quarta-feira, 14 de junho de 2017

COMPLEXIDADE DO ESPIRITISMO


COMPLEXIDADE DO ESPIRITISMO

Alega um crítico de uma das mais importantes obras do Século 19, intitulada “Os Quatro Evangelhos” (Feb), obra organizada pelo sábio advogado, escritor e espiritista Jean-Baptiste Roustaing, que:

Inegavelmente, as afirmações mais claras a respeito da reencarnação, contidas no Novo Testamento, encontram-se nos Evangelhos de Mateus (17: 10-13) e de Marcos (9: 11), onde se lê que Jesus  dialogou com Moisés e Elias no Tabor, diante dos discípulos Pedro, Tiago e João. Questionado quanto à identidade de Elias, o Mestre afirma categoricamente que João Batista foi a reencarnação do Profeta Elias.

Em Roustaing, de maneira fantasiosa e completamente inverossímil, numa tentativa de desacreditar a reencarnação, misturando fatos e fantasias, é declarado que Moisés, Elias e, consequentemente, João Batista são o mesmo Espírito, e que ali, no Monte Tabor, um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus. Vê-se aí, mais uma vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de Roustaing:

“O que, porém, Jesus naquela ocasião não podia nem devia dizer e que agora tem que ser dito é o seguinte: Moisés – Elias – João Batista – são uma mesma e única entidade. Estamos incumbidos de vos revelar isso, porque chegou o tempo em que se tem de “realizar” a “nova aliança”, em que todos os homens (Judeus e Gentios) se têm que abrigar debaixo de uma só crença, da crença – em um Deus, uno, único, indivisível, Criador incriado, eterno, único eterno: o Pai; em Jesus - Cristo, vosso protetor, vosso governador, vosso mestre: o Filho; nos Espíritos do Senhor, Espíritos puros, Espíritos superiores, bons Espíritos que, sob a direção do Cristo, trabalham pelo progresso do vosso planeta e da sua humanidade: o Espírito Santo.” (Vide: “Os Quatro Evangelhos “ - Roustaing - 2º vol., págs. 497 / 498 - Feb).

Nossa Refutação:

Para tal refutação do crítico em análise, estaremos buscando temas difíceis e bem complexos do Espiritismo, mas que, sem dúvida, poderão bem elucidar referida questão. Trata-se de temas encontradiços em “O Livro dos Médiuns”, do eminente codificador Allan Kardec.

Mas antes, repisemos o que alegara o referido crítico em sua exposição que, certamente, acredita ele, o crítico, estar com a verdade, e, Roustaing em falsidade:

Em Roustaing, de maneira fantasiosa e completamente inverossímil, numa tentativa de desacreditar a reencarnação, misturando fatos e fantasias, é declarado que Moisés, Elias e, consequentemente, João Batista são o mesmo Espírito, e que ali, no Monte Tabor, um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus. Vê-se aí, mais uma vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de Roustaing.

Vamos, pois, a alguns temas do Capítulo 24 – ‘Identidade dos Espíritos’ – do citado “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec) que, evidentemente, centralizar-se-á nesta questão: de que um Espírito pode tomar a identidade do outro, a aparência do outro, sobretudo em caso de Espíritos mais elevados, o que, sem dúvidas possíveis, tratará de desmantelar o que o referido crítico alega ser: falsidade da obra de Roustaing.

Ministra Allan Kardec no Item 255 que:

“A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. É que, com efeito, os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles toma nomes que nunca lhes pertenceram”. (OLM - Feb).

E, mais adiante, o codificador Kardec alega:

“Objetar-se-á, sem dúvida, que o Espírito que tome um nome suposto, ainda que só para o bem, não deixa de cometer uma fraude: não pode, portanto, ser um Espírito bom. Aqui, há delicadezas de matizes muito difíceis de apanhar e que vamos tentar desenvolver”. (Opus Cit.).

Ou seja, a coisa é um pouco mais complicada, mas o codificador vai tentar solucionar. E ministra no Item 256 que:

“À medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. É o que se dá com os Espíritos superiores e os Espíritos puros. Nessa culminância, o nome que tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais efêmeras por que passaram, é coisa absolutamente insignificante”. (Opus Cit.).

E, logo mais abaixo, temos que:

“Porém, como de nomes precisamos para fixarmos as nossas idéias, podem eles tomar o de uma personagem conhecida, cuja natureza seja mais identificada com a deles. É assim que os nossos anjos guardiães se fazem as mais das vezes conhecer pelo nome de um dos santos que veneramos e, geralmente, pelo daquele que nos inspira mais simpatia. Segue-se daí que, se o anjo guardião de uma pessoa se dá como sendo S. Pedro, por exemplo, ela nenhuma prova material pode ter de que seja exatamente o apóstolo desse nome. Tanto pode ser ele, como um Espírito desconhecido inteiramente, mas pertencente à família de Espíritos de que faz parte São Pedro”.

“Segue-se ainda que, seja qual for o nome sob que alguém invoque o seu anjo guardião, este acudirá ao apelo que lhe é dirigido, porque o que o atrai é o pensamento, sendo-lhe indiferente o nome. O mesmo ocorre todas as vezes que um Espírito superior se comunica espontaneamente, sob o nome de uma personagem conhecida. Nada prova que seja exatamente o Espírito dessa personagem; porém, se ele nada diz que desminta o caráter desta última, há presunção de ser o próprio e, em todos os casos, se pode dizer que, se não é ele, é um Espírito do mesmo grau de elevação, ou talvez até um enviado seu”.

“Em resumo, a questão de nome é secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício da categoria que ocupa o Espírito na escala espírita”. (Opus Cit.)

E, mais adiante, ministra Kardec que:

A questão da identidade é, pois, como dissemos, quase indiferente, quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores conseqüências. (Opus Cit.).

Assim, pois, estamos vendo, e confirmando, com Kardec, que os “melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente”, o que desmantela as palavras acusatórias daquele crítico alegando que:

“... um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus. Vê-se aí, mais uma vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de Roustaing”.

Logo, não sou eu (FRP) que estou desmentido o respeitável crítico de Roustaing: mas sim o próprio organizador do Espiritismo: o Sr. Allan Kardec com uma de suas obras fundamentais que, o respeitável crítico de Roustaing, parece desconhecer.

O que significa dizer, noutros termos, e, de toda, e qualquer forma, que Kardec autoriza obra de Roustaing no tocante ao tema em estudo:

“Uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente”. (Vide: “O Livro dos Médiuns” - Allan Kardec - Feb).

E, mais uma vez, agradecido às inspirações dos amigos espirituais para o presente esclarecimento dos fatos, finalizo, com Jesus:

Fernando Rosemberg Patrocinio:
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