Fernando R. Patrocinio / Luciano dos Anjos
(42º.
e.Book)
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SÍNTESE
EMBRIOLÓGICA
do HOMEM
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Referido
estudo, dado à sua complexidade temática, constitui parte de uma ‘Trilogia’ de
e.Books instalados em nosso blog com os respectivos títulos:
-“Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi” (40º. e.Book);
-“Espiritismo e Livre e Pensamento” (41º. e.Book); e:
-“Síntese Embriológica do Homem” (42º.
e.Book).
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Introdução
Parte 1: FILOSOFIA DE
ORDEM CIENTÍFICA
Parte 2: ONTOGÊNESE E
RECAPITULAÇÃO
Parte 3: REVIVÊSCÊNCIA DO
CRIPTÓGAMO
Parte 4: PRELÚDIO DE SÁBIA
PONDERAÇÃO
Parte 5: TESE DO MAIOR
GÊNIO ESPIRITISTA
Bibliografia
Relação Nossos e.Books
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Introdução:
Tributo ao Gênio Luciano dos Anjos
(14.02.1933
– 03.05.2014)
Quem, do
meio espiritista contemporâneo, não ouvira falar de um intelectual polêmico,
mas, sem dúvida alguma, de uma cultura e de um saber invejáveis: o jornalista,
escritor e espírita rustenista: Luciano dos Anjos.
Mas, polêmico?
Na verdade
eu não o vejo assim; para mim trata-se (ou tratou-se) de um Ser humano de bons
princípios, excelente pai de família, com seus valores, suas ideias originais,
ou não, e tudo o mais. Mas, os espiritistas, sobretudo os mais ortodoxos, (e engessados),
o vêem sob a ótica do indivíduo polêmico por sua posição doutrinária, ou seja,
por acatar e divulgar a obra de Jean-Baptiste Roustaing, (ou João Batista
Roustaing, se o quiserem), o organizador de uma das obras mais importantes do
Espiritismo: “Os Quatro Evangelhos”, publicada pela Feb editora.
Ora, não
compreendemos - exceto pela mediocridade do Ser humano, de sua pretensão e
maldade - as razões de se jogar pedras, de condenar ou de julgar seu semelhante
por isto ou por aquilo, mas, sobretudo, por comportar-se, intelectualmente, de
modo diferente dos demais. Cuidado! O diferente pode estar certo, e o
perseguidor: errado! E, isto pelo fato de que aquele, o diferente, em sendo,
muitas das vezes superior, nem sempre é, de fato, e realmente, compreendido pelo
seu inferior, conquanto a compreensão que aquele tenha deste.
Por outro
lado, ainda, basta que se visite alguns sites da Internet para se constatar que
o número dos espíritas cultos e sábios que adotaram, ou que adotam, a
formidável obra de Roustaing é imensamente maior que o número de seus
detratores invejosos, de mentalidade retrógrada e tudo o mais.
Ora, é
indiscutível que há, em tudo, e, sobretudo ao plano das humanidades, uma
hierarquia do saber, e, pois, das mentalidades humanas ao campo da cultura, da
inteligência, da racionalidade e da ética pessoal.
E, pois,
Luciano dos Anjos, se destacara, em sua missão, justamente por sua genialidade
cultural; e, questiono: teremos de esperar muito pela vinda de um outro
Espírito do mesmo naipe? Espero que não, pois que, afinal, se propaga por aí
que Emmanuel já está reencarnado; e o nosso Divaldo alega que milhares de
Espíritos superiores já estão envolvidos pelos fluidos carnais para o
desempenho de sua honorável missão.
Mas de
retorno, ainda, ao amigo Luciano - com quem tivemos a grata oportunidade de nos
corresponder por e.mail, além de conhecer algo de sua literatura via Internet -
tenho, do mesmo, apenas um volume, (livro físico), em minha pequena biblioteca:
“A Anti-História das Mensagens Co-Piadas” (2006 – Leymarie Editora), de grande
interesse a todo estudioso e pensador espiritista; em sua contracapa
destacam-se as seguintes palavras de apresentação:
“Reconhecido
como um dos maiores conhecedores da história do Espiritismo e tendo participado
dos mais importantes eventos do movimento espírita, o jornalista Luciano dos
Anjos retira dos seus arquivos a verdadeira história do chamado escândalo das
mensagens copiadas”. (Opus Cit.).
Mas vou
parar por aqui, espicaçando a curiosidade dos que não o leram. Apenas digo que
se trata, por tudo, de um livro excelente, seríssimo, coisa própria de um
honesto e mui destacado intelectual. Do amigo Luciano, pois, tenho e guardo comigo
que: tratou-se, e trata-se, de um excelente Espírito que, na condição humana, fora
um pensador formidável, que, hoje, estando desencarnado, o deverá ser muito
mais por seus profundos saberes e dotes axiológicos: éticos, espirituais e
morais.
Este
modesto e.Book, pois, é dedicado ao amigo Luciano dos Anjos, de quem, pois,
retiraremos de alguns de seus sábios escritos, temas para o nosso estudo e
sóbria reflexão.
Do fraterno autor:
Tal como Você: Leitor!
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PARTE 1:
FILOSOFIA
DE ORDEM CIENTÍFICA
O presente escrito
estará abordando, de modo simples e bem compreensível a todos, aspectos
científicos da Ontogênese, ou da Gênese do Ser, que, no caso, se limitará à Gênese
Biológica dos Humanos, que, no Século 19, recebera do estudioso evolucionista:
Ernst Haeckel (1834 - 1919), a famosa sentença de que:
“A
Ontogênese Recapitula a Filogênese”!
Ora,
recapitular é sinônimo de fazer de novo, de repetir, porém, de modo sumário,
resumido e sintético, e daí mesmo, o título do presente e.Book:
“SÍNTESE EMBRIOLÓGICA
DO HOMEM”,
Síntese que,
aliás, poderia, ou pode conter, em seus registros, este elemento primordial de
nós mesmos – o ‘Criptógamo Carnudo’ – que é objeto de críticas bisonhas de
elementos pouco cultos em matéria de Espiritismo, em seus aprofundamentos, e
que, por isto, expressam suas tolices aos quatro ventos, como se eles soubessem
Tudo, conhecessem Tudo, e, sobretudo, do Espiritismo, que, em verdade: tão-só principiam
seu saber.
Mas
retornemos à sábia sentença de Haeckel.
Por ela, o
seu autor estivera a expressar que: as fases do crescimento embrionário (ontogênese)
de nós mesmos: Seres humanos - enquanto no ventre de nossas genitoras - parece consolidar
uma síntese (ou recapitulação) genética das demais espécies da fauna terrena
(filogênese), tal como se o Homem, em sua essência, tivesse empreendido
fases animais anteriores, repito: no percurso da filogênese.
Conquanto Haeckel
- cético de tal essência, que implica no Espírito palingenésico - o fato é que
sua sentença, se desprovida do referido Espírito, perde o seu sentido e o seu
real valor, ficando trôpega e manca em suas expressões, suas reais
fundamentações. Logo, para se admiti-la, como fato que é - em suas estruturas
biológicas e materiais - isto implica, de modo indubitável, no extrafísico, no
espiritual, ou, noutros termos: no Espírito que percorre, reencarnando, as mais
diversas espécies em sentido evolutivo e, pois, ascensional.
Quer
creiamos, quer não, os fatos falam por si:
“O Homem é
um descendente, um originário, um oriundo de espécies inferiores e não se tem
como mudar isto; exceto pela tolice de não se admitir o que transcende o puramente
físico, pois que é: Espiritual”! (frp).
Ora, o
homem vive muito mais do seu cogitar, do sentir e raciocinar, ou seja, de
valores notadamente espirituais; e muitos pares, em sua cegueira, não admitem o
que lhes é mais essencial: o Espírito, a Consciência imortal que tudo lhe
dirige de sua vida intelectual, seu sentir, seu expressar moral.
E isto, com
certeza, é apenas um esboço do que gostaríamos de trabalhar e deixar registrado
em mais um modesto escrito de nossa modesta elaboração psíquica com os Sábios
Instrutores da Espiritualidade.
Sigamos
avante, pois!
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PARTE 2:
ONTOGÊNESE E RECAPITULAÇÃO
Assim, pois, em
meados do Século 19, a
revelação contida em “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), estivera a preconizar
que o evolucionismo das coisas é dirigido pelo evolucionismo espiritual, sendo
este, pois, o agente, o fator que desencadeia e processa aquele outro.
Um pouco depois, em
1859, Charles Darwin lançava importante estudo científico que revolucionara, no
campo acadêmico, as ideias que se tinham até então: “A Origem das Espécies” (Editor
Newton Compton Brasil Ltda.). Dito estudo, repleto de dados de sua bem sucedida
viagem pelos três oceanos, se constituía, pois, de excelentes conclusões acerca
da progressividade das espécies, vindo a revolucionar, portanto, a ideia
fixista das coisas e de tudo o mais.
Referido volume,
de minha pequena biblioteca, encerra em sua capa uma das mais brilhantes
sentenças darwinianas, sugerindo:
“A Origem das Espécies: através do processo de seleção gradual de
mudanças infinitesimais, até chegar a uma quantidade infinita de formas
belíssimas e admiráveis”. (Opus Cit.).
Nos tempos atuais,
como se sabe, patenteia-se o “neodarwinismo” com suas evidentes provas fósseis,
moleculares, adaptativas, das estruturas de analogia e de homologias,
vestigiais e etc., fazendo-nos entrever uma concepção bem mais ampla do que o
fixismo das espécies e mostrando-nos, assim, a progressividade de tudo, de
todos os Seres e de todas as coisas.
Tais estudos
científicos, indubitavelmente, encerram implicações filosóficas e éticas, pois
induzem apreciar-se o fio condutor, o elo que harmoniza Seres e coisas por
perspectivas outras que não só de ordem biológica e material.
Parece
verificar-se, pois, que tudo se ordena e se coordena de modo contínuo e sábio,
exigindo-se, assim, maior reverência do Homem para com a Natureza e para com
tudo aquilo que lhe representa biologicamente, e também, psiquicamente, pois,
para o Espiritismo, como visto, sua progressividade não se verifica, apenas e
tão só, ao âmbito material, mas, principalmente, ao espiritual, mostrando além
da espécie e do indivíduo em si, o Princípio que lhe constitui, ou seja: o Ser,
em constante dinamismo e expansão de suas potências, enquanto vai estruturando e
reestruturando mais perfeitos órgãos, mais sábios instrumentos de sua longa
trajetória progressiva e ascensional.
Para Haeckel, como
já visto supra, e, como é do conhecimento de todos nós: cultos que o somos:
“A Ontogênese Recapitula a Filogênese”!
Ou seja: a gênese
do Ser repete a gênese das espécies.
Noutros termos, e,
explicando melhor, sabe-se que o Embrião humano, tal como os demais de outras
espécies, exibe, em seus primeiros dias, pronunciada semelhança com um:
-Peixe: tem um coração com duas cavidades,
vesícula vitelina, reentrâncias branquiais e cauda recurvada como a do cavalo
marinho.
Após certo tempo,
porém, ele vai recordar classes superiores a tais elementos, ou seja, do que se
conhece por:
-Anfíbio: indivíduos que circulam pela água
e pela terra, pois tais elementos, mais ainda, desenvolvem uma terceira
cavidade cardíaca, as brânquias se atrofiam, os pulmões aparecem e a cauda
regride.
Mais adiante,
ainda, o Embrião humano parece recordar um:
-Réptil: pois seu coração evolve outro
passo adquirindo alguma parecença com indivíduos de tais envergaduras
estruturais.
E diferenciando-se
um tanto mais, temos o surgimento do que se entende como:
-Mamífero: porquanto surgem as quatro
cavidades do coração, a homotermia, a presença de pêlos no corpo indicando que
o Concepto humano alcançou tal classe de manifestação biológica e vivencial.
Sendo que, destes dois últimos períodos, do réptil ao mamífero, o Concepto, ou
Embrião humano, encontra-se em períodos da quarta e da quinta semana de
gestação.
Numa visão tão só
biológica, nota-se que o referido Concepto vai crescendo e contrariando os mais
vulgares princípios de causa e efeito, haja vista que mais órgãos vão surgindo
de menos órgãos que, por sua vez, crescem, se aperfeiçoam, e, ao vencer-se o
prazo de nove meses vem à luz, finalmente, um novo representante da espécie
que, em nosso caso, trata-se de um Ser humano ainda bebê, pequenino e frágil
que, pelo menos, aos mais exigentes, dará o que pensar, recusando-se, por isto,
a concepção puramente mecânica da vida, que culmina, ou vai culminando, na
Consciência: na Inteligência e Ética universal, pois que o homem ascende da
besta ao anjo, passando pela transitoriedade mundana do campo social.
Mas falávamos que
a gestação, no caso dos humanos, culmina na Consciência, no Ser Moral que há em
mim, em você e em todos nós. Ou será que a Consciência já estava lá?... no
início do Ser, nas células gametas, nas proteínas, na água e em tudo o mais, ou
melhor: em tudo o menos de sua gênese espetacular?
E o fato é que a
célebre frase de Haeckel sugere não só evidências a favor do evolucionismo
darwiniano, como também sugere haver um fator extra-físico no bojo do ser, de
sua estrutura somática, encerrando, pois, um repositório de informações
ancestrais de sua lenta progressividade nas diversas espécies do Orbe que, no
fundo, e, primordialmente, conterá registros de suas andanças, sua lenta caminhada
ascensional, ou seja, o perispírito, ou corpo bioplasmático da ciência russa,
que é: “a base de campos biológicos”.
Logo, nós
não somos, absolutamente, apenas e tão-só Matéria Biológica, ou melhor ainda:
apenas e tão-só Matéria Biológica Pensante, pois que tudo nos leva a crer que
somos Consciências imortais, Espíritos palingenésicos de longa trajetória
evolutiva.
Assim,
pois: quer creiam, quer não creiam, Tudo nos leva a crer que: Assim é...
E que nada
podemos fazer para mudar tal Ordem de Coisas Divinas, e, lógico: Espirituais.
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PARTE 3:
REVIVESCÊNCIA
DO CRIPTÓGAMO
Referida
parte de nossos estudos estará abordando e, por sinal, endossando a ‘Tese’ do
saudoso amigo Luciano dos Anjos: de que há indícios do referido ‘Criptógamo
Carnudo’ em nossa síntese embriológica, ou seja, em nossa recapitulação
filogenética ao ventre de nossa progenitora.
Ora,
solicito ao Culto e Prezado Leitor de tais páginas que consulte, em quaisquer
sites da Internet, as descrições do Embrião humano, com os referidos desenhos,
gráficos ou fotografias mesmas, sobretudo das três, quatro e cinco semanas de
gestação. Nas quatro primeiras semanas - mais exatamente - veremos já o esboço
de nós mesmos: a formação ou representação de uma cabeça bem grande ligada à
coluna espinal; a formação primária do sistema digestório; uma indefinição
sexual e de pequenos brotos que darão origem aos braços e pernas, estando,
pois, seus membros, em estado
latente, ocultos, mas em estado
subentendido, acaçapado, dissimulado.
Nesta fase,
de quatro semanas, estaria o Concepto humano recordando o que a obra de
Roustaing identifica como ‘Criptógamo Carnudo’?
Pois que
tais indivíduos são humanos em seu estágio mais primitivo; são Espíritos que,
por sua queda involutiva, habitam ou habitaram corpos rudimentares, tendo os
membros, “por assim dizer, em estado latente” (Tomo 1: “Os Quatro
Evangelhos” – Roustaing – Feb), mas que se vão desenvolvendo modo paulatino, nas
muitas vidas, encarnações e reencarnações, “por maneira que o Espírito os possa
usar e aperfeiçoar” (Opus Citado) no curso dos milênios, de sua expiação
evolutiva nos Mundos siderais.
É o que
veremos doravante!
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PARTE 4:
PRELÚDIO DE
SÁBIA PONDERAÇÃO
Referida
‘Tese’, já o dissemos, é, de fato, e realmente, do sábio amigo: Luciano dos
Anjos; sou-lhe, apenas, um seu admirador, ou, como queira, um dos aprendizes do
Espiritismo que, em minha pequenez, lhe endossa a referida e altaneira reflexão
doutrinária.
Aqui, pois,
nas proximidades finalizantes do que a mim pertence como relator, me prontificarei
a descrever de livro do sábio espiritista Luciano: “Para Entender Roustaing”
(Publicações Lachâtre), mais exatamente o seu Capítulo 4: ‘A Origem, Evolução e
Queda do Espírito’, que está já disponibilizado na Internet. Mas devo dizer,
mais ainda, que ao referido Capítulo - peço licença – estive chamando-o: “Criptógamos
Carnudos: Luciano dos Anjos”, para inseri-lo com tal título em nosso blog.
Asseguro, mais
ainda, que a referida ‘Tese’ do Luciano, encontra respaldo na mais imponente
obra do Século 20: a de Francisco Cândido Xavier, que, com os mais relevantes
Espíritos, a endossaram sabiamente ao acatar a obra de Roustaing. Vejamos um
pequeno trecho do monumental trabalho de André Luiz:
“...
Reencarnação significa recomeço nos processos de evolução e de retificação.
Lembre-se de que os organismos mais perfeitos da nossa casa planetária procedem
inicialmente da ameba (ser unicelular). Ora, recomeço significa ‘recapitulação’
ou ‘volta ao princípio’. Por isso mesmo, em seu desenvolvimento
embrionário, o futuro corpo de um homem não pode ser distinto da formação do
réptil ou do pássaro”.
“O que opera
a diferenciação da forma é o valor evolutivo, contido no molde perispirítico do
Ser que toma os fluidos da carne. Assim, pois, ao regressar à esfera mais
densa, ... , é indispensável recapitular todas as experiências vividas no longo
drama de nosso aperfeiçoamento, ainda que seja por dias e horas breves,
repetindo em curso rápido as etapas vencidas ou lições adquiridas, estacionando
na posição em que devemos prosseguir no aprendizado”.
(Vide:
“Missionários da Luz” – pelo Espírito de André Luiz prefaciado por Emmanuel,
sendo que tal obra fora revisada por diversas autoridades do astral, e,
inclusive, pelo Espírito de Bezerra de Menezes, dentre outros, que, modo igual,
acatava, e acata, o trabalho organizado por Jean-Baptiste Roustaing – “Os
Quatro Evangelhos” – ambas as obras são da Feb).
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PARTE 5:
TESE DO
MAIOR GÊNIO ESPIRITISTA
Para o
reflito para dizer que: se existira uma genialidade espiritista, ou, rustenista
- como queiram – nos últimos tempos, diria que a mesma se prontificara na
pessoa de Luciano dos Anjos. Pensador brilhante, construtor de termos, frases e
tiradas geniais, referido jornalista, e escritor espiritista, é detentor de uma
página biográfica bastante interessante na Wikipédia, e que deveria ser
consultada a fim de saciar nossa sede de saber mais sobre tão ilustre figura do
nosso movimento. Mas, interrompendo ditas informações, da cultura e da genialidade
do Luciano, passemos ao que mais nos interessa: ao estudo atento de sua imponente
‘Tese Doutrinária’.
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De: Luciano
dos Anjos (*):
Roustaing
está preocupado, na pergunta nr. 58 – “Os Quatro Evangelhos” (Feb) - em entender
a encarnação nos Mundos Primitivos, o modo de procriação e a reprodução dos
Espíritos falidos, sustâncias humanas, “às quais não se pode dar propriamente o
nome de corpos, nas condições de macho e
fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução”. (Grifos meus). A
resposta é direta: “São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras no
estado de esboço, como tudo que se forma nas terras primitivas. O macho e a fêmea não são nem desenvolvidos,
nem fortes, nem inteligentes”. (Idem).
Nada há de chocante
nisso tudo. Aqui na Terra, ao tempo do gênero Homo habilis, há
mais ou menos 2,5 milhões de anos – ou há cerca de 7 milhões, uma vez
consideradas todas as espécies humanas ancestrais que compõem, atualmente, os
nossos antepassados hominídeos – encontraremos os dados suficientes
quanto ao processo de transformação que o invólucro humano vem sofrendo desde
sua derradeira necessidade (do Espírito) de encarnar.
Nossos
antepassados, ao serem observados pelos Espíritos Puros, que não possuem mais
corpo, provavelmente nos veriam com invólucros bastante elementares, um esboço
corporal na evolução dos Mundos de Expiação. Nós, entretanto, vemos nossos
corpos, tanto os daquela época como os de hoje, bem definidos e não temos
dúvida para perceber quem é o macho e quem é a fêmea. Da mesma forma não nos é
tão fácil perceber a diferença do macho e da fêmea em Mundos Inferiores
ao nosso, como os Mundos Primitivos. O importante, porém, é saber que, mesmo em
corpos humanos rudimentares, há: machos e fêmeas. Essa foi a informação que os Espíritos
pretenderam de início passar em resposta à pergunta de Roustaing.
Mais
adiante os Espíritos Reveladores esclarecem:
“Mal
se arrastam nos seus grosseiros invólucros, vivem, como os animais, do que
encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem
abundantemente para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os
caçam. A Previdência do Senhor vela pela conservação de todos. Seus únicos
instintos são os da alimentação e os da reprodução. As gerações se sucedem
desenvolvendo-se. As formas se vão alongando e tornando aptas a prover às
necessidades que se multiplicam. Mas, não é nossa tarefa traçar aqui a história
da criação.” (“OQE” - Feb).
Mais
uma vez recorramos ao exemplo dos Espíritos Superiores observando-nos. Eles não
mais se locomovem como nós. Vendo-nos como bípedes, registrariam que possuímos
quatro apêndices delgados (membros superiores e inferiores), deslocamo-nos com
dificuldade, presos à superfície terrena e em atrito com ela devido à força da
gravidade. Sim, andar nada mais é que um processo de arrasto sofisticado.
Nossos pés têm que produzir atrito com a superfície para sairmos do lugar. É
sem dúvida um avanço extraordinário da evolução, porém, extremamente rudimentar
quando visto por aqueles que nos são superiores e viajam pelo pensamento.
Podemos
sentir-nos diminuídos, visto que, no nosso estágio de evolução corporal,
aqueles que se arrastam são animais inferiores. Esquecemo-nos, no entanto, de
que, na realidade, somos animais racionais ainda bem atrasados, do ponto de
vista daqueles que se encontram milhões de milênios à nossa frente.
Quanto
às descrições do dia-a-dia para a sobrevivência dos Seres humanos nos Mundos Primitivos,
“vivem, como os animais, do que encontram no solo e lhes convenha” e as
“árvores e o terreno produzem abundantemente para a nutrição de cada espécie”.
A descrição é semelhante à dos nossos ancestrais Hominídeos e
do nosso antepassado mais recente, o Homo habilis.
Esse tipo de comportamento já foi muito estudado por nós. Os Espíritos
superiores estão apenas revelando que, nos Mundos Primitivos, nas primeiras
encarnações, os Seres humanos também vivem do que encontram e lhes convém,
semelhantemente aos nômades da Terra.
Adiante:
“Os animais carnívoros não os caçam. A previdência do Senhor vela pela
conservação de todos. Seus únicos instintos são os da alimentação e os da
reprodução”. (“OQE” – Feb).
Pode
parecer estranho que os Seres humanos dos Mundos Primitivos, sendo tão
rudimentares, não sejam presas de animais carnívoros. Entretanto, sabemos que
na nossa cadeia alimentar a situação é igual. Determinados animais carnívoros caçam
específicas presas, deixando de lado inúmeros outros animais que também lhes
poderiam ser fonte de energia. Por outro lado, encontramos animais no topo da
cadeia que não possuem predadores, podendo viver até à derradeira hora sem
passar pelo estresse de serem caçados. Nos Mundos Primitivos o processo ocorre
de forma semelhante, como podemos constatar em mais estas explicações: “As
espécies incapazes de se defenderem não são atacadas de modo positivo. Têm seus
inimigos, mas entre Seres tão fracos quanto elas e não entre os que as
destruiriam completamente, achando-as sem defesa, nem meios de fugir. Cada
espécie busca a alimentação que lhe é apropriada, não procurando nunca a que
seja estranha aos seus apetites”. (“OQE” - Feb).
Roustaing
finaliza com o questionamento sobre as condições da substância humana nos
Mundos primitivos:
“O
Espírito vai habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias
constitutivas do Planeta. Esses corpos não são aparelhados como os vossos,
porém os elementos que os compõem se acham dispostos por maneira que o Espírito
os possa usar e aperfeiçoar. Não poderíamos compará-los melhor do que a Criptógamos
Carnudos. Podeis formar ideia da criação humana, estudando essas larvas
informes que vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios. São massa,
quase inerte, de matéria moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes,
desliza, tendo os membros, por assim dizer, em
estado latente.” (“OQE” – Feb).
Chegamos,
assim, ao Criptógamo Carnudo e podemos prosseguir na mesma linha de raciocínio.
Ir “habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas
do Planeta” os quais “não são aparelhados como os vossos” não implica nenhuma
contradição. Qual a substância dos nossos corpos na Terra? Ela é formada pelos elementos
constitutivos do Planeta. Somos essencialmente carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio e fósforo. Da mesma forma os corpos primitivos nos Mundos Primitivos
são constituídos de substância formadora do próprio Planeta Primitivo.
Quanto
a não serem aparelhados, como os nossos, nada de extraordinário está sendo
dito, pois nos foi revelado, desde a década de 40, pela chamada ‘Série André
Luiz’, que os órgãos dos corpos perispirituais do Mundo de Expiação são
morfológica e fisiologicamente diferentes, isto é, sofrem transformações,
adaptações ou até mesmo deixam de existir, uma vez fora da encarnação.
Os
corpos perispirituais não são aparelhados como os nossos. Assim, não é difícil
imaginar que os corpos humanos dos Mundos Primitivos
não são aparelhados como os corpos humanos dos Mundos de Expiações.
Mas
com certeza todos são humanos.
Prossigamos:
(...)“porém os elementos que os compõem se acham dispostos por maneira que o Espírito
os possa usar e aperfeiçoar”. (“OQE” - Feb).
Uma
vez encarnados no nosso Mundo, estamos sujeitos às leis naturais que regem este
Planeta. Em 1859, o extraordinário naturalista Charles Darwin publica sua
magnífica obra “The Origin of Species By Means of Natural
Selection, or the Preservation of Favoured Races in The Struggle for Life”,
comumente conhecida em português como “A Origem das Espécies”. Após o
trabalho de Darwin e, igualmente, no mesmo período, o de A. R. Wallace (estudioso
também dos fenômenos espíritas), a evolução (transformações naturais) passou a
ser a mola mestra para a compreensão de todo o processo de modificações
estruturais e funcionais dos Seres vivos.
Da
mesma maneira que surgiriam espécies novas, outras sucumbiriam dentro do
processo natural da evolução. O gatilho da evolução é formidável para a compreensão
do aperfeiçoamento dos elementos que possam ser usados pelos Espíritos
encarnados. Na assertiva dos Espíritos reveladores vislumbramos a ‘Teoria da Evolução’
também como processo de modificações nos corpos rudimentares dos Mundos
primitivos e dos elementos que os compõem.
Acredito
que não poderia ser diferente.
A
evolução é pedra angular nos ensinamentos da Doutrina Espírita, devendo ser
material, perispiritual, intelectual e moral. Porém, é importantíssimo frisar
que, para nós, espíritas, a ‘Teoria da Evolução’ não exclui a existência do Espírito,
muito menos do Criador, como pretendem os evolucionistas materialistas. Mas com
certeza põe fim ao domínio teísta-criacionista que o Catolicismo e o Protestantismo
impunham, ou o neocriacionismo que os protestantes tanto defendem para alijar o
darwinismo.
Mas
isso já é outra história.
“Não
poderíamos compará-los melhor do que a Criptógamos Carnudos.” (“OQE” – Feb)
Por
que os Espíritos fizeram essa comparação? Por que optaram em “criar” esse “ser
híbrido” para falar dos Seres humanos no Planeta Primitivo? Na década de 60,
pela tribuna e em artigo no Reformador, o jornalista e escritor
Luciano dos Anjos foi o primeiro e único a explicar que “Os
Quatro Evangelhos” (Feb) faziam apenas uma comparação e que, em nenhum momento, estavam ensinando
que o Espírito retrogradava a Criptógamo Carnudo no Mundo Primitivo. Ousado que
sou – o parentesco me chancela –, tentarei desdobrar as suas profícuas e
oportunas explicações.
Antes
de tudo faz-se necessária uma pequena digressão quanto à situação do
conhecimento científico e seus questionamentos vigentes à época em que foi
recebida a revelação “Os Quatro Evangelhos”. A captação mediúnica teve
início em 1861 e a publicação da obra aconteceu em 1866. Conseqüentemente,
estamos falando do conhecimento humano acumulado para ser utilizado no final do
Século 19, Século que, realmente, foi extraordinário.
O
progresso do invólucro corporal humano no Mundo de Expiações, iniciado em tono
de 7 milhões de anos, é surpreendente. O intelecto vem acompanhando esse
progresso e cada vez mais os Espíritos encarnados podem verbalizar e
concretizar os seus raciocínios de uma maneira mais clara.
Não
me proponho a retratar aqui todos os aspectos de todas as áreas do conhecimento
que pululavam no Século 19. Primeiro, porque a tarefa está acima da minha
capacidade e, segundo, não seria compatível com o objetivo deste texto. O
importante é compreender qual era então o burburinho científico e estabelecermos
um paralelo com o Criptógamo Carnudo, que aos mais distraídos causa tanto frisson. Muitas
disputas e embates científicos estavam ocorrendo no Velho Mundo, bem como a
sedimentação de todo o conhecimento acumulado nos Séculos anteriores. A sede
pelo entendimento da vida, apesar da opressão católica e protestante, era
gritante.
As Ciências biológicas estruturavam-se cada vez
mais, buscando apoio no raciocínio e na lógica para a compreensão do Mundo e do
Ser humano. A história natural, a anatomia, a taxionomia, a fisiologia, a
geologia, o surgimento da vida (geração espontânea) e tantas coisas mais faziam
parte desse contexto único da belle-époque. A
geração espontânea, o ancestral comum do Ser humano, a idade do planeta e
numerosos outros assuntos fascinantes mobilizavam inteligências e emoções.
Ricas e acaloradas polêmicas imprimiam o avanço do conhecimento.
Com certeza uma época em que não havia o marasmo e
a subserviência intelectual. Tempo e espaço adequados para Kardec, Roustaing e
outros mais estarem encarnados com suas específicas missões. O movimento
religioso que surgisse naquela época seria privilegiado.
Um dos estudos muito em voga no Século 19 era o de
tentar agrupar e classificar os Seres vivos. A taxionomia não era um trabalho
científico recente. Sua história começa com Aristóteles (384-322 a .C.), tradicionalmente
celebrado como o pai da Ciência da classificação. A sua classificação de todos
os animais em “de sangue quente” e “sem sangue” foi aceita até que fossem
redenominados por Lamarck (1744-1829) como “vertebrados” e “invertebrados”.
Muitos Séculos se passaram depois de Aristóteles e muito saber foi sendo
acumulado.
Porém, “coincidentemente”, justamente no Século 19,
após tantos encontros e desencontros na classificação dos Seres vivos, havia
uma massa crítica do conhecimento na classificação dos vegetais, que seria
utilizada pelos Espíritos em “Os Quatro
Evangelhos” – Revelação da Revelação. Os Séculos 17 e 18 testemunharam a denominada revolução científica que,
entretanto, ficou limitada às ciências físicas e, em escala muito menor, a
algumas partes da biologia funcional. A história natural e a sistemática
permaneceram quase intocadas.
A história da botânica se inicia com os escritos de
Theofrastos (371-287 a .C.),
aluno de Aristóteles, e segue até aos dias atuais passando por vários outros
pesquisadores célebres, havendo todos contribuídos para a classificação dos
vegetais. A rápida acumulação de conhecimentos sobre essa classificação, entre
o início do Século 16 até Carl Lineu (1707-1778), teria sido impossível sem um importante
avanço tecnológico, o herbário.
Entretanto, no Século 19 a história natural já se encontrava bem
dividida entre zoologia e botânica, o que não ocorrera no período do Século 16
até o 18. O Século 19 também se caracterizou pela atividade taxionômica sem
precedentes. Os taxionomistas tornaram-se mais profissionais e especializados.
Até aquele momento, a zoologia tinha sido dominada pelo interesse dos
vertebrados, e a botânica, pelo estudo das plantas floríferas (com flores).
Contudo, os zoologistas passam a se interessar por animais invertebrados e os
botânicos, por sua vez, começam a dar maior atenção aos criptógamos.
O
profundo desenvolvimento da botânica no Século 19 foi motivado pelas pesquisas
de Hofmeister (1851) sobre, justamente, o ciclo vital e reprodutivo dos
criptógamos (samambaias, avencas, fetos, musgos, algas, liquens, cogumelos,
etc.). Depois disso, diversos estudos da variação na reprodução e o parentesco
entre os Criptógamos foram realizados.
Etimologicamente
Criptógamo vem do grego krypton, ‘oculto’, ‘escondido’, e gamos,
‘casamento’. Por conseguinte, esses vegetais não possuem flores (estruturas
para a reprodução). Não há como saber visualmente qual é macho e qual é fêmea,
havendo, porém, os que realizam a reprodução sexuada de forma menos notável.
Como
já vimos, Roustaing, na sua indagação, estava querendo entender a substância
dos Seres humanos e a reprodução deles no Mundo Primitivo. Os Espíritos Reveladores,
com sabedoria, lançaram mão de um novíssimo conhecimento da época a fim de
comparar algo para nós: inconcebível. Na falta de terminologia adequada, eles
procuraram impedir qualquer interpretação equivocada quanto aos órgãos sexuais
e à reprodução nos Mundos Primitivos, recorrendo aos últimos
estudos da botânica do fim do Século 19.
Uma comparação com Seres
do reino vegetal haveria de evitar que os encarnados do planeta Terra
concluíssem, como alguns acabaram infelizmente concluindo, que as estruturas e
funcionalidades orgânicas dos Seres humanos, nos Mundos Primitivos fossem
iguais aos dos animais inferiores da Terra. Era preciso que ninguém fizesse uma
errada comparação com estruturas animais; eles falavam de coisa diferente,
inconcebível para nós.
Não podendo mentir –
pois se tratava de uma revelação –, foram inteligentemente buscar paralelo, no
reino vegetal, com um ser híbrido que nem existe. Se houvessem oferecido
exemplos morfológicos do nosso atual estágio corpóreo, não teriam sido mais
felizes porque, da mesma forma que os Espíritos Superiores são completamente
diferentes de nós, os inferiores, proporcionalmente, também o são. Se fizesse
comparação com animais inferiores do Planeta Terra, a revelação poderia ser
ridicularizada por pregar a retrogradação do Espírito.
Com sabedoria, pois, os
Espíritos buscaram fechar as portas a qualquer especulação leviana ou inocente,
o que, de resto, alguns desatentos não deixaram de fazer, falando de imediato em metempsicose. Foi
com tal objetivo que os Espíritos reveladores “criaram” esse ser inexistente,
o Criptógamo Carnudo, e o utilizaram a fim de ilustrar o estágio
reprodutor dos Seres humanos no Mundo Primitivo. Quem seria tolo de aceitar Espíritos
humanos encarnando em vegetais?
Portanto, a imagem do Criptógamo
Carnudo, um Ser “criado” para efeito de mera comparação, foi proposital e com
objetivo específico. A nomenclatura Criptógamo era a que estava sendo utilizada para plantas
bem rudimentares, aquelas em estágios intermediários no reino vegetal. Buscaram
um exemplo que caracterizasse, “por analogia”, o corpo rudimentar e a fase
intermediária que os Espíritos humanos vivem no Mundo Primitivo.
Concluindo: “Os Quatro Evangelhos” nos ensinam que
os Espíritos humanos em queda naqueles Mundos são: macho e fêmea, e se
reproduzem sexualmente, mas estamos longe de poder concebê-los, tamanha é a
distância evolutiva existente entre os Mundos Primitivos e os de Expiações.
Quando os Espíritos descrevem sucintamente a morfologia dos Seres
humanos nos Mundos Primitivos e o desenvolvimento das estruturas corporais, há
quem suponha tratar-se de animal irracional e não de Espírito humano. Acredito
haja muito mais preconceito do que qualquer outra coisa. Se consultarmos
qualquer livro de embriologia poderemos facilmente ler as descrições e ver as
fotografias e reproduções artísticas dos embriões humanos nos seus diversos
estágios.
Ao
fazê-lo, verificamos ser o embrião uma massa celular que aos poucos vai
ganhando forma, a cabeça destacada e grande, olhos pretos laterais, e
desproporcionais, e, tronco com dobras. Não há braços. Não há pernas. A
morfologia sexual não está visível. A coluna cervical se alonga dando a
impressão de cauda. Enfim, poderíamos compará-lo a um girino carnudo. No
entanto, estamos indubitavelmente diante de um Ser humano, de um Espírito
encarnado num Mundo de Expiação, em um corpo humano rudimentar.
Aos
poucos esse corpo irá se desenvolver, as formas irão se alongar, os braços e as
pernas surgirão. Há nele, em potencial, todos os atributos e elementos
necessários para adquirir autonomia corporal e funcional.
Observação
digna de nota é que os estágios embrionários são reflexos do processo evolutivo
pelos quais já passamos no Mundo de Expiação. Ernest Haeckel (1834-1919) e seus
contemporâneos defendiam essa teoria, chamada de recapitulação. A embriogênese
dos mamíferos recapitula os estágios embrionários dos seus ancestrais. Essa
teoria ainda hoje é considerada válida, tendo dado origem à embriologia
comparada, ocasionadora de muitas descobertas espetaculares. Determinados
estágios embrionários humanos podem ser comparados, assemelham-se e chegam a
possuir estruturas de estágios embrionários de animais irracionais do nosso Mundo.
Desta
forma, como espíritas racionalistas que somos e, acima de tudo, reagindo à
subserviência intelectual, devemos aproveitar o conhecimento desenvolvido pelos
estudiosos da biologia aplicando-o à revelação espírita. Sendo assim, quando
mergulhados na encarnação, após duas células germinativas se fundirem,
iniciamos um processo em que passamos por estágios embrionários que
“recapitulam” as fases da evolução biológica no Mundo de Expiação.
Noutras
palavras: como espírita, admito a possibilidade de que, durante a embriogênese,
características “guardadas” das etapas em que o princípio espiritual
transitava pelos reinos não humanos são, de certa forma – e até grosseiramente
– exteriorizadas, como, aliás, Roustaing explica ao referir o “temperamento” do
Espírito.
Indo
mais além no raciocínio – TESE
MINHA –, ao observarmos os
estágios embrionários do Ser humano do Mundo de Expiação talvez estejamos
presenciando as formas rudimentares dos humanos que povoaram os Mundos Primitivos.
Admitindo essa possibilidade verificaremos uma interessante correlação entre a
descrição do Ser humano chamado Criptógamo Carnudo, em “Os Quatro Evangelhos”, e
determinados estágios embrionários dos humanos dos Mundos de Expiação.
Encontramos aí uma
coincidente semelhança de descrições!
Criptógamos Carnudos
apresentariam, portanto, todas as características morfológicas de um embrião
humano, com suas formas moles, disformes, incompletas.
Vamos concluir
retornando à última parte do parágrafo em que os Espíritos aludem ao Criptógamo
Carnudo:
“Podeis formar ideia da
criação humana, estudando essas larvas informes que vegetam em certas plantas,
particularmente nos lírios. São massa, quase inerte, de matérias moles e pouco
agregadas, que rasteja, ou antes, desliza, tendo os membros, por assim dizer, em
estado latente.”
Não pouco espírita
talvez se escandalize com essas afirmativas.
Entretanto, por tudo que
já foi desenvolvido até aqui, não nos devemos deixar levar por constrangimentos
e indignações descabidas. Com o conhecimento que hoje possuímos, podemos
extrair duas conclusões a esse respeito. A primeira, que acredito ser
equivocada, seria no sentido de que os Espíritos estão nos revelando,
sucintamente, o desenvolvimento do Criptógamo Carnudo até o nosso momento atual
de evolução: Homo Sapiens.
A segunda, que acredito
ser a mais coerente, é que os Espíritos nos aconselham a estudar o
desenvolvimento e as transformações das larvas que habitam as plantas do nosso
Mundo (particularmente as dos lírios) para compreendermos, por analogia, a
evolução do Ser humano no Mundo Primitivo, desde o seu marco zero até chegar a Criptógamo
Carnudo (Ser humano). Isso não quer dizer que os Seres humanos no Mundo Primitivo
passem ipsis litteris pelo estágio larval dos nossos insetos.
Deduzo que se prestarmos
atenção nas fases das larvas que vegetam em nossas plantas, entenderemos que os
Espíritos estão objetivando ensinar que o processo ocorrente com os Espíritos
em evolução em Mundo Primitivo
está repleto de transformações acentuadas. Quando estimulam o estudo das
larvas, estão nos instigando a reconhecer que o processo evolutivo é doloroso e
lento, mas que, de um simples estágio larval, surgirá em toda a sua plenitude
um Ser totalmente diferente e apto.
Diariamente isso ocorre
no nosso Mundo.
A larva de um inseto que
vegeta numa planta se transforma tão radicalmente que, de massa de matéria
celular mole, que rasteja e desliza, tendo todos os “membros” em estado
latente, chega à sua plenitude com todas as partes e apêndices do seu corpo
completo e totalmente diferente do que fora. Porém, sempre foi, fundamentalmente,
o mesmo Ser. Os Espíritos ensinam que a evolução do marco zero até Criptógamo Carnudo
é um processo lento, árduo e constrangedor.
De Criptógamo Carnudo
até o Homo sapiens,
idem.
E de Homo sapiens até o retorno ao estado de
perfeição, mais ainda.
Como poderia ser
diferente?
Afinal, os erros foram
graves e, conseqüentemente, a Queda profunda.
Mas na essência somos os
mesmos!
Assinado:
Luciano dos Anjos!
(*) Tese
Extraída da Internet: Original do Capítulo 4 de:
“Para
Entender Roustaing” – Publicações Lachâtre.
=================================
UM GRANDE E
FRATERNO ABRAÇO A TODOS:
=================================
Fernando Rosemberg
Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
Bibliografia
-“Obra
Completa de Allan Kardec”: Diversas Editoras;
-“Obra
Completa de Pietro Ubaldi”: Editora Fundapu;
-“Obra
Completa de Chico Xavier”: Diversas Editoras; Diversos Sites Internet; sendo de
destaque no e.Book:
-“Missionários
da Luz” – Espírito André Luiz – Feb;
-“Os Quatro
Evangelhos”: Mme. Collignon – Espíritos dos Evangelistas, dos demais Apóstolos
e de Moisés, Organizado por Jean-Baptiste Roustaing - Feb;
-“A Origem
das Espécies”: Charles Darwin – Newton Compton Editor;
-“A
Anti-História das Mensagens Co-Piadas”: Luciano dos Anjos – Leymarie Editora;
-“Capítulo
4 da obra: Para Entender Roustaing” – Publicações Lachâtre – Internet; e:
-“Bíblia
Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.
Relação
dos e.Books de:
Fernando
Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
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20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese
do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
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