quarta-feira, 17 de maio de 2017

ESPIRITISMO E LIVRE PENSAMENTO (41o. e.Book)

Fernando Rosemberg Patrocinio

(41º. e.Book)

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ESPIRITISMO
e
LIVRE PENSAMENTO

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Referido estudo, dado à sua complexidade temática, constitui parte de uma ‘Trilogia’ de e.Books instalados em nosso blog com os respectivos títulos:

-“Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi” (40º. e.Book);
-“Espiritismo e Livre e Pensamento” (41º. e.Book); e:
-“Síntese Embriológica do Homem” (42º. e.Book).

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Introdução

Maiêutica do Livre Pensador

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

Neste singelo e.Book, o 41º. de nossa autoria, estaremos, na forma maiêutica, a constatar aspectos e complexidades do Espiritismo desde sua implantação no Mundo terreno até os presentes dias, ou seja: do Século 19 ao Século 21 de nossa presente data.

E complexidades que, em seus adeptos, gera as mais diversas opiniões pelo livre pensar de cada um, que, por sua vez, se sujeita, ou se identifica com uma ou outra vertente do pensamento espírita. Sem intenção de condenar, vejo que, em nosso meio (meb), estamos a nos deparar com espiritistas que idolatram Kardec, e tão-só Kardec. Alguns chegam ao disparate de afirmar que:

“Fora de Kardec não há Espiritismo”! (???).

E, por tal sentença, eles mesmos revelam sua inépcia doutrinária de Kardec e do Espiritismo, pois, Allan Kardec fora, tão só, o seu organizador, e que, pois, recebera laudas e mais laudas psicografadas pela espiritualidade, e, com tais, tratara de organizá-la em corpo doutrinário. Já, o Espiritismo é Doutrina dos Espíritos Superiores; e, pois, como confundir um com o outro, se Kardec, por repetidas vezes, estivera aquém do Espiritismo não o assumindo e não o compreendendo em toda a sua abrangência e profundidade? (Vide nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”).
Ora, vejam as palavras textuais de Kardec em “A Gênese” (1869 – AK), quando ele mesmo, restrito e limitado, dissera acatar o Espírito: apenas, e, tão-só, ao plano das humanidades, quando, o Espiritismo, Doutrina Superior ao Comando de Jesus, ministraram que a essência de tudo: “do átomo ao arcanjo”, é a essência do Espírito: entidade metafísica e, pois, em tudo: o Ser principal, palingenésico, por conseguinte, imortal.


E tais elementos, idólatras de Kardec, com sua Inteligência Concreta, tais, por sua vez, confundem tudo e, mais ainda, sentenciam Roustaing, que, por sinal: não leram, não o refletiram para, então, razoavelmente, expressar sua opinião. Mas estes são: os kardecistas de fato, que, por sua vez, preferem estabelecer-se tão-só no Século 19, pois que felizes se engessam por lá, contrariando um dos fundamentos básicos do Espiritismo que, com todas as letras se declara como uma doutrina essencialmente progressiva. 

Mas, se tais espiritistas se revelam em nosso meio, outros, mais avançados, e mais esclarecidos, se prontificam, igualmente, como, por exemplo, os que detêm predileções pelos autores clássicos: Delanne, Flammarion, Denis, e etc.; sendo que outros, mais modernos ainda, apreciam muitíssimo o nosso querido Francisco Cândido Xavier; já outros, a Divaldo Franco; e outros, ainda, a Pietro Ubaldi, e assim vai...

... Pois hoje se comenta verificar-se cerca de 5000 obras de nossa complexa e dilatada doutrina; mas, confiáveis, por certo, se conta um número aproximado de 2000 autores!

E, nela mesma, somos, sem sombra de dúvidas, livres pensadores; mas não nos moldes dos pensadores céticos, e sim, espiritualistas. Em “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857) temos, no Item 843, uma síntese formidável de tal condição inerente ao Ser humano, informando:

“Visto que ele tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre arbítrio o homem seria uma máquina”. (Opus Citado).

Resumindo: somos todos livres pensadores, exceto os detentores de fé cega, isto é, se tais se recusam a pensar. Mais ainda, dir-se-ia que nós, os espiritistas, somos elementos de Fé sintonizada com a Razão. Todavia, como Seres evolutivos, nossa Fé Raciocinada também é suscetível de mudanças, de alterações no tempo-evolutivo; mas mudanças: para melhor!

Pois que a Razão não é uma faculdade pronta e acabada, não sendo, pois, a medida das coisas; e sua co-irmã, a Lógica, esta também se altera no curso do tempo, o que significa que tais faculdades avançam, se aprimoram, se sublimam ao imensurável das coisas, pois que somos Seres finitos, porém, detentores de progresso quase infinito.

E, pois, como dito em nosso último e.Book, de título:

“KARDEC, ROUSTAING e PIETRO UBALDI”,

Eu não me importo de ser taxado de ‘espírita rustenista’, ou, de ‘espírita ubaldista’, pois o simples fato do Rosemberg (eu mesmo) estudar e refletir com tantos pensadores: com Kardec, com os Clássicos, com Roustaing, e, mais recentemente, com Pietro Ubaldi, isto já me coloca como um indivíduo de alguma cultura, sendo esta não paralisante, pois que se agita e se movimenta pelo aprendizado dos mais reluzentes sábios deste Mundo provacional.

Mas tem mais: podem me chamar de ‘chiquista’ também, pois temos o maior respeito pelo autor mediúnico – Chico Xavier - de mais de 400 obras, que, por tal mesmo, ou, por Kardec, por Roustaing, por Ubaldi, somos detentores de um saber e de uma cultura universalista, própria da Inteligência não mais Concreta, mas sim: Dinâmica (ou: Formal, segundo Piaget), o que muito nos lisonjeia e nos alça perante aqueles que tão só se afirmam com sua Inteligência Engessada - e Concreta - no que fora organizado por Kardec no Século 19, e que por lá permanece, ou, permanecerão, até que novos surtos evolutivos os façam refletir melhor e possam, por fim, libertar-se de sua petrificação deliberada e proposital.

Mesmo sendo criticado pelos mais ortodoxos – (mas quem são eles para me criticar e condenar?) - digo que, de nossa parte, nós não condenamos a ninguém, mas apenas e tão-só criticamos, pois quem condena, ou absolve, sobretudo em questões de ordem espírita, ou, espiritual, trata-se de Jesus por autoridade de Deus: Nosso Pai: Nosso Criador!

E, pelo nosso arbítrio mesmo, pensamos e agimos mais alto e mais abrangente, pois que nossa Inteligência, extrapolando a Concreta, já avançara pela dinamicidade da Inteligência Formal: dos grandes saberes, das complexas teorias, das formulações matemáticas, dos postulados não só newtonianos, mas também quânticos e relativísticos, e que avançam, ainda, pela eternidade das coisas culturais, divinas e espirituais.

O que expressa, pois, que não somos apáticos e indolentes, e sim, disciplinados e estudiosos, dispostos a mudar de ideias se melhores as encontrarmos pelo nosso livre arbítrio, nosso livre pensar, que, sem dúvidas, nos levará ao pensamento excelso d’Aquele que nos guia nesta dolorosa, mas tão grata, trajetória salvífica:

“Nosso Mestre e Senhor: Jesus”!

Ora, Tudo vem de Deus, de Jesus que É Uno ao Pai, sendo Ele, portanto, um Homem-Deus que Tudo pode e Tudo pôde quando estivera dentre nós, os humanos, sendo possível, pois, de aparecer e desaparecer, de materializar e desmaterializar-se, de súbito, seu veículo divino de manifestação terrena, aturdindo seus pares humanos de corporeidade densa, biológica, distinta da corporeidade transfísica do Cristo:

“Em Jerusalém, no templo, (Jesus), desaparece de chofre, desmaterializando-se ante a expectação geral”... ,
e...
“Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhes os agentes e reintegrando-os à vontade...”.

(Vide: “Mecanismos da Mediunidade” – Chico Xavier – Espíritos: André Luiz, prefácio de Emmanuel - Feb).

Sendo que o mesmo ver-se-á com o Espírito Vianna de Carvalho, prefaciado por Joanna de Ângelis, no livro de Divaldo P. Franco: “À Luz do Espiritismo” (Editora Alvorada); sem contar, ainda, a obra do médium Hernani T. Sant’Anna, “Universo e Vida” (Feb), cujo Espírito, iluminadíssimo de Áureo, e todos os demais, confirmam João Batista Roustaing, ou seja, sua inteiríssima obra, sua médium e os poderosos Espíritos de sua alta mediunidade. (Vide: “Os Quatro Evangelhos” – Feb).

Assim, pois, de corações genuflexos, vamos a mais um modesto estudo de nossas inspirações junto aos amigos da Espiritualidade.

O livre autor: como Você mesmo: Livre Leitor.

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MAIÊUTICA DO LIVRE PENSADOR

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1) O que diria do Espiritismo?

De modo equivocado, e maldoso, se iludem alguns acadêmicos e sociólogos brasileiros, alegando que o espiritismo é uma mistura de crenças e cultos africanos associados ao fenômeno mediúnico, que se mistura, ainda, com as crenças espiritistas.

2) Tais definições, então, são incorretas?

Muitíssimo incorretas, tanto é que escrevemos espiritismo com ‘e’ minúsculo, porquanto, como Doutrina organizada, e de modo corretíssimo:

“O Espiritismo é Doutrina dos Espíritos Superiores”!

E, Allan Kardec fora o seu organizador, e, inclusive, fora ele mesmo que cunhara, no Século 19, o termo Espiritismo, bem como o termo Espírita, ou, Espiritista. Devendo esclarecer, ainda, que, apesar de ter codificado o Espiritismo, ele, o Sr. Kardec, era detentor de opinião própria, e, por vezes, discordante do ditado dos Espíritos, o que, nalgumas vezes, confunde o adepto espiritista, seja neófito, seja mais esclarecido, o que, para tanto, pudemos lançar mão de algumas modestas advertências em nosso e.Book de título: “Kardecismo e Espiritismo”.

3) Nos daria algum exemplo?

Ora, sabemos que o Espiritismo – como Doutrina dos Espíritos Superiores – é bem mais vasta e bem mais complexa que os ditados do seu humano organizador doutrinário: Allan Kardec.

Citemos um exemplo do que falamos! Em “A Gênese, Os Milagres e as Predições” (AK – 1869), o Sr. Kardec, no Capítulo 11, Gênese Espiritual, pouco se interessando pela Origem da Alma, e por sua passagem pelos diversos reinos da natureza, dizia compreende-la ao ponto de:

Sua entrada na Humanidade”. (Opus Citado).

Ou seja: a Alma, ou Espírito, enquanto ao plano das humanidades, era o que mais instigava Kardec; quando se sabe, pelo Espiritismo, da longa e extensa caminhada do referido Espírito:

Do átomo ao Arcanjo”:

Passando por uma série de existências nos planos inferiores da criação – material, vegetal e animal – até atingir aquela humanidade e indo além, ao referido e citado Arcanjo sideral.

4) Mas o que Arcanjo fazia dentro do átomo?’
 
É o que se pergunta: o que enredara o Arcanjo à sua ínfima e tão desprezível prisão atômica? Ora, o arcanjo é já um Espírito Puro e Consciente (EPC) e o que ele fazia, ou estaria fazendo na condição de Espírito Simples e Ignorante (ESI) em tão humílima condição de ser apenas, e tão-só, um átomo?

Logo, o Espiritismo – como Doutrina dos Espíritos Superiores - é bem mais avantajado que Kardec; e, diga-se que, aliás, o Espiritismo, mesmo nas bases organizadas, vai muito mais além que: ‘do átomo ao arcanjo’, ao informar, por exemplo, que:

“... Somos uma essência criada Pura, mas decaída; pertencemos a uma pátria onde tudo é pureza; culpados, fomos exilados por algum tempo, mas só por algum tempo”. (Vide: “RE” – AK – Junho – 1862 - Edicel).

E, por aí, ou seja, pelo Espiritismo, estamos a saber o que o Arcanjo fazia, ou faz, dentro do átomo! Trata-se de ‘uma essência criada Pura, mas decaída’; o que caracteriza o Espiritismo como um sistema doutrinário vastíssimo, que admite, com todas as letras, o que hoje se propaga como: ‘Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, ou seja, de queda e salvação da criatura (EPC) da rebeldia e do erro, enredando-a em condições infinitesimais (ESI), para então, no curso do tempo e da evolução, fazer o seu retorno aos altíssimos planos de sua origem espiritual.

5) De fato, o Espiritismo é bem mais complexo...

E tratemos de citar mais um exemplo da complexidade doutrinária do Espiritismo – Doutrina dos Espíritos Superiores. Em “O Livro dos Médiuns” (AK – 1861), por exemplo, no Capítulo 24, ‘Identidade dos Espíritos’, Item 255, ressalto a seguinte e, até mesmo, (eu diria), razoável instrução de Kardec:

“Objetar-se-á, sem dúvida, que o Espírito (via mediunidade) que toma um nome suposto, mesmo para não falar senão do bem, não cometeria com isso menos fraude, e daí não pode ser um bom Espírito. É aqui que há nuanças delicadas, bastante difíceis de apreender, e que vamos tentar resolver”. (Opus Citado).

Vejam, só por aí, como o Espiritismo é complexo!

E notem como devemos, ou, como deveríamos comportar relativamente à nossa Doutrina, que, aliás, não é nossa, e sim deles: os Espíritos Superiores; comportamento, creio eu, que deveria ser de mais humildade, mais sensatez perante coisas que estão acima de nossa compreensão. E, o que constituiria, para nós: fraude de um Espírito que não é bom, de repente, aprofundando a questão, outras nuanças poderão surgir da complexa temática de que estamos tratando.

Vejamos, pois, como o Sr. Kardec, em posição distinta daquela inicialmente tomada, e, já destacada do seu Livro supra, começa a discernir consoante, é óbvio, instruções dos Espíritos Superiores, e que promete dar, ou, dará, com certeza, um giro de 180 graus em nossas cabeças, nossas tão firmes convicções.

E, pois, veremos que: o que poderia ser uma fraude, de repente, não é, pois que nossas Mentes são de uma determinada ótica, mas as dos Espíritos Superiores podem ser de outra, ou, de diferentes perspectivas da coisa que, afinal, ainda não pudéramos com elas atinar.

E Kardec, fundamentado, é óbvio, não mais em sua opinião, no caso: fraude, mas em estudos ditados pelos seus Superiores hierárquicos (os Espíritos), começa a mudar de ideia, que, aliás, é o que devemos fazer também, ou seja, com humildade e sede de novos aprendizados: ouvir, ler, refletir e ler de novo, até às devidas retificações de nossas ideias que, com o Espiritismo, Doutrina de Ordem Superior, podemos de fato empreender.

Assim, pois, vamos, resumidamente, ao que nos propomos! E veremos que Kardec, no referido Livro, e, certamente já instruído pelos Espíritos Superiores, ele então reinicia suas lições.

6) Neste mesmo Item 255 do Livro em questão?

Não. Agora no Item 256, de logo adiante. Nele veremos com Kardec que:

“À medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, os caracteres distintivos da sua personalidade se apagam, de alguma sorte, na uniformidade da perfeição, e, apesar disso, não conservam menos sua individualidade; é o ocorre com os Espíritos Superiores e os Espíritos Puros. Nesta posição, o nome que tinham na Terra, em uma das milhares de existências corporais efêmeras pelas quais passaram, é uma coisa de todo insignificante.” (Opus Citado).

E, aí, como ficamos? Ou melhor, como fica a questão da identidade do Espírito comunicante? Mas prossigamos com outras questões ainda, pois que as lições são muitas, mas estamos simplificando ao máximo para não tomar muito tempo do Leitor. Assim, logo mais adiante temos de Kardec:

“A questão da identidade é, pois, como o dissemos, quase indiferente quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem se substituir uns aos outros sem que isso tenha conseqüência”. (Opus Citado).

E agora, como fica a questão? Haveria fraude, ou não, quando tais Espíritos se substituem e, nas comunicações mediúnicas, fazem a menção de outros nomes que não são, ou, que não foram os seus mesmos no passado reencarnatório?

Pelo visto não, pois que:

“Os Espíritos Superiores formam, por assim dizer, um todo coletivo, do qual as individualidades são, com poucas exceções, completamente desconhecidas. O que nos interessa não é a sua pessoa, mas o seu ensinamento”. (Opus Citado).

Por aí, pois, estamos a ver que: o que poderia ser fraude deixou de sê-lo por tal explicação, dela sejamos concordantes ou não. Logo, o Espiritismo, como já ministrado é complexo sim, e, nossa Mentalidade infante precisa estudá-lo mais, e, não pelas metades, para se compreendê-lo e exemplificá-lo melhor.

7) Resumindo: O Espiritismo é Ciência?

Ora, como conjunto doutrinário de tão amplo aspecto, como conjunto de saberes tão vastos, se vê que sim. Doutra parte, dir-se-ia que Kardec fora o criador da Ciência Espírita, pois que fora um notável pensador, um elemento que estudara o Magnetismo e, pois, a Fenomenologia Mediúnica, suas instruções boas ou más, (retirando o que houvesse de melhor), com os mais diversos instrumentais à sua disposição. Seu método fora o da Razão e do que postulava como Consenso Universal.

8) Tal método tem alguma validade ainda?

O próprio Kardec, em Espírito, em uma transmissão mediúnica atribuída a ele, em 1907, pelo confiável médium Fernando de Lacerda, reconhecera que não. (Vide nosso e.Book: “O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos” – pergunta: P24). Kardec dizia, naquela sua fala espiritual, que:

“Os meus livros, no que tem de prático, sob o ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados, de há muito, por dezenas de outras obras de mais incontestado e incontestável valor, daquela ordem de estudos”. (Mensagem Citada).

9) E a Razão, e o Consenso Universal?

Ora, é fato que Kardec, quando encarnado, e, pois, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864), dera apreciável destaque à Razão e ao dito Consenso Universal. Mas Razão é faculdade evolutiva, e, pois, é algo discutível, pois constata-se as mais diversas formas de Razão: do religioso, do cético, do cientista, do filósofo, e, pois, a minha Razão, a sua, a do criminoso, a do iletrado, e etc. etc.

E Piaget, um dos grandes pesquisadores da Inteligência humana, no Século 20, se deparara, em seus prolongados estudos, com os mais diversos tipos de Razão, de Inteligência, como, por exemplo: a pré-Lógica, a Concreta, a Formal, e, portanto, não existe uma Razão ideal, aquela preconizada por Kardec em seus trabalhos, pois sua Razão difere das muitas Razões encontradiças nos Seres humanos, o que significa expressar que sua metodologia fora, ou é, ou está, algo incorreta, e, mais ainda, quando se opera, por ela mesma, (a Razão), o tal do Consenso Universal, ou seja: das Instruções Mediúnicas Ditadas pelos Espíritos. 

10) Logo...?

Tudo isto, de tais questões: de Razão e de Consenso, em verdade, não pegara! Hoje não há Ciência Espírita, nos moldes firmados por Kardec, o que ele próprio, em Espírito, reconhecera. Ora, como dito: Razão é faculdade evolutiva, sendo Eu, hoje: o que sou; mas não serei mais: amanhã, pois meu Eu mudara, progredira, avançara.

E o tal do Consenso Universal é também relativo, pois se tal metodologia fosse realmente válida para aferir a Universalidade do Ensino dos Espíritos, e, pois, sua verdade, “O Livro dos Espíritos” (AK) estaria comprometido quanto ao ensino da palingenesia, e, isto, pelo simples fato de que a maioria dos ensinos (psicografia e psicofonia) dos Espíritos da Inglaterra, da Escócia, da Irlanda, Canadá e EUA, rejeitam a reencarnação.

Óbvio que a palingenesia é fato hoje provado e comprovado pelos mais distintos pesquisadores do Mundo terreno, tais como: Dr. Hernani Andrade, Dr. Hamendras Nat Banerjee, Dr. Ian Stevenson, e etc., independente, pelo visto, da posição dos Espíritos Superiores em sua obra principal, citada supra.  

Mas o que estamos argüindo, e, como o próprio Kardec (em Espírito) reconhecera, é que seus livros: “do ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados”, sendo o referido Consenso Universal: inaplicável, em função das mais distintas formas de pensamento humano, e, pois, espiritual, pois o humano e o espiritual, em sua dinâmica mesma, se entrosam e se substituem como Entes encarnados, e desencarnados, que, por tal palingenesia, avançam e mudam o seu psiquismo o tempo todo no imenso campo das muitas vidas, da reencarnação.
11) E, então, como ficamos?

Na verdade, dir-se-ia haver outras formas de Consenso Universal. Se o de Kardec não pegara, e, não fora aplicado em tempo algum nestes 150 anos de sua inauguração, dir-se-ia que, em seu tempo mesmo, ou seja, no Século 19, destacou-se uma importante médium: Mme. Collignon, que psicografara uma obra monumental (“Os Quatro Evangelhos” – Feb -, sendo Jean-Baptiste Roustaing o seu cultíssimo, inteligente e reto coordenador).

E, no Século 20, tivemos o mais extraordinário médium de todos os tempos: Chico Xavier, que, sendo um só, tal como Mme. Collignon, eles não o eram por sua poderosíssima mediunidade, dos mais relevantes trabalhos, e, pois, dos mais relevantes Espíritos.

E, pois, dir-se-ia haver todo um Consenso Universal em tais obras dos Espíritos Superiores que com tais médiuns operaram trabalhos magistrais. O mesmo se diria de Divaldo Franco, de Pietro Ubaldi, operando com Espíritos diversos, e, cujas obras são seríssimas e, pois, muito confiáveis; exceto pelos idólatras de Kardec, firmados lá pelo Século 19, quando já adentramos o Século 21.

Logo, o Consenso Universal de Kardec, (que não se firmara em tempo algum), transmudou-se para uma nova forma de Consenso em que um só médium, de moralidade incontestável, pode transcrever trabalhos dos mais diversos Espíritos, e, no caso, Superiores, como hoje constatado com Xavier, com Divaldo, Pietro Ubaldi, dentre outros mais. Do que se depreende que o Sr. Kardec não fora muito feliz nos ditados do seu Consenso, logo: contrariado pelos seus superiores hierárquicos.

12) O Centro Espírita pratica Ciência Espírita?

De certa forma sim! Isto é, se o seu doutrinador, por exemplo, estudando fenômenos mediúnicos, coletando informações e adquirindo experiências no trato com os Espíritos desencarnados, inferiores e superiores, dir-se-ia que tal elemento é um cientista espírita, ou, pelo menos, está se preparando para o ser, no futuro, pois que, desde já, labuta com a questão do ponto de vista pragmático, ou seja: experimental.

13) O Evangelho, em tal caso, é importante?

Sem dúvida que sim! O Evangelho É Fundamental como Norteador de Consciências, e, pois, o Incentivador dos Bons Costumes, dos Bons Procederes: axiológicos, intelectuais e morais.

Diria que o Evangelho é fundamental para quem trata de tais questões, pois que, além do quesito ‘Ciência’, rimando com ‘Cérebro’, temos o quesito ‘Sentimento’, rimando com ‘Amor’, atuando como componentes indissociáveis do cientista espírita, pois o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus. E, como, pois, nos distanciarmos do mais importante “Livro” da humanidade terrena: o “Evangelho”, a “Boa Nova” de nossas Almas que lhe reclamam os tão nobres preceitos de ordem moral?

Ora, o Espírito de Verdade proclama a todos:

“Espíritas: Amai-vos: eis o primeiro mandamento: instruí-vos: eis o segundo”. (“OESE” – AK).

E, ainda assim, em discordância de tal, não pudemos ver nossa Unificação, (dos espiritistas), o que, de certa forma é compreensível pelo fato de uma Doutrina tão vasta e tão complexa permitindo os mais distintos níveis intelectuais e morais de seus profitentes. (Vejam nossa ‘Trilogia’ de e.Books: ‘O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual’, ‘O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo’ e ‘O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos’).

14) A Ciência mundana tratará do Espiritismo?

Espiritismo, como dito: é Doutrina dos Espíritos Superiores. Creio que a Ciência oficial tratará de sua vasta fenomenologia e penso, até mesmo, que a Ciência mundana já está chegando a tal ponto de questionamentos que, sem dúvida, haverá de desembocar no Espírito imortal, pois a Consciência é um fato indiscutível!

E, de passo em passo, o cientista verá que a Consciência é gerada pelo Espírito que há em mim, em você, em todos nós, e não pelo denso cérebro animal. Duvidar disso é duvidar dos tantos progressos da humanidade; e tais não se verificaram apesar da má vontade humana?

15) Roustaing - sua obra - é Espiritismo?

Sem dúvida que sim, e que, por sinal, não fora tão bem compreendido pela pessoa de Kardec que, como todos nós, Seres humanos, é também suscetível de erro, de um equivoco qualquer. Ora, já vimos como Kardec, como pessoa, se enganara com sua Razão e seu Método Consensual. Logo, para nós, é óbvio que a obra de Roustaing é Espiritismo, pois que fora psicografada pelos Espíritos dos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e por Moisés; ou seja: por Espíritos Superiores.

16) Como Kardec via a obra de Roustaing?

A obra de Roustaing, conhecida como “Os Quatro Evangelhos” (Feb), tivera de Kardec a seguinte apreciação descrita na “RE” (AK – 1866 – Edicel):

“Esta obra compreende a explicação e a interpretação dos Evangelhos, artigo por artigo, com a ajuda de comunicações ditadas pelos Espíritos. É um trabalho considerável e que tem, para os espíritas, o mérito de não estar, em nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada pelo “O Livro dos Espíritos” (AK) e pelo “O Livro dos Médiuns” (AK). As partes correspondentes às que tratamos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK) o são em sentido análogo”. (Opus Cit.).

17) Mas Kardec não condena Roustaing...

De início não! Mas vejamos mais; e notaremos que, mais adiante, o Sr. Kardec, em prejulgando que o método aplicado ao seu trabalho - e disposto em seu “Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK) fora o mais correto - ele, pois, entendia que Roustaing seguira um outro caminho distinto do seu. Vejamos a repreensão de Kardec:

“Em vez de proceder por gradação, quis atingir o fim de um salto. Assim tratou de certas questões que não tínhamos julgado oportuno abordar ainda e das quais, por conseqüência, lhe deixamos a responsabilidade, como aos Espíritos que as comentaram”. (Opus Cit.).

Ou seja, o método aplicado por Roustaing, na opinião de Kardec, fora um tanto mais apressado que o dele??? Ou seja: o método dele, de Kardec, estava correto, mas o de Roustaing: não!? O que é discutível, pois se trata, esta, de sua opinião, de algo estritamente pessoal; o que não significa que eu, ou, você, devamos, de modo irremediável, concordar!

Mas seria de questionar-se mais ainda: Será que o Senhor Kardec não sentira uma pontinha de despeito, de irritação, por ver o grande progresso consolidado pelo trabalho de Roustaing, quando o seu parecia vagaroso demais? Ora, a cada cabeça uma sentença e a cada missionário uma missão; e, pois, com isso, quero dizer que a missão de Kardec, dos trabalhos por ele organizados, fora a sua missão; e, a de Roustaing, fora a dos seus Evangelhos, agora então, no Século 19: re-organizados, e diria mais ainda: corajosamente publicados.

Quer sintam desgosto por minhas palavras, ou não, esta é a verdade que ressalta dos fatos!

E o pré-julgamento feito a Roustaing - por Kardec - apenas reflete sua opinião, para nós, respeitável, mas discutível também, pois estivera a levantar dúvidas da obra do outro. O que posiciona Kardec como um elemento não muito diferente de nós mesmos: Espíritos imperfeitos, e, pois, suscetíveis de cometer erros, gafes e outras impropriedades mais de quaisquer Espíritos humanos da romagem terrena.

E Kardec, mais adiante (daquele seu melindre), ou seja: de sua opinião contestável, alegava que as instruções dos Espíritos, na obra de Roustaing, precisariam passar pela aprovação do Consenso Universal; ou seja: daquele mesmo Consenso que, como vimos, não pegou por não ter validade nem científica, nem filosófica e nem prática; e, além do mais, ele fora proposto por sua Razão, que, como sabemos, é de ordem evolutiva, sendo uma, hoje, e outra amanhã, pois que a razão não se paralisa durante o seu longo trajeto evolutivo.

18) Kardec, pois, julgara de modo...

Bem precipitado, e, conforme sua opinião, que, aliás, como estamos vendo, difere da minha, da sua, ou seja, da opinião e do livre arbítrio de cada pensador. Creio que Kardec, nesta passagem, faltara com a humildade e com o espírito cristão, supervalorizando o seu trabalho – que é relevante, mas não impecável - e menosprezando o do outro.

19) E o que mais o Sr. Kardec opinara?

Mais adiante, com mais objeções a Roustaing, ele, Kardec, parece discordar do corpo fluídico materializado do Cristo quando Ele esteve dentre nós: junto à humanidade terrena.

E, em sua última obra: “A Gênese” (AK – 1869), Kardec se pronuncia, e, a propósito, de modo equivocado, contra tal preceito da obra rustenista. E mais ainda: tratou-se de uma opinião sua, pessoal, e, pois, desprovida do Consenso Universal que ele próprio – Kardec - muito considerava, e que, como já vimos, torno a repetir, não se consolidara na prática destes 150 anos do Espiritismo no Mundo terreno.

20) E no que resultara tal pendência?

A partir daí, sobretudo no que se conhece como meb (movimento espírita brasileiro), a melindrosa questão partiu-se em duas vertentes: dos kardecistas, de apoio à opinião pessoal de Kardec, e, dos rustenistas, de apoio à grandessíssima obra de Roustaing.

Dos grandes intelectuais deste debate ressaltou-se, no lado primeiro: Herculano Pires, e, no lado segundo: Luciano dos Anjos, ambos já desencarnados. Deste lado segundo, do Luciano, ressaltou-se muitas figuras relevantes do nosso movimento e, inclusive, o notável intelectual Indalício Mendes que, no prefácio do pequeno-grande livro de Manuel Quintão: “O Cristo de Deus” (Feb), assim se pronuncia sabiamente:

“Não raro, a vaidade pessoal fomenta a insistência oposicionista, a má compreensão ou o espírito de sistema, da parte de adeptos, como já se disse, que ‘entraram no Espiritismo, mas nos quais o Espiritismo não entrou’...”.

“Mas essa oposição tem um aspecto favorável, que é trazer sempre, na ‘CRISTA DA ONDA’, a formidável obra mediúnica que Roustaing corajosamente divulgou”. (Opus Citado).


No que estamos de pleno acordo, pois os que perseguem Roustaing, e sua imponente obra, apenas tratam de divulgá-la ainda mais, por ser verdade ainda não abarcável pelos despreparados para tal magnitude de estudos, e de sua compreensão.

21) E você, toma algum partido?

Creio que a questão é também de ordem evolutiva, como também cultural. Muitos julgam pela opinião de Kardec; outros, mais cultos, mais estudiosos e mais sábios, julgam pelo que estudaram de Roustaing, de sua seriedade, e que, pois, estiveram a constatar, como eu mesmo, sua veracidade. Quanto a erros, se houverem, eles existem de ambos os lados, na obra de um (Kardec) e na obra do outro (Roustaing), pois: “todos os nossos trabalhos com a mediunidade são ainda incipientes”, como lembrara Chico Xavier.

Sendo observável, e válido, também, a uma: o consenso dos Espíritos na Obra de Roustaing; e, à outra: o consenso formalizado pela gigantesca e confiável obra de Francisco Cândido Xavier, que, com os Espíritos Superiores se mostraram a favor de Roustaing. Como se sabe, na obra “Mecanismos da Mediunidade” (Feb), donde Emmanuel prefacia André Luiz, e, pois, com ele concorda em plenitude, temos que Jesus:

“Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se ante a expectação geral, e...”, “Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhes os agentes e reintegrando-os à vontade...”. (Opus Cit.).

O que confirma a obra de Roustaing no tocante aos ensinos do corpo fluídico materializado do Cristo, e, pois, destaca o equívoco do Sr. Kardec.

E, do lado de cá, do nosso Mundo terreno, temos o notável e sábio medianeiro: Francisco Cândido Xavier, se pronunciando de modo igual:

“Aguardo com muito interesse a nova edição de Roustaing (‘Os Quatro Evangelhos’)”.

E frisava o sábio Xavier:

“Constituirá um grande serviço à Causa da Verdade e do Bem”. (Vide “Testemunhos de Chico Xavier” – Suely C. Schubert – Feb).

Ora, como eu haveria, ou, como haverei, com tão importantes pareceres do Século 20, duvidar da obra de Roustaing? Mesmo por que a estivéramos lendo, relendo, lhe refletindo, e, pois, a estivéramos constatando, pelo menos, para mim, sua veracidade, e, com isso, averiguando a opinião defectível de Kardec sobre a obra de Roustaing.

Por outro lado, ainda, veja o disposto logo acima, na nossa Introdução, quando Divaldo, e sua obra, também diz o mesmo da obra de Roustaing, o que confirma, num Consenso Universal dos Espíritos Superiores, a obra notabilíssima e, pois, filosoficamente exata de “Os Quatro Evangelhos” (Feb). Doa a quem doer é assim que é.

22) Quer queiram, quer não, é assim que é?

Ora, é preciso compreendamos que Kardec, conquanto missionário, fora um Ser humano embotado pela matéria carnal como qualquer um de nós, e, como tal, ele não compreendera, no Todo, ou seja: em sua notável e profunda abrangência, o Espiritismo – Doutrina dos Espíritos Superiores, como já o disse e já o demonstrei em diversos textos e e.Books.

E, pois, o Espiritismo, em meados do Século 19, vinha sendo gestado e organizado por Kardec e por Roustaing, os dois grandes missionários do Cristo, juntamente com Dennis, Flammarion e Delanne, tal como defendido pela obra de Xavier: “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (Feb).

E, por isto, digo e repito: não sou adorador de Kardec!

Sou sim: um livre pensador tentando seguir as Normas Superiores do Evangelho; e, se muito prezo a alguém neste Mundo de Expiações, este é o Nosso Senhor Jesus: Uno com o Pai: Uno com Deus.

23) Há mais questões favoráveis a Roustaing?

Sem dúvida que sim!

24) E quais seriam tais questões?

Podemos fracionar dita resposta por Cinco Itens, ou seja: nos Tópicos 26, 27, 28, 29 e 30.

25) Então vamos a tais?

Sem demora vamos aos referidos Itens!

26) Neste Item, pois, o que diria?

Trataria de responder com o próprio “O Livro dos Espíritos” (AK) que, aliás, não só Kardec como seus modernos seguidores fazem pouco caso. Em seu tópico 113 - dos Espíritos Puros - tal como Jesus mesmo, temos que tais Seres: “... Não tem mais que suportar provas ou expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis”, como é o nosso caso, dos corpos de matéria biológica.

Ora, se tal “Livro”, como Kardec mesmo considerava, passou pelo tal do Consenso Universal, como é que ele mesmo – o Sr. Allan Kardec - o desconsidera para, de modo pessoal e particular, considerar sua própria opinião que, aliás, fora diferente da proposta contida em “O Livro dos Espíritos” (AK) que, sobejamente, confirma Roustaing?

Ora, neste fato, em particular, notamos que a mentalidade de Kardec - como a de muitos de seus seguidores modernos - fora incapaz de assimilar e de compreender a magnitude das coisas espirituais; ou, noutros termos: muitos pensam pela matéria, e não pelo Espírito que lhe transcende.

27) E, neste Item?

Falo pela segunda obra de Kardec: “O Livro dos Médiuns” (AK), Segunda Parte, Capítulo 6, Item 105, que, de modo igual, sugere Roustaing e a possibilidade do Cristo ter vindo ao Mundo com um corpo fluídico materializado, onde, e quando: “o perispírito adquire as propriedades de um corpo sólido e tangível” (Opus Citado), se mostrando, tal Espírito, aos olhos físicos dos Seres humanos reencarnados no Mundo terreno.

Ora, não teria sido este, de fato, o corpo especial, sólido e tangível do Nosso Senhor Jesus: Espírito Puro e não mais sujeito aos corpos perecíveis da matéria carnal?

28) E, neste Item de agora?

Traria para respondê-lo outro livro também codificado por Kardec: o terceiro deles: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), Capítulo 3, Item 9, que é parte do “Resumo do Ensinamento de todos os Espíritos Superiores”. Nele temos que:

“Nos Mundos que atingiram um grau superior, as condições da vida moral e material são bem outras que as de sobre a Terra. A forma do corpo é sempre, como por toda parte, a forma humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria; os sentidos, mais delicados, têm percepções que a grosseria dos órgãos sufoca neste Mundo”;

E notemos o trecho que se segue:

“A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil; em lugar de se arrastar penosamente sobre o solo, ele desliza, por assim dizer, na superfície, ou, (o Ser, simplesmente:) plana na atmosfera sem outro esforço senão o da vontade, à maneira pela qual se representam os Anjos”. (Opus Citado).

Ora, tal corpo, dos Espíritos purificados – podendo esvoaçar, planar, flutuar, volitar - não poderia assemelhar-se, de certa forma, ao corpo fluídico e materializado do Cristo, de quando esteve dentre nós? Alguns afirmam que, pelo fato do Cristo não ter tido um corpo carnal como o nosso: Ele não sofrera.

29) E, de fato, não sofrera?

Isto não passa de um sofisma, pois o corpo carnal não sofre em nossos acidentes, nossas doenças ou mutilações: quem sofre é o Espírito dele portador!

Não temos visto, em nossos trabalhos mediúnicos, que os Espíritos desencarnados, de situações diversas, trazem superativada sua sensibilidade moral? E que, pois, seu estado feliz, ou, sua dor, se intensificam nesses estados ausentes da matéria carnal? E, pois, quanto mais não sofrera o Cristo por não ter tido um corpo carnal como o nosso, que atua como um abafadouro e dissimulador das coisas tenebrosas do Mundo terreno?

Logo, o Cristo, como Espírito Puro, sofrera martírios muito maiores que qualquer um de nós; e digo mais: desde que por aqui aportara se materializando dentre os terrícolas, quando, então, se defrontara com a densa atmosfera psíquica do Mundo terreno, com seus fluidos irritantes, tenebrosos, pegajosos, constituído por formas mentais inferiores, e, portanto: obscuras de seus primitivos e tão diversos habitantes, encarnados e desencarnados, do início da Era Cristã.

Assim, pois, Jesus é um Espírito-Deus, que, desde 4,5 bilhões de anos, ou seja, desde a gênese planetária, tem trabalhado, incansavelmente, por tudo e por todos, desde que recebera do próprio Pai, que é Pai de todos nós, a incumbência suprema de nos guiar e nos conduzir pelos caminhos evolutivos terrenos, em face de nossa rebeldia e transgressão espiritual.
30) E, para este Item o que nos reserva?

Simplesmente: Emmanuel!

Um Ser superior que, ao Século 19, ao tempo da Codificação, portanto, fizera parte da plêiade de Espíritos Elevados que estabeleceram, definitivamente, a Terceira Revelação da Lei de Deus: o Espiritismo.

A mensagem ‘o Egoísmo’, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), pertence a este iluminado Espírito. E, no Século 20, Emmanuel recebera do Cristo, a tarefa missionária de ser o mentor espiritual de Francisco Cândido Xavier!

Só por aí se pode, de alguma sorte, avaliar a evolução espiritual de Emmanuel, um Espírito que, há longas eras, tem trabalhado com o Cristo em sua missão redentora da humanidade terrena. Na Obra “O Consolador” (Feb), Item 287 questiona-se a Emmanuel sobre Roustaing e o corpo fluídico materializado do Cristo:

============================

-Pergunta:

“Numerosos discípulos do Evangelho consideram que o sacrifício do Gólgota não teria sido completo sem o máximo de dor material para o Mestre Divino. Como conceituar essa suposição em face da intensidade do sofrimento moral que a cruz lhe terá oferecido?”

-Resposta:

A dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. Homens do Mundo, que morreram por uma ideia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal”.

“Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela humanidade inteira, e chegareis a contemplá-Lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela”.

“De modo algum poderíamos fazer um estudo psicológico de Jesus, estabelecendo dados comparativos entre o Senhor e o homem”.

Em sua exemplificação divina, faz-se mister considerar, antes de tudo, o seu amor, a sua humildade, a sua renúncia por toda a humanidade”.

Examinados esses fatores, a dor material teria significação especial para que a obra cristã ficasse consagrada? A dor espiritual, grande demais para ser compreendida, não constitui o ponto essencial da sua perfeita renúncia pelos homens?

“Nesse particular, contudo, as criaturas humanas prosseguirão discutindo, como as crianças que somente admitem as realidades da vida de um adulto, quando se lhes fornece o conhecimento tomando para imagens o cabedal imediato dos seus brinquedos”.

31) Trata-se, tal pronunciamento?...

De um Espírito Superior: de Emmanuel; trata-se, pois, o pronunciamento de um Ser das falanges do próprio Cristo, que sabe de Sua Verdade, pois participa das coisas espirituais, divinas e universais desde longos tempos; e que, por certo, transcende o primitivismo da mentalidade humana, de criaturas que mais parecem crianças dando seus primeiros passos rumo à Espiritualidade, nossa meta e nossa destinação suprema, rumo a Jesus, rumo a Deus: Nosso Pai.

32) Então, dir-se-ia que Kardec se enganara?

Ora, o único Espírito não falível por aqui aportado, ao que eu saiba, o fora, de fato, o do nosso Mestre e Senhor Jesus.

33) Quanto aos demais?

Somos, todos nós, Espíritos decaídos por rebeldia e insurreição: o que é fato bíblico, e, mais recentemente: fato codificado no Século 19 e 20 de nossa moderna civilização.

34) Quanta rebeldia e insurreição!!!

Que nos remete aos sábios Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier, quando, em suas obras, informam que os Espíritos humanos são Seres decaídos por perda de sintonia para com a Ordem da Lei, da qual se rebelaram e se insurgiram contra a Lei Soberana do Justo, Sábio e Amoroso Criador.

Mas, o nosso Xavier dizia uma outra coisa bem sábia e bem interessante:

“A verdade, para alguns, tem de ser adiada!” (FCX).

E, como é óbvio, para muitos espiritistas que, de momento, estão dando seus primeiros passos rumo ao Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores, dos quais ainda estamos muito distantes.

35) Mas adiar a verdade até quando?

O fato é que a humanidade constitui-se de um psiquismo de faixa relevante, ainda, na pré-Lógica; mas que se encaminha para uma Inteligência Maior, a Concreta e a Formal; e muitos, tais como Xavier e Pietro Ubaldi, já se alçaram à Super-Consciência dos gênios e dos sábios.

Um dia chegaremos lá...

36) Kardec é superior a Roustaing?

Difícil dizer quem é superior a quem? Eu diria que: Kardec, ao dar sua opinião em “A Gênese” (AK) de que o que o corpo do Cristo fora detentor das mesmas características do Ser humano comum, e, pois, de um corpo carnal, ele não tivera o bom senso de respeitar “O Livro dos Espíritos” (AK), “O Livro dos Médiuns” (AK) e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), que são Livros dos Espíritos Superiores, que ele mesmo codificara.

Ora, “O Livro dos Espíritos” (AK), como já dito, fora bastante claro, no Item 113, ao afirmar que os Espíritos Puros - dentre os quais se enquadra Jesus - não mais se sujeitam:

“à reencarnação em corpos perecíveis”! (Opus Cit.).

Neste tocante, pois, penso que Jean-Baptiste Roustaing fora muito mais sensato que Kardec, pois respeitara “O Livro dos Espíritos” Superiores e admitira, com coragem, na obra de sua organização: “Os Quatro Evangelhos” (Feb), que o Senhor Jesus detivera um Corpo Fluídico materializado, e não: carnal e perecível por sua natureza mesma.

37) Do que se deduz?

Que Roustaing pensara pelo Espírito; já, Kardec, pensara pela matéria; e, neste tocante, o primeiro fora superior ao segundo, pois o Espírito transcende a matéria. Por outro lado, ainda: será que a opinião equivocada de Kardec não lhe fora “sugerida” justamente para que o embate de ideias daí levantado pudesse trazer sempre, “na crista da onda”, a obra de Jean-Baptiste Roustaing, assim a divulgando de modo constante e permanente?

38) Logo: Kardec divulga Roustaing?

Certamente que sim. Por outro lado, podemos refletir com os sábios dizeres do Espírito de Humberto de Campos prefaciado pelo maior e mais consagrado Espírito do Século 20, o já citado: Emmanuel, na obra enfeixada pelo best-seller: “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (Chico Xavier – 1938 - Feb).

39) O que eles nos trazem?

No Capítulo 22 - de título muito sugestivo: Bezerra de Menezes, que, como se sabe, defendia e defende a obra de Jean-Baptiste Roustaing – temos a seguinte lição:

“Foi assim que Allan Kardec, a 3 de Outubro de 1804, via a luz da atmosfera terrestre, na cidade de Lião. Segundo os planos de trabalho do Mundo Invisível, o grande missionário, no seu maravilhoso esforço de síntese, contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuva-lo, nas individualidades de”:

-“Jean-Baptiste Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; de”:

-“Leon Denis, que efetuaria o desdobramento filosófico”; de:

-“Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e de”:

-“Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes, cooperando assim na Codificação Kardeciana no Velho Mundo e dilatando-a com os necessários complementos”. (Opus Citado).

40) Assim, para finalizar, o que destacaria?

Que o Espiritismo é deveras grandioso para que um só homem pudesse empreender a façanha de organizá-lo e difundi-lo Mundo afora; e, pois, se Kardec detinha o esforço de síntese, ele precisaria, sem dúvida alguma, dos muitos cooperadores, ou, como diria: dos coadjuvantes, para o fim comum: a Codificação do Espiritismo que se junta às grandes obras de Jean-Baptiste Roustaing, Leon Denis, Gabriel Delanne e Camille Flammarion; que, afinal, bem poucos espiritistas conhecem a fundo.

E, sem contar, ainda, com os gênios da Metapsíquica (Crookes, Richet, Geley, e etc.) que alavancaram o Espiritismo no campo mesmo da Ciência moderna.

Mas o Espiritismo não para, não cessa jamais; e, por isto, se engrandecera e se modernizara muito mais ainda com os grandes missionários do Século 20, tais como: Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e Pietro Ubaldi, para citar apenas os mais relevantes.

E, até mesmo este obscuro autor, (eu mesmo), tem dado sua parcela de contribuição espírita com textos e e.Books os mais variados, cuja relação, destes últimos, estará sendo citada logo abaixo aos que queiram iniciar-se, conhecer, ou, simplesmente, e, por curiosidade, saber das ideias e procederes axiológicos desta grandiosa:

Doutrina dos Espíritos Superiores,
cujo Mestre é Jesus. (frp).

Com humildade, pois, encerramos mais um modesto e.Book informando que sou apenas, e tão só, um estudioso e livre pensador das coisas do Mundo, sobretudo, das coisas espirituais já reveladas às nossas Mentalidades infantes; mas, sobretudo, procurando, d’alguma sorte, observar:

“O mais importante ‘Livro’ terreno que, trata-se, indubitavelmente, do Evangelho de Jesus”!
(frp).

Que nem sempre estou à altura de compreendê-lo e devidamente praticá-lo. Mas vamos tentando na medida das nossas forças cognitivas, axiológicas, espirituais e morais.

NOTA COMPLEMENTAR:

E o fato é que o próprio Cristo, de viva-voz, dissera que não fora nascido de mulher, e o declara em Mateus, Capítulo 11, v.11:

“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher tem nascido não apareceu alguém maior que João o Batista”,... (Gideões Internacionais).

Ou, ainda:

“Entre os nascidos de mulher não se levantou ninguém maior do que João Batista”;... (Torre de Vigia).

Ou, se quiserem, ainda:

“De todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista”. (Bíblia Católica).

Ora, todos sabem que Jesus, desde tempos imemoriais é Espírito Puro, o mais elevado Ser que já aportara por aqui, no Mundo terreno. E, pois, Ele mesmo informa que não fora nascido de mulher, e que, dentre os nascidos de tal forma e modo, João fora o Espírito mais elevado dentre tais.

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

BIBLIOGRAFIA

-“Obra Completa de Allan Kardec”: Diversas Editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: Fundapu;
-"Obra Completa de Chico Xavier": Diversas Editoras; Internet; sendo de destaque no presente e.Book:
-“O Consolador”: Emmanuel – Feb;
-“Mecanismos da Mediunidade”: André Luiz – Feb;
-“Os Quatro Evangelhos”: Roustaing – Feb;
-“Universo e Vida”: Hernani T. Sant’Anna: Espírito Áureo: Feb;
-“Á Luz do Espiritismo”: Divaldo P. Franco: Espírito Vianna de Carvalho: Livraria Espírita Alvorada Editora;
-“Testemunhos de Chico Xavier”: Suely Caldas Schubert – Feb;
-“O Cristo de Deus”: Manuel Quintão – Feb;
-“Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”: Humberto Campos – Feb;
-"À Luz do Espiritismo": Vianna de Carvalho - Editora Alvorada;
-“Bíblia Sagrada”: Edições Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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