terça-feira, 31 de outubro de 2017

REMINISCÊNCIAS DO PARAÍSO


Fernando Rosemberg Patrocinio

(filosofia espírita)

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REMINISCÊNCIAS
DO
PARAÍSO

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Como encarar posturas codificadas pelos Espíritos Superiores em “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857) da não retrogradação do Espírito com o ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, complexo este que, por sua vez, dão margem ao que se denomina: ‘Queda Consciencial’, ou, ainda, como ‘Queda da Criatura’ que, mais vulgarmente, se designa: ‘Queda Espiritual’?

Ora, se o referido e próprio “Livro” (AK – 1857) admite, com já visto em nossos diversos textos e e.Books a já referida ‘Queda Espiritual’ como é que o mesmo, em flagrante contradição, não permite a retrogradação do Ser, de sua Involução?

Todavia, o neófito e estudioso espiritista deve estar sempre alerta ao fato de que o Espiritismo é ‘Ciência do Infinito’, sendo, pois, uma Ciência de caráter progressivo, em que, com razão, não seriam apenas, e, tão-só, os pouco mais de 1000 questionamentos de “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), e respectivas respostas, que haveriam de resolver os tantos enigmas do Universo que, aliás, não é só composto de energia e de matéria, mas, além de tais, de Consciência, ou seja, das infinitas dimensões do Espírito, do átomo ao arcanjo iluminado, dos mais altaneiros cumes espirituais.

Tanto é que, neste início do Século 21, a obra espírita codificada em meados do Século 19, está hoje - com os mais importantes missionários, e, sobretudo pela confiável equipe espiritual de Ubaldi e Xavier - revista, corrigida e atualizada ao extremo de sorte a acompanhar o progresso célere de todas as coisas, e, sobretudo, da Ciência acadêmica, que, no campo da Física, de apenas Clássica do Século 19, seus quadros, hoje, se ampliaram vastíssimo se distendendo para a Relativística, a Quântica, prenunciando-se, ainda, muito mais de tais disciplinas científicas e culturais.

Lógico que o Espiritismo, como ‘Ciência do Infinito’ não se paralisaria, e não se paralisou, apesar da paralisação e engessamento de muitos de seus “eruditos” adeptos espiritistas.

E o fato é que o tema da ‘Queda’, da possível ou não-possível ‘Involução Espiritual’, consta de muitas obras codificadas e a “Revista Espírita” (AK - 1858), por exemplo, registra algo a respeito da retrogradação do Ser, no caso, do Espírito de um criminoso que, em face de seus horrendos delitos, poderia, de fato, ser destinado a “um lugar onde o homem se encontra no nível dos animais”. (Opus Cit.). Mas pergunta-se com razão:

-O que ocorreria com tal Espírito?
-Ele perderia o que conquistara no Plano Hominal?
-É isto o que se dá com a Queda Espiritual?

Ora, primeiro questionemos: o que é o Espírito?

Divulga-se que o mesmo, dos mais diversos planos da vida: mineral, vegetal, animal e hominal, e, dos planos da erraticidade que nos envolve a todos, que o Espírito é o existir dinâmico de Si mesmo, de sua centelha anímica, tal como luz que, de menos intensa: no plano atômico e mineral, dita luz, por gradações psíquicas mais altas, e, alcançadas por evolução, vai se tornando mais intensa e vibrátil noutros planos existenciais, atingindo, no plano antropológico, ou seja, das humanidades, o “cume” de seus progressos, que, sabemos, não se encerra por aí, mas se distende, ainda, aos mais diversos planos da humanidade e da espiritualidade sideral.

E, pois, se o Espírito é vibração de suas potências, tal vibração, entretanto, e, sobretudo nos planos físicos da natureza universal, se sujeita, como tal, a reduzir-se e a distender-se vibratoriamente, ou seja: dinamicamente, e, sobretudo, nos fenômenos palingenésicos em que o Eu reduz suas potências para reencarnar, e, pós-parto, trata de ampliá-las, modo vagaroso, durante o crescimento biológico e psíquico de tais potencialidades que, frisamos, foram reduzidas muitíssimo pela reencarnação.

E isto se dá, pois, com todas as forças psíquicas do Mundo, do mineral ao homem, pois que o mineral nada mais é que uma concentração de energias que, destruída a forma, retorna à sua condição anterior (radioatividade); o mesmo se dando, pois, com todas as espécies do Orbe, e, pois, com o Espírito humano que restringe e reduz suas potências para reencarnar e se distende à posteriori para crescer, evoluir e, ao fim de tudo, de tão longa jornada, transcender-se a Si mesmo como Espírito imortal se tornando Uno com Deus, Uno com o Pai-Nosso Criador.

Logo, somos potências palingenésicas que vem e vão, que se reduzem e se distendem, que se "encolhem" e se "esticam" o tempo todo, e, sobretudo, nos períodos de sono em que o Espírito humano, todas as noites, ‘decola’ do corpo para ‘voar’ na erraticidade, e, por isto, não podemos ter uma recordação plena do que se passa na vida espiritual, pois o nosso cérebro não suportaria tamanha carga de trabalho, de operosidade espiritual. E, pois, nosso cérebro precisa descansar das rotinas do dia recuperando as forças para os novos dias que, certamente, virão.

Por outro lado, ainda, as vibrações do Espírito, livre na erraticidade, são bem mais intensas e, pois, não suportaríamos como homem, e, como cérebro biológico, tamanha intensidade vibracional de nossa Consciência livre nos espaços espirituais.

Mais ainda, devemos recordar que nosso Eu, ou, nosso Espírito, como Personalidade Integral que nos caracteriza a súmula palingenésica, tal, ainda assim, não se acomoda, e, em renascendo, dita Personalidade também se refaz pela nova base genética cedida pelos pais, bem como pela nova educação recebida, pela nova estruturação social a que fora novamente chamada a viver, em suma, por um ambiente que, se velho, também é novo, pois a mudança evolutiva não para e, pois, o Espírito igualmente não para, mas prossegue lutando para renovar-se, crescer e distender-se, sempre, tanto ao plano cognitivo como também ético e comportamental.

Ou, noutros termos, somos ainda o que fizemos por nós mesmos no passado, ou, nas mais diversas vidas do pretérito palingenésico, porém, estamos um tanto mudados, pois o Ser não para, e, consonante instrução 118 de “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), ele:

“Pode permanecer estacionário, mas não retrograda”. (Opus Citado).

E, pois, se o Espírito não retrograda como explicar a ‘Queda Espiritual’, ou, a ‘Involução’ e outras sinonímias de tais fenômenos, onde, e quando, tais termos se inserem no ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’?

É o que veremos detalhadamente.

Em verdade, o fenômeno do que se conhece como ‘Queda Espiritual’ está a explicitar não uma retrogradação do Ser, mas sim, uma sua restrição psíquica em corpos condizentes com a centelha anímica para a sua corrigenda, sua re-educação. Aquele caso da “RE” (AK – 1858) que citamos nos fornece o exemplo de tal condição espiritual. Ou seja, o Espírito pode até sujeitar-se à condição de um corpo animal distinto do corpo humano, mas Ele, como Espírito, não perdeu tais conquistas do plano das humanidades, pois que tais se registram n’Ele mesmo, conquanto estejam restringidas e limitadas por expiação.

Noutros termos, o Espírito não retrocede e não perde o que conquistara, mas pode, e deve, por Medida Corretiva da Lei, sujeitar-se a ela pelo bem de Si próprio, e, pois, de sua felicidade presente e futura.

Logo, tudo quanto conquistamos não se perde jamais!

E, pois, tudo o que conquistamos dantes de nossa derrocada (Queda Espiritual) nos primórdios da criação não se perdeu, mas registra-se em nosso cérebro espiritual; conquanto nem sempre seja positivamente salutar a lembrança de tais fatos, pois, se temos ali algo de positivo, revela-se, igualmente, de negativo, de nossa revolta, nosso orgulho, nosso egoísmo primordial.

O Espírito de Emmanuel, um dos mais confiáveis e mais lúcidos discípulos do Cristo, em seu ótimo tratado “Há Dois Mil Anos” (Feb), fala algo a respeito de tais registros espirituais em nós mesmos grafados. Na página 349, em se referindo às “harmoniosas vibrações das Melodias do Invisível”, ele alude que “aquele cântico de glória, ao menos palidamente, deve ser lembrado por nós outros como Suave Reminiscência do Paraíso”. (Opus Citado).

Logo, o Espírito não perde o que adquirira no passado e tampouco em suas mais distantes origens espirituais. O que significa dizer que temos grafado na tessitura indelével do nosso cérebro transfísico tudo o que nos caracteriza como Ser Divino, filho de um Deus que É Espírito, e, como tal, nos criara como Espírito, porém, dotado de liberdade, mas que, por ela mesma se deixara trair caindo, como filho pródigo, nas expiações dolorosas da matéria.

Finalmente, numa frase incompleta:

“O Espírito não retrocede...”!


Porém, sempre existe um ‘mas’; sempre existe algo de ‘excepcional’, em suma: de uma espécie de ‘desvio’ das coisas que não mais é que o ‘desvio’ do Ser que errara, se confundira, e cuja ‘pisada-de-bola’ é algo suscetível de se dar num complexo universal que é infinito, e, pois, não se isentaria de uma ‘doença’ passageira que, afinal, se representa por nós mesmos, Seres decaídos nas coisas materiais, mas sujeitos a salvar-se pela inevitável cura de medidas evolucionais. 

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:
Rosemberg

Blog: filosofia do infinito
http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;

65-A Revolução Ética.
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

TRILOGIA CODIFICADA E RUSTENISMO (50o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocinio

(50º. e.Book)

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TRILOGIA CODIFICADA e
RUSTENISMO

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Introdução

Resumo do Espiritismo

Maiêutica Espírita

Trilogia e Rustenismo

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

Trata-se, o referido, do nosso quinquagésimo (50º.) escrito digital, que, como é público e notório, trata de condensar textos já publicados, conquanto, na forma e.Book, sempre se lhes acrescenta algo mais tornando-o relativamente melhor.

No presente estudo, pois, estivemos a elaborá-lo em 26 Itens correspondentes ao nosso abecedário ou conjunto de letras do nosso alfabeto, não sendo, pois, tão cansativo assim; e mais: eles seguem uma linha doutrinária conexa em que um tema vai puxando o outro e se distendendo consoante nível filosófico específico de nossa opção doutrinária; que já conheceis.

No mais, o presente e.Book, estará, de algum modo, seguindo o já disposto em palavras textuais de Allan Kardec que em sua última obra exclamara com todas as letras:

“O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto, modificar-se-á sobre este ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará”. (“A Gênese” – 1869 - AK).

Logo, pelas palavras do próprio Kardec: o Espiritismo não se amedronta com os progressos do Homem, de sua Ciência, pelo contrário os fomenta e lhes acata, e, em se descobrindo fatos que coloque o Espiritismo em falso, ele mudará seus pontos de vista, seus princípios e formulações.

O sempre humilde autor: como Você: Leitor.

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Resumo do Espiritismo

“Já vos falaram desses Mundos (espirituais) onde a ‘Alma nascente’ é colocada, quando,ignorante ainda do bem e do mal, pode caminhar para Deus, senhora de Si mesma, na posse do seu livre arbítrio; já vos foi dito de que imensas faculdades a Alma está dotada para fazer o bem. Mas, ah! Existem as que ‘sucumbem’, e Deus, não querendo seu aniquilamento, lhes permite ir para esses Mundos (materiais) onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, se regeneram, e se tornarão dignas da glória que lhes estava reservada”. (“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – ‘Instruções dos Espíritos’ – Cap. 3, Item 16 - Allan Kardec – 1864).

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Maiêutica Espírita

A) O que entende por ‘Trilogia Codificada’?

Cada indivíduo, espiritista ou não, simpatizante ou antagonista da Doutrina, vê o Espiritismo como deseja ver: segundo seu entendimento, sua faixa evolutiva que vai da Mentalidade pré-Lógica à Inteligência Formal.

Ora, nós: os espiritistas, e, estudiosos que somos, reconhecemos o Espiritismo como ‘Doutrina dos Espíritos Superiores’ que, mesmo constituindo vasto conjunto literário, se pode, entretanto, resumi-lo a cinco (5) obras fundamentais, podendo-se, ainda, juntar outras como, por exemplo, a coleção de 12 volumes da Revista Espírita (AK); tais obras fundamentais se intitulam:

-“O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857);
-“O Livro dos Médiuns” (AK – 1861);
-“O Evangelho Segundo Espiritismo” (AK – 1864);
-“O Céu e o Inferno” (AK – 1865); e:
-“A Gênese, os Milagres e as Predições” (AK – 1869).

Sendo as três primeiras, a nosso ver, as mais importantes obras do Espiritismo no Século 19, e que, entendo, como ‘Trilogia Codificada’; sendo que tais só se igualam, em termos de importância doutrinária, com “Os Quatro Evangelhos” (1866 - Feb) organizados por Jean Baptiste Roustaing.

Logo, ressalto como ‘Trilogia Codificada’:

-“O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857);
-“O Livro dos Médiuns” (AK – 1861); e:
-“O Evangelho Segundo Espiritismo” (AK – 1864).

Sendo as demais obras de Kardec, apenas e tão-só complementos de tal ‘Trilogia’, sendo esta, para mim, o que há de mais importante em termos de Espiritismo codificado no Mundo terreno.

B) Rustenismo: o que é exatamente?

O que se entende como Doutrina de Roustaing, ou seja, o conjunto da obra de “Os Quatro Evangelhos” (JBR – 1866 - Feb) que, afinal, enfeixa cerca de 2.100 páginas de alta sabedoria espiritual. Trata-se de uma obra ministrada pelos Espíritos dos Evangelistas, dos demais Apóstolos e de Moisés; tendo como médium-missionária a digníssima pessoa de: Mme. Émilie Collignon.

Mas reitere-se que:

“O Rustenismo não existe, pois Roustaing nada fundara; trata-se, pois, de algo que ‘pegara’ em nosso movimento tal como o Ubaldismo que, de modo igual, não fora fundado por Pietro Ubaldi”. (frp).

C) Existe um ‘Resumo do Espiritismo’?

Cada qual o resume ao seu gosto e modo; mas em termos filosóficos e morais, defendo tal assertiva acima exposta – ‘Resumo do Espiritismo’ (grafado em preto itálico e em vermelho) - que, como sabemos, trata-se de ‘Instruções dos Espíritos’, sendo, no caso: ‘Espíritos ‘Superiores’, e, cujo texto, encontra-se devidamente codificado no referido “Evangelho” (AK – 1864), Capítulo 3, Item 16, e que, consoante o próprio Kardec, passou pelo que definira como ‘Consenso Universal’.

D) Onde está referida confirmação de Kardec?

Em muitas de suas laudas como, por exemplo, na Introdução de “A Gênese”; e, como é óbvio, no título mesmo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; ora, o Espiritismo, como sabemos, trata-se da Doutrina dos Espíritos Superiores.

Logo, Kardec atuara em tal obra, como nas duas primeiras (“O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”), muito mais como organizador doutrinário, pois a Doutrina não é sua e sim dos citados Espíritos Reveladores, e, pois, a eles fora submetida para que a aprovassem como obra da promessa de Jesus, ou seja, de nos enviar o Consolador: o Espírito de Verdade, que haveria de nos lembrar tudo o que Ele mesmo havia dito e feito, e, de nos ensinar todas as coisas, e, mais ainda, de ficar eternamente conosco.

Logo, o ‘Resumo do Espiritismo’ acima descrito, doa a quem doer, (sobretudo aos ortodoxos e inimigos da obra de Roustaing, de Ubaldi e Xavier), retrata nossa condição de Espíritos nascentes: livres, leves e soltos no espaço metafísico da espiritualidade, e que, no exercício do seu livre arbítrio, muitos estiveram a sucumbir no mal, na rebeldia, no orgulho, no egoísmo e outras tantas mazelas morais, e que, por tal queda, a Lei Divina lhes permitira, (ou, nos permitira), novas oportunidades de redenção nos Mundos do Universo físico e astronômico, tal como consta do referido ‘Resumo’.

E) E os que não sucumbiram na queda?

Tais Espíritos livres, como é óbvio, deram continuidade aos seus labores e progressos em sua pátria de origem mesma, ou seja, no Plano Metafísico, ou Espiritual, no que se compreende por Evolução de Linha Reta. O que constata haver:

-Evolução de Linha Reta, ou seja, no próprio Mundo Espiritual: daqueles Espíritos que não se quedaram; e:

-Evolução no Mundo Material, ou melhor, nos mais diversos Mundos Siderais que compõem o Universo Físico e Astronômico de nossa morada expiatória e redencional. 

F) Alguns espíritas abominam a Queda Espiritual...

E Kardec também não lhe compreendia! O que não significa que a Queda não tenha se dado e que ela não se dá nas mais diversas situações criminosas do Espírito transgressor.

O Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, como já vimos, e, como estamos a rever, não lhe recusava. E o Velho, tal como o Novo Testamento, também lhe abordava em muitas páginas dos Profetas, de Jesus, dos Apóstolos; e, mais ainda, no Século 20, com Ubaldi e Xavier, ou melhor, com Sua-Voz, Emmanuel, André Luiz, e com muitos outros Espíritos de escol que também a preconiza abertamente, o que constitui: ‘Consenso Universal’.

Logo, a ‘Trilogia Codificada’, bem como o ‘Rustenismo’ em sua abrangência doutrinária, estão amparados pela sábia mentalidade de todos os tempos da humanidade e, pois, os espíritas menos sábios, que lhe recusam, e inclusive Kardec, (em pessoa humana), estão muito equivocados em suas instruções filosóficas, e, pois, ministram um Espiritismo de modo bem diverso e bem distante de sua realidade. Eles querem um Espiritismo ao seu gosto e modo; mas haverão de ser destituídos de sua pretensão pelos progressos conducentes à mais exata concepção doutrinária.

Graças a Deus, já estão reencarnados no Mundo terreno aqueles Espíritos mais elevados que, por sua vez, hão de ministrar o verdadeiro Espiritismo, que, aliás, trata-se deste que propagamos em nossas páginas que se somam, nos mais diversos órgãos de divulgação doutrinária: algo em torno de 800 textos, ou mais, e que, com o presente livro digital, temos a soma de 50 e.Books.

Páginas e e.Books, pois, fundamentados nos Profetas bíblicos, em Jesus, nos seus Apóstolos, no Espiritismo dos Espíritos Superiores, no ‘Rustenismo’, e, no Século 20, com Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier, por suas imbatíveis e portentosas obras mediúnicas, espirituais.

G) Então, não há unificação?

Uma das principais funções do que se preceitua como ‘Unificação Espírita’ é a de: promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, ou, do Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores.

Mas neste tópico, sobretudo, nós, os seguidores do Espiritismo, estamos longe disso e por diversas razões:

1) Falta de estudos que, por sua vez, tem levado a entendimentos diversos do mesmo;

2) Ausência de Amor nos corações, quando a Doutrina, por tratar-se do Cristianismo Redivivo, nos pede comportamentos alusivos a tal prática;

3) Carência de Humildade, sobretudo, nos auto proclamados “intelectuais”, (colocado entre aspas), e que, por isto mesmo, pensam saber tudo, quando, em verdade, muito pouco sabem; e, como tal, deveriam refletir um tanto mais sobre o magistral pensamento socrático:

‘prudente serás não imaginando saber o que não sabes’;

4) E, inclusive os que, em sua arrogância, parecem ignorar o princípio doutrinário de que se está lidando com a ‘Ciência do Infindável’, e que, por tal mesmo, temos um infinito de coisas por aprender, assimilar e, por fim, levar à prática de nossas vidas imorredouras, e de retorno ao Misericordioso-Pai: nosso Criador.

Além disto:

5) Alguns espiritistas, por não estudar, e não compreender, (por falta de inteligência e percepção mais alta das coisas espirituais), a genuína obra de Roustaing, tais pretendem queimá-la na fogueira levando junto a diretoria da Feb, bem como os grandes intelectuais rustenistas: notáveis defensores e divulgadores da lídima obra.

E o fato resultante é que: sinceramente, ainda estamos longe de uma unificação sincera de parte a parte, somando-se, ainda, as complexidades óbvias do Espiritismo mesmo: inalcançável por grande parte de seus adeptos.

Como afirmava um dos maiores Espíritos do Século 20, por meio do queridíssimo Francisco Cândido Xavier:

“Tolerância é o cimento da união ideal”.
(Emmanuel).

E questiono aos mais distintos espiritistas do nosso movimento, sobretudo aos “intelectuais”:

“Onde está a Tolerância em nosso movimento?”

Logo, muitos não toleram, não compreendem, ou, não querem compreender que somos livres pensadores, cumprindo-nos trabalhar, o Evangelho de Jesus, sobretudo, na nossa ‘Inteligência-emocional’, ou seja, no Cérebro em concordância com o Coração; e vice-versa, em equilíbrio intelecto-moral.

E, digo mais: que o nosso problema é muito mais de sentimento, de coração! O que, aliás, já alertava o Mestre Nazareno:

“é do coração que partem os maus pensamentos, ..., os falsos testemunhos, as blasfêmias e maledicências”.
(Vide: Mateus, cap. 15).

H) Algo ainda da ‘Trilogia Codificada’?

Dos títulos de Allan Kardec, do ponto de vista filosófico, consideramos, muitíssimo, o Tratado de: “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857); porém, não se trata de uma obra, especificamente, de Allan Kardec, pois que este lhe fora, apenas, o seu organizador.

E, como está em seu título mesmo, trata-se de obra dos Espíritos, porém, não de quaisquer Espíritos, e sim: Superiores: Enviados do Altíssimo, e, pois, para o cumprimento do Consolador das promessas milenares do Senhor Jesus.

Diferentemente, e, em seu antípoda mesmo, temos a obra: “A Gênese, os Milagres e as Predições” (AK – 1869); obra, quase que toda ela, do pensador humano e espiritista Allan Kardec, que, como todos nós, é passível de equívocos, de limitações, e claro, de imperícias no campo científico, filosófico e moral.

Aliás, “O Livro dos Espíritos” (AK), apesar de sua edição definitiva ter sido implantada em 1860, ele, ainda, não fora devidamente compreendido nem pelos próprios “intelectuais espiritistas” e, muito menos, ainda, pelos praticantes comuns do meb (movimento espírita brasileiro), e, por isto mesmo, pudemos, com o auxílio de Amigos da Espiritualidade, elaborar três e.Books de títulos:

-“O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”;
-“O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo”; e:
-“O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”.

Logo, referido “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857) é, de fato, um Tratado Superior da Espiritualidade enviado à Humanidade terrena, cujos desenvolvimentos se dão em “O Livro dos Médiuns” (AK - 1861) e em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - 1864), no que entendemos, e frisamos, como ‘Trilogia Codificada’.

Constituindo de menor importância os demais volumes assinados pelo Codificador: “O Céu e o Inferno” (AK - 1865) e “A Gênese, os Milagres e as Predições” (AK - 1869), se mostrando este último, sobretudo, como um trabalho claramente mundano, de conceitos científicos que hoje estão um tanto ultrapassados, constituindo obra, pois, suscetível dos equívocos comuns, como, aliás, acontece com tudo quanto seja da condição e da ótica humanas.

I) Logo, as duas últimas obras da Codificação...

Ora, tudo vai se superando e se modificando pelo avanço do tempo evolutivo; exceto o que for de caráter eterno, como, por exemplo: o ‘Evangelho’ e sua constelação de virtudes que se unificam no Amor, na Caridade e na Humildade. Tudo o mais está tendente a ser revisto paulatinamente.

Assim, pois, a obra “O Céu e o Inferno” (AK – 1865) está algo superada, e, sobretudo, no tocante às realidades da Vida Espiritual, e, até mesmo por obra de pastor protestante: “A Vida Além do Véu”, de George Dale Owen; e, em nosso meio, pela elegante e estupenda coleção de André Luiz (Chico Xavier), a famosíssima: “Série Nosso Lar” (Feb) composta por 16 volumes.

Além do mais, na referida obra, Kardec se empenhara em fazer críticas severas à Igreja e suas crenças, quando, por toda parte, e, inclusive em dogmas imperfeitos, temos algo da verdade de todos os tempos, de Deus, do Espírito, da Queda Espiritual, da Palingenesia e, pois, da Imortalidade.

Por outro lado, ainda, há expressões, em dita obra de Kardec, que desautorizam o Cristianismo e o Espiritismo, como, por exemplo, na Segunda Parte, Capítulo 4, ‘O Castigo’, página assinada pelo Espírito que se autodenomina Georges. No final de sua mensagem temos algo no mínimo desconcertante ao falar do:

“Deus Vingador, (???), o Deus triunfante de todo o mal, que não poderá apaziguar senão a força de gemidos e expiações”. (Opus Cit.).

E, mais ainda: com a concordância de Kardec que aplaude tal assertiva com as palavras de que: “Jamais foi traçado quadro mais eloqüente, mais terrível e mais verdadeiro, (isto é verdadeiro???, questiono), da sorte do mau”. (Opus Citado).

Ora, tais colocações são afrontas ao Cristianismo e ao Espiritismo. E isto pelo fato de que: 'Deus É Amor', como fora ministrado por Jesus e pelos Espíritos Superiores, e não vingador; e, mais ainda: dito quadro não é verdadeiro como o pretendia Kardec, e sim: claramente inverídico e deturpado.

Mais ainda, dir-se-ia que a referida “Série Nosso Lar” (Feb), de modo igual, muito ofusca daquela outra obra de Kardec, ou seja, de: “A Gênese, os Milagres e as Predições” (1869).

J) Algo ainda de “O Céu e o Inferno”, de Kardec?

Como sabemos: o Espiritismo é Doutrina progressiva, que não se paralisa no tempo. E o próprio Kardec divulgava tal propriedade doutrinária. Logo, não é anti-doutrinário criticarmos e, pois, falarmos de algumas superações da obra de Kardec, exceto pelos puristas mais engessados, ou, paralisados no Século 19.

Na Primeira Parte, Capítulo 8, ‘Os Anjos Segundo o Espiritismo’, temos uma dissertação de Kardec em que o mesmo, mais uma vez, acreditava na possibilidade de que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes, para, enfim, passar pelas provas dos Mundos Materiais e chegar à condição de Anjos, Espíritos Puros e coisas de igual jaez.

Ora, já se sabe, no curso destes 160 anos do Espiritismo no Mundo, que o Espírito é criado no Mundo Espiritual e prossegue sua Evolução em Linha Reta, ou seja, em tal Mundo mesmo; exceto os que sucumbem e se quedam por rebeldia, orgulho, egoísmo, e etc., nos referidos Mundos materiais, como já vimos acima em nosso ‘Resumo do Espiritismo’. 

Logo, os que não se quedaram e, os que se quedaram, todos, sem exceção, chegam à condição de Anjos ou de Espíritos Puros, e não tão-só os da condição de Seres humanos. Mas, Kardec, não atinava pela Queda espiritual do Ser e pensava que todos os Espíritos nascentes teriam de passar pelas provas dos Mundos materiais; o que é mais um lapso filosófico do Sr.Kardec e dos que lhe seguem fielmente a cartilha.

Assim, pois, a pessoa de Kardec, de suas ideias e de suas crenças pessoais, é algo superado, incompleto, pois os Espíritos Superiores revelaram muito mais.

K) E a outra obra: “A Gênese”?

Como se sabe, Kardec, em tal obra, datada de 1869, se empenhara em mostrar os possíveis equívocos da “Bíblia Sagrada”, de suas interpretações; bem como gostaria de acoplá-la à Ciência, e, ao mesmo tempo, corrigir o que fosse suscetível de corrigir-se nela mesma, ou seja, na Ciência; e, mais ainda, tentara, inutilmente, desacreditar trabalhos adjacentes ao Espiritismo, mais exatamente, o primoroso empenho dos Espíritos Elevados na obra de Roustaing, de seus “Os Quatro Evangelhos” (Feb), e etc., etc.

O que significa expressar que o presente e.Book, em seu sincero, e educado labor, de examinar e comentar dita obra, “A Gênese” (AK), é, pois, desculpável, pois se Kardec estivera a detectar possíveis erros alheios, (da Bíblia, das Religiões, da Ciência e tudo o mais), nós mesmos, pois, estamos desde já absolvidos pelos nossos labores, comentários e críticas de sua obra.

Mais ainda, somos todos nós, deste Mundo terreno, Seres humanos imperfeitos, limitados, e, pois, com suas idiossincrasias, características peculiares de cada qual, e, por tal mesmo, nós nos completamos uns aos outros, reciprocamente.

Ora, tudo avança, tudo se melhora, e, eu, ou, nós, com toda certeza, haveremos de ser corrigidos amanhã, pois tudo se dirige à Perfeição, e, em tempo algum, dissemos nesta, ou, noutra parte de nossos escritos, que somos impolutos; muito pelo contrário: temos a ‘Ciência do Infindável’ por estudar, aprender, assimilar, quando, em nós mesmos, vamos nos aperfeiçoando de modo lento, mas contínuo e ininterrupto, se não nos paralisarmos, ou, nos quedarmos novamente.

L) O que comentaria de “A Gênese”?

Devo dizer, mais uma vez, que não estamos fazendo uma desconstrução de tais obras: “O Céu e o Inferno” e “A Gênese, os Milagres e as Predições”, de Allan Kardec.

Creio, até mesmo, estar prestando um serviço ao Espiritismo, pois realçamos sua superioridade doutrinária, quando, na contrapartida, não encobrimos seus defeitos, sobretudo humanos, o que, para nós, reflete nossa sensatez, nossa coragem de enfrentar os fatos, pois, pelas palavras do Mestre, ao exortar: “sede perfeitos”, Ele sabia de nossas imperfeições; mas nos exortava, o Mestre, esforços para nos retificarmos pela Ética de seus ensinos magistrais.

Ora, até Kardec, em Espírito, já reconhecera seus desacertos científicos e, pois, filosóficos; em página mediúnica chegara a declarar que:

No campo experimental, ilustres e prestantíssimos sábios se lhe tem avantajado em muito. A parte experimental é, porem, efêmera. Boa para a conquista, não tem, todavia, qualidades de estabilidade e de conservação. Como fenômeno experimentado, entra na ordem das coisas concretas, e para estas coisas, o aperfeiçoamento é mais sensível, porque a natureza delas e mais precária.

Uma obra experimental de grande atualidade e verdade hoje, daqui a dez anos será velha, se a não acompanhar, como parte integrante e auxiliar, a feição abstrata e ideal.

Os meus livros, no que tem de prático, sob o ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados, de há muito, por dezenas de outras obras de mais incontestado e incontestável valor, daquela ordem de estudos. O que, porém neles existe da parte moral e de ensinamento, ainda não foi nem será facilmente sobrepujado. E' que, neste campo, eles estão com a verdade, e a verdade, apresentada sob que aspecto for, é sempre a verdade. E' tão nova hoje, como no tempo do Cristo, como no tempo dos profetas, como em qualquer tempo.

Lisboa, 6 de Maio de 1907.

Médium: Fernando de Lacerda
Fonte: “Do País da Luz”

Logo, Kardec, em ato de humildade espiritual, exalta o trabalho dos demais sábios do Espiritismo e confessa algo do seu trabalho mesmo, de sua superação científica e, consequentemente, filosófica; mas não no aspecto moral, evidentemente.

M) O que comentar de “A Gênese”, então?

Para iniciar, informo que apreciamos muitíssimo a didática de Kardec; que louvamos o seu modo de expor, de ensinar, coisa de um catedrático escolhido a dedo para ministrar fatos da mais excelente e mais grandiosa Doutrina da face terrena, a dos Espíritos Superiores: ao comando de Jesus.

Logo, nem tudo da obra, ou, das obras de Kardec, é condenável, o que seria absurdamente ilógico e injusto de nossa parte. Ora, apreciamos muitíssimo o seu primeiro Capítulo: ‘Caracteres da Revelação Espírita’. Mas antes disto, e, antes da ‘Introdução’, em página inicial de tal obra (frontispício), insere-se uma frase que, sinceramente, reconhecemos sua síntese formidável e, pois, suscetível de ser desenvolvida e incrementada:

“Para Deus, o passado e o futuro são o presente”!

Neste tocante, confesso que demoramos algum tempo para entendê-la; e mais, sem que esperássemos, tivemos a grata surpresa de receber, vias intuição, uma séria de páginas que a explicavam em pelo menos 10 Capítulos das 45 Laudas do nosso quarto e.Book de título: “Mecanismo Ontogenético”. Logo, nem tudo é crítica, há também sábias e formidáveis sínteses contidas em tal obra de Kardec, que, por sua vez, hão de ser incrementadas no tempo-evolutivo, desde que nos achemos receptivos a tais.

N) Logo, dir-se-ia que...

É preciso estar dotado de alguma sensatez para se valorizar o que é bom, genuinamente correto e verdadeiro; mas, tudo quanto for objeto de crítica sincera tem de ser revisto e remodelado se não quisermos virar chacota de outrem; e, sobretudo, dos que detestam o Espiritismo e só lhe vê os erros que, como dito, são mais humanos que dos Espíritos mesmos, estes que, constituindo uma imensa população errática, são dos mais diversos níveis de saber, conscienciais e morais; exceto pelos Superiores, que, por assim dizer, se uniformizam na identidade de seus princípios, na unidade da perfeição.

O) Logo, a crítica, de sua parte, é?...

Feita com Amor e Honestidade! Temos de ser honestos sempre, temos de ser firmes e, ao mesmo tempo, gentis; não devemos tapar o Sol com a peneira, como, aliás, se vê com certos “intelectuais”, espíritas que, em se super valorizando, vê defeitos em tudo, menos em si mesmos, em erros científicos e filosóficos clamorosos e tão fáceis de se ver e de se constatar, como no caso em questão, da obra aqui, ou, das obras aqui comentadas.
                                       
Creio que Kardec, onde quer que esteja, estará nos aplaudindo pela honesta intenção de mostrarmos a realidade dos fatos, e não a mentira esfarrapada dos que se super valorizam, mesmo assente em equívocos tão chocantes e tão lamentáveis.

P) Quais seriam os desdouros de “A Gênese”?

Podemos enumerá-los e comenta-los, sendo alguns, de ordem pessoal, (no caso: de nossa opinião), mas que, ainda assim, tem sua validade filosófica por suas lógicas argumentações, exceto pelos que idolatram Kardec, mesmo com equívocos evidentes.

Q) Então, vamos enumerá-los e comentá-los?

Sim, podemos fazer do modo sistematizado, ou seja, pelos Itens R, S, T, U, V, W, X, Y e Z.

R) Para este Item teríamos...

Podemos iniciar tal estudo de “A Gênese” (AK) pelas elogiáveis páginas da ‘Introdução’ e do Capítulo 1: ‘Caracteres da Revelação Espírita’. Elogiáveis, porém, fundamentadas no que Kardec estabelecera por: ‘Consenso Universal no Ensino dos Espíritos’ (CUEE).

Dito ‘Consenso’, fundamenta-se, para Kardec: na Razão, na mais rigorosa Lógica, aplicada a tudo quanto venha dos Espíritos, confrontando-se, ainda, com o bom senso e com os dados positivos de até então. (Vide: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – AK).

S) Mas e daí? Razão e Lógica não são ideais?

Ora, em nosso tempo, dir-se-ia que Inteligência se define como a capacidade de raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se confundindo e se entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de Inteligência.

Iniciando-se como função Pré-Lógica, o fato é que nossa Inteligência se vai desenvolvendo para a chamada Racional Concreta que, por sua vez, vai ascensionar-se ainda, e, nalguns, já pudera culminar na mais alta delas, na que se conhece como Inteligência das Operações Intelectuais Formais.

E o fato é que: só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade:

-A qual Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?

Ora, em seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos notadamente cruéis, estando tais elementos presente em todas as classes sociais terrenas. E, na outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, que é a Razão dos mais reluzentes espiritualistas, filósofos e cientistas que, nos últimos tempos vem revolucionando o saber em todas as áreas culturais terrenas.

O que significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo, onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo muito interessante. O que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a constatação de outras ainda, quais sejam:

A Razão cega dos fideístas, e, nos seus antípodas, a Razão cética dos desiludidos de tudo, situando-se, de permeio, ainda, A Razão espírita, equilibrada com a Fé, das pretensões de Kardec. Já por aí, pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências com distintas Mentalidades, dificultando-se, logicamente, encontrar-se a Razão Ideal, aquela mesma da proposição de Kardec, vulnerabilizando um tanto sua construção avaliativa da CUEE.

Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, percebendo-se que minhas potências intelecto-morais, por exemplo, diferem das suas, das de outrem, na infinita distinção de tudo, expressando, pois, que somos um tanto diferentes, conquanto iguais perante Deus.

E, por tais variações, como encontrar-se a Razão Ideal?

Ou seja, aquela mesma recomendada por Kardec, quando sua Razão pessoal, distinta da minha e da sua, como de todos nós, fora constituída por um tipo específico e próprio do seu psiquismo que, imagino, tenha sido das Estruturas Formais, mesclada por suas idiossincrasias, virtudes e defeitos de todo homem: Espírito reencarnado à matéria biológica do Mundo terrenal.

E torno à referida questão:

Como pretender-se a Razão Ideal, aquela da recomendação de Kardec, se mesmo no meio espiritista temos as mais diversas tendências, as mais diversas mentalidades: kardequianas, rustenistas, clássicas, xavierianas, monistas, universalistas e outras tantas mais?

E, então, repito: Como pretender-se a Razão Ideal para a nossa pesquisa, ou mesmo, para a condução e entendimento claro do Espiritismo, quando ele, por si mesmo, é de natureza tão vasta, tão ampla e tão complexa?

Ora, a natureza não dá saltos, e o psiquismo de cada um é detentor de um entendimento próprio, de uma Razão própria, e, portanto, não existe uma Razão Ideal Espírita, tal como pretendia Kardec. Logo, a Razão, das perspectivas do Codificador, simplesmente não existe em face de Razões tão distintas do nosso meio, e, mais ainda, do meio terreno com sua diversa perspectiva racional, intelectual e moral.

Sendo, pois, a Razão, bem como a Lógica, uma faculdade notoriamente evolutiva, parecendo-nos, pois, que a pretensão do Codificador, em tais termos, revela-se como sendo bastante frágil, para não dizer ingênua, sem querer ofendê-lo, é claro.

E, no tocante ao restante de sua lavra, em ‘Introdução’ e ‘Caracteres’, nada mais temos a comentar, pois está excelente e até mesmo: muito atual. Sendo que, para finalizar este tópico, nosso 46º. e.Book: “Consenso Universal: Tríplice Aspecto”, trata de desenvolver ao máximo o referido tema, conquanto a teimosia dos paralisados tão-só em Kardec, e nada mais.

Mas, para finalizar este tema, há que se notar que o Codificador, na primeira obra de sua organização: “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), não considerava a Razão do modo como o faz nesta sua última: “A Gênese” (AK – 1869). Na Introdução de “OLE”, Kardec alega que:

“O homem que considera a sua Razão infalível está bem perto do erro”. (Opus Cit.).

E, mais adiante, comenta:

“Ao que se chama Razão, frequentemente, não é senão orgulho disfarçado, e quem quer se creia infalível se coloca como igual a Deus”. (Opus Cit.).

Noutros termos, nesta sua primeira obra (“OLE”), vemos que Kardec é bem mais coerente e bem mais lúcido no tocante aos seus ensinos acerca da Razão; o que não se dera em seus textos da terceira (“OESE”-Introdução) e da quinta obra de sua publicação (“AG”) que estamos por ora comentando.

Logo: a Razão é Falível: conforme o próprio Kardec!

T) E, neste Item, o que destacaria?

Saltemos agora para o Capítulo 6 de “A Gênese” (AK): ‘Uranografia Geral’ que, ao pé de página informa:

“Este capítulo foi extraído, textualmente, de uma série de comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título de Estudos Uranográficos, e assinados por Galileu, médium Sr. C. F...”.

Tais iniciais do médium: C.F., em nosso meio, define-se como sendo do sábio espiritista, escritor e astrônomo Camille Flammarion; mas não sabemos se Kardec lhe alterara (?), lhe acrescentara algo (?), mas, sem dúvida, que deve ter-lhe corrigido como era comum do seu caráter, para posterior publicação doutrinária; mas se o corrigira, em que termos se deram tal correção?: para melhor ou para pior?

É o que veremos!

Para o desapontamento de todos nós: o fato é que em tal Capítulo 6 temos a informação de que ‘o planeta Marte não abriga Lua’; mas hoje se sabe, pela Ciência, que Marte tem Luas em duplicidade: Fobos e Deimos; mais ainda, alega que a Lua terrena se comporta como um ‘João Teimoso’, cujas partes mais densas se concentraram em sua parte inferior, e, as menos pesadas, e mais fluídicas, em sua parte superior. Todavia, a Ciência, por meio da Nasa, provara que isto não é verdade.

U) E, agora, vamos para que ponto?

Para o Capítulo 8: ‘Teoria Sobre a Terra’. Nele vemos que Kardec discorda da teoria proposta pelo renomado cientista Buffon (Georges Louis Leclerc), que, em sua genial intuição, ‘supôs que um cometa, tendo se chocado com o nosso Sol, dele teria feito destacar uma porção de grandes fragmentos que, a partir daí, vieram a formar os seus diversos planetas’.

Entretanto, no Século 20, a obra de Xavier, pela confiável equipe de Emmanuel (“A Caminho da Luz” – 1938 - Feb), não concorda com Kardec, e, de certa forma, autoriza Buffon.

Logo, Kardec está em equívoco pela sua opinião disposta em tal obra: “A Gênese” (1868).

V) E, então, sigamos avante?

Sim, e recordemos, ainda, quatro temas do Capitulo 11 da referida obra de Kardec: ‘Gênese Espiritual’. Tais se enumeram como Itens 12, 23, 26 e 32:

No Item 12 temos: ‘todos os Espíritos nascentes se revestem de um envoltório carnal para desenvolver suas faculdades’.

Errado!

Ora, já vimos que só os Espíritos em expiação, e que sucumbiram pela Queda, encarnam e reencarnam nos Mundos materiais para sua evolução salvífica e retorno ao plano espiritual de origem.

Já, no Item 23, apesar de Kardec ver a justiça e a bondade do Criador na evolução de todas as coisas, dos animais e do Homem, ele, ainda assim, e, mesmo com tantas instruções da Grande Lei da Unidade ditada pelos Espíritos Superiores, (do átomo ao arcanjo), Kardec, ainda assim, em sua teimosia, e contrariamente ao que é óbvio, prefere ficar com suas ideias de não procurar as origens da Alma e proclama alto e bom som o seu medíocre sistema de que:

“Nós a tomamos (a Alma) em sua entrada na humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. (“AG” – 1868). 

Ou seja: mesmo que o sábio e superior: “O Livro dos Espíritos”, ao Comando de Jesus, informe a evolução de todos nós: “do átomo ao arcanjo”, o Sr. Kardec prefere considerar a Alma apenas ao plano das humanidades!

Quanta “sabedoria” há nesta proposta do codificador!

E mais: Notemos que o título de tal obra é: “A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”; mas Kardec, ao ministrar dito Capítulo 11, ele não o faz ‘Segundo o Espiritismo’, e sim: ‘Segundo sua opinião equivocada’. Mais ainda, na Introdução de tal obra, notemos que Kardec comenta sobre a verdade do pensamento coletivo de “O Livro dos Espíritos”, que não fora desmentido em tempo algum. 

Ora, isso não seria suficiente para que Kardec, no citado Item 23 de “A Gênese”, considerasse dita proposta da evolução do Espírito: do “átomo ao arcanjo, passando pelo homem”, ao invés da sua muito equivocada ideia de tomar a o Espírito apenas ao plano das humanidades?

E, no Item 26, Kardec ministra que ‘a encarnação não é, pois, normalmente, uma punição para o Espírito, como alguns o pensam, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de progredir’.

Errado!!!

Já vimos isto em ‘Resumo do Espiritismo’ supra mencionado; mas vejamos mais! O Espírito de Bernardin, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK–1864), assim se expressa:

“Resumamos assim: estais todos na Terra para expiar; mas todos, sem exceção, deveis empregar todos os vossos esforços para abrandar a expiação de vossos irmãos segundo a Lei de Amor e de Caridade”. (Opus Cit.).

E, “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), diz o mesmo por toda parte, mas o Sr. Kardec prefere suas ideias equivocadas às ideias superiores dos Espíritos que lhe transcendem. Paciência, pois, então!

Já, no Item 32, temos a opinião de Kardec de que: ‘os Espíritos mais evolvidos não reencarnam, no que ele considera: raças físicas menos evolvidas’. Ora, não temos visto negros cultos e inteligentes chegarem a chefe de estado, e, na contrapartida, brancos belicosos capazes de provocar verdadeiros genocídios? Mais uma vez discordamos de Kardec; aliás, a Ciência contemporânea discorda de Kardec.

W) Mais algum tópico, ainda?

Óbvio que há muito mais; todavia, para finalizar, estaremos a destacar algo do Capítulo 15: ‘Os Milagres do Evangelho’, tópico onde, e quando, Kardec, de modo pessoal, crê na possibilidade de ‘um corpo de carne e osso para o nosso Mestre e Senhor Jesus quando Ele estivera por aqui, na romagem terrena’.

Ou seja, Kardec, ele mesmo, institui o ‘Consenso Universal’ para apuração das verdades espíritas, e, neste tópico, pessoalmente, e, como é do seu direito, não aplica o tal do ‘Consenso’ e opta por sua crença egoística e particular. Estranha decisão de Kardec que implanta o ‘Consenso’, e, em tal tópico, como em muitos outros, faz valer mais sua opinião e não do que se puder apurar dos seus Superiores: os Espíritos.

Ora, um tema tão relevante do Espiritismo não mereceria que Kardec consultasse os seus Superiores hierárquicos (os Espíritos) para que se resolvesse todas as dúvidas? Creio que sim; mas, no entanto, ele preferira, de modo egoístico, e, prosaico, expressar-se pela matéria e não pelo Espírito, quando, a obra de Roustaing, em sua alta concepção, coloca as coisas no seu justo lugar, pois que o Espírito transcende a matéria.

Logo: Jesus, como Ele próprio informara, e, como a obra de Roustaing também informa: Jesus, o mais elevado Ser que por aqui aportara: Espírito Puro: não encarnara ou reencarnara no Orbe terreno durante sua missão salvífica de todos nós, pois que o Mestre detivera um corpo de “carne relativa”, ou seja, detivera um corpo diferente dos humanos, um corpo fluídico materializado por substâncias diversas do nosso plano, e que podia, portanto, materializar-se e desmaterializar-se quando assim o quisesse sua Consciência Divina, Espírito Ligado a Deus: Nosso Pai.

O que está confirmado, no Século 20, pelas obras superiores e pelas digníssimas pessoas de Divaldo P. Franco e Francisco Cândido Xavier, dentre muitos outros sábios do passado e do presente. Já vimos isto, e muito mais, em pelo menos seis (6) e.Books de nossa autoria, os quais registro em sua ordem de publicação:

-40º. = Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
-41º. = Espiritismo e Livre Pensamento;
-42º. = Síntese Embriológica do Homem;
-43º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
-44º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda; e:
-45º. = Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira.

E, pois, Kardec quisera com escassas linhas, e, pois, de modo pessoal e inexato, contrariar uma das mais robustas obras do seu tempo, aliás, quatro das mais robustas e especialíssimas obras do seu tempo: “Os Quatro Evangelhos” (Feb), organizados por Jean Baptiste Roustaing; recebidos, psicograficamente, por uma das mais importantes médiuns daquele período repleto de grandes novidades: Mme. Émilie Collignon.

Sendo os Espíritos que a ditaram, nada mais que: os Evangelistas, os demais Apóstolos e Moisés, constituindo cerca de 2100 páginas para respaldar, inequivocamente, sua verdade.

E mais: trata-se de uma obra, ou seja, de quatro obras que, em tempo algum, estivera sendo desmentida pelos Espíritos e pelas nobilíssimas instruções da ‘Trilogia Codificada’:

-“O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857);
-“O Livro dos Médiuns” (AK – 1861); e:
-“O Evangelho Segundo Espiritismo” (AK – 1864).

E, mais ainda:

Se a Razão pessoal, de Allan Kardec, fora falível e inexata em tantos tópicos de sua obra, porque, pois, ela não poderia falhar quando do seu julgamento da obra de Roustaing e do corpo fluídico materializado do Cristo? É o que proponho como reflexão ao final deste nosso modesto e qüinquagésimo e.Book.

X) E, Kardec, em Espírito, se retratara?

Penso que sim. Em mensagem atribuída a ele, datada de agosto de 1913, pela médium Zilda Gama, e, constante do livro “Diário dos Invisíveis” (Ed. Pensamento), o Espírito de Allan Kardec, mais instruído e purificado comunica-nos:

"Afirmo, agora, baseado nas verdades transcendentes, que Jesus, o Emissário divino, foi o Ente mais evoluído, da mais alta estirpe sideral que já baixou à Terra, em cumprimento de uma incumbência direta do Pai Celestial, e, portanto, o que houve de anormalidade em sua existência não foi uma seleção parcial feita por Deus, mas uma justa homenagem que lhe era devida ao próprio mérito”.

“Nós, distanciados como estamos de sua perfeição (ele usa o termo: perfectibilidade = impecabilidade), não gozamos das mesmas regalias ou prerrogativas que lhe foram outorgadas, mas podemos adquiri-las, em séculos e milênios de dedicação, labor, esforço próprio, prática de todas as virtudes”.

“Era, pois, Jesus, já naquela época - a do início do Cristianismo - uma Personalidade Superior, que, para bem desempenhar sua missão planetária, teve de tecer suas vestes tangíveis, com as quais ofuscou o brilho de sua Alma radiosa, constituída de eflúvios cósmicos que se solidificaram, ou, que se aderiram ao mediador plástico, dando-lhe a aparência de materialidade, mas que podiam ser dissolvidos ao influxo de sua vontade." (Opus Citado).

Logo, Jesus não encarnara ao modo dos Espíritos terrenos, e muitos alegam, por isso, que Jesus não sofrera, pois não era feito de carne e osso; o que é um absurdo, eu diria: um sofisma, pois o corpo carnal não sofre em nossos acidentes, nossas doenças ou mutilações, e sim: o Espírito dele portador!

Y) Mas como? Pode explicar melhor?

Ora, não temos visto, em nossos trabalhos mediúnicos, que os Espíritos desencarnados, de situações diversas, trazem superativada sua sensibilidade moral, e, pois, sua felicidade, ou, seu sofrimento, que se intensificam nesses estados fora da matéria carnal? E, pois, quanto mais não sofrera o Cristo por não ter tido um corpo carnal como o nosso, que atua como um abafadouro e dissimulador das coisas tenebrosas do Mundo terreno.

Logo, o Cristo, como Espírito Puro, sofrera martírios muito maiores que qualquer um de nós, e digo mais: desde que aportara por aqui se materializando dentre os humanos, quando, então, se defrontara com a densa atmosfera psíquica do Mundo, com seus fluidos irritantes, pegajosos, constituído por formas mentais tenebrosas, inferiores, emanadas de Seres obscuros, cruéis, dos mais diversos habitantes terrenos: encarnados e desencarnados no plano umbralino.

Assim, pois, Jesus é um Espírito-Deus, que, desde 4,5 bilhões de anos, ou seja, desde a gênese planetária, tem trabalhado, incansavelmente, por tudo e por todos, desde que recebera do próprio Pai, que é Pai de todos nós, a incumbência suprema de nos guiar e nos conduzir pelos caminhos evolutivos terrenos, em face de nossa rebeldia e queda espiritual.

Z) E, para finalizar o que diria?

Que o Espiritismo - obra dos Espíritos Superiores - está consolidado no Mundo terreno por aquela ‘Trilogia Codificada’ e pelo ‘Rustenismo’; bem como, no Século 20, pelo ‘Ubaldismo’, e, mais ainda, pela exemplar e mais excelente obra mediúnica de todos os tempos da humanidade: a de Francisco Cândido Xavier, tendo, como coadjuvante, ainda, a de Divaldo P. Franco, representando uma ‘Plêiade de Instrutores da Mais Elevada Hierarquia Espiritual’.

Sem falar, evidentemente, dos precursores, dos clássicos, dos cientistas metapsíquicos, e, como é óbvio, de tantos outros trabalhadores do bem nas figuras de praticantes, de divulgadores, escritores, de médiuns falantes, psicógrafos, e etc., etc.

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Trilogia e Rustenismo

Assim, pois, a ‘Trilogia Codificada’ - para o despeito dos que perseguem Roustaing e sua importante obra: “Os Quatro Evangelhos” (Feb) -, nunca, em momento algum, desmente, ou, desmentira, as verdades propagadas pelo ‘Rustenismo’. Senão vejamos:

-“O Livro dos Espíritos” (AK - 1857):

No Item 113 de tal “Livro”, vemos que os Seres da primeira ordem, como classe única, e, pois, sendo Espíritos Puros – como, por exemplo: Jesus – tais não mais se encontram “sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis”, o que ratifica a obra de Roustaing que preconiza para Jesus, quando esteve entre nós, como um Ser dotado de um corpo fluídico materializado e cujo sofrimento: “na essência espiritual, é mais forte e mais vivo que o possam ser, para os vossos corpos”... “Jesus sofreu, oh! Sim, sofreu cruelmente, não na sua carne, mas em seu Espírito”. (Roustaing – Tomo 2 – Feb).

O que se confirma, indubitavelmente, pelas obras mais importantes do Século 20, as de Francisco Cândido Xavier e de Divaldo Pereira Franco.

Com a equipe superior de Emmanuel, um Espírito que, no Século 19, colaborara com a Codificação kardequiana, ministra o Espírito André Luiz, corroborando Roustaing, que Jesus:

“Em Jerusalém, no tempo, desaparece de chofre, desmaterializando-se ante a expectação geral, e...”, “Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhes os agentes e reintegrando-os à vontade...”. (Vide: “Mecanismos da Mediunidade” - Feb).

O mesmo diz o Espírito Vianna de Carvalho em livro prefaciado pelo Espírito de Joanna de Ângelis e psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco:

“Em Nazaré, ante a turba enfurecida, (Jesus) utilizou a faculdade da desmaterialização”. (Vide: “À Luz do Espiritismo” - Editora Leal):

-“O Livro dos Médiuns” (AK - 1861):

Em sua ‘Segunda Parte’, Capítulo 6: ‘Manifestações Visuais’, se pode ver por longos ditados e ensinos dos Espíritos Superiores, tudo quanto se refere às possibilidades do perispírito - tal como no caso de Jesus – tomar a forma de um corpo tangível e dotado, pois, de uma “carne relativa” (Roustaing) em que se pode tocá-la, apalpa-la e constatar sua resistência e até mesmo o calor de um corpo vivo, um corpo biológico e material tal como os nossos de Espíritos reencarnados.

-“O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864):

Em tal obra, Capítulo 3, Item 9, que é parte, vejam bem, de um extrato, ou, como queiram, de um : ‘Resumo do Ensinamento de Todos os Espíritos Superiores’,  temos de tais ensinos que:

“Nos Mundos que atingiram um grau superior, as condições da vida moral e material são bem outras que as de sobre a Terra. A forma do corpo é sempre, como por toda parte, a forma humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria; os sentidos, mais delicados, têm percepções que a grosseria dos órgãos sufoca neste Mundo”. (Opus Cit.);

E notemos o trecho que se segue:

“A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil; em lugar de se arrastar penosamente sobre o solo, ele desliza, por assim dizer, na superfície, ou, (o Ser, simplesmente:) plana na atmosfera sem outro esforço senão o da vontade, à maneira pela qual se representam os Anjos”. (Opus Cit.).

Aqui, pois, temos comparações que vão do referido ‘Criptógamo Carnudo’ ao ‘Anjo’ da magnânima obra de Roustaing: “Os Quatro Evangelhos” (Feb).

Em seu Tomo 1, Roustaing, fornecendo-nos “ideia da criação humana”, refere que tal indivíduo, o ‘Criptógamo’, dos Mundos Primitivos: “rasteja, ou antes desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente”. (Opus Citado).

E mesmo num Mundo acima do Primitivo, um Mundo Provacional como o nosso, temos exemplos de Espíritos que renascem, por expiação, em corpos humanos desprovidos de membros, ou seja, sem braços e pernas, não sendo, pois, dita situação, uma característica específica dos Mundos Primitivos.

E, o referido ‘Resumo do Ensinamento de Todos os Espíritos Superiores’, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), diz o mesmo que Roustaing, informando que, nos Mundos atrasados, o Ser está a “se arrastar penosamente sobre o solo”; mas que, nos Mundos Superiores, de Espíritos purificados, eles podem esvoaçar, planar, flutuar, volitar com seus corpos sutis, e similares, o que, de certa forma, comparar-se-ia ao corpo fluídico e materializado do Cristo, de quando esteve entre nós!

Logo, a ‘Trilogia Codificada’ não refuta a obra de Roustaing, mas lhe autoriza em todos os seus aspectos.

Assim, pois, ao se pretender que a obra de Roustaing seja banida do nosso meio não passa de ilusões insanas da obscuridade humana, um retrocesso intelectual não mais condizente com o Homem moderno que, no Século 21, pensa na Relatividade de Tudo, e, inclusive, do Ser humano, cujo Cognitivo não se paralisa, conquanto a vontade estagnada de elementos espiritistas (e retrógrados) que serão forçados a mudar, a subir e enxergar mais, e melhor.

Lembremos ainda que o Grande Líder: Francisco Cândido Xavier, o mais importante nome do Espiritismo no Século 20, em carta dirigida à diretoria da Feb, dissera que:

“Aguardo com muito interesse a nova edição de Roustaing (‘Os Quatro Evangelhos’)”.

E frisava o sábio Chico:

“Constituirá um grande serviço à Causa da Verdade e do Bem”. (Vide “Testemunhos de Chico Xavier” – Suely C. Schubert – Feb).

Assim, o preconceituoso, o que pretende que a Feb não publique ou divulgue a obra de Roustaing, é, por sua natureza discriminatória, um desiludido por excelência, um elemento que pretende o retorno do ‘Index Librorum Prohibitorum’, ou seja, aquela famosa lista de publicações proibidas de se obter e de se ler. Mas, pela não realização de seus desejos mais ardentes, eles se aborrecem e se frustram na impotência de si mesmos, de suas irrealizações.

Quiçá, um psicólogo, ou, um psiquiatra consiga solucionar tais problemas de elementos afoitos, sobretudo, os que se auto-proclamam: intelectuais, que, em verdade, não parecem ser o que querem ser, pois muito pouco sabe de sua Doutrina que, aliás, se fundamenta no mais importante psicólogo e psiquiatra de todos os tempos da humanidade com sua metodologia de ordem universal, constituindo Máxima do seu Evangelho:

“Amai-vos uns aos outros”!
(Jesus).

Assim, pois, o resultado daquelas frustrações - quando não sanadas pelo Evangelho - nalguns, e, não poucos, se transformam em hostilidade, em ódio, perseguição, frutos da rebeldia, da intemperança, do desamor.

Tais elementos, preconceituosos, via de regra, são indivíduos autoritários, muita das vezes intolerantes, que propagam, mas não crêem, no livre pensamento, potência facultada a todos, conquanto quereriam implantar seu próprio e exclusivo regime, por sinal: insano, regido por seu sistema exclusivista e ditatorial.

Logo, o preconceito, em sua obscuridade mesma, é pouco lógico e pouco racional, pois desconsidera o livre pensamento que cabe a cada um e a cada qual; livre pensamento fundamentado, pois, na característica mais importante do Espírito humano: sua liberdade de expressão! Prenda-se o homem, mas não se prenderá seu livre pensamento, seu expressar mais íntimo, intelectual e moral, pois que tais vigem no seu Ser como dádiva soberana, conquanto sua prisão física no cárcere sujo dos déspotas e dos poderosos.

Finalizando:

Vemos que a ‘Trilogia Codificada’ é consonante ao ‘Rustenismo’, pois que se completam divinamente em suas informações superiores, que, aliás, deveriam ser do conhecimento de espiritistas que condenam sem saber o que se está condenando, ou seja: por pura displicência, preconceito e ignorância.

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

Bibliografia

-“Obra Completa de Allan Kardec” – Diversas editoras;
-“Os Quatro Evangelhos” – J-B Roustaing – Feb;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier” – Diversas editoras; Diversos Sites da Internet;
-“Diário dos Invisíveis” – Zilda Gama – Internet;
-“Do País da Luz” – Fernando de Lacerda – Internet; e:
-“Bíblia Sagrada” – Versões Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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