terça-feira, 12 de julho de 2016

ALLAN KARDEC: IDIOSSINCRASIAS


ALLAN KARDEC: IDIOSSINCRASIAS

Assim, estudando, e pesquisando sempre..., podemos fazer nossos recuos no tempo, bem como avançarmos com nossas perspectivas, nossos sonhos de uma nova Ciência que, aliada à Filosofia, à mais Pura Religião, construirá um Mundo melhor, de harmonias sociais, econômicas, comportamentais e morais.

De retorno aos tempos da Codificação, ao Século 19, veremos que Kardec, pessoalmente, tinha certa simpatia pela expressão: “Espíritos Rebeldes”, desprezando a de “Espíritos Decaídos” em alegando que: “a ideia da Queda dos Espíritos presume degradação”. (Vide: o primeiro “Livro dos Espíritos”, item 61 - Internet).

Entretanto, diga-se que uma coisa não exclui a outra, pelo contrário, elas se ligam, sendo uma, a Queda, não mais que conseqüência da outra, a Rebeldia. Noutros termos: a Queda deriva - em termos filosóficos, bem como matemáticos - da Rebeldia. (Vide, para tanto: “Espiritismo e Matemática”, e.Book deste autor).

O que Kardec, infelizmente, não percebera, ou, não pudera com tal fato atinar. Ora, o Espírito, em sua Queda Espiritual não se degrada, mas apenas e tão só se despotencializa, ou seja, restringe suas potências e faculdades. Dito fenômeno verifica-se o tempo todo ao nosso derredor mesmo, com todos os Seres e com todas as espécies do Mundo terreno, e, por conseguinte, com todos nós: Espíritos humanos sujeitos a reencarnação.

Vejamos como “O Livro dos Espíritos” (A.K. – segunda edição de 1860 - Ide) entende referido fenômeno:

Pergunta 344 - “Em que momento a Alma se une ao corpo?”

Resposta: “A união começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para habitar tal corpo, a ele se liga por um laço fluídico que vai se apertando cada vez mais, até que a criança nasça; o grito que escapa, então, da criança, anuncia que ela se conta entre os vivos e servidores de Deus”.

E, com relação ao esquecimento do passado, por meio do fato reencarnatório em si, sabe-se que o Espírito obscurece suas faculdades e demais potências suas numa espécie perturbação psíquica (esquecimento) que o restringe e o “anula” paulatinamente. Kardec, a tal fato se referindo, ministra que:

“ ... Da mesma forma que a morte do corpo é uma espécie de renascimento para o Espírito, a reencarnação é uma espécie de morte, ou antes, uma espécie de exílio e de clausura”. (Opus Cit.).

E, mais adiante, confirma relativamente ao fenômeno da reencarnação:

“... Então, nesse momento supremo, a perturbação se apodera dele, qual no homem em agonia, e essa perturbação persiste até que a nova existência esteja francamente formada. Os prelúdios da reencarnação são uma espécie de agonia para o Espírito”. (Opus Cit.).

Vemos com Kardec, pois, que a reencarnação representa para o Espírito uma espécie de morte, ou melhor, de exílio e clausura, pois suas faculdades involuem, ou seja: se restringem e se “apagam” durante a vida intra-uterina, para “acender” paulatinamente durante a vida corpórea do Homem, quando se vai despertando o Espírito durante os muitos processos maturativos e bio-psíquicos da vida corporal.

Portanto, se Kardec entendia a Queda Espiritual como degradação, ou seja, como: abjeção, baixeza, opróbrio e outras indignidades mais, diga-se que tal fato não se dá absolutamente assim, pois que tal só se verifica como culpa da criatura (EPC) que errara no início dos tempos, como até hoje, por sinal, somos capazes de errar e de, por conseqüência, cair ou quedar-se. Portanto, se tal fato se dá, e, portanto, só se verifica por culpa da criatura e não por culpa de Deus que não degrada e tampouco humilha suas amadas criaturas.

O que significa expressar, pois, que Deus não exclui e não rebaixa com vileza a nenhum de seus filhos, mas os corrige, pois que Deus neles acredita, bem como está Ciente de Seus Métodos para a correção e salvação daquele que errara. Deus, portanto, estabeleceu Leis que se fossem, e, se forem seguidas, são condutoras do bem e da felicidade ao ponto de nos tornarmos “Uno” com o Justo e Amoroso Criador.

Ora, o próprio “O Livro dos Espíritos”, o definitivo, se refere a tal problemática, e, no caso, os Espíritos discordam de Kardec; veja-se a resposta ao item 262, onde o Homem que se extraviara, tomando o mau caminho, a conseqüência de tal fora explicitada nos termos:

“... é o que podemos chamar a Queda do Homem”. (Opus Citado).

Ora, Queda do Homem é Queda do Espírito, seu Comandante, o Ser, de tudo: principal. E, ao quedar-se, é o próprio Espírito que se humilha em sua correção, pois que sua Consciência, sendo responsável pelos seus atos, assim o exige e assim o quer, mostrando que a semeadura é livre, mas a colheita obrigatória. (Vide: nosso e.Book: “O Livro dos Espíritos e Queda Espiritual”).

De tudo, pois, resume-se que:

Allan Kardec, como defensor do Fenômeno Evolutivo, adotara a Criação dos Espíritos na condição de Indivíduos Simples e Ignorantes (ESI); mas reconhecia que o sofrimento deles, na condição animal, “é constante”, e não tinha como explicar tal fato diante de um Deus-Pai que é Justo e Bom; no que Erasto – como se sabe - lhe advertira:

“Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma explicação mais inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Vide: “Revista Espírita” – A.K. - Março de 1864 – Edicel).

O que significa expressar, segundo Erasto mesmo, a condição humana de Kardec: do seu entendimento limitado e dos seus conhecimentos não aprofundados, que, por sua vez, entra em contradição consigo mesmo, pois admite a Criação dos Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), mas não compreende tanto sofrimento semeado em seus passos, o que só o Fenômeno Involutivo-Evolutivo, da Queda e da Salvação, pode conceber e de forma racionalmente lógica explicar.

A inteligência de Kardec, portanto, não podia compreender a Queda Espiritual, não podia, no dizer de Erasto, fazer o “entendimento” da questão por suas limitações intelectivas, bem como filosóficas, sendo tais problemas, não só de Kardec do Século 19 como de grande parte de espiritistas deste início do Século 21, onde tal fato só se verifica, e só se deve, pois, ao problema cognitivo (progresso espiritual), onde uns, mais evolvidos, estão prontos para encetar novas jornadas e outros, menos evolvidos, necessitam, ainda, de maiores maturações psíquicas oportunizadas pelo tempo-evolução.

Ora, o fato contraditório de se supor um Deus que é todo Amor e Misericórdia, e que, em contrapartida, cria Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) que não pediram para serem criados e, mais ainda, lhes coloca nas dores e adversidades dos Mundos para evoluir e se aperfeiçoar por milênios e milênios sem conta, tal fato implica em um Deus Imperfeito que, ao criar, autoriza atrocidades, dores e truculências ao filho inocente, que, ao invés de realçá-lo como Deus Perfeito, Justo e Sábio, o rebaixa como Soberano Injusto e Cruel.

Ora, se tenho por minha filha um amor de pai capaz de sangrar e de se sacrificar pela sua felicidade, quanto mais Deus não seria capaz de sangrar e de se sacrificar pelo Amor que o Mesmo teria e tem pelos seus filhos tão amados?

Não, meus senhores, Deus não criou Simples e Ignorantes (ESI), mas sim, Espíritos Puros e Conscientes (EPC) regidos pela Lei do Amor que, afinal, integra o Sistema Transcendente de Sua Espiritualidade; e, mais, deu-lhes ampla liberdade de escolha pelo bem ou pelo mau, e, se tais elementos falharam fora por culpa sua e não de Deus que não falha, não tem culpa e deseja o melhor aos seus filhos amados, mesmo rebeldes, pois que os busca e os salva pela redenção espiritual.

Os que discordam de tal situação, não são bons filósofos e tampouco bons matemáticos, pois não vêem que o Mundo e o Universo astronômico, como um todo, vem a ser uma conseqüência, cuja causa longínqua está na criatura (EPC) que errara, e que, mesmo hoje (ESI), ainda se rebela, persistindo na insurreição de outrora, dos tempos primordiais.

Ora, vejam o Mundo!

Mas não vamos longe não: vejam o nosso País, sua conturbação política, econômica, social, sendo tudo resultado da rebeldia, do orgulho e do egoísmo, do pensar em si e não no próximo: nosso irmão!

Cientificamente, pois: Não há efeito sem causa!

E a causa da dor, contida na fenomenologia evolutiva, em sendo um efeito, ela resulta de uma causa, de uma doença, ou, rebeldia nos altos planos conscienciais.

De retorno a Kardec, chego a pensar que o Codificador não tivera tempo de refletir melhor, de pensar e repensar aprofundando o tema da Criação Espiritual, pois cuidava de outros temas também relevantes; e mais: por suas idiossincrasias, peculiaridades, temperamento, e por que não dizer, por sua teimosia mesma, cometera o seu maior descuido filosófico desconsiderando o fenômeno da Involução, ou, de modo mais inteligível: da Queda Espiritual.

Assim, pois, Kardec, como qualquer um de nós, não é, e não pode ser, infalível; Kardec - ele mesmo - evoluíra e crescera durante os trabalhos de sua Codificação e como, pois, considerá-lo um deus infalível e não sujeito a qualquer equívoco ou desacerto de suas instruções?

O que expressa, indubitavelmente, que Allan Kardec, do Século 19, não é infalível, e tampouco um deus, ou semi-deus como querem alguns espiritistas entender, e, aos quatro ventos, proclamar. A doutrina que Kardec codificara - e que não compreendera em sua profundidade - é apenas o ‘abc’ do Espiritismo que precisa não só ser revisto, estudado, como também complementado, como o fora, vastamente, no Século 20, sobretudo por Pietro Ubaldi e por Francisco Cândido Xavier, nas vozes universais de ‘Sua Voz’, ‘André Luiz’ e ‘Emmanuel’.

Espiritistas conservadores, mais ortodoxos a Kardec, insistem em perseguir e difamar a Doutrina Monista de Pietro Ubaldi, bem como sua Teologia Científica e Matemática, insistindo em mostrar suas possíveis falhas doutrinais e medianímicas; e alguns outros perseguem, também, a confiável e astronômica obra de Francisco Cândido Xavier. Mas tais contestadores, em sua imaturidade, e despreparo intelectual, são incapazes de conceber as grandes sínteses universais justas e sábias como as defendidas por ‘Sua Voz’ e apoiadas por ‘Emmanuel’, ‘André Luiz’ e outros Espíritos da lavra xavieriana que, escancaradamente, em pelo menos dez (10) opúsculos, citaram e ministraram o fenômeno da Queda Espiritual. (Vide por ex.: “André Luiz e Sua-Voz”, e.Book deste autor).

Kardec, pois, era incapaz de compreender, até mesmo, pasme, a questão evolutiva do ‘átomo ao arcanjo’, tal como descrito pelo Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores. (Vide nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”. Ele, como valoroso missionário, tinha e tem, como todos nós, suas limitações, idiossincrasias caracterizando suas qualidades e seus defeitos que, num Mundo provacional e atrasado como o nosso, não se deve condenar.

Mas também não se pode passar-lhe a mão na cabeça e tudo lhe acatar incondicionalmente; e isto eu não faço porque trabalho, estudo, analiso friamente as mais diversas questões e delas extraio minhas conclusões que, por sinal, não podem agradar a todos, mas refletem uma análise fria e imparcial, pois que fundamentada nos fatos descritos da obra organizada.

Portanto, repiso que:

Se sou um estudioso apreciador de Kardec, também lhe sou, em minha Consciência, um seu observador e crítico sincero, apesar de ser, eu mesmo, um amaldiçoado por aqueles que detestam minha pena analítica, inspirada não só pela Verdade dos fatos bem como pelos Imortais da Espiritualidade.

Repiso, assim, que Kardec, dos grandes missionários do Mundo terreno, é o único ponto dissonante da referida questão, ou seja: da Queda Espiritual, pois tal fato se mostrara com lógica consistente e insofismável por uma verdadeira Consensualidade Universal ao plano das grandes revelações conforme já citado: ou seja: pelos Profetas Bíblicos, pelo Cristo, pelo Espiritismo, e, logo após, pelas vozes superiores de Pietro Ubaldi e Francisco C. Xavier.

No mais: lembremos que somos livres pensadores, e, enquanto novos surtos evolutivos não se verifiquem para os que se encontram paralisados no Século 19, tratemos de nos respeitar mais, ou, então: tratemos de construir pontes e não muros que nos lacram no espírito de sistema, tão condenado pelas bases espiritistas já assentadas.

NO MAIS: 
UM GRANDE E FORTE ABRAÇO A TODOS:

Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Casa Espirita Cristão, Coordenador de Estudos Doutrinários, Articulista, Palestrante e Escritor de meia centena de e.Books gratuitos em seu blog abaixo transcrito.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;

65-A Revolução Ética.
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Blog: Filosofia do Infinito
http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br
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