SIMBIOSE: KARDEC /
HERCULANO PIRES
Sabemos que os Espíritos
Superiores, na obra codificada no Século 19, fizeram inúmeras menções da Queda
Espiritual, que, aliás, o Sr. Kardec não estivera por compreendê-la mais
exatamente. E, pois, para Kardec, a fenomenologia evolutiva universal até
poderia se dar, sequencialmente, do “átomo ao arcanjo”, mas, ainda assim,
estivera cogitando, ao final de seus escritos, (“AG” – AK), algo mais restrito
ainda, ou seja, a possibilidade do Espírito imortal, e palingenésico, apenas ao
âmbito das humanidades.
E não é que algo parecido
se repetira no Século 20 com o famoso “intelectual” J. Herculano Pires, que
considerava dita Queda do Espírito não mais que “mito bíblico”; o que firmara
sua condição de fidelidade a Kardec, aliás, e, da mesma forma, um tanto restrita, pois desconsidera que o Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, repito, informara muito, mas muito
mais.
Logo, Emmanuel estivera corretíssimo
ao afirmar que Herculano fora o metro que melhor medira Kardec, ao que, noutras
palavras, diga-se: Herculano não fora o metro que melhor medira o Espiritismo –
Doutrina dos Espíritos Superiores - que, tanto no Século 19, como no Século 20,
revelara, pelas Vozes Superiores, que a gênese do Espírito se dá nos Planos
Metafísicos mesmo, onde, e quando, o Ser desenvolve sua Consciência, e, pois, ratifica
sua escolha dentre o bem e o mal; sendo que, os primeiros, prosseguiram sua
evolução no que se denomina Linha Reta da Espiritualidade, e, os segundos,
decaíram na matéria para dar seguimento de sua evolução na Linha Cíclica da
Materialidade, e, pois, palingenésica, nas dores e tribulações dos Mundos tangíveis,
físicos e materiais.
E notemos que Herculano
convivera com o Chico, com os Espíritos de Emmanuel e André Luiz, em que, todos
eles, em suas obras, confirmaram a verdade da Queda Espiritual; e, mais ainda,
Herculano Pires fora contemporâneo de Pietro Ubaldi que, modo igual, com o
Espírito Sublime de ‘Sua-Voz’, também provara, modo científico e matemático,
filosófico e moral, a fenomenologia cíclica da Queda e da Evolução dos
Espíritos.
Assim, pois, se o nosso
respeitadíssimo Herculano Pires fora o metro que melhor medira Kardec, não
fora, em tempo algum: o metro que melhor medira o Espiritismo. E, pois, estava
corretíssimo o Espírito de Emmanuel que, obviamente, notava a restrição
psíquica e filosófica do Herculano, tão centrado na pessoa de Kardec e, pois,
tão distante da obra profundíssima dos Espíritos Superiores, ou seja, do
Espiritismo. É pena que dois dos “maiores” intelectuais dos Séculos 19 e 20,
Kardec e Herculano, em simbiose mental, não pôde, ou, não puderam enxergar o
óbvio; que:
“O Espiritismo é Doutrina dos Espíritos Superiores; logo, muito
acima do terra a terra dos homens, de suas mazelas e contradições. O
Espiritismo é Revelação Divina para os próximos milênios, e, mais ainda, para
toda a nossa imortalidade. (Vide nosso 16º. e.Book: “Kardecismo e
Espiritismo”).
Talvez tenha faltado
a Kardec, e, ao Herculano, um tanto mais de humildade, o que é muitíssimo comum
nos Seres decaídos, pois que são insolentes, rebeldes e transgressores da Lei:
que É Deus. Características, aliás, de todos nós: os Espíritos terrenos das
mais diversas faixas evolutivas e mentais.
Vejamos, e reflitamos,
pois, agora, o Capítulo 4 da obra de Pietro Ubaldi, (“Deus e Universo” - PU -
Fundapu), da qual extraímos inteiramente o seu Capítulo 4: ‘A Queda dos Anjos’,
que transcrevemos em vermelho itálico:
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“A QUEDA DOS ANJOS”
Concluída
a precedente ordem de conceitos, abre-se diante de nós uma outra visão, numa
ordem de conceitos afins e conseqüentes que o leitor encontrará em germe,
primeiramente em: “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”, cap. X: ‘O Problema
do Mal’, e cap. XIII: 'Problemas Últimos"; e depois no volume “Problemas
do Futuro”, caps. XV e XVI: ‘Deus e Universo’. No capítulo anterior havíamos
explorado, sem desenvolvê-lo, este tema:
A
Criatura é livre, podendo, pois, agir contra o Sistema.
Aprofundemos
aqui, como antes não pudemos fazê-lo, essa tese, desenvolvendo-a e
analisando-lhe todas as conseqüências. Como ocorreu essa monstruosa revolta de
algumas células do grande organismo-universo, que, ao invés de funcionar
harmoniosamente nele, contra ele se puseram, rebelando-se? Onde se encontra a
primeira raiz dessa anarquia na ordem? Importante questão que se vincula ao
problema da gênese do mal, da sua presença no Mundo e da sua solução final.
Para
compreender, observemos a Estrutura do Sistema.
Ela
se baseia em alguns princípios fundamentais como o egocentrismo e a liberdade.
A criatura, parte integrante do Sistema, fora constituída como um esquema menor
do esquema maior, cujo centro é Deus, de acordo com o princípio já mencionado
dos esquemas de tipo único.
Essa
dádiva, porém, de Deus, pelo qual a Criatura fora feita à Sua imagem e
semelhança, constituía um poder muito perigoso se não fosse bem usado, pois
continha em germe a possibilidade de um transviamento, possibilidade que o Ser,
exatamente pelos princípios do Sistema, deveria enfrentar com as suas forcas.
E as
conseqüências, quaisquer que fossem, deviam ser suas, pois significa
responsabilidade, em um sistema de ordem e justiça, a conseqüência do princípio
de liberdade.
A
quem objetar que um sistema perfeito não deve conter a possibilidade de erro,
deve-se contestar que essa possibilidade que não é absolutamente necessidade,
está implícita nos princípios supracitados, como sua conseqüência necessária,
de modo que, para suprimi-la, seria imperioso suprimir os princípios que dão
causa, cujo valor não se discute.
É
natural que, onde exista um "eu" livre, seja também possível o mau
uso da liberdade.
E
nem por isso o valor desta decresce. De outra forma não nos encontraríamos em
um sistema de liberdade, mas de determinismo, no qual as criaturas não
passariam de autômatos. Ora, Deus não criou Seres dessa espécie, mas sim
Criaturas partícipes das suas próprias qualidades. Dada a estrutura do Sistema,
gera-se uma cadeia de férrea lógica, que conduz dos princípios a essas
conseqüências.
A
Criatura deveria, pois, necessariamente encontrar-se ante a encruzilhada da
escolha.
O
Ser, portanto, dada a sua estrutura e a do sistema em que existia, deveria
achar-se diante da possibilidade do erro. Em outros termos, o Ser passava por
uma prova, por um exame, de cujo resultado dependeria a sua futura posição, por
ele livremente escolhida. Ora, que o Sistema contivesse a possibilidade de um
erro, não significa absolutamente fosse ele construído errado ou defeituoso.
Tanto é verdade que ele, como veremos, de fato não se arruinou pelo erro
cometido; pelo contrário, por ser perfeito, tinha capacidade de
auto-regeneração.
O
Sistema estava acima do erro nele possível, e fora constituído para permanecer
íntegro, inabalável, para qualquer acontecimento.
Por
isso podia permitir em seu seio uma possível violação e desordem, tanto mais
quanto essa possibilidade tinha uma função, a de aprovar o Ser dando-lhe,
segundo o princípio de justiça, se superasse a prova, o pleno direito de aquisição
da sua posição de filho de Deus, somente depois de havê-lo merecido.
O
Criador exigia da Criatura uma livre aceitação do Sistema, um espontâneo
reconhecimento das recíprocas posições nele, para então poder conceder ao Ser
uma livre co-participação em Sua obra, como o Sistema requer, o que seria
impossível com uma criatura escrava ou um autômato.
A
prova da livre escolha não foi, pois, um capricho, um acaso ou um erro do
Construtor, mas fez parte integrante da lógica do Sistema, como necessária
conseqüência dos princípios que o constituem.
A
estrutura do edifício de conceitos e forças do Sistema, a natureza do Criador e
a da Criatura, os fins a atingir além da prova, tudo isto conduzia à
necessidade de que a Criatura devesse encontrar-se só e livre na encruzilhada
da escolha.
A
possibilidade de erro estava implícita no Sistema, não como uma imperfeição,
prelúdio de fracasso, mas como um elemento definido e desejado para
determinados fins, como sua força e não como sua fraqueza.
Veremos,
efetivamente, que esses fins são igualmente atingidos também por outra via e
que a obra da Criação permanece igualmente, como um triunfo do plano de Deus.
Os dois princípios acima aludidos, egocentrismo e liberdade comuns também às
Criaturas, faziam delas tantos menores eu “sou”, semelhantes a Deus, como
tantos Deuses menores em função de Deus.
Deus
quis a Criatura assim feita, à Sua imagem e semelhança.
Nem
o ser Dele saído poderia ser de natureza diversa da Sua. Em um sistema de
esquema de tipo único, a Criatura não podia deixar de ser um "eu
sou", centro autônomo e livre, como é o Criador. E, então, a estrutura do
Sistema, como a natureza da Criatura, estando baseadas no princípio da
liberdade, tudo quanto dissesse respeito à criatura não podia ter curso sem o
seu consenso.
Ademais,
existia um terceiro princípio, fundamento do universo espiritual - o do Amor -
mercê do qual Deus não é egocêntrico senão para irradiar em Amor. Assim sendo, o
Sistema de Deus não pode basear-se na coação, assim como, em virtude do
princípio de liberdade, não pode basear-se no determinismo, mas apenas na
adesão espontânea.
Deus,
por ser Amor, não pode querer a Criatura forçadamente prisioneira do Seu Amor.
Ele limita-se a atrai-la. Eis uma nova característica do Sistema, que não pode
admitir da parte da Criatura, senão uma correspondência de caráter espontâneo,
sem a qual não há amor.
Não
é possível, forçadamente gravitar-se em direção a Deus, por amor. Assim, pois,
todo o Sistema, ainda por esse princípio, impunha a livre escolha, qual
passagem obrigatória para valorização do Ser, que devia, antes de aceito,
conquistar plenamente esse direito, demonstrando livremente haver compreendido,
aceito e querido corresponder ao Amor de Deus.
Mesmo
sob esse aspecto, a prova corresponde à perfeita lógica, pois que o Amor, para
ser tal, não pode deixar de ser espontâneo e recíproco. Estar o Sistema
fundamentado no Amor é outro fato a implicar que ele deve basear-se, também, na
liberdade. Liberdade e Amor são conexos. Este pressupõe aquela. Um sistema que
não se fundamentasse na liberdade não o seria no Amor. Os princípios que regem
o universo são estreitamente correlatos. Todos eles se podem reduzir a um só,
do qual todos estes derivam - o Amor.
Foi
por amor que Deus quis a Criatura egocêntrica, feita à Sua imagem e semelhança,
participe das Suas próprias qualidades. Foi por amor que Deus quis a criatura
livre, a fim de que ela livremente compreendesse e retribuísse esse amor.
Entendidas a necessidade, a lógica e a utilidade da prova observemos como se
comporta o Ser neste momento supremo.
Eis
a Criatura, substancialmente Espírito, Centelha de Deus, apenas destacada do
seio do Pai que a gerou. Ela fita o Centro, do qual derivou por ato de Amor, a
que deve a sua existência. A estrutura do sistema impõe uma resposta sua a esse
ato, a correspondência de um recíproco ato com que essa criatura, por sua livre
aceitação, confirme ou renegue, como queira, permaneça no Sistema ou dele se
desligue, ponha-se dentro ou fora dele, agindo livremente e definindo, assim, a
sua posição.
O
Criador respeita tanto a liberdade que Ele deu à Criatura, fazendo-a à Sua
imagem e semelhança, que submete a Sua obra de Criador a essa criatura, como
ocorre no consentimento necessário de duas partes num contrato bilateral.
Somente
quando a livre Criatura tiver dito: "Sim", a criação estará completa,
aperfeiçoada até a esse momento, em que a Criatura é quase chamada, com seu
consentimento, a colaborar. Parece enorme, absurda, tanta bondade. Mas essa é a
estrutura do Sistema, assim quer o Amor de Deus.
Eis
o Ser diante de Deus. Apenas criado, ele ainda não falou. Deve dizer agora a
sua primeira palavra, que Deus lhe pede em resposta ao Seu ato criador: a
palavra decisiva. Deus lhe fala primeiramente:
"Olha,
ó Criatura, o que há diante de ti. Eu sou o Pai que te criou. Quis fazer-te da
Minha própria substância, um “eu sou”, centro, livre como "Eu Sou".
Fiz-te grande com a minha grandeza, poderoso com o meu poder, sábio com a minha
sabedoria. Fiz assim espontaneamente, por um ato de Amor para contigo, minha
criatura. A este Meu ato falta somente um último retoque para ser perfeito e
ele deve partir de ti. Espero-o de ti, que o farás com plena liberdade.
Ofereço-te a existência como um grande pacto de amizade. Ele é baseado no Amor
com que te criei e a que deves o teu Ser. Podes aceitar ou não este Meu Amor.
Todo pacto é bilateral, toda aceitação de amor deve ser espontânea. E absurda
uma imposta correspondência de amor. Escolhe Vê o que Eu já fiz por ti. Eu ti
precedi com o exemplo. Tu me vês. Olha e decide”.
“Qualquer
pressão Minha fará de ti uma Criatura escrava e Eu te quis livre, porque deves
assemelhar-te a Mim. Para que Eu pudesse amar-te como quero, devias ser
semelhante a Mim. Não se pode pedir Amor a um escravo, mas somente obediência
imposta, o que está fora do Meu sistema e seria a sua inversão. Vem, pois, a
Mim, corresponde ao Meu Amor que te chama e te atrai. Confirma a Minha obra com
a tua aceitação. Por tua livre escolha consente, entra e coordena-te no Meu
Sistema, do qual Eu sou centro. Subordina o teu "eu sou" menor ao
"Eu Sou", o Uno-Deus, Supremo vértice que rege o Todo. Reconhece a
ordem da qual Eu sou o chefe. Promete obediência à Lei que exprime o Meu
pensamento e vontade. Por Amor te peço, pois que és meu filho, que me retribuas
o Amor com que te gerei".
Após
essas palavras, por um instante ficou suspensa a respiração do universo,
enquanto as falanges dos Espíritos criados oscilavam em cósmicas ondulações. O
Ser olha e pensa. Ele sente o poder que lhe vem do Pai, uma imensidade que o
torna semelhante a Deus. É livre, como um “eu sou” autônomo, Senhor do seu
Sistema, das suas forças e equilíbrios interiores. A sua própria estrutura,
permeada de divina grandeza, impele-o a repetir em sentido autônomo,
separatista, o egocentrismo que ele continha do "Eu Sou" máximo:
Deus.
Mas,
do outro lado há uma força oposta, anti-egocêntrica, tendente a neutralizar a
primeira: o Amor. Ele se manifesta como silenciosa atração, que se impõe por
bondade. Quem compreendeu esse apelo, verdadeiramente compreendeu Deus.
As
duas forças, assim diversas, movem as falanges dos espíritos, que as examinam e
pesam. Belo é o Amor, mas acarreta uma renúncia cheia de deveres, uma renúncia
à plenitude total do "eu sou", implica obediência, o reconhecimento
de uma posição subordinada.
Eis
o perigo tentador: exagerar, em seu juízo, a própria semelhança com Deus e
admitir uma pretensão de identidade. Ao invés de seguir o caminho do Amor,
coordenando-se com obediência na ordem, tomar a via oposta. Devendo coordenar o
próprio "eu sou", reforçar sua autonomia, fazendo-se isoladamente
centro do sistema com sua própria lei. Imitar Deus somente para superá-Lo.
Responder ao doce apelo de Amor com um desafio: "Não! Deus, eu, criatura,
sou maior do que Tu. Eu sou Deus, não Tu"!
Então,
muitos "Deuses" menores, feitos de substância divina, livremente
decidiram tornar-se "Deuses" maiores, iguais a Deus. A escolha foi
por eles feita, e o universo, abalado até aos fundamentos que estão no espírito,
estremeceu e parte dele desmoronou, involvendo na matéria.
Mas
não foi assim para todos os Seres.
A
balança em que foram colocados os dois impulsos, para uma outra multidão de
Espíritos se inclinou, ao invés, para o lado Amor, oposto ao da rebelião por
orgulho. Eles reconheceram a superioridade de Deus e se fundiram na Sua Ordem,
tornando-se-Lhe colaboradores, livremente aceitando-a e compreendendo.
Os
primeiros não quiseram reconhecer a Sua supremacia; destacaram-se da Sua Ordem
e se transformaram em
demolidores. Não quiseram aceitá-la e corresponder. Seu chefe
foi Lúcifer. Precipitaram-se, assim, para fora do Sistema, em posição invertida
que lhes será a característica de toda a existência.
É
certo que a queda foi devida à falta de conhecimento das conseqüências da
revolta, mas é também certo que a Criatura não poderia ser onisciente, igual a
Deus. Pode-se objetar, então, que, se ela ignorava, como lhe pode ser imputada
a culpa de haver caído? Deus deveria tê-la dotado do conhecimento suficiente para
compreender antecipadamente as conseqüências da desobediência, de modo a não
incidir nela.
A
tal objeção pode-se contrapor que a Criatura assim teria seguido Deus
unicamente no seu egoístico interesse, a fim de furtar-se a um dano e não por
amor. Ora, um ato de aceitação tão fundamental no Sistema, não poderia
basear-se num interesse nascido do egoísmo, isto é, em um princípio antípoda
àquele que rege todo o Sistema, como é o Amor. Ele deveria resultar de uma
espontânea adesão por Amor, ao compreender a bondade do Criador.
Como
é fundamental no Sistema o princípio do Amor, prova-o o fato de o próprio Deus,
no seu aspecto imanente, ter seguido o Sistema desmoronado para reconstruí-lo,
jamais abandonando a criatura por mais injusta e rebelde que fosse.
E
Deus não lhe pedia senão uma prova de amor!
Os
Espíritos obedientes a deram, ainda que em conhecimento fossem iguais aos
Espíritos caídos. Tiveram, então, início no Ser, duas vias opostas, que o
distinguem.
De
um lado, o orgulho, o mal, a dor, as trevas, o caos e, consequentemente a
criação e vida na matéria.
Do
outro a obediência, o bem, a luz, a ordem e a vida perfeita do puro Espírito.
A
queda é a involução, da qual se sobe redimido pelo esforço da evolução,
absorvendo o mal em dor, edificando-se pelo sofrimento com a experiência da
vida, assim se desmaterializando e espiritualizando na ascensão ao encontro de
Deus, que não abandonou o Ser que caiu, mas apenas lhe disse:
"Destruíste
o esplêndido edifício. Contudo, continuas a ser meu filho. Reconstruirás,
porém, tudo com o teu esforço”.
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Usamos
neste Capítulo a expressão "Queda dos Anjos", porque tradicional e de
mais fácil compreensão. Todavia, é bom esclarecer ser ele uma expressão
antropomórfica, que reduz o fenômeno às dimensões inferiores da matéria. Ainda
que acanhado, o antropomorfismo constitui uma necessidade, porque, embora
contenha o defeito de desfigurar o real aspecto do fenômeno, tem o valor de
aproximá-lo de nosso mundo tão diferente.
Cumpre-nos,
pois, aqui realçar que a expressão "queda dos anjos" representa uma
redução da realidade, na medida limitada da psicologia humana.
De
fato, o fenômeno ocorreu em planos de existência tão elevados, que para nós se
situam no superconcebível; ocorrera em dimensões em que as nossas
representações de espaço e de tempo não têm mais sentido.
A
imagem, pois, que tivemos de escolher representa u'a mutilação e não uma
expressão da realidade. Se devêssemos explicar a um homem inculto um conceito
abstrato, um processo matemático, um desenvolvimento filosófico ou coisas
semelhantes, seríamos constrangidos, se quiséssemos fazer-nos entender, a
apresentar tudo revestido de formas materiais, a usar expressões bem concretas,
para adequar-nos à psicologia desse homem, a ponto de os conceitos originais
ficarem deformados, tornando-se quase irreconhecíveis.
Mais
verdadeiro é esse fato relativamente à “queda dos anjos”, em face da grande
altura em que se deu o fenômeno e sua distância de nós. Era, porém, necessário
adaptar-se à mente humana, se se quisesse dar uma expressão ao fenômeno,
denominando-o “queda”. Mais adiante será explicado o seu significado de
desmoronamento de dimensões, a partir de um ponto que, estando situado em
planos altíssimos, na sua substância foge completamente à nossa compreensão.
(Vide: “Deus e Universo” – Capítulo 4 - Pietro Ubaldi – Fundapu).
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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:
Fernando Rosemberg Patrocínio:
Fundador de Casa Espírita Cristã, Articulista, Coordenador de
Estudos Doutrinários, Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo Em Evolução;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Espiritismo: Queda e Salvação;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e
Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Notável Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
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