quinta-feira, 14 de abril de 2016

FILOSOFIA RACIONAL DO ESPIRITISMO


FILOSOFIA RACIONAL
DO
ESPIRITISMO

Em ‘Prolegômenos’ (noções preliminares de uma ciência) de “O Livro dos Espíritos” (1857 - Ide) o Sr. Allan Kardec preconiza que: “Este livro é a compilação dos seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob o ditado dos Espíritos Superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos preconceitos do espírito de sistema”. (Opus Cit.).

E, tais Espíritos, ao término de uma sua mui sábia e expressiva dissertação, alegam no referido texto:

“Lembra-te de que os bons Espíritos não assistem senão aqueles que servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam a qualquer que procure, no caminho do céu, um degrau para as coisas da Terra. Eles se distanciam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira entre o homem e Deus; é um véu atirado sobre as claridades celestes, e Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz”. (Opus Cit.).

E tais Espíritos assinam:

São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luis, o Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.”.

E, em toda a obra codificada, vamos encontrar as instruções de tais Espíritos organizando e elucidando os pontos mais difíceis, todas as questões atinentes a tão vasta e tão complexa Doutrina do Espiritismo – Terceira Revelação da Lei de Deus - consoante promessa de Jesus de nos enviar ‘O Consolador’: que nos ensinaria todas as coisas e ficaria eternamente conosco.

E o próprio Kardec, noutra de suas obras, recomenda que leiamos tudo quanto houver sobre a matéria, e, ao final, preceitua:

“Cabe ao leitor apartar o bom do mau, o verdadeiro do falso”. (Vide: “OLM” – AK – 1861 - Ide).

O que não é tarefa fácil, pois que somos Espíritos em evolução; Espíritos reencarnados das mais diversas faixas mentais que, infelizmente, pela imaturidade de alguns pares, ainda os vemos estudando e acatando obras duvidosas que, não nos elevando, muito nos rebaixa, nos engana e nos envolve com suas mentiras  e ilusões filosóficas e doutrinárias.

Mas não percamos forças com o desânimo; pelo contrário, nos encorajemos, pois somos detentores de uma base doutrinária que fora amparada pelo Espírito de Verdade, enviado do Cristo, para nos orientar no tocante aos referidos temas: do verdadeiro e do falso.

Assim, pois, vamos a algumas ideias contidas nos mais diversos livros hoje disseminados pelo movimento espírita. Num deles, por exemplo, (que não citaremos o título), um Espírito defende, com seu médium, que o renomado Chico Xavier é a reencarnação (reec>) de Allan Kardec e que este, por sua vez, é a reencarnação (reec>) de Platão.

Por tal proposta temos:

Chico (ree>) Kardec (ree>) Platão

Entretanto, a obra codificada de Allan Kardec, como já visto logo acima, contém instruções do Espírito de Platão! Mas Chico não seria a reencarnação de Kardec, e, pelas “instruções” encimadas, não teria sido, antes disso, o Espírito que animara Platão?

Questiono, então, quem seria o Espírito que, em sua obra principal, ou seja: “O Livro dos Espíritos”, se dizia ser Platão?

Ou seria um falso Platão!!!???

Não ouso acreditar que uma obra tão séria, como a de Kardec, amparada pelo Espírito de Verdade, enviado do Cristo, contenha espetáculos teatrais de tal ordem de fraude, de mistificação.

Ou não seria mistificação, pois o Espiritismo, conquanto simples em sua exposição de princípios, é também muito complexo, pois referida questão da identidade do Espírito fora também tratada por Kardec, sobretudo em sua obra de “Espiritismo Experimental”, o denominado “O Livro dos Médiuns” (AK – 1861). Todavia, constituindo síntese, é óbvio que o Espiritismo, por tal situação mesma, está a expressar do referido Tratado um resumo suscetível de ilações outras, que também veremos.

E, mais ainda: em outro livro daquela mesma lavra mediúnica duvidosa (que não citamos), aquele mesmo Espírito alega, com todas as letras, que o nosso Chico Xavier também fora o apóstolo João, ou seja, ele mesmo: João Evangelista!!! Ou, noutros termos, e, andando da frente para traz, ou seja, de hoje para ontem, cronologicamente, Chico teria sido a reencarnação de Allan Kardec, do apóstolo São João Evangelista e de Platão:

Chico (ree-->) Kardec (ree-->) João (ree-->) Platão.

Mas acredito que o sapiente leitor já notara outro detalhe de tal informação mediúnica: São João Evangelista também consta dos Espíritos Superiores que codificaram sua obra com o missionário Allan Kardec no Século 19.

Ou seja: se a obra de Kardec, como visto supra, contém instruções do Espírito de Platão, do Espírito de João Evangelista, como poderia Kardec ter animado tais homens no passado, se a sua obra codificada contém instruções dos mesmos? Ou seja: dos Espíritos de Platão e do Evangelista João? Ou, Platão e João, de sua obra, seriam mistificações, pois Kardec, no passado, é que teria sido Platão e, logo após, João - o São João Evangelista?

Ou, ainda, invertendo os pólos:

-Não seria a obra de Kardec, em seu conjunto, uma expressão da verdade, e, portanto, merecedora dos nossos aplausos, do nosso respeito, pois que representa a promessa do Cristo de nos enviar o Consolador que nos faria lembrar tudo o que mesmo realizara e que ficaria eternamente conosco?

Mas reflitamos mais ainda: da cronologia palingenésica já citada pelo Espírito em questão, temos que:

Chico (ree-->) Kardec (ree-->) João (ree-->) Platão.

E penso ser óbvio que, se uma só figura de tal ordem cronológica for falsa, ou seja, estiver equivocada, penso que, por dedução filosófica e também matemática, toda ela se desmorona falseada que está em seus princípios e deduções.

Vejamos que a “Revista Espírita” (AK – 1861 - Edicel) do Mês de Janeiro, em seu Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, registra em dado momento que:

“3º. – Fato pessoal ocorrido com o Sr. Allan Kardec, e que pode ser considerado uma prova de identidade do Espírito de antigo personagem. A Srta. J... recebeu várias comunicações de João Evangelista, sempre com uma caligrafia muito característica e completamente diversa de sua escrita habitual. Tendo o Sr. Allan Kardec, a seu pedido, evocado aquele Espírito (João Evangelista), por intermédio da Sra. Costel, verificou-se que a caligrafia tinha absolutamente o mesmo caráter da Srta. J..., embora a nova médium dela não tivesse conhecimento; ademais, o movimento da mão tinha uma delicadeza inabitual, o que constituía, ainda, uma similitude; enfim, as respostas concordavam em todos os pontos com as que tinham sido dadas através da Srta. J... e na linguagem nada havia que não estivesse à altura do Espírito evocado.” (Revista Cit.).

Ou, noutros termos, e, pelos dados da pesquisa científica de Allan Kardec, notamos que o mesmo não poderia ter sido João Evangelista no passado, pois ele, o cientista Allan Kardec, confirmara a presença do referido Espírito em seu laboratório de pesquisas espiríticas, o que, por sua vez, derruba a tese de que Kardec fora João no passado, e, o que, mais ainda, derruba todo o contexto da pretensão contida na cadeia palingenésica já citada.

Cadeia palingenésica que nos parece, pois, falseada em um de seus elementos constituintes, lhe derrubando por terra todos os elos da questão.

Logo, pelo embaraço disseminado em nosso meio por tais obras duvidosas, óbvio está que eu, este modesto autor de tais escritos, priorizo estar com os renomados trabalhos de Allan Kardec, até que se prove, por métodos incontestáveis, e definitivos, que seu trabalho de intensa pesquisa se equivocara e que tais livros mediúnicos da atualidade são justos, verdadeiros e, doutrinariamente: corretos.

Noutros termos, antes de condenar, transmito àqueles autores: médium e Espírito comunicante, o benefício da dúvida: provem-nos suas assertivas, justifiquem-nas, que com elas estaremos acordes e de braços abertos à sua aceitação e ampla divulgação.

Ora, se a obra de Kardec pode conter algum equívoco, é preciso prová-lo com fatos como eu mesmo já o fiz algumas vezes; mas não apenas com palavras soltas, algo desconexa e sem as devidas provas do que se propaga em nosso meio já tão complexo e tão difícil de trabalhar.

Mais ainda, alegarão alguns que: Espíritos muito evolvidos, pela identidade de princípios que os unem, pela conformidade de seus pensamentos e ações, poderiam se substituir em suas comunicações com os homens, adotando uns, o nome de outros, sem embargo de seu nome e de suas instruções.

Entretanto, Kardec não estivera, plenamente, de acordo com tal situação prescrevendo:

“Objetar-se-á, sem dúvida, que o Espírito que toma um nome suposto, mesmo para não falar senão do bem, não cometeria com isso menos fraude, e daí não pode ser um bom Espírito”. (Vide: “OLM” – AK – 1863 – Ide).

Logo, admitir-se que o Espírito de João Evangelista, citado pela pesquisa de Kardec, não seja o referido, é admitir-se fraude, é acatar-se uma falsidade ou coisa que o valha, e não pensamos que o Codificador possa ter sido enganado, pois que era assistido pelo Espírito de Verdade, enviado do Cristo.

No mais, um grande abraço do amigo de sempre, e, para sempre:

Fernando Rosemberg Patrocinio:
Fundador de Casa Espírita Cristã, Coordenador de Estudos Doutrinários, Articulista, Palestrante e Escritor de meia centena de e.Books gratuitos em seu blog.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
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04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
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07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
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18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
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23-Espiritismo e Filosofia;
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25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
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32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
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43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio.
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;

65-A Revolução Ética.
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