COMPLEXIDADE DO ESPIRITISMO
Alega um
crítico de uma das mais importantes obras do Século 19, intitulada “Os Quatro
Evangelhos” (Feb), obra organizada pelo sábio advogado, escritor e espiritista
Jean-Baptiste Roustaing, que:
Inegavelmente, as
afirmações mais claras a respeito da reencarnação, contidas no Novo Testamento,
encontram-se nos Evangelhos de Mateus (17: 10-13) e de Marcos (9: 11), onde se
lê que Jesus dialogou com Moisés e Elias no Tabor, diante dos discípulos
Pedro, Tiago e João. Questionado quanto à identidade de Elias, o Mestre afirma
categoricamente que João Batista foi a reencarnação do Profeta Elias.
Em Roustaing, de
maneira fantasiosa e completamente inverossímil, numa tentativa de desacreditar
a reencarnação, misturando fatos e fantasias, é declarado que Moisés, Elias e,
consequentemente, João Batista são o mesmo Espírito, e que ali, no Monte Tabor,
um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus.
Vê-se aí, mais uma vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de
Roustaing:
“O que, porém, Jesus naquela ocasião não podia nem devia dizer e
que agora tem que ser dito é o seguinte: Moisés – Elias – João Batista – são uma mesma e única entidade. Estamos incumbidos de vos revelar isso, porque chegou o
tempo em que se tem de “realizar” a “nova aliança”, em que todos
os homens (Judeus e Gentios) se têm que abrigar debaixo de uma só crença, da
crença – em um Deus ,
uno, único, indivisível, Criador incriado, eterno, único eterno: o Pai; em Jesus - Cristo, vosso protetor,
vosso governador, vosso mestre: o Filho; nos Espíritos do Senhor, Espíritos
puros, Espíritos superiores, bons Espíritos que, sob a direção do Cristo,
trabalham pelo progresso do vosso planeta e da sua humanidade: o Espírito Santo.” (Vide: “Os
Quatro Evangelhos “ - Roustaing - 2º vol., págs. 497 / 498 - Feb).
Nossa
Refutação:
Para tal
refutação do crítico em análise, estaremos buscando temas difíceis e bem complexos
do Espiritismo, mas que, sem dúvida, poderão bem elucidar referida questão.
Trata-se de temas encontradiços em “O Livro dos Médiuns”, do eminente
codificador Allan Kardec.
Mas antes,
repisemos o que alegara o referido crítico em sua exposição que, certamente,
acredita ele, o crítico, estar com a verdade, e, Roustaing em falsidade:
Em Roustaing, de maneira
fantasiosa e completamente inverossímil, numa tentativa de desacreditar a
reencarnação, misturando fatos e fantasias, é declarado que Moisés, Elias e,
consequentemente, João Batista são o mesmo Espírito, e que ali, no Monte Tabor,
um outro Espírito tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus. Vê-se
aí, mais uma vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de
Roustaing.
Vamos,
pois, a alguns temas do Capítulo 24 – ‘Identidade dos Espíritos’ – do citado “O
Livro dos Médiuns” (Allan Kardec) que, evidentemente, centralizar-se-á nesta
questão: de que um Espírito pode tomar a identidade do outro, a aparência do
outro, sobretudo em caso de Espíritos mais elevados, o que, sem dúvidas
possíveis, tratará de desmantelar o que o referido crítico alega ser: falsidade
da obra de Roustaing.
Ministra
Allan Kardec no Item 255 que:
“A questão da identidade dos
Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo.
É que, com efeito, os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade e sabe-se
com que facilidade alguns dentre eles toma nomes que nunca lhes pertenceram”.
(OLM - Feb).
E, mais
adiante, o codificador Kardec alega:
“Objetar-se-á, sem dúvida, que o
Espírito que tome um nome suposto, ainda que só para o bem, não deixa de
cometer uma fraude: não pode, portanto, ser um Espírito bom. Aqui, há
delicadezas de matizes muito difíceis de apanhar e que vamos tentar
desenvolver”. (Opus Cit.).
Ou seja, a
coisa é um pouco mais complicada, mas o codificador vai tentar solucionar. E
ministra no Item 256 que:
“À medida que os Espíritos se
purificam e se elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas
personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por
isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. É o que se dá com
os Espíritos superiores e os Espíritos puros. Nessa culminância, o nome que
tiveram na Terra, em uma das mil existências corporais efêmeras por que
passaram, é coisa absolutamente insignificante”. (Opus Cit.).
E, logo
mais abaixo, temos que:
“Porém, como de nomes precisamos
para fixarmos as nossas idéias, podem eles tomar o de uma personagem conhecida,
cuja natureza seja mais identificada com a deles. É assim que os nossos anjos
guardiães se fazem as mais das vezes conhecer pelo nome de um dos santos que
veneramos e, geralmente, pelo daquele que nos inspira mais simpatia. Segue-se
daí que, se o anjo guardião de uma pessoa se dá como sendo S. Pedro, por
exemplo, ela nenhuma prova material pode ter de que seja exatamente o apóstolo
desse nome. Tanto pode ser ele, como um Espírito desconhecido inteiramente, mas
pertencente à família de Espíritos de que faz parte São Pedro”.
“Segue-se ainda que, seja qual for o
nome sob que alguém invoque o seu anjo guardião, este acudirá ao apelo que lhe
é dirigido, porque o que o atrai é o pensamento, sendo-lhe indiferente o nome.
O mesmo ocorre todas as vezes que um Espírito superior se comunica
espontaneamente, sob o nome de uma personagem conhecida. Nada prova que seja
exatamente o Espírito dessa personagem; porém, se ele nada diz que desminta o
caráter desta última, há presunção de ser o próprio e, em todos os casos, se
pode dizer que, se não é ele, é um Espírito do mesmo grau de elevação, ou
talvez até um enviado seu”.
“Em resumo, a questão de nome é
secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício da categoria
que ocupa o Espírito na escala espírita”. (Opus Cit.)
E, mais
adiante, ministra Kardec que:
A questão da identidade é, pois,
como dissemos, quase indiferente, quando se trata de instruções gerais, uma vez
que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores
conseqüências. (Opus Cit.).
Assim,
pois, estamos vendo, e confirmando, com Kardec, que os “melhores Espíritos
podem substituir-se mutuamente”, o que desmantela as palavras acusatórias daquele
crítico alegando que:
“... um outro Espírito
tomou a aparência de Moisés e conversou com Jesus. Vê-se aí, mais uma
vez o ilusionismo, para não dizer a falsidade da obra de Roustaing”.
Logo, não
sou eu (FRP) que estou desmentido o respeitável crítico de Roustaing: mas sim o
próprio organizador do Espiritismo: o Sr. Allan Kardec com uma de suas obras
fundamentais que, o respeitável crítico de Roustaing, parece desconhecer.
O que
significa dizer, noutros termos, e, de toda, e qualquer forma, que Kardec autoriza
obra de Roustaing no tocante ao tema em estudo:
“Uma vez que os melhores Espíritos
podem substituir-se mutuamente”. (Vide: “O Livro dos Médiuns” - Allan Kardec -
Feb).
E, mais
uma vez, agradecido às inspirações dos amigos espirituais para o presente
esclarecimento dos fatos, finalizo, com Jesus:
Fernando Rosemberg Patrocinio:
Fundador de Casa Espírita Cristã, Coordenador de Estudos Doutrinários,
Articulista, Palestrante e Escritor de cinco dezenas de e.Books gratuitos em
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