sexta-feira, 10 de junho de 2016

DINAMICIDADE DO AMOR


DINAMICIDADE DO AMOR

Patenteia-se, na relatividade das ações humanas, que um de seus defeitos é o de julgar pelas aparências, ou então, pelo ouvir dizer, conjeturando, pois, sem maiores informações da coisa em si e, portanto, sem o objeto da avaliação que se propõe a fazer, ou, do conteúdo que se pretende julgar.

O que é compreensível em se tratando, os terrícolas, de Espíritos em processo moroso de evolução por sua fuga das obrigações morais, se ausentando, pois, do melhor, e estando aderente, com certeza, ao que há de pior: ao deboche, ao preconceito, de achar que tudo sabe quando nada sabe, pois se ausenta do real saber, ou, então, dos conteúdos expressos nos verbos: estudar, aprender, e, assimilar.

E isto, infelizmente, ou não, está inserido em nosso movimento mesmo, onde alguns elementos, mais obtusos, têm o defeito, a precipitação e a incoerência de julgarem escritos e obras inteiras sem o devido respaldo de se estudá-las melhor, em sua própria fonte, para, então, bem embasados, fazerem suas avaliações, seus julgamentos, suas críticas, sejam elas apológicas ou detratoras, consoante sua compreensão e capacidade mental.

Já vimos isto no tocante àqueles que, de modo displicente, e, arrogantemente, julgam sem conhecer e sem estudar as obras, por exemplo, do sábio intuitivo Pietro Ubaldi. Trata-se, em boa verdade, do famoso, mas também asnático conceito do:

“Não li e não gostei”.

Ou, então, não gostaram por que fulano leu e não gostou, não bem enquadrou, ou, no caso em questão, discordou de alguma coisa que sua tosca mentalidade não enxergara, como se sua opinião fosse mais importante que a filosofia universal contida na obra do referido autor, obra notadamente espírita, pois o Espiritismo alberga uma filosofia igual e, até mesmo, no tocante ao Monismo contido em sua obra, como já pude tratar em meus diversos textos e livros digitais.

Ora, para se julgar uma coisa, sobretudo obra literária, é preciso ler e estudar sim, é preciso debruçar-se sobre a coisa e entendê-la sim, para depois, ou concomitante a tal estudo, tratar de sua apreciação, sua análise e julgamento. Afiança renomado acadêmico, escritor e um grande amigo que: “infelizmente é o que mais se ouve (não li e não gostei) de pessoas que ostentam grande vaidade, diria mesmo muita arrogância, coisa de pseudo-intelectuais”.

Assim, pois, é preciso ter o sacrifício de comprar, de pedir emprestado, ou de se estudar na internet mesmo para se ter um mínimo de conhecimento da coisa em si, para então fazer suas mais ou menos judiciosas apreciações. E, digo, mais ou menos, pois há aqueles que mesmo lendo e conhecendo, eles não lêem e não conhecem, parecendo faltar-lhes elementos cognitivos que só as muitas leituras e as muitas experiências lhes podem conferir, embasar, estruturar. E isto são coisas da evolução mental que, em nosso plano terreno, se divide em Inteligência pré-Lógica, Concreta, Formal e, mais acima ainda: a Super-Consciência dos Justos e dos Sábios.

Hoje, por exemplo, tenho cá comigo um livro do autor espiritista Marcel Benedeti (1962-2010), de título:

“Todos os Animais Merecem o Céu” (Mundo Maior Editora)

Que, por sinal, verifico ser componente de uma coleção de oito livros; neste, ao meu dispor, lê-se:

“Este foi o primeiro livro de Marcel Benedeti que, com a profunda sensibilidade de quem ama os animais, deu início a uma série de relatos de temas relacionados à vida espiritual deles. A leitura agradável conduz a esclarecimentos inéditos e conforta ao mostrar que nós e nossos queridos animais temos a proteção dos Amigos da Espiritualidade, que nos auxiliam na jornada evolutiva, nesta ou em outra dimensão”.

Na minha modesta opinião, penso que Benedeti, como outros autores da questão, desenvolvem a famosa sentença de “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857 - Ide), onde ao item 607 preconiza:

“... É nesses seres (inferiores da criação: quânticos, atômicos, minerais, vegetais e animais), que estais longe de conhecer totalmente, que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida, como dissemos. É, de alguma sorte, um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. É então que começa para ele o período de humanidade, e com ele a consciência de seu futuro, a distinção do bem e do mal e a responsabilidade de seus atos;”. (Opus Cit.).

Entretanto, se o referido livro de Benedeti é apreciável em seu todo, noto que algumas passagens do mesmo pecam, a meu ver, por inverdades ou coisas incompreensíveis à luz da razão, como, por exemplo, em seu capítulo intitulado “O Incêndio” onde, no plano espiritual, uma Entidade, tentando compreender as razões de um grande incêndio que irrompia em certo local, chega a conversar com um Ser que se destacara do foco do incêndio, um Ser, pois, que era parte do fogo, da energia que dele mesmo dimana durante sua combustão:

“... Mentalmente, o Índio (a referida Entidade) dialogou com aquele Ser, que era pura energia. ...”. (Opus Cit.).

Ora, referida passagem não é real, e sim, pura ficção, algo estritamente imaginado e criado pelo seu autor (Benedeti); cumprindo, pois, aos leitores, separar o joio do trigo, ou seja, a ficção da realidade, e noto que a editora do livro fora honesta o bastante para orientar, nas primeiras páginas do mesmo, com os:

 “Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) – (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)”, o informe:

“1. Espiritismo 2. Ficção Espírita (sublinhados meus)”.

Ou seja, se o livro de Benedeti contém verdades, ele contém, igualmente, um lado imaginário, pois, ficção, como se sabe, é o termo utilizado para retratar uma narrativa imaginária, e, no caso, irreal, que fora proposta ou criada pela faculdade de inventar, de conceber e imaginar coisas sem fundamento, inobstante possa conter, parcialmente, sua mistura com fatos da realidade, e, no caso em questão, da realidade espiritual.

O presente texto, pois, visa não só o fato de que devemos ler antes de julgar, mas também, alertar o leitor sobre o que ele está lendo, e, no caso em questão, de que ele deve analisar, de cabo a rabo, ou seja, de capa a contracapa, o que se vai ler para não cometer injustiças e falsas apreciações relativamente ao conteúdo do mesmo. Portanto, que não sejamos adeptos do:

“Não li e não gostei”,

E sim que sejamos partícipes do:

“Li e gostei, pois agora posso, com alguma margem de acerto: apreciar e com maior dose de segurança: enaltecer ou desdourar”.

Ou seja: se hoje existe, em nosso movimento, um sem número de obras que se intitulam ou pretendem ser espíritas, algumas pecam pela fraudulência doutrinária clara e patente; o que não posso conferir à referida obra de Benedeti, pelo menos desta que tenho em minhas mãos, pois as demais de sua coleção desconheço e, portanto, nada posso argumentar.

*Nota Extraída do site: ANDA: Agência de Notícias de Direitos Animais:

“Morreu hoje em São Paulo (01.02.2010), aos 47 anos, vítima de câncer, o médico-veterinário, escritor espírita e defensor dos animais, Marcel Benedeti. Ele era vegetariano e dedicou a vida aos animais e a conscientizar as pessoas da necessidade de tratar todas as espécies com respeito e compaixão”.

“Benedeti apresentava um programa na Rádio Boa Nova (Nossos Irmãos Animais), único no gênero, que mostrava os animais como seres inteligentes e sensíveis, capazes de compreender as nossas ações sobre eles. Com o programa Marcel Benedeti conseguiu mudar o ponto de vista de milhares de pessoas que se tornaram vegetarianas por simples demonstração de respeito aos animais. Milhares de pessoas que não davam importância aos seus animais passaram a respeitá-los e a tratá-los com a dignidade que merecem, tanto quanto nós”.

“Ainda na tentativa de ampliar a consciência nas pessoas, criou uma associação, que tem como objetivo educar as pessoas por meio de cursos que envolvem o aprendizado da ética no trato com os animais. Por intermédio da associação, Marcel Benedeti conseguiu arrecadar rações e medicamentos distribuídos aos animais carentes, contribuindo assim para salvar milhares de vidas animais. Certo de que a educação é o caminho correto para uma vida melhor e mais digna aos animais e pessoas, Marcel Benedeti defendia que ampliando o seu pequeno projeto de educação ética, se ampliariam os horizontes da dignidade humana para com os animais. Seu objetivo era ver os animais sendo tratados com dignidade e respeito, pois acreditava que um crime cometido contra um animal tem a mesma gravidade de um crime cometido contra uma pessoa”.

“Por seu amor aos animais, ele fazia consultas, cirurgias e até dava medicamentos às pessoas carentes, que mal tinha o que comer em casa, para que seus animais não sofressem mais”.

Eis aí, pois, um trabalho e um exemplo de Amor em Ação, mostrando-nos que tal não se deve apenas aos nossos irmãos em humanidade, mas sim, a todos sem exceção, e inclusive, aos nossos irmãos menores, os animais que, no curso dos milênios, se alçará ao mesmo plano de que desfrutamos como Inteligências superiores aos nossos irmãos inferiores.

“Eis aí, pois, um excelente exemplo de Amor em sua mais larga acepção; exemplo para hoje e para sempre: o de Marcel Benedeti”.

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61-O Espírito da Verdade;
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65-A Revolução Ética.
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