosemberg
====================================
“Item 81 – A Função da Dor”
(“A Grande Síntese” – PU – Fundapu)
Outra força que o homem
moderno teria de compreender é a dor. A atitude de vossa mentalidade diante
do fenômeno da dor é a de defesa e de rebelião.
A Ciência fez faiscar em
vossas mentes a ilusão de uma possibilidade de paraíso imediato na Terra
e desencadeou uma guerra contra a dor, mesmo à custa de qualquer prostituição
moral, num paroxismo de terror que revela como, mesmo nas dobras de sua
audácia, esconde-se numa zona cinzenta de fraqueza, uma Alma cega diante
dos objetivos supremos.
Mas essa atitude de espírito
não alcançou sua meta e jamais, mesmo no estrondo de tão grande progresso, a
dor assanhou-se tanto mais aguda e profunda; nunca se viu maior vazio no Espírito,
faltando a coragem de lutar e saber sofrer.
A Ciência não compreendeu que
a dor tem uma função fundamental de equilíbrio na economia da vida e como tal,
não pode ser eliminada; ela é íntima função de ordem, função biológica
construtiva, como excitante de atividades conscientes. O tão criticado estado
de alma, de resignação paciente, é uma virtude de adaptação, de resistência e
de defesa, que os povos modernos estão perdendo. A Ciência movimentou-se para
eliminar as causas próximas da dor; ela, porém, corresponde a uma lei de
ampla causalidade, cujos primeiros e distantes impulsos é mister pesquisar.
Essas causas estão na substância
dos atos humanos, na natureza individual. Enquanto o homem for o que é e
não souber consolidar o esforço de realizar-se a Si mesmo, a dor será
parte integrante de sua vida, com funções evolutivas fundamentais.
==============================
PRIMEIRO COMENTÁRIO
Grifamos, no texto de
Ubaldi, alguns termos e frases para estudá-los e, mais devidamente, comenta-los,
porém, de modo mais simples e mais compreensível a todos, ou seja, nós mesmos:
de inteligência mediana se a compararmos à magna Inteligência e Sabedoria de
‘Sua Voz’.
-O Homem não compreende a
dor:
De fato, nem mesmo Kardec
pudera compreendê-la melhor. No tocante aos tantos sofrimentos dos animais, por
exemplo, já vimos que o codificador, como defensor do tão-só e exclusivo ‘Modelo
Evolutivo’, adotava a Criação dos Espíritos na condição de Indivíduos Simples e
Ignorantes (ESI), para, a partir daí, vivenciar a grande problemática dos
reinos inferiores da criação; e reconhecia Kardec que o “sofrimento” deles, na
condição animal, “é constante”; mas não tinha como explicar tal fato diante de
um Deus-Pai que é Justo e Bom; explanava o Sr. Allan Kardec que:
“O sofrimento dos animais é constante. Mas é racional imputar esses
sofrimentos à imprevidência de Deus ou a uma falta de bondade de sua parte pelo
fato de a causa escapar à nossa inteligência...?”. (Vide: “Revista
Espírita” – Allan Kardec - Março de 1864 – Edicel).
No que o Espírito Erasto, como já visto e já citado noutros textos e
e.Books de nossa modesta autoria, lhe advertira resumindo:
“Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma explicação
mais inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Opus Cit.)
O que significa expressar, segundo Erasto mesmo, a condição humana
de Kardec: do seu ‘entendimento’ limitado, (e, pois, não aprofundado), que, por
sua vez, entra em contradição consigo mesmo, pois admite a Criação dos
Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), mas não compreende tanto sofrimento
semeado em seus passos, o que só o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, de sua Queda
e sua Redenção, pode conceber e de forma racionalmente lógica explicar.
Mas este problema não é só de Kardec no Século 19; pois o é, ainda,
de muitos espiritistas do Séculos 20 e 21, que adotam esse modelo injusto e
tão-só evolutivo das coisas, desconsiderando, e desconhecendo, pois, o ‘Modelo’
mais completo: ‘Involutivo-Evolutivo’.
E, então, o que pensar, pois, dos muitos crentes que não vêem nem
mesmo a palingenesia; dos céticos que “desacreditam” de tudo e que só crêem na
deusa matéria; em suma, desta grande massa de Espíritos humanos ainda tão
infantes em seu cognitivo que, apesar de tudo, já pressentem algo maior, mais
justo, mais coerente e mais solidário.
-Paraíso imediato na Terra:
Dito paraíso até poderá
consolidar-se no Mundo terreno quando os homens se amarem consoante prédicas do
Evangelho; mas o paraíso mesmo, só se obterá, a uma fase psíquica mais distante,
ou seja: no Mundo Espiritual de nossas origens: muito além do nosso tempo, do
nosso espaço físico e tridimensional.
-Alma cega:
De fato, Alma humana ainda algo
enceguecida, e que, portanto, só enxergará melhor com os progressos sucessivos
do seu Intimo, do seu Interior, por meio da palingenesia, ou, reencarnação,
seja no Mundo terreno ou noutros Orbes da grande fenomenologia universal.
-Lei de Ampla Causalidade:
Ou seja: do ‘Complexo
Fenomênico Involutivo-Evolutivo’ ministrando que a dor é resultado da rebeldia
do Ser que, Consciente de tudo quanto laborava, estivera por errar em sua
gênese espiritual, e que, por ora, se recupera pelos ditames evolutivos da matéria,
da problemática dos Mundos, cuja essência reside na dor, na adversidade, impulsionadoras
que são: da subida, da nossa gradativa evolução: salvífica e redentora.
-Substância dos atos humanos
e esforço de realizar-se a Si mesmo:
Ou seja, as causas da dor registram-se
em nosso Íntimo, nossa essência rebelde e falida, que só o esforço de
sublimação, de realização íntima e pessoal, e, portanto, espiritual, nos
liberta do inferno edificado em nossos corações, exigindo-nos luta constante e
persistente contra este Eu-rebelde, permutando-o, lentamente, pelo Eu-pacificado
em Cristo-Jesus.
========================================
“Continuação do Item 81 – A Função da Dor”
(“A Grande Síntese” – PU – Fundapu)
Portanto, (a dor), é
irredutível fator substancial que impõe a evolução. Sei muito bem como é o
homem moderno e não lhe peço a perfeição imediata. Digo-lhe, entretanto, que,
se não for capaz de melhorar-se e enquanto não modificar-se, todas as dores que
lhe sobrevierem serão justas e bem merecidas.
Pobre Ciência: muda diante
dos problemas substanciais! Pobres crianças que odiais a dor que vós mesmos
quisesteis e que semeasteis; que tendes a ilusão de vencê-la, calando-a e
escondendo-a ao invés de compreendê-la. Os problemas só se resolvem quando são
enfrentados com lealdade e coragem. No meio de tanto progresso, cada um caminha
mudo dentro de si mesmo, a sorrir numa máscara de cortesia, que esconde seu
fardo de males secretos.
A cada dia, novos excessos em
todos os setores, excitando novas reações de sofrimentos futuros. Se o homem
tem de ser livre e, no entanto, ignora as consequências de suas ações, uma dor
atroz que o flagele é, para seu bem, a reação necessária e proporcional à sua
sensibilidade. Isto é inevitável, quando a orientação da vida for toda errada.
A lei das coisas nem por isso se modifica, mas reage a cada momento para
fazer-se compreender.
Em sua ingenuidade, o homem
pretenderia violar e modificar a Lei, torcendo-a a seu favor; está iludido de
que pode e sabe tudo, fraudando a todos; ri-se das reações e considera o irmão
caído como um falido, ao invés de estender-lhe a mão, para que a encontre
estendida para si quando for sua vez de cair. Deveria, ao contrário,
compreender que, num Mundo em que nada se cria e nada se destrói, também no
campo das qualidades morais sutis, só se neutraliza um efeito ao reconduzi-lo
invertido para a sua causa, a fim de aí encontrar sua compensação.
=================================
SEGUNDO COMENTÁRIO
-Ciência muda, inapta ou
incapaz ante os problemas substanciais do Ser humano:
Ser humano este, como
sabemos: Espírito reencarnado à matéria dos Mundos universais. Óbvio que a
Ciência, em seus tantos campos de pesquisa tem avançado, conquanto, lentamente,
em direção à Consciência, ao substancial da personalidade humana: o Espírito.
Mas, ainda, dita ciência, ou
melhor, os homens, seus criadores, são ainda um tanto céticos, trôpegos e falhos
na condução de suas pesquisas, pois que pensam pelo Espírito e o negam, vêem pelo
Espírito e não o vêem, operam pelo Espírito e não o elegem como Ser principal,
a causa de sua inteligência, sua ética ainda capenga, que, no entanto,
evolverá.
Logo, tudo avança, e, os
cientistas também avançam e serão forçados a redirecionar seus passos rumo à sábia
e milenar sentença do:
“Homem: conheça-te a Ti mesmo”.
Neste campo, pois, da ciência, e da filosofia, nada supera o
Espiritismo, que, desde meados do Século 19 já ministrava o que hoje estamos a denominar:
‘Fórmula Geométrica do Espiritismo’ (frp):
Deus
/ \
Espírito Espírito
\ /
Matéria
Mostrando que o Homem, mais que máquina tão-somente, trata-se de um
Espírito imortal, de caráter e de ordem palingenésica, e, mais ainda, que o
‘fenômeno evolutivo’ por nós todos vivenciados, decorre de um fenômeno
anterior: ‘o involutivo’, que, por sua vez, esta mesma “A Grande Síntese” (PU –
1937 – Fundapu), no Século 20, denominara “A Grande Equação da Substância”,
tratando-se, pois da mesma ‘fórmula geométrica’, citada, porém, modernizada
pelo descobrimento de outra força da natureza: a energia; e tivemos, com isso, o
que tal obra mesma, no seu Item 09, denomina:
‘A Grande Equação da Substância’
Espírito
/ \
Energia
Energia
\ /
Matéria
Estando retratando, numa e
noutra, do seu lado esquerdo: a Involução (“descida”); e, do seu lado direito:
a Evolução (“subida”); sendo, tanto uma, como outra, fórmulas ainda
desconhecidas da Ciência que tateia em tal aspecto da natureza universal, e,
pois, da natureza mais íntima da espécie humana, e, aliás, de todos os Seres,
de todas as coisas animadas e inanimadas, conquanto sua dinamicidade intrínseca
e extrínseca.
Logo, a Ciência, ainda está algo
enceguecida, vaidosa e arrogante pelos seus promotores mesmo, por não
compreender, e não acatar, as tantas revelações humanas e sobre-humanas,
associadas, ao demais, às revelações e complementações da magnânima obra de
Francisco Cândido Xavier.
O que, aliás, a ‘Bíblia
Sagrada’, um dos mais antigos, e pois, direi, dos mais importantes opúsculos da
humanidade, também já se referia, com os profetas, e com Jesus, a tal
problemática do Ser, de sua gênese e de sua queda, que, mais modernamente, se
tem confirmado por novas e mais modernas páginas da ‘Terceira Revelação da Lei
de Deus’.
==========================================
“Continuação do Item 81 – A Função da Dor”
(“A Grande Síntese” – PU – Fundapu)
Não se anula uma quantidade
de caráter consciente e moral, se não for absorvida pela vida. A mentalidade
moderna míope limita-se ao jogo da defesa imediata, contra uma força que volta
sempre. Com constante esforço expulsa-a, ao invés de absorver-lhe o alívio que
a esgota; para não ver e para atordoar-se nos prazeres, aumenta-a com novos
erros, que voltam sempre em forma de novas dores.
Assim, homens, classes
sociais e nações transferem-se uns aos outros essa massa saturada de débitos,
que circula por todos, passa de geração em geração e fica sempre a mesma,
porque ninguém a absorve. Cristo, que morreu na cruz, redimindo a humanidade
com sua paixão, é o grandioso símbolo que resume e convalida esses conceitos.
Que diremos ao homem comum que sofre, mesmo ignorando?
É bem triste, por vezes, o
quadro das reações naturais, que denominais castigo divino. Inútil negá-lo:
todos sofrem mais, ou menos; todos se debatem entre os braços do monstro. Pobre
ser, o homem! Não só permaneceu pagão, mas bestial na substância, abaixa tudo a
seu nível: religião, estado, sociedade, ética. Para adaptá-los a sua condição,
realiza uma contínua redução de todos os valores morais; permanecendo nos
instintos primordiais do furto e da guerra, precisa atravessar dores ingentes,
porque só elas poderão fazer-se entendidas, abalando sua inconsciência.
A Alma humana, que hoje
amontoou sobre si um fardo tão embaraçoso de inútil cerebralismo, não vê esses
equilíbrios espontâneos e simples. No paroxismo de um dinamismo frenético, sua
Alma é fraca e primitiva. Que poderia fazê-lo recobrar a razão, mesmo
deixando-o livre, se não a imensurável massa de dores?
Está equilibrado em seu
nível, oprimido por áspera luta e por uma realidade de dores. Iludido,
insensível, inconsciente, o homem resiste a qualquer melhoria substancial;
corre atrás dos sentidos, ambiciona a ascensão exterior, econômica, ávido para
abusar de tudo, imerso no egoísmo do momento, ignorante do amanhã, fechado em
seu horizonte.
Se o gênio não se abaixar até
ele, certamente que nada saberá fazer para alçar-se até o gênio. As verdades
são julgadas, mas o desfrutamento dos ideais é tão velho quanto os homens, e, a
sociedade habituou-se a considerá-los mentira. Cada um sabe, por instinto,
filho de experiências seculares, que por trás de tantas ostentações de coisas
grandes, existe a própria miséria moral e material; que aquelas são retórica e
esta a realidade; acredita nas verdades em que todos crêem, a festa do próprio
ventre é a vitória por qualquer meio.
A palavra é dada à dor, única
marteladora eterna de destinos e forjadora de Almas. Ela ficará enxertada no
esforço da vida, gotejando cada dia, e com grandes lufadas periódicas
coletivas, para atingir as Almas e deixar nelas suas marcas.
Para chegar à solução do
problema é indispensável o aperfeiçoamento moral, o remate do amadurecimento
biológico do super-homem; é preciso subir com Cristo à cruz e refazer a vida
individual e coletiva nas bases do amor; é necessário saber reencontrar na dor
uma força amiga, da qual se compreendem as causas, a função, e delas se utiliza
para a própria ascensão.
A dor é o esforço necessário
da evolução, é a essência e a razão da existência; contém o germe de uma
felicidade cada vez mais alta que o homem “deve” conquistar. Esses equilíbrios
são insuprimíveis e indispensáveis à respiração do universo.
Se a dor faz a evolução, a
evolução anula progressivamente a dor. Esta, reabsorvendo a reação e eliminando
o débito, operando a gradativa harmonização e atuação da Lei no Eu, elimina-se
a si mesma, enquanto faz progredir o Ser. Isso demonstra a justiça e a bondade
da Lei, que não é lei de mal, nem de dor, mas lei de bem e de felicidade.
================================
TERCEIRO COMENTÁRIO
E, por aí mesmo, mais uma
vez, reafirmo nossa formulação de que: Rebeldia expressa Involução:
[( Rebeldia = Involução )]
(frp).
E, Dor, por sua vez, expressa
Evolução:
[( Dor = Evolução )]
(frp).
Que, conectando tais, temos
a formulação de ordem conectiva (=c=), em que uma coisa se conecta à outra indubitavelmente,
tal como:
-Ato e Conseqüência,
-Ação e Reação,
-Lei de Causalidade Ampla:
Da qual não se pode fugir ou
se ausentar:
[( Rebeldia = Involução )]
(=c=) [( Dor = Evolução )]
(frp).
Que, avançando mais,
diríamos que sua ordem não é tão só de conexão, mas sim de conversão, ou seja:
conexão conversiva, (=cc=), onde uma coisa não só se conecta à outra, como
também lhe converte substancialmente, e temos que a Rebeldia, por lógica conseqüência,
se transforma em Dor; e a Involução se transforma em Evolução no complexo
fenomênico universal:
[( Rebeldia = Involução )]
(=cc=) [( Dor = Evolução )]
(frp).
Em que, copiando algumas
palavras de ‘Sua-Voz’, vemos a ‘Bondade e a Justiça da Primorosa Lei’:
“Se a dor faz a evolução, a
evolução anula progressivamente a dor. Esta, reabsorvendo a reação e eliminando
o débito, operando a gradativa harmonização e atuação da Lei no Eu, elimina-se
a si mesma, enquanto faz progredir o Ser. Isso demonstra a justiça e a bondade
da Lei, que não é lei de mal, nem de dor, mas lei de bem e de felicidade”. (Opus
Cit.).
Logo, a dor é fator
substancial de progresso, de evolução, e, pois, de anulação de fatos pretéritos
danosos ao Espírito imortal; e que, só a dor, como ‘Medida Educativa da Lei’,
pode cancelar, e, por evolução, quitar nossos débitos, nos melhorar. E aquela
formulação anterior:
[( Rebeldia = Involução )]
(=cc=) [( Dor = Evolução )]
(frp).
Se transmuda, em termos
numéricos, para a seguinte proposição, pois que, de futuro, não há mais
rebeldia, nem involução, nem dor, nem evolução, pois o Espírito rebelde se
curara, se transmudara, se explicitando, a referida formulação, para:
[( 0 = 0 )] (=cc=) [( 0 = 0
)]
(frp).
Pois que o Ser pagara sua
dívida para com a Lei, ao mesmo tempo em que se melhorara, estando de retorno, agora, aos mais
altos planos de sua origem, valendo a expressão de Lammenais:
“Pobres
ovelhas desgarradas, sabei pressentir, junto a vós, o Bom Pastor que, longe de
vos querer banir para sempre de Sua Presença, vem Ele mesmo ao vosso encontro
para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, abandonai vosso exílio voluntário; voltai vossos passos
para a morada paterna: o Pai vos estende os braços e mantém-se sempre pronto
para festejar vosso retorno à família”.
(Vide: “O
Livro dos Espíritos” - 1857 - AK).
==============================================
“Continuação do Item 81 – A Função da Dor”
(“A Grande Síntese” – PU – Fundapu)
Por isso é necessário seguir um
caminho de gradual redenção em várias etapas: primeiro, reabsorver as reações
livremente excitadas no passado, sofrer pacientemente as conseqüências das
próprias culpas; depois, reconstituído o equilíbrio, manter-se em estado de
harmonia com a Lei, evitando qualquer nova violação e reação.
É indispensável conceber o
universo não como um meio para a realização do próprio Eu, seu centro, mas como
um universo regulado por uma Lei Suprema, dentro da qual só é possível realizar
o próprio Eu, quando em harmonia com tudo o que existe.
É necessário conceber a dor
não como um mal devido ao acaso, mas como uma forma de justiça, como uma função
de equilíbrio que ensina ao homem, mesmo respeitando-lhe a liberdade, os
verdadeiros caminhos da vida, e o “constrange”, após tentativas e erros, pelo
único caminho possível, o do próprio progresso. A dor não pode desaparecer, se
não for pago o débito à Lei de justiça, que, no campo moral, social, histórico,
econômico, físico e químico, é sempre a mesma Lei, a mesma vontade, o mesmo
Deus.
Não se rouba, não se escapa,
no tempo, à sua ação; rebelar-se é excitar maior choque de reações; sua
elasticidade (divina misericórdia) é tão grande que pode conter todo o
livre-arbítrio humano, terminando sempre por devolver-vos como fato inexorável.
A anulação da dor é feita
corajosamente através da dor. Por isso, ela pode ser colocada no caminho das
ascensões humanas. Recusai a utopia que o materialismo vos pôs na mente e
percebei esta solene verdade da vida. Entre o impulso frenético de vossos
tempos para todas as felicidades, entre a série lastimável de todas as
experiências humanas, diante da desilusão, com um sonho vão nas pupilas da
felicidade não atingida, tenha o homem a coragem de olhar esta realidade mais
profunda, abrace fraternalmente sua dor.
Que ele aprenda e progrida na
arte de saber sofrer. Talvez julgueis este tom prevalentemente negativo, mas
ele é apenas sob vosso ponto de vista humano, não das reconstruções
super-humanas, onde jaz minha maior afirmação. Na tábua relativa de vossos
valores éticos, estais sempre embaixo e vossas virtudes violentas e guerreiras,
necessárias ao vosso estado atual, não serão mais virtudes e serão superadas
amanhã.
Tudo é proporcional ao
próprio nível e o exprime. Há muitas formas de dor, esta é tanto mais grave,
quanto mais baixo estiver o ser. A medida do contragolpe doloroso, que recai
sobre quem movimentou a causa, é obtida pelo cálculo de responsabilidade e
vimos, modifica-se com o grau de evolução, a qual sutiliza a cadeia férrea das
reações. Observai como o castigo quase se volatiliza, no processo da
espiritualização progressiva.
No mundo subumano, (animal), a
dor é derrota sem compaixão; o Ser sofre nas trevas, cheio apenas de ira, num
estado de miséria absoluta, sem luzes espirituais compensadoras. É a dor do
condenado, cego, sem esperança. E o homem tem liberdade de retroceder para
esse inferno, se não quiser aceitar o esforço de sua libertação.
======================================
QUARTO COMENTÁRIO
O Espiritismo, como Doutrina
dos Espíritos Superiores, ministra o mesmo ensino, independente das posturas
acanhadas do Senhor Allan Kardec que, muitas das vezes, não compreendia dita
situação de Queda do Espírito, bem como de outras possíveis de se dar ao campo
mesmo de sua rebelde atuação, durante o fenômeno evolutivo.
Criado à imagem e semelhança de Deus, como Espírito Puro, Manifesto
e Consciente (EPC), estamos vendo o que se passara com o Criado Espiritual,
para hoje, reencarnado no Mundo terreno (ESI), se defrontar com tantos
problemas e dificuldades da vida biológica e material.
Afiançam: o Velho, o Novo Testamento, o Espiritismo codificado no
Século 19, e confirmado no Século 20, que algo se dera com o Ser Espiritual,
criado Puro e Consciente, para uma tão triste reprimenda dos Mundos materiais.
Este algo fora o fato de que o Ser perdera os bens divinos implantados na sua
Alma aos tempos espirituais de sua criação.
E preconiza o Espiritismo de Allan Kardec:
“Sua punição é justamente
retrogradar; é o próprio inferno. Eis a punição de Lúcifer, do homem espiritual
descido à matéria, isto é, o véu que daí por diante lhe oculta os dons de Deus
e sua divina proteção”.
E, aconselha:
“Esforçai-vos, pois, na reconquista desses bens perdidos: tereis
reconquistado o paraíso que o Cristo veio abrir para vós. É a presunção, é o
orgulho do homem (referindo ao Espírito faltoso), que queria conquistar aquilo
que só Deus podia ter”. (Vide: “Revista Espírita” – Allan Kardec – Outubro de
1858 – Edicel).
Ou seja: se decaímos - de Altos Planos da Consciência - na condição
de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), fora por nossa própria incúria e falta
de cuidados para com as coisas divinas, as coisas de Deus; fora, pois, pela
doença de que nos fala, também, o “Evangelho” dos Espíritos Superiores,
codificado por Allan Kardec; ou, mais ainda, pela presunção, pelo orgulho de
que nos recorda a “Revista Espírita” (AK) em destaque, lembrando que os
problemas humanos não foram criados por Deus, e sim, por nós mesmos que
falhamos para com Sua Justa e Primorosa Lei.
Mas, cuidado, podemos cair
novamente, podemos, por nossa própria irrisão, e cegueira, ser conduzidos a
planos da animalidade mais grosseira, mais bestial. Aquela mesma “Revista Espírita”,
de Allan Kardec, alude no tocante a tal, e, se referindo a um crime horrendo
que se verificara naqueles tempos:
“Se o arrependimento vier
apagar, não totalmente, mas ao menos em parte, a enormidade de suas faltas,
então (tal Espírito criminoso) ficará na Terra; se, ao contrário, persistir no
que chamais de impenitência final, irá para um lugar onde se encontra no nível
dos animais”. (Opus Cit.).
O que confirma, sobejamente,
a obra de Ubaldi, de sua menção registrada em “A Grande Síntese”: o mais
formidável resumo das Leis universais.
================================================
“Continuação do Item 81 – A Função da Dor”
(“A Grande Síntese” – PU – Fundapu)
No mundo humano, a Consciência
desperta, pesa e reflete; o Espírito tem o pressentimento de uma justiça, de
uma compensação e de uma libertação, e espera. É a dor tranqüila de quem sabe e
resgata; é o purgatório confortado por uma fé; o castigo pára nas portas da Alma,
que tem seu refúgio na paz.
A mente analisa a dor,
descobre-lhe as causas e a Lei, aceita-a livremente como ato de justiça que
trará alegria; de um tormento faz um trabalho fecundo, um instrumento de
redenção. Quanto já perdeu a dor de sua virulência! Muito diferente é o sofrer
esperando e bendizendo, pois, o golpe contra a Alma assim encouraçada é menos
amargo e, no espírito defendido por essa profunda Consciência, tem menor força
de penetração.
A visão substancial das
coisas dá, a cada caso, a sensação da justiça, uma grande fé e um absoluto
otimismo; entre as dissonâncias do ambiente, forma-se na alma um oásis de
harmonia. Chega-se, assim, por graus, ao mundo super-humano, em que a dor perde
seu caráter negativo e maléfico e transforma-se numa afirmação criadora, em
poder de regeneração, numa corrida à vida. Ergue-se, então, o hino da redenção:
felizes os que choram.
A dor, obrigando o Espírito a
dobrar-se sobre si mesmo, prepara o caminho para as profundas introspecções e
penetrações, desperta e desenvolve suas qualidades de outro modo latentes,
multiplica-lhe todas as potencialidades. Sobretudo para as grandes almas, a dor
é uma força de valorização e criação.
A expansão da vida,
constrangida para dentro, atinge realidades mais profundas e o choque da dor
obriga a seguir os caminhos da libertação. Novo mundo se revela a cada golpe
que parece trazer ruína, algo referve e nasce do âmago do Eu; a cada golpe da
dor que parece mutilar a vida, algo se reconquista, que a faz crescer e a
eleva.
A dor desapega e liberta de
um invólucro denso de desejos e de sensações; a Alma, a cada pedaço de
animalidade arrancado, dilata-se em mais amplo poder de percepção, em forma
mais intensa de vida, em realidade mais profunda. Imaginai a mais titânica das
lutas, o mais tremendo dos esforços, a mais impetuosa tempestade. Há um
dilaceramento silencioso no âmago das leis biológicas; uma disputa palmo a
palmo no campo da vida; um encarniçamento de retornos atávicos para baixo, uma
atração irresistível para o alto.
Espírito e animalidade lutam,
vinculados e inimigos, como na hora da alvorada lutam a luz e as trevas, para
que surja o dia. Na fase super-humana a dor não é mais apenas expiação, que se
conforta com a esperança: é o ímpeto frenético das grandes criações
espirituais. No meio da luta pela libertação, a sensação dominante é juventude,
na expansão das energias é ressurreição; enfraquecidas as paixões e dominadas
as prepotências da natureza inferior, a sensação do espírito vitorioso é o doce
repouso de quem aporta num oásis de paz.
O Espírito olha então com
mais calma dentro de si. A dor e a luta sutilizaram seu ouvido e ele pode
ouvir. Então se evoca o canto do infinito. Então, lentamente, do âmago da Alma,
entoa-se a grande sinfonia do universo. As notas que aí cantam são as estrelas
e os mundos, as flores e as almas, as harmonias da lei e o pensamento de Deus.
Levanta-te ó Alma, tua dor
está vencida! Morta, entre as coisas mortas, está tua dor, lá em baixo, inútil
instrumento jogado fora, lá embaixo, na margem deserta de um caminho triste. No
infinito, o universo canta: levanta-te, tua dor está vencida.
Todas as coisas
transformaram-se diante do olhar de Deus; o canto tem tal profundidade de
doçura, que a Alma se desorienta. Pela alegria da mente, caem os véus do
mistério; pela alegria do coração caem as barreiras do amor. Abre-se o
universo. Uma vibração onipresente de amor transporta o espírito fora de si, de
visão em visão, de felicidade em felicidade. Ele não luta mais: abandonasse,
esquece-se em Deus.
As forças da vida o sustentam
e o arrastam, lançam-no para o alto onde está o novo equilíbrio. Decepadas as
cadeias, ele está verdadeiramente livre e pode subir; o passado persegue e é
necessário percorrer até o fundo os caminhos do bem, tanto quanto para os maus
é preciso que se afoguem até o fundo, nos caminhos do mal. Então o ser não
pertence mais à Terra de dor: imerge cada vez mais na luz do Cristo e aí se
aniquila num incêndio de amor.
Estas não são rarefações utopísticas
da respiração da vida, senão enquanto não for deslocado o centro da
personalidade para o mundo super-humano. O conceito de dor-prejuízo e de
dor-mal evolui, desse modo, por gradações, para o de dor-redenção,
dor-trabalho, dor-utilidade, dor-alegria, dor-bem, dor-paixão, dor-amor. Há
como que uma transhumanização da dor na lei santa do sacrifício. Nesse paraíso,
o milagre da superação da dor através dela própria está realizado. O mal
transitório, o estridor das violações, o choque violento entre a livre ação e a
lei esgotam-se em suas funções; a dor existe para engolir-se a si mesma; cai o
desacordo à proporção que atinge a harmonia.
Por meio desse sábio
mecanismo, pelo qual a liberdade é obrigada a canalizar-se para o progresso,
chega-se à unificação do Eu com a Lei. Então desaparece qualquer possibilidade
de violação e de reação e a dor se anula em sua causa. Então a alma brada:
“Senhor, agradeço-Te por esta, que é a maior maravilha da vida: que minha dor
seja Tua bênção”!
Mesmo por outros caminhos
inferiores e coletivos, a dor tende a anular-se. Este é o último anel da
cadeia: involução, ignorância, egoísmo, força, luta, seleção. Mas o ímpeto
evolutivo transforma a fase da força em justiça, o mal em bem. Demolindo as
mais baixas condições de vida, opera a transformação da dor.
Coletivamente, a força — por
um jogo de reações coletivas, por progressiva aproximação e pela lei do mínimo
esforço — tende, com o uso, à auto-eliminação, quase reabsorvida em si mesma e
ressurgindo em forma de justiça; assim coletivamente a dor tende a anular-se
como fator transitório inerente às mais baixas fases de evolução. Absurdos
seriam um mal e uma dor incondicionais e definitivos. O maior ímpeto da vida, a
evolução, leva, necessariamente, o mal ao bem, a dor à felicidade.
Mostro-vos todas as gradações
da verdade, para que cada um escolha a mais elevada em seu concebível. Dizei-me
como sabeis sofrer e vos direi quem sois. Cada um sofre diferentemente, de
acordo com seu nível: uns amaldiçoando, outros resgatando, outros abençoando e
criando! Das três cruzes iguais sobre o Gólgota, partiram três gritos
diferentes. Só justiça e amor é a reação dos Grandes. Cabe a vós saberdes
extrair do esforço da vida a maior ascensão do espírito, utilizando a dor, ao
invés de combatê-la, transportando cada vez mais para o alto o centro de vossa
vida.
Certamente que nestes níveis
não estamos na ordem comum das coisas humanas atuais, e tudo isso pode parecer
fuga e demolição de virtudes positivas; mas eu vos disse que é fuga, para uma
afirmação mais elevada. Isso pode parecer mutilação de aspirações e de
vontades, supressão de energias sadias, produtivas, mas aquelas aspirações
jamais vos farão sair do ciclo da vida nos níveis inferiores, nos quais cada
vitória tem que contrabalançar-se com uma derrota, cada juventude com uma
velhice.
Aí, cada grandeza
precipita-se sempre em sua destruição. O que vos indico, porém, é sublimação da
vida, numa forma de ação mais alta, dirigida a conquistas que são as únicas
eternas; ação mais enérgica e civilizada que o desperdício inútil da agressão
comum, que desorganiza; ação mais produtiva, porque consciente das forças
naturais, entre as quais ocorre.
Não vos indico como ideal
supremo humano a figura primitiva do herói da força que violenta e vence, mas —
ainda que as massas não nos entendam — mostro-vos o super-homem, em que a
vontade do dominador, a inteligência do gênio, a hipersensibilidade do artista
e a bondade do santo fundem-se; o lutador sobre-humano que perdoa e ajuda a seu
semelhante, só ataca as forças biológicas e as submete, ser de nova raça,
lutador da justiça, senhor de si mesmo, para o bem coletivo.
A santidade não morreu nem
foi superada, apenas começou e tem que subsistir no mundo moderno uma santidade
nova, culta, consciente, científica, que ressurja das velhas formas no coração
de vossa vida turbilhonante; é mister que volte a lutar pelo bem e, com vossa
psicologia objetiva, enfrente heroicamente o choque de vossa rebelde alma nova.
Se hoje o lema é força, que seja a força superior do espírito; seja uma beleza
espiritual que ouse mostrar-se viva no mundo como um desafio, para que este, se
não compreender, dilacere-a e dilacerando-a, aprenda.
O santo, nesse sentido
amplíssimo, passa em missão, só é grande por inclinar-se a educar e erguer para
essas superações da dor.
Muito lento é o caminho das
massas inconscientes, embaixo. Esperam elas a fecundação da parte desse ser,
ponto culminante, para o qual converge todo o transformismo fenomênico,
sustentado e querido por todas as forças da evolução, fenômeno realizado da
transformação biológica. No último produto do grande esforço da vida, a criação
dobra-se sobre si mesma para retomar, no movimento evolutivo, as camadas mais
baixas.
O impulso torna a descer para
elevar e para aliviar a dor; estende a mão ao homem que caminha sob o peso de
sua ascensão, e carrega sobre si a dor do mundo. Esta retomada ascensional, que
já estudamos como característica fundamental no desenvolvimento da trajetória
típica dos movimentos fenomênicos, aqui se torna inerente ao impulso da
evolução e nela representa ainda uma tendência à eliminação da dor.
=====================================
QUINTO COMENTÁRIO
Certamente
que o modelo do ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, alcançando níveis
mais altos e mais amplos da concepção universal, vem dar provas definitivas de
que o ‘Sistema em Deus’ é tão Perfeito que consente, pelo livre arbítrio dos
Espíritos criados, negligenciar suas vidas pela indisciplina e pelo erro como
assim o querer, por sua livre e espontânea vontade.
Mas,
por constituir: ‘Sistema Perfeito’, ele também se permite, como escola
instrutiva, e, certamente que educacional, aplicar o seu ‘Método de Correção’ e
o faz deterministicamente, permanecendo, sempre, o mesmo ‘Estado de Perfeição
em Deus’ que, sendo Perfeito, não admitiria a desordem do filho em Si, pois
mesmo sendo Amoroso Pai, não chegaria ao ponto de permitir a desordem e a
anarquia onde impera a Ordem e a Harmonia de um ‘Sistema Perfeito’ que alberga
felicidade e harmonia extensivas aos filhos queridos, tão amados pela
Sublimidade paterna.
Assim,
a ‘Perfeição do Sistema’, do Universo Espiritual em Deus, aparece claramente
nesta mesma permissão do erro que, com a Dor, fulcro das Adversidades,
transforma um mal em bem conduzindo-nos, a todos que nos rebelamos, à anterior
perfeição que, com a experiência adquirida e, fortalecidos no bem, não
infringiremos e não recairemos mais.
Por
lógica intuitiva e matemática, pois, cogito que a Involução fora realmente o
primeiro grande fenômeno universal pós-Criação Espiritual que, aos seus
extremos descensionais, como energia e, posteriormente, como matéria universal,
executará um movimento inverso, de retorno sobre o seu próprio caminho.
possibilitando, por Evolução, o refazer-se da estrutura Consciencial do filho
perdido, porém, tão querido e tão amado que será buscado e levantado pelo
Grande e Amoroso Pai.
Nossa
visão de Universo, pois, compreende a ideia fundamental de que a Evolução tem
suas origens na Involução, mostrando-nos quais são suas razões tanto do ponto
de vista filosófico como moral, como também matemático, espécie de ‘Conexão
Conversiva do Ser’ (=cc=) que assim se descreveria:
[(Involução)
(=cc=) (Evolução)]
(frp).
Fenômeno
que, aliás, se repete durante todo o processo evolutivo do Ser rebelde, que,
via palingenésica, nos obriga, constantemente, a descer e a subir, a contrair e
a distender sua Consciência, como dito, pela reencarnação; fenômeno onde o
Espírito regride e se perde no nada da vida biológica, embrionária e fetal, e,
logo após, como uma criança que nasce, para então crescer, expandir-se como
adolescente, como homem maduro, como velho que se cansa, e que, por fim, via
desencarnação, se prepara ele, então, para novos mergulhos a matéria dos
Mundos, para, de novo, subir, num fenômeno que explicita sua queda de antanho,
e, por sua vez, sua subida de agora pela fenomenologia amplamente explicitada.
Neste
mais amplo ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, pois, a componente que aparece no
decurso da Evolução, a Dor, manifesta-se de forma justa, harmônica e perfeita,
pois que ela surge em nosso instante evolutivo por razões que a justificam plenamente.
O indivíduo da Criação Original transgrediu, mas a Lei não quer a morte do
ímpio, quer endireitá-lo por um “remédio” que fora escolha sua e não de Deus
que lhe propusera o pacto da Obediência e do Amor.
Assim,
tudo no Universo Físico e astronômico explica-se pelos ditames da ‘Lei de
Causalidade Ampla’ que, afinal, sentencia:
“Não
há efeito sem causa: a Involução como Função Contrativa da Consciência (FCc) se
dera pela rebeldia da criatura; e a Evolução como Função Distensiva da
Consciência (FDc) se dá por sua cura na adversidade”.
(frp).
Mas
atentemos para outros detalhes ainda. Neste ‘Modelo’, (Involutivo-Evolutivo),
percebe-se que o Amor de Deus por suas criaturas revela-se indubitável e não
contraditório e de parecença injusta, desarmônica e imperfeita como no ‘Modelo’
apenas e tão-só: evolutivo. Naquele ‘Modelo’, pois, ‘Involutivo-Evolutivo’,
compreende-se que Deus realmente nos ama e, por Amor, nos corrige de nossos
erros prometendo-nos a calmaria após a tempestade por nós mesmos provocada.
Penso,
pois, que a lógica mais perfeita, mais de acordo com a Misericórdia e Justiça
Suprema do Criador, seja a de tal ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, que, pela já
referida ‘Lei de Causalidade Ampla’, apresenta um perfeito equacionamento das
coisas divinas, havendo de enquadrar-se, pois, com a Equivalência Conclusiva de
que:
[(Modelo Involutivo-Evolutivo) (=) (Paradigma
Perfeito do Universo)]
(frp).
Mas
da Visão Perfectível do Universo, dada pelo ‘Modelo Evolutivo’, à sua mais
Perfeita Compreensão, concebida pelo ‘Involutivo-Evolutivo’, se passa pelo evolver
cognitivo, espiritual e moral: despertamento da Consciência que se deve à
consagrada Lei.
E,
portanto, penso que a mais exata compreensão da Pessoa de Deus no Universo, é
também progressiva, mas vem, sobretudo, por questões de inteligência, de
pesquisa e método científico-matemático provando que Suas Leis são plenamente
Justas, Harmônicas e Perfeitas.
Assim,
da totalidade de princípios compreendidos na ideia geral do que agora se
propõe, sinto-me à vontade para propalar o Princípio de Excelência Cósmica
contido no axioma de que:
“Deus
É Um Estado de Perfeição”.
(frp).
Estado
este, pois, não suscetível, ainda, de uma maior compreensão de nossa parte,
filhos decaídos, experienciando duros resgates num Mundo provacional!
Mas
o que temos, presentemente, quero crer, já é o suficiente no tocante à ‘Perfeição
do Supremo Pai’.
Resumindo
e, finalizando, pois, vimos em “Razões e Funções da Dor”, pelo presente e.Book,
que:
-Suas
Razões: são de ordem pretérita, e, não só de nossa distante gênese
espiritual, mas, também, de nossa trajetória salvífica, ou, evolutiva, pelos
mais diversos corpos da natureza terrena e universal;
E,
pois:
-Suas
Funções: são de ordem divina, saneando-nos os desvios do pretérito, e, cuja
‘pisada de bola’ é algo suscetível de se
dar num complexo espiritual e, pois, universal, que é infinito, e que, por tal
mesmo, não se isentaria de uma doença passageira que, afinal, se encontra em
nosso íntimo mesmo:
Seres decaídos nas coisas materiais, mas suscetíveis de
salvar-se pela inevitável cura de medidas educativas, redentoras, evolucionais
e espirituais.
===================================
GRANDE E FORTE ABRAÇO DE:
Fernando Rosemberg Patrocínio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Coordenador de Estudos
Doutrinários; Articulista; Palestrante e Escritor de dezenas de e.Books na
Web-Artigos e em nosso blog abaixo citado.
Bibliografia
-“Obra Completa de Allan Kardec” – Divs. Editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – PU – Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier” – Divs. Editoras; Diversos Sites
da Internet;
-“Diversos e.Books de Nossa Autoria” – F.R.P.;
-“Diversas Obras Científicas” – Diversos autores;
-“Bíblia Sagrada” – Versões Católica e Pentecostal;
Relação
dos e.Books de:
Fernando
Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
...............................................
Blog: Filosofia do Infinito
Nenhum comentário:
Postar um comentário