ALLAN KARDEC: IDIOSSINCRASIAS
Assim, estudando, e pesquisando sempre..., podemos fazer nossos recuos
no tempo, bem como avançarmos com nossas perspectivas, nossos sonhos de uma
nova Ciência que, aliada à Filosofia, à mais Pura Religião, construirá um Mundo
melhor, de harmonias sociais, econômicas, comportamentais e morais.
De retorno aos tempos da Codificação, ao Século 19, veremos que Kardec,
pessoalmente, tinha certa simpatia pela expressão: “Espíritos Rebeldes”,
desprezando a de “Espíritos Decaídos” em alegando que: “a ideia da Queda dos
Espíritos presume degradação”. (Vide: o primeiro “Livro dos Espíritos”, item 61
- Internet).
Entretanto, diga-se que uma coisa não exclui a outra, pelo contrário,
elas se ligam, sendo uma, a Queda, não mais que conseqüência da outra, a
Rebeldia. Noutros termos: a Queda deriva - em termos filosóficos, bem como
matemáticos - da Rebeldia. (Vide, para tanto: “Espiritismo e Matemática”,
e.Book deste autor).
O que Kardec, infelizmente, não percebera, ou, não pudera com tal fato
atinar. Ora, o Espírito, em sua Queda Espiritual não se degrada, mas apenas e
tão só se despotencializa, ou seja, restringe suas potências e faculdades. Dito
fenômeno verifica-se o tempo todo ao nosso derredor mesmo, com todos os Seres e
com todas as espécies do Mundo terreno, e, por conseguinte, com todos nós:
Espíritos humanos sujeitos a reencarnação.
Vejamos como “O Livro dos Espíritos” (A.K. – segunda edição de 1860 -
Ide) entende referido fenômeno:
Pergunta 344 - “Em que momento a Alma se une ao corpo?”
Resposta: “A união começa na concepção, mas não se completa senão no
momento do nascimento. Desde o momento da concepção, o Espírito designado para
habitar tal corpo, a ele se liga por um laço fluídico que vai se apertando cada
vez mais, até que a criança nasça; o grito que escapa, então, da criança,
anuncia que ela se conta entre os vivos e servidores de Deus”.
E, com relação ao esquecimento do passado, por meio do fato
reencarnatório em si, sabe-se que o Espírito obscurece suas faculdades e demais
potências suas numa espécie perturbação psíquica (esquecimento) que o restringe
e o “anula” paulatinamente. Kardec, a tal fato se referindo, ministra que:
“ ... Da mesma forma que a morte do corpo é uma espécie de renascimento
para o Espírito, a reencarnação é uma espécie de morte, ou antes, uma espécie
de exílio e de clausura”. (Opus Cit.).
E, mais adiante, confirma relativamente ao fenômeno da reencarnação:
“... Então, nesse momento supremo, a perturbação se apodera dele, qual
no homem em agonia, e essa perturbação persiste até que a nova existência
esteja francamente formada. Os prelúdios da reencarnação são uma espécie de
agonia para o Espírito”. (Opus Cit.).
Vemos com Kardec, pois, que a reencarnação representa para o Espírito
uma espécie de morte, ou melhor, de exílio e clausura, pois suas faculdades
involuem, ou seja: se restringem e se “apagam” durante a vida intra-uterina,
para “acender” paulatinamente durante a vida corpórea do Homem, quando se vai
despertando o Espírito durante os muitos processos maturativos e bio-psíquicos
da vida corporal.
Portanto, se Kardec entendia a Queda Espiritual como degradação, ou
seja, como: abjeção, baixeza, opróbrio e outras indignidades mais, diga-se que
tal fato não se dá absolutamente assim, pois que tal só se verifica como culpa
da criatura (EPC) que errara no início dos tempos, como até hoje, por sinal,
somos capazes de errar e de, por conseqüência, cair ou quedar-se. Portanto, se
tal fato se dá, e, portanto, só se verifica por culpa da criatura e não por
culpa de Deus que não degrada e tampouco humilha suas amadas criaturas.
O que significa expressar, pois, que Deus não exclui e não rebaixa com
vileza a nenhum de seus filhos, mas os corrige, pois que Deus neles acredita,
bem como está Ciente de Seus Métodos para a correção e salvação daquele que
errara. Deus, portanto, estabeleceu Leis que se fossem, e, se forem seguidas,
são condutoras do bem e da felicidade ao ponto de nos tornarmos “Uno” com o
Justo e Amoroso Criador.
Ora, o próprio “O Livro dos Espíritos”, o definitivo, se refere a tal
problemática, e, no caso, os Espíritos discordam de Kardec; veja-se a resposta
ao item 262, onde o Homem que se extraviara, tomando o mau caminho, a
conseqüência de tal fora explicitada nos termos:
“... é o que podemos chamar a Queda do Homem”. (Opus Citado).
Ora, Queda do Homem é Queda do Espírito, seu Comandante, o Ser, de tudo:
principal. E, ao quedar-se, é o próprio Espírito que se humilha em sua
correção, pois que sua Consciência, sendo responsável pelos seus atos, assim o
exige e assim o quer, mostrando que a semeadura é livre, mas a colheita
obrigatória. (Vide: nosso e.Book: “O Livro dos Espíritos e Queda Espiritual”).
De tudo, pois, resume-se que:
Allan Kardec, como defensor do Fenômeno Evolutivo, adotara a Criação dos
Espíritos na condição de Indivíduos Simples e Ignorantes (ESI); mas reconhecia
que o sofrimento deles, na condição animal, “é constante”, e não tinha como
explicar tal fato diante de um Deus-Pai que é Justo e Bom; no que Erasto – como
se sabe - lhe advertira:
“Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma explicação mais
inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Vide:
“Revista Espírita” – A.K. - Março de 1864 – Edicel).
O que significa expressar, segundo Erasto mesmo, a condição humana de
Kardec: do seu entendimento limitado e dos seus conhecimentos não aprofundados,
que, por sua vez, entra em contradição consigo mesmo, pois admite a Criação dos
Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), mas não compreende tanto sofrimento
semeado em seus passos, o que só o Fenômeno Involutivo-Evolutivo, da Queda e da
Salvação, pode conceber e de forma racionalmente lógica explicar.
A inteligência de Kardec, portanto, não podia compreender a Queda
Espiritual, não podia, no dizer de Erasto, fazer o “entendimento” da questão
por suas limitações intelectivas, bem como filosóficas, sendo tais problemas,
não só de Kardec do Século 19 como de grande parte de espiritistas deste início
do Século 21, onde tal fato só se verifica, e só se deve, pois, ao problema cognitivo
(progresso espiritual), onde uns, mais evolvidos, estão prontos para encetar
novas jornadas e outros, menos evolvidos, necessitam, ainda, de maiores
maturações psíquicas oportunizadas pelo tempo-evolução.
Ora, o fato contraditório de se supor um Deus que é todo Amor e
Misericórdia, e que, em contrapartida, cria Espíritos Simples e Ignorantes
(ESI) que não pediram para serem criados e, mais ainda, lhes coloca nas dores e
adversidades dos Mundos para evoluir e se aperfeiçoar por milênios e milênios
sem conta, tal fato implica em um Deus Imperfeito que, ao criar, autoriza
atrocidades, dores e truculências ao filho inocente, que, ao invés de realçá-lo
como Deus Perfeito, Justo e Sábio, o rebaixa como Soberano Injusto e Cruel.
Ora, se tenho por minha filha um amor de pai capaz de sangrar e de se
sacrificar pela sua felicidade, quanto mais Deus não seria capaz de sangrar e
de se sacrificar pelo Amor que o Mesmo teria e tem pelos seus filhos tão
amados?
Não, meus senhores, Deus não criou Simples e Ignorantes (ESI), mas sim,
Espíritos Puros e Conscientes (EPC) regidos pela Lei do Amor que, afinal,
integra o Sistema Transcendente de Sua Espiritualidade; e, mais, deu-lhes ampla
liberdade de escolha pelo bem ou pelo mau, e, se tais elementos falharam fora
por culpa sua e não de Deus que não falha, não tem culpa e deseja o melhor aos
seus filhos amados, mesmo rebeldes, pois que os busca e os salva pela redenção
espiritual.
Os que discordam de tal situação, não são bons filósofos e tampouco bons
matemáticos, pois não vêem que o Mundo e o Universo astronômico, como um todo,
vem a ser uma conseqüência, cuja causa longínqua está na criatura (EPC) que
errara, e que, mesmo hoje (ESI), ainda se rebela, persistindo na insurreição de
outrora, dos tempos primordiais.
Ora, vejam o Mundo!
Mas não vamos longe não: vejam o nosso País, sua conturbação política,
econômica, social, sendo tudo resultado da rebeldia, do orgulho e do egoísmo,
do pensar em si e não no próximo: nosso irmão!
Cientificamente, pois: Não há efeito sem causa!
E a causa da dor, contida na fenomenologia evolutiva, em sendo um
efeito, ela resulta de uma causa, de uma doença, ou, rebeldia nos altos planos conscienciais.
De retorno a Kardec, chego a pensar que o Codificador não tivera tempo
de refletir melhor, de pensar e repensar aprofundando o tema da Criação
Espiritual, pois cuidava de outros temas também relevantes; e mais: por suas
idiossincrasias, peculiaridades, temperamento, e por que não dizer, por sua
teimosia mesma, cometera o seu maior descuido filosófico desconsiderando o
fenômeno da Involução, ou, de modo mais inteligível: da Queda Espiritual.
Assim, pois, Kardec, como qualquer um de nós, não é, e não pode ser,
infalível; Kardec - ele mesmo - evoluíra e crescera durante os trabalhos de sua
Codificação e como, pois, considerá-lo um deus infalível e não sujeito a
qualquer equívoco ou desacerto de suas instruções?
O que expressa, indubitavelmente, que Allan Kardec, do Século 19, não é infalível,
e tampouco um deus, ou semi-deus como querem alguns espiritistas entender, e,
aos quatro ventos, proclamar. A doutrina que Kardec codificara - e que não
compreendera em sua profundidade - é apenas o ‘abc’ do Espiritismo que precisa
não só ser revisto, estudado, como também complementado, como o fora,
vastamente, no Século 20, sobretudo por Pietro Ubaldi e por Francisco Cândido
Xavier, nas vozes universais de ‘Sua Voz’, ‘André Luiz’ e ‘Emmanuel’.
Espiritistas conservadores, mais ortodoxos a Kardec, insistem em
perseguir e difamar a Doutrina Monista de Pietro Ubaldi, bem como sua Teologia
Científica e Matemática, insistindo em mostrar suas possíveis falhas doutrinais
e medianímicas; e alguns outros perseguem, também, a confiável e astronômica
obra de Francisco Cândido Xavier. Mas tais contestadores, em sua imaturidade, e
despreparo intelectual, são incapazes de conceber as grandes sínteses
universais justas e sábias como as defendidas por ‘Sua Voz’ e apoiadas por
‘Emmanuel’, ‘André Luiz’ e outros Espíritos da lavra xavieriana que, escancaradamente,
em pelo menos dez (10) opúsculos, citaram e ministraram o fenômeno da Queda
Espiritual. (Vide por ex.: “André
Luiz e Sua-Voz”,
e.Book deste autor).
Kardec, pois, era incapaz de compreender, até mesmo, pasme, a questão
evolutiva do ‘átomo ao arcanjo’, tal como descrito pelo Espiritismo: Doutrina
dos Espíritos Superiores. (Vide nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”. Ele,
como valoroso missionário, tinha e tem, como todos nós, suas limitações,
idiossincrasias caracterizando suas qualidades e seus defeitos que, num Mundo
provacional e atrasado como o nosso, não se deve condenar.
Mas também não se pode passar-lhe a mão na cabeça e tudo lhe acatar
incondicionalmente; e isto eu não faço porque trabalho, estudo, analiso
friamente as mais diversas questões e delas extraio minhas conclusões que, por
sinal, não podem agradar a todos, mas refletem uma análise fria e imparcial,
pois que fundamentada nos fatos descritos da obra organizada.
Portanto, repiso que:
Se sou um estudioso apreciador de Kardec, também lhe sou, em minha Consciência ,
um seu observador e crítico sincero, apesar de ser, eu mesmo, um amaldiçoado
por aqueles que detestam minha pena analítica, inspirada não só pela Verdade
dos fatos bem como pelos Imortais da Espiritualidade.
Repiso, assim, que Kardec, dos grandes missionários do Mundo terreno, é
o único ponto dissonante da referida questão, ou seja: da Queda Espiritual,
pois tal fato se mostrara com lógica consistente e insofismável por uma
verdadeira Consensualidade Universal ao plano das grandes revelações conforme
já citado: ou seja: pelos Profetas Bíblicos, pelo Cristo, pelo Espiritismo, e, logo
após, pelas vozes superiores de Pietro Ubaldi e Francisco C. Xavier.
No mais: lembremos que somos livres pensadores, e, enquanto novos surtos
evolutivos não se verifiquem para os que se encontram paralisados no Século 19,
tratemos de nos respeitar mais, ou, então: tratemos de construir pontes e não
muros que nos lacram no espírito de sistema, tão condenado pelas bases
espiritistas já assentadas.
NO MAIS:
UM GRANDE E FORTE ABRAÇO A TODOS:
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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Casa Espirita Cristão, Coordenador de Estudos Doutrinários, Articulista, Palestrante e Escritor de meia centena de e.Books gratuitos em seu blog abaixo transcrito.
E-mail: f.rosemberg.p@gmail.com
Relação
dos e.Books de:
Fernando
Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web
artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec,
Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo
e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica
do Homem;
43-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing:
Réplica Terceira;
46-Consenso Universal:
Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos
Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a
Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da
Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e
Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
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Infinito
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