domingo, 19 de maio de 2019

CIÊNCIA ESPÍRITA: TESE INFORMAL (1o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocinio

(1º. e.Book)

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CIÊNCIA ESPÍRITA:
TESE INFORMAL

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Introdução

Capítulo 1: ELUCIDAÇÕES FUNDAMENTAIS

Capítulo 2: CUEE: CONCEPÇÃO DE KARDEC

Capítulo 3: DIVERSAS FORMAS MENTAIS

Capítulo 4: PSICOSFERA DOS ESPIRITISTAS

Capítulo 5: UMA TRINDADE MISSIONÁRIA

Capítulo 6: REINICIANDO DITA CONCEPÇÃO

Capítulo 7: NOVAS PERSPECTIVAS DA CUEE

Capítulo 8: PRINCIPAL CONCEITO-VERDADE

Capítulo 9: A CUEE E SUA DINAMICIDADE

Capítulo 10: SUGESTÃO INFORMAL: CUTE

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

O presente escrito, na forma de e.Book (livro digital), estará analisando alguns aspectos da Ciência Espírita criada por Allan Kardec, sobretudo no tocante às possibilidades de uma ‘Concepção Pluralística’ da CUEE, (Controle Universal do Ensinamento dos Espíritos), e que, na concordância universal de suas instruções – para o codificador - residiria o melhor controle.

Do que, de nossa ‘Concepção Pluralística’, levantar-se-ia, sem sombra de dúvidas, inúmeras argumentações para se reforçar e justificar tais ideias que, entretanto, e apesar de, se questionaria:

Mas os escritos de Kardec não pautam pela clareza mesma quanto a isso e quanto a quaisquer outras questões atinentes ao Espiritismo?

E respondo que sim! É claro que sim!

E, mesmo assim, haveria modos diferentes de se interpretar e de se discutir as ideias contidas no referido Conceito, da CUEE?

E, da mesma forma, respondo que: Sim! É óbvio que sim.

O que significa inferir, da última dedução, que se pode interpretar e reinterpretar tal Conceito ampliando-o pluralisticamente no Tempo-Evolução. É o que meu lápis intuitivo, aliado à minha racionalidade, que entendo seja de características formais, irá abordar, ou seja: levantar outras possibilidades interpretativas da Ciência Espírita no tocante, em especial, ao Conceito da CUEE que, afinal, se nos parece enquadrar muito mais à ordem particular, pessoal e filosófica do seu autor que, como todos nós, está sujeito às mudanças incontestáveis de sua Razão, como de tudo o mais de sua relativa espiritualidade.

“Ora, Razão Absoluta só se admite como sendo a de um Ser Supremo, Absoluto, ou seja, a Razão do que se compreende como pertencente à Inteligência Suprema do Universo”. (frp).

Quanto a nós, na condição de filhos, não nos resta senão nos submetermos à condição de Seres relativos, sujeitos, como tudo o mais, aos processos evolutivos que nos conduzirão às cumeadas da Espiritualidade, quando então, veremos com maior clareza que, mesmo sendo Absoluto, o Ser Supremo não nos rebaixa, pois nos ama Infinitamente por sua Perene Condição de Pai, mas também, de Justo Educador - se assim for preciso - do filho que se tornara rebelde, ímpio e transgressor.

Rosemberg:
Um aprendiz como você mesmo: Leitor.

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Capítulo 1

ELUCIDAÇÕES FUNDAMENTAIS

E o tempo passou celeremente desde a implantação do Espiritismo no Mundo terreno, no Século 19, em 1857, com a organização e publicação de “O Livro dos Espíritos” (AK). Passou e muita coisa mudou. E Isto pelo simples fato de que Tudo é Mutável, tudo se alinha e se retifica o tempo todo pelo Método que se nos aplica, a propósito, à nossa revelia, e que se compreende, mais exatamente, como: Evolução.

E o panorama espiritista do Século 20 que se findara, em termos de novos conhecimentos, e de respectivos aprofundamentos, já não é mais o mesmo do Século 19 de Kardec; tratava-se, em tal tempo, de se implantar uma Doutrina inteiramente nova no seio de uma sociedade agitada por tantas crenças, tantas idéias e clarões filosóficos diversificados. Tínhamos ali um caldeirão doutrinal fervilhante e repleto de novos ideais. E nesse ambiente mesmo nascia não só o Espiritismo como também o Evolucionismo darwiniano em meio a um Positivismo ateu que se opunha a quase tudo e, inclusive, e, com razão, às crenças escolásticas medievais.

E o Espiritismo, apesar de tantos obstáculos e de tantas perseguições, implantara-se ao seio do conhecimento terreno. E, tendo-se implantado, e, uma vez abertas as portas da Espiritualidade, não se tem mais como fechá-las, pois que, doravante, suas luzes vão se fazer brilhar mais e mais intensamente mostrando ao Homem progressista o seu glorioso futuro espiritual.

Em face de tanta luz, tantos trabalhos de confiáveis instrutores humanos e não humanos (espirituais), sejam ao tempo de Kardec, e, mesmo pós-Kardec, hoje não se tem mais como ver o Espiritismo, estudá-lo e interpretá-lo - exceto pelos mais conservadores - tão somente pelos moldes clássicos do Codificador que, em sua lucidez, chegara a declarar que:

“...’O Livro dos Espíritos’ não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. (Vide: “Revista Espírita” – Julho de 1866 -Allan Kardec – Edicel).

E, em muitas outras passagens de seus escritos, Kardec vai nos mostrar que o Espiritismo, como um todo organizado, não poderia, e não pudera, ainda, no seu tempo, constituir uma Doutrina Completa. Para ele:

“Não se pode exigir de uma criança o que se pode esperar de um adulto, nem de uma árvore que acaba de ser plantada o que ela dará quando estiver em toda a sua pujança”.

E, mais adiante, reconhece que o Espiritismo ainda não dera:

“... sua última palavra sobre todos os pontos”, que, entretanto, “aproxima-se do seu complemento e soou a hora de se lhe oferecer uma base forte e durável, suscetível, contudo, de receber todos os desenvolvimentos que as circunstâncias ulteriores comportem”. (Vide: “Obras Póstumas” – Allan Kardec).

E isto, pois, se dera ao tempo de sua Organização Doutrinária. Mas o tempo não para. Registra-se, hoje, 158 anos desde o advento consubstanciado pelo “O Livro dos Espíritos”, datado de 1857, e, um pouco menos, portanto, das considerações que Kardec fizera do Espiritismo conforme escritos de “Obras Póstumas” e da “RE” de nossas anotações.

Hoje, parece-me, já se pode vislumbrar que o Espiritismo é uma Doutrina Completa em vista do “Modelo Involutivo-Evolutivo” da obra intuitiva do sábio universal: Pietro Ubaldi. Obra que, aliás, fora ratificada por médiuns ingleses, italianos, brasileiros, e inclusive, como é óbvio, da iluminada obra mediúnica de Francisco C. Xavier que confirma com Emmanuel, André Luiz, e demais membros de sua equipe de Espíritos superiores, tal mecanismo fenomênico: “Involutivo-Evolutivo”, como veremos.

E o fato é que o Século 20 veio representar o período dos grandes médiuns escreventes, intuitivos, psicofônicos, propagadores do conhecimento espírita a todos os rincões, todas as classes sociais, todas as mentalidades possíveis de se alcançar.

Por outro lado, é inegável que as bases científicas e filosóficas da novel Doutrina já foram consolidadas por sábios pesquisadores do Mundo todo e inclusive por Willian Crookes, um dos mais importantes cientistas da modernidade. Mas trata-se, com efeito, de difundi-la ainda mais, e, sobretudo, moralmente, ou dir-se-ia, religiosamente, mostrando sua poderosa correlação com o Evangelho do Mestre Nazareno.

E as luzes espiritistas se fizeram, se difundiram vastamente em sua curta história de 158 anos no nosso Mundo.

Mas externava, linhas atrás, relativamente à CUEE, que existem sim, possibilidades diferentes de se pensá-la, de se reinterpretá-la, e, portanto, de se renová-la, e, fundamentalmente por quê? E respondo ser pelos novos tempos, pelos novos quadros desenhados pelo Espiritismo por meio dos expositores clássicos e intuitivos da novel Doutrina, sobretudo das últimas décadas do Século 19, bem como pelos grandes médiuns escreventes do Século 20 que acaba de se findar.

E, por tais motivos, penso que as idéias aqui esposadas não virão constituir um desrespeito, uma nova heresia doutrinária. Não se trata, absolutamente, de um desrespeito ao organizador do Espiritismo que, afinal, o tenho em tão alta estima e consideração. Mas trata-se, indubitavelmente, de uma constatação positiva e extraída, portanto, de um posicionamento sociológico e cultural que se implantara no decurso de um Século e meio de experienciações mediúnicas embasadas e permitidas, penso, pela Espiritualidade Maior sob os auspícios do Mestre Jesus.

Passando a limpo: quero dizer que tudo fica como está na Obra Kardequiana mesma. Ela, também para mim, é uma obra inalterável em sua superior e tão brilhante concepção; e inclusive o conceito que dimana da CUEE. O que proponho, repito, é apenas e tão somente um novo modo de se ver o referido conceito em face de um tempo que se maturou neste Sesquicentenário do Espiritismo no Mundo.

Um tempo que se vive ainda agora, que se reflete em nossas vidas, em nosso entendimento filosófico e doutrinário deste início do Século 21, e que ainda vai perdurar pelos tempos afora, pois se trata de coisas duradouras e perenais. Assim, das muitas idéias da novel Doutrina, do seu importante princípio da Concordância Universal (CUEE), vou tentar produzir conceitos mais amplos, alternativos e com alguma possibilidade de solução para alguns problemas encontradiços em nosso meio. Porém, sem nunca atingir um fim, pois o que pensamos ser o fim poderá ser o recomeço de alguma outra coisa mais complexa, e assim por diante, sucessivamente.

Portanto, trago à baila a possibilidade de levantar-se o véu do que proponho seja uma espécie de Dimensão Relativística da CUEE, que, em sua dinamicidade, é conceito derivado da Razão, dependendo, pois, das análises desta, e, penso eu, de normas relativas à sua:

-Aplicabilidade, à sua:

-Eliminabilidade, e até mesmo de uma sua possível;

-Alterabilidade.

E daí, sua Relatividade Intrínseca, ressaltante, pois, de uma sua possível Conceituação Pluralística, como se verá passo a passo doravante. E tudo, como é óbvio, sem isentar-se do que há, e do que houver de melhor em nós mesmos, em termos de qualidades morais e espirituais.

Assim, espero que tais idéias possam trazer algum contributo, qualquer contributo, acerca da relatividade de tudo, e, até mesmo, da minha, da sua, da nossa maneira de pensar e de refletir o mundo das conceituações espiritistas, como também, e, sobretudo, kardecistas. Iremos, pois:

-Da análise particular do problema à sua Idéia Mais Geral; e:

-Da solução simples e inamovível à Solução Dinâmica e Inovadora.

Vamos assim, pois, de modo racional, científico e filosófico, estudar e analisar as possibilidades extensíveis da Ciência Espírita e de um dos seus pilares conceituais mais relevantes.


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Capítulo 2

CUEE: CONCEPÇÃO DE KARDEC

O Espiritismo é, sobretudo para mim, a Universidade do Espírito. Universidade que, num paradoxo relevante, se nos mostra algo singela em sua expressividade, mas notoriamente complexa em sua profundidade. Basta ver a quantidade de inovações, de aprofundamentos que se fizera por ela, em torno dela, neste curto período de sua implantação.

Apenas e tão só Xavier, o maior e mais confiável médium psicógrafo de todos os tempos da Humanidade, ultrapassara a produção de quatrocentas obras. Um fenômeno literário mundial, sem dúvida, gigantesco.

Mas retornemos a Allan Kardec que, ao seu tempo, de 1857 a 1869, como se sabe, viera a traçar algumas condições objetivando preservar-se o Espiritismo das teorias controversas, das seitas que dele quereriam se apoderar em seu proveito, e que, visando protegê-lo das inverdades e das mistificações, ponderava em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Allan Kardec – 1864 - Feb) que a primeira condição:

“... é, pois, sem contradita, o da Razão, ao qual cumpre se submeta, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos”. (Opus Cit.).

E prosseguia:

“Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura”. (Opus Cit.).

Assim, pois, confirma-se com Kardec, que a primeira condição, é, sem dúvida, o da Razão; que a ela deveria e deve ser submetido tudo quanto venha dos Espíritos, confrontando-se ainda com uma lógica rigorosa, com o bom senso e com os dados positivos obtidos até então. Mas, sua experiência no trato com os Espíritos mostrara a Kardec que esta primeira condição, por si só, era incompleta; ela era, evidentemente, necessária, mas deveria ser ampliada com outra adicional: a da Concordância.

Assim se pronunciara Kardec sobre o referido tema:

“Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”. (Opus Cit.).

E confirma logo a seguir que tal se destina, sobretudo, aos princípios mesmos da Doutrina e não a questões secundárias, ou seja, de menor importância. E tal Conceito Kardequiano ficara registrado como:

“CUEE: Concordância Universal no Ensino dos Espíritos”.

Mas sabe-se que, em “O Livro dos Médiuns” (1861), Kardec também advertira sobre a importância do conteúdo do ensino transmitido pelos Espíritos, e que a pessoa da instrumentalidade mediúnica é um tanto irrelevante, com isso pretendendo ministrar que não devemos endeusar a ninguém e tampouco os nossos médiuns. Amar e respeitar são obrigações de todo espiritista a outrem, mas endeusar é coisa bem diferente.

O nosso Chico Xavier, em observância, se dizia tal como formiga das menores. O que não se verifica com todos os médiuns, faltando a alguns: humildade, desprendimento, abnegação. Atualmente, vamos nos deparar com grande quantidade de livros, estudos, opiniões, ditados e novos princípios mostrados aqui e ali, e que estão muito distantes do conceito da CUEE, casos em que deve o estudioso espiritista procurar, consoante Kardec, ouvir a Voz da Razão, ou, pelo menos, do quanto lhe houver dela, do seu Discernimento, Critério e Inteligência, uma vez que tais potências, em nós mesmos, constituindo unidade na multiplicidade de suas funções, são fundamentalmente evolutivas.

E, em nosso tempo, dir-se-ia que Inteligência se define como capacidade de raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se confundindo e se entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de Inteligência. Iniciando-se como função “Pré-Lógica”, o fato é que nossa Inteligência se vai desenvolvendo para a chamada “Racional Concreta” que, por sua vez, vai ascensionar-se ainda, e, nalguns, já pudera culminar na mais alta delas, na que se conhece como “Inteligência das Operações Intelectuais Formais”. (Piaget).

Esta, pois, como Inteligência Formal, caracteriza-se por ser altamente teórica, porquanto raciocina sobre hipóteses, consegue produzir esquemas conceituais complexos, ideais, matemáticos e outros mais avançados ainda, trabalhando, pois, com alta desenvoltura nas coisas ditas abstratas, incorporando Lógica distinta de suas formas menores que, aliás, fazem parte da grande massa das inteligências terrenas.

Assim sendo, e, só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade:

-A qual Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?

Ora, em seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos notadamente cruéis, devotados ao mal, estando tais elementos presente em todas as classes sociais terrenas. E, na outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, de Inteligência Formal, e, pois, dotado de Razão que é a dos mais reluzentes espiritualistas, filósofos e cientistas renomados que, nos últimos séculos vem revolucionando o conhecimento, o saber, em todas as áreas culturais.

De modo bem parecido com Piaget, o instrutor André Luiz, da lavra xavieriana, alega que mais da metade da Humanidade (cerca de 60%) encontra-se na “infância do conhecimento”; e outra parte (presumo 37%) já se alçara à “Razão particularista”; e o restante (em torno de 3%, imagino) tem o domínio da “Superconsciência”, dos sentimentos mais sublimados, onde tais elementos buscam identificação e sintonia com as mais altas esferas da vida, de sua plena conscientização. (Vide: “No Mundo Maior” – F. C. Xavier – Feb).

Tal gradação psíquica, como se sabe, encontra alguma semelhança com o exposto pelo grande intuitivo Pietro Ubaldi (Vide: “Ascese Mística” – PU – Fundapu), e, sem sombra de dúvidas, com o grande pesquisador da Inteligência humana desde o seu surgimento neste Mundo. (Vide: dentre outros: “A Psicologia da Criança” - Jean Piaget e Barbel Inhelder – Editora Bertrand Brasil). Piaget, por sua vez, dava a tal classificação de André Luiz e de Ubaldi, sem conhecê-los, evidentemente, os nominativos já citados de: Inteligência Pré-Lógica; Concreta e Inteligência Formal.

Sendo André Luiz: um dos maiores instrutores espirituais do nosso tempo; Pietro Ubaldi: um Ser humano dotado de intuitividade supra-racional que, em suma, se classificaria como um médium filosófico-científico; e Piaget, também um Ser humano, porém, este se destacara como um pesquisador da Inteligência humana em seus desenvolvimentos, desde o nascituro; este, ainda, consoante suas pesquisas, mostrava aquela sua escala de Inteligências, uma desembocando na outra, como sendo evolutivas, tendo apurado ainda que esmagadora maioria dos jovens do seu universo de pesquisa não atinge esta última: das Operações Intelectuais Formais.

O que significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo, onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo bastante interessante. O que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a constatação de outras ainda, quais sejam: da Razão cega do religioso fundamentalista, e, nos seus antípodas, diríamos, a Razão cética dos descrentes, situando-se de permeio, ainda, a Razão equilibrada com a Fé, dos ditames de que:

“Fé inabalável só o é aquela que pode encarar a Razão face a face em todas as épocas da Humanidade”. (Allan Kardec).

Já por aí, pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências, de distintas Mentalidades, dificultando-se, pois, encontrarmos a Razão Ideal, aquela mesma da proposição de Kardec, vulnerabilizando um tanto, e, sem dúvida que enfraquecendo, sua construção avaliativa da CUEE. Por outro lado, ainda, se consultarmos a ‘Introdução’ de “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK), veremos que o próprio codificador Allan Kardec, algo contraditório, expressa no Item 7, que: “o homem que considera sua Razão infalível está bem perto do erro”. (Opus Cit.).


Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, percebendo-se que minhas potências intelecto-morais, por exemplo, diferem das suas, das de outrem, na infinita distinção de tudo, significando expressar que somos um tanto diferentes, conquanto iguais perante Deus.


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Capítulo 3

DIVERSAS FORMAS MENTAIS

Assim, vimos que nossa Humanidade se constitui de um psiquismo variadíssimo, onde um plano cognitivo mais alto entrosa-se com outros de menor alcance e com outros menores ainda, formando amálgama de psiquismo bastante interessante.

E, por tais variações, como encontrar-se a Razão Ideal? Ou seja, aquela mesma recomendada por Kardec, quando sua Razão pessoal, distinta da minha e da sua, como de todos nós, fora constituída por um tipo específico de Estruturas Formais, com suas idiossincrasias, virtudes e defeitos que não nos cabe aqui julgar, e sim, e, tão-só, identificar e constatar.

Uma Razão de raciocínio lógico e sistematicamente positivo, onde pudemos vê-lo trabalhar, em suas pesquisas espiríticas, com hipóteses e com as mais distintas relações cognitivas, quando, na contrapartida, grande parte da nossa Humanidade ainda se debate e se agita nos processos evolutivos de uma mentalidade Pré-Lógica, Concreta, ansiando subir, escalar e estabelecer-se nos mais altos padrões mentais, entrosando-se, pois, assim, com a superconsciência dos gênios e dos santos.

O que fazer, então? Como romper esse espesso muro de mentalidades obscuras, quando elas mesmas nem sabem que tem de progredir, de escalar, de subir? Muitos fideistas do nosso tempo negam, por conseguinte, e de modo sistemático, a Evolução de tudo e de todos como fenômeno universal, quando, na contrapartida, sua “Bíblia Sagrada” a preconiza de modo bem evidente por duas nítidas mentalidades bíblicas: a do Velho e do Novo Testamento, onde o Deus-Tirano do primeiro se transmuda para o Deus-Amor do segundo, provando que: se Deus É Imutável, o que mudara, progredira e se renovara fora a mentalidade humana, seu povo, seus indivíduos, e não Deus que de Si Mesmo não Muda por Sua Eterna e Benfazeja Inalterabilidade.

E o próprio Jesus, no Novo testamento, nos prometera enviar “O Consolador”, o Cristianismo Redivivo (hoje constatado pelo Espiritismo), quando estivéssemos mais preparados e mais experientes para recebê-Lo e albergá-Lo; logo, a “Bíblia Sagrada” fala, pelo menos, de três mentalidades específicas e, portanto, em evolução palingenésica, biológica e espiritual.

E torno à mesma questão: como pretender-se a Razão Ideal, aquela da recomendação de Kardec, se mesmo no meio espiritista temos as mais diversas tendências, as mais diversas mentalidades: kardequianas, rustenistas, clássicas, xavierianas, ubaldistas, universalistas e tantas outras mais? E por tal mesmo, verifica-se que uns estão puxando para um lado, e outros tantos para outros lados, e assim, separadamente, como se fôssemos multiplicidade sem unidade, quando o recomendável seria a Multiplicidade na Unidade, cujo Centro Único é Jesus, enviado de Deus, para a implantação e vivência do Seu Evangelho Redentor.

E, então, repito novamente: como pretender-se a Razão Ideal se a natureza não dá saltos? O que noutros termos, deveríamos entender que:

“Se deve esperar da Sábia Lei - sem rigores e pressa - a determinação dos caminhos já traçados colocando cada coisa em seu lugar, vagarosamente, burilando e aprimorando o Espírito com Justiça e Serenidade, pois que tais Princípios incorporam a mais plena certeza de se chegar, de se atingir o objetivo nos mais altos cumes da Sabedoria e do Amor Universais”. (frp).

E daí recomendar-se, em nosso meio, que, em termos de Espiritismo, não se deve dar crédito a tudo quanto se lhe apareça pela frente, pois que somos duas “humanidades” (encarnada e errante) em Evolução, e, portanto, imperfeitas, estando os ignorantes não só do lado de cá, mas também do lado de lá, uma vez que o errante nada mais é que um Espírito humano desencarnado, e que, por isto, pode mais facilmente nos insuflar seus bons ou maus pensares, em suma: sua luz ou sua ignorância, sua sabedoria ou seu falso saber.

O “Novo Testamento” já nos advertia quanto a tais:

“Meus bem amados: não acrediteis em todos os Espíritos, mas experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se ergueram no Mundo”. (Vide: João – Primeira Epístola – Capítulo 4, v.1).

E apesar da advertência milenar, muitos ainda, e até mesmo médiuns um tanto intelectualizados, mas vaidosos, sucumbem desastrosamente. E daí recomendar-se, portanto, que não se deve dar crédito a tudo quanto apareça de textos, de mensagens ou de livros de ordem mediúnica, mas que tudo seja analisado com serenidade e com bons critérios doutrinários. Por outro lado, ainda, aí estão os mais sábios estudiosos espiritistas, cujas opiniões e textos se podem buscar em que pese algumas divergências e opiniões por vezes contraditórias.

Ora, alguns espiritistas, os chamados kardecistas ortodoxos, são extremamente conservadores: tão-só admitem Kardec, sua “infalível” opinião, e condenam Roustaing. Outros, os clássicos, vão um tanto mais além: admitem Kardec e figuras renomadas tais como Flammarion, Denis, Delanne, mas param por aí. E outros, mais ainda, além de admitir o que os primeiros e os segundos admitem, abraçariam, ou abraçam, igualmente, os trabalhos mediúnicos de Xavier; e, na ponta extrema, dentre os quais me incluo, estão os que se podem denominar espíritas universalistas, que não só acatam o que os primeiros, os segundos e os terceiros admitem, mas vão mais longe ainda albergando em seu plano cognitivo os conceitos monistas, filosóficos e científicos de Pietro Ubaldi.

E daí, encontrar-se algumas divergências doutrinárias dentre tais espiritistas, o que é mais que natural dada à complexidade do Espiritismo que se fundamenta como Ciência, como Filosofia e como Religião, que, no fundo, mais ainda, é Doutrina Essencialmente Progressiva, dilatando, permanentemente, e, em seqüência algo matemática, seus Conceitos Universais.

Assim, em face de nossas divergências doutrinárias, que refletem nossas diferenças evolutivas, não será tarefa fácil buscar a opinião dos mais ajuizados e mais sábios estudiosos espiritistas, pois que nem tudo é harmônico no Meb (Movimento espírita brasileiro) em face, mais ainda, do cunho próprio, notório e específico de cada elemento apreciador de certas linhas doutrinárias, que refletem, por identidade de princípios, em seu psicológico, entendimento e expressividade.

Mas é sempre possível encontrar um caminho que mais se aproxime da nossa personalidade, nosso modo peculiar de ser e de entender as coisas, nos identificando mais harmonicamente, ou, mais pacificamente, com certas posturas de entendimento filosófico e doutrinal.


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Capítulo 4

PSICOSFERA DOS ESPIRITISTAS

No meu caso, mais especificamente, o fato é que o problema da nossa origem espiritual sempre intrigara o meu instinto perquiridor. E a obra de Kardec, por si só, “parecia” não solucionar o problema com que, debalde, me debatia; e, como dito, “parecia”; pois, para tanto, que se consulte nossa ‘Trilogia’ de e.Books intitulados:

-‘O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual’;
-‘O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo’ e:
-‘O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos’.

Ora, mesmo nos planos subumanos, o Mundo é feito de adversidade e dor; e se questiona: se os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI), isto é, sem culpa alguma, e desprovidos, em sua simplicidade, de qualquer forma de conhecimento, de consciência vígil e atuante, como poderia, tão ínfimos Espíritos serem jogados nos abismos da matéria e serem martirizados pela dor, pelas adversidades, pelas doenças sem conta e por tantas dificuldades que lhe são impostas durante o longo processo palingenésico, ou seja, das múltiplas reencarnações nos diferentes planos evolutivos da matéria, da vida vegetal e animal?

Ora, se Deus é Amor, como combinar referido Amor com o desamor, a Misericórdia com a maldade, a Sabedoria com a ignorância, em suma: a Complexidade de Deus com a simplicidade do Ser espiritual (Espírito Simples e Ignorante) criado para sofrer e evoluir pela dor?

Num primeiro momento, ou seja: da lógica e da coerência doutrinárias, de estudos que se vão consolidando paulatinamente, até que, numa primeira visualização do problema, até que sim, que as explicações de Kardec satisfaziam. E, pelos ditados de Leon Dennis, de Emmanuel e de André Luis, como demais exemplos do que está sendo cogitado, notava que a dor é um fator preponderantemente evolutivo, (dor-evolução), pois que educa e aprimora o princípio inteligente (ESI) em sua lenta jornada progressiva rumo a perfeição.

Até aí, pois, parecia estar tudo bem!

Parecia ser esta a explicação mais adequada.

Satisfazia-me a Alma saber que se tratava de um aprimoramento espiritual necessário. Mas o tempo passa, e, como conseqüência, nosso Espírito se transmuda, se transforma, retificando nossa Razão, nosso Sentimento, nossa Percepção. E, de perquirição em perquirição, acabei por ver que tal solução poderia não ser a mais adequada para a momentosa questão.

Ora, o Espiritismo é revelação progressiva; e o nosso psiquismo, nossa maneira de ver as coisas também progridem incessantes. Tudo quanto sabemos vai se acomodando na interioridade anímica e parece abrir espaços para outros saberes, maiores e melhores que aqueles já gravitados para o nosso interior. Parece-me que a abertura da esfera psíquica se dilata o tempo todo. As experienciações e aquisições não se paralisam, não se aquietam e querem sempre mais, por imposição da Progressiva e Soberana Lei.

E, se nada se aquieta em nosso interior, se nada permanece sendo o que é, e tudo o que parece ser já era - pois que não é mais - as experiências e os aprendizados apenas permanecem no ambiente mental em que se acomoda pelo tempo necessário para a sua consolidação.

Mas depois exige mais; quer mudar e se transformar por tratar-se de um impulso vital da natureza que assim o quer. E o fato é que tudo se transforma, se modifica, muda de modo incessante e progressivo sem que o percebamos numa análise mais apressada do fenômeno que, friamente, se atinarmos melhor, é assim que é. Somos o menino de ontem, mas também somos o velho de amanhã, na forma que muda de forma e no psiquismo que muda também. E, portanto, nossa Razão se dilata, requer novos procedimentos: intelectivos e morais.

Mas a mudança das coisas, seja no corpo, seja na Alma, parece ser imposta por Algo, por uma Força a nós exterior, mas, paradoxalmente, assim não parece ser, pois que vivemos em Deus, estamos n’Ele que também está em nós, na plenitude de Sua Vontade, de Sua Ordem, de Sua Progressiva Lei.

Penso ter refeito meus paradigmas umas tantas vezes, em razão das imposições do processo educacional contido na dinâmica mesma, evolutiva das coisas. Ora, em meus tempos estudantis meu paradigma era constituído tão somente pelo ministrado no academicismo da Faculdade de Engenharia. Mas conheci o Espiritismo de Kardec e se ampliara os padrões de entendimento delineados pelo cético e tão arrogante modelo anterior.

Mas vieram mais; e surgiram, indubitavelmente, os  metapsiquistas, os clássicos, desenvolvendo o aspecto científico e filosófico anterior.

Mas como o processo é dinâmico, conheci o gigantesco trabalho de Xavier que me concedera uma mais rica tela panorâmica das coisas: a humanística, da prática vivenciai cristã, aprofundando aspectos outros já contidos nos demais de minha citação. Mas a coisa não parou por aí. Tudo veio a completar-se no maior dos paradigmas já alcançados pela Humanidade terrena com a obra cristã, universalista, filosófica, científica, matemática e teológica de Pietro Ubaldi.

Ora, no meu caso, de quem, penso, (cá comigo), mais vivera de experiências transpostas pela palingenesia, este, ou seja, eu mesmo, penso que mais tenho de recapitular, lembrando e relembrando, intuitivamente, os aprendizados de antanho: conscienciais, espirituais e morais. Assim pudera eu vivenciar ou re-vivenciar na presente encarnação ‘n’ modelos conceptuais que se entrosam e se completam mutuamente:

-Ciência Oficial: alguns aprendizados acadêmicos;

-Ciência Oficial e Espiritismo de Allan Kardec;

-Obras Clássicas de Flammarion, Denis, Delanne, de Roustaing, obras metapsíquicas e etc.;

-Obra Humanística de Xavier; e

-Obra Universalista de Pietro Ubaldi.

Óbvio que daí mesmo decorre a classificação dos mais diversos níveis encontradiços dentre os espiritistas; sendo tal mesmo, pois, proveniente da complexidade doutrinária que se reflete, clara e evidentemente, no comportamento axiológico e doutrinário do nosso movimento, dos seus mais diversos anseios, suas idéias propagadas pelas mais diversas mídias do universo nacional e internacional, refletindo, pois, sua inegável faixa de progressos doutrinários, sua diversa evolução.

Assim, temos os mais distintos espiritistas dotados dos mais distintos níveis de assimilação e de entendimento espírita, e espiritualista, que implica nos depararmos, evidentemente, com irmãos e irmãs das mais diversas predileções doutrinárias.

Finalizando tal perspectiva, com pequena amostragem de seus diversos modelos, acredito que o processo evolucional no campo das consciências despertas da Humanidade, e, consequentemente, dos espiritistas, nada mais é que uma ampliação de paradigmas conducente a uma conscientização e a uma iluminação cada vez ampla; conscientização e iluminação de dinâmicas que, de estudo em estudo, de trabalho em trabalho, vai se estruturando e se reestruturando cognitivamente nas profundezas do Ser, fechando-se sobre si mesmas.

Mas é tão só, para, de ciclo em ciclo, renascer ainda, explodir de novo e abrir-se sempre para novas perspectivas saltando para um campo de idéias que se amplia expressivamente mais, que se matura, floresce, decai por nossa decrepitude e envelhecimento, mas é tão só para renascer e progredir mais, constituindo cada vez mais vasta estruturação cognitiva e consciencial; bem como, e, sobretudo: moral, de mais renovado aspecto ético, sentimental.

Portanto, tudo quanto se adquire no campo experiencial é importante e vai mudar para melhor, onde a Razão se distende ainda pelas novas formas do viver, do sentir e do pensar astruisticamente, num universo de infinitas possibilidades.


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Capítulo 5

UMA TRINDADE MISSIONÁRIA

Assim, vimos que o nosso interior é arredio à paralisação e está sempre mudando, parecendo-nos que o presente é um momento que se atualiza a cada instante, a cada milionésimo de segundo, passando-nos a impressão de que o presente é o futuro em ação trabalhando pelo nosso resgate do pretérito, mas, também, por um estado de felicidade cada vez maior. Logo, se tudo é mutável, se o nosso corpo muda a todo instante, pois nasce, cresce, amadurece, envelhece e morre, também o nosso psiquismo está mudando, apesar dos que não crêem na mudança, na evolução de tudo e de todos.

E, apesar de tal mudança, notemos que o nosso “Eu” permanece em sua identidade mesma, conquanto mutável e mutante pelas eventualidades, pela Lei imposta à natureza de tudo, da minha, da sua, de todos nós; o que prova, no homem, algo distinto da matéria, algo que chamem como chamem, trata-se do Espírito, Entidade palingenésica, e, por conseguinte, imortal.

No meu caso, e, por não contentar-se nunca, notava que o meu psiquismo queria mais, exigia avançar: fosse por minha vontade, fosse pela intervenção da referida Lei. A recapitulação íntima e pessoal, repleta de conhecimentos já forjados e adquiridos, não se encerrava, não fechava suas portas para a minha curiosidade, minha eterna e incessante busca do saber; sobretudo no tocante à nossa origem espiritual.

Por ela, minha Razão não se aquietava, e, por vezes, me trazia aborrecimentos por querer e não ter como resolver os problemas da adversidade e da dor, não propriamente minhas: que sou um devedor da Lei, mas sim, no íntimo do animal que, por si mesmo, não comete erros, não peca, inviabilizando a existência da dor, verificando-se, neste caso, uma impropriedade e uma injustiça da Lei que cria Simples e Ignorantes que não pediram para serem criados, e, mais ainda: imprime-lhes defeitos congênitos para então corrigi-los na dor imposta pela Evolução.

E Kardec, e seus seguidores mais diretos, não resolviam o problema. Fundamentados apenas no que se pode denominar: “Modelo Evolutivo”, eles não solucionavam o problema. Mas então, os animais, na condição de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), sofrem tanto e, por sua vez, sem saber o porquê dos seus sofrimentos? Mas então se peleja e se experimenta sem o conhecimento mínimo de suas razões? No plano das Humanidades, com a Consciência desperta do homem, sabemos as razões do nosso sofrer pela expiação de erros pretéritos; mas o mesmo não se pode dizer do animal que sofre na ignorância do seu saber, na cegueira do seu frágil psiquismo, e apenas por que Deus assim O quer.

Do ponto de vista exclusivamente doutrinário, ou seja, da Obra Espírita Kardequiana e das que se lhe seguem mais imediatamente, é assim. É o que está codificado por Kardec e outros mais, preconizando que o Espírito, tal como tabula rasa, é Individualidade Simples e Ignorante (ESI) que durante o longo trajeto evolutivo nas adversidades e nas dores, de progresso em progresso, de conquista em conquista, vai alcançando patamares mais altos de Consciência, de saber e moralidade.

Ou seja: Deus que É a Perfeição Suprema cria Espíritos imperfeitos, Simples e Ignorantes (ESI) e depois os aperfeiçoa de modo adverso e contrário à Sua Bondade, Misericórdia e Amor. Minha consciência desperta não aceitava esse erro da natureza, não admitia o erro contido na Perfeição Divina que, sendo a Perfeição, não poderia errar e criar Espíritos ignorantes, inocentes e de uma simplicidade extrema, para fazê-los sofrer pelo seu próprio avanço e progresso espiritual.

O dúplice fator: simplicidade-ignorância do ESI criado não combina com o dúplice fator Complexidade-Sabedoria da Divindade e muito menos com a dor a ser experienciada pelo pequenino Ser. Ora, tal Ser não pecou, não cometeu nenhum ato infrator para com a Lei, então porque progredir por tão injusto método pelos numerosos séculos dos Mundos universais? Ora, o que resultaria dos dons de Sabedoria, de Justiça e de Amor Divinos com tamanha falta de sabedoria, de justiça e de amor?

E o Espiritismo, em sendo o Cristianismo Redivivo, não poderia e não pode, em tempo algum, contrariar o Deus-Amor das máximas cristãs. E, por isto, o Espírito Erasto, numa comunicação referente a esta questão dos Espíritos Simples e Ignorantes, observara e resumira sabiamente:

“Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma exposição mais inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Vide: “Revista Espírita” – Allan Kardec – Março de 1864 – Edicel).

Prestando, pois, uma informação absolutamente precisa de que tal questão, dos Espíritos terem sido criados Simples e Ignorantes (ESI), precisaria ser re-analisada e aprofundada no futuro, nos desenvolvimentos lógicos do Espiritismo filosófico e doutrinário. E assim, das dúvidas e questionamentos que este autor viera a fazer a Si mesmo, e aos seus superiores hierárquicos, seu resultado viera a culminar no conhecimento da luminosa filosofia universalista de Pietro Ubaldi, que tivera o dom e a capacidade de resolver a contenda que se debatia dentro de mim, que me incomodava afligindo o Ser.

Por ela se pode constatar que o Espírito Simples e Ignorante (ESI) dos Mundos materiais, decorre de um fenômeno cíclico involutivo que, para o nosso parco entendimento, se pode classificar como uma espécie de despotencialização psíquica de Espíritos Conscientes (EPC), porém rebeldes à Lei; Espíritos, pois, de uma condição ontogenética anterior ao Universo físico e astronômico de nossa jornada evolutiva.

Neste caso, a simplicidade e inocência do ESI, no presente, são apenas aparentes, pois que, em sua latência psíquica, em seus arcanos psicológicos, trata-se de um Indivíduo EPC que tinha ciência do erro e que mesmo assim errara, se rebelara contra a Lei Justa e Benevolente, cuja perda de sintonia para com a mesma, o fizera quedar-se como ESI que, agora, quita seus débitos no lento despertar das adversidades e da dor, evoluindo e se corrigindo paulatinamente, até atingir na outra ponta de tão dolorosa escalada, sua nova condição de EPC.

Tal preceito, pois, amplia o Espiritismo de Kardec, onde a Dor resulta da Rebeldia, e a Evolução resulta da Involução, nos mostrando, pois, assim, que se trata de uma cura: a vida biológica e material saneia os males da Criatura rebelde que, por não saber valorizar a felicidade que Deus lhe concedera no ato da criação, vai tudo reaprender pelas adversidades e pela dor, curando-lhe os males de sua própria incúria dos tempos primordiais.

De tal forma que, na medida em que se processam estímulos evolutivos, ou, de ampliação consciencial no ESI, tais estímulos excitam-lhe, igualmente, as tendências negativas do trágico passado e que precisam dissipar-se em prol das positivas; logo:

“É contraproducente intensificar a movimentação da energia (psíquica) sem disciplinar-lhe os impulsos”. (Vide: “Nos Domínios da Mediunidade” – Capítulo 1 - André Luiz – Feb).

E, daí mesmo, em sua reeducação evolutiva, verificar-se a lentidão dos progressos experimentados pelo Ser que vai reconstruindo seu equilíbrio espiritual, ou seja: a anterior normalidade psíquica de obediência e de docilidade para com tudo quanto vige no seu Mundo Originário, de Plena Espiritualidade em Deus-Pai, nosso Criador. E daí, em consonância, o notável e sábio organizador da obra de Xavier recomendar:

“É indispensável romper com as alianças da QUEDA e assinar o pacto da REDENÇÃO”. (Vide: “Caminho, Verdade e Vida” – Lição 176 - Emmanuel – Feb);

Em que devemos romper com tudo quanto nos falira espiritualmente; romper com a rebeldia, com o desamor e consorciar-se com Jesus no pacto de uma nova vida para a nossa mais pronta redenção, pois:

“A Evolução é a nossa lenta caminhada de RETORNO para Deus”. (Vide: “E A Vida Continua” – André Luiz – Capítulo 21 – Feb).

E, isto, pois, devido ao já ministrado anteriormente noutra de suas importantes obras, em que, discorrendo sobre as escolas religiosas, acaba preconizando que:

“São raras, todavia, as que ensinam a verdade da QUEDA CONSCIENCIAL dentro de nós mesmos...”. (Vide: “Missionários da Luz” – André Luiz – Capítulo 17 – Feb).

Eis, pois, no grande e volumoso trabalho de Xavier, dentre outras, as informações precisas e confirmantes da obra de Pietro Ubaldi.

Eis, pois, a solução para as minhas dúvidas mais pungentes.

Eis, pois, a montagem do quebra-cabeça da enigmática mecânica funcional do Universo, do como e do porque ele se materializara; do como e do porque ele, um dia, por meio da Evolução, da Matéria ao Espírito, vai então retornar à sua Essencialidade Divina, pois que estará de retorno às suas origens de onde procedera por Involução. E, por isto, defendo o axioma contido no que penso ser uma ‘Lei de Causalidade Ampla’ que preconiza:

“Não há efeito sem causa: a Involução, como Função Contrativa da Consciência (FCc) se dera pela rebeldia da criatura; e a Evolução, como Função Distensiva da Consciência (FDc) se dá por sua cura na adversidade”. (Vide: “Espiritismo e Matemática” – e.Book de nossa modesta autoria).

Assim, pois vejo em Kardec, Xavier e Pietro Ubaldi, uma trindade missionária gigantesca, mostrando que os saberes do Século 19 se ampliam e se ratificam com os saberes do Século 20, denotando, mais ainda, que o Espiritismo é, de fato, uma Doutrina Progressiva, não paralisante em seus princípios fundamentais.

Para finalizar este Capítulo, devo dizer, a bem da verdade, que a Obra de Kardec, e, sobretudo no tocante ao Espiritismo, ou seja: como Doutrina dos Espíritos Superiores, estes Espíritos já alertavam, aqui e ali, sucintamente, o que a obra de Ubaldi, bem como a de Xavier, e, em tantos volumes hoje conhecidos, declaram abertamente, tal como uma espécie de ampliação da Verdade de todos nós: Espíritos falidos, mas Amorosamente buscados pelo Pai Eterno, Justo e Misericordioso Criador; o que, para ratificar-se, vide nossos e.Books:

-‘Ciência de Tudo: Big Bang’;
-‘Evolução: Jornadas do Espírito’; e a ‘Trilogia’ de:
-‘O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual’ já citada.


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Capítulo 6

 REINICIANDO DITA CONCEPÇÃO

Constata-se, pois, do quanto visto até aqui, que só o ‘Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, da Queda e da Salvação, da Involução e da Evolução, como binômio inseparável, pode dar completa e ampla solução para os muitos problemas encontradiços no Mundo, em nosso cotidiano.

E o fato é que realmente tudo muda o tempo todo e também nós, Espíritos humanos, precisamos mudar, renovando e alcançando mais alta e mais perfeita conceituação do Universo concebível e inconcebível. E, hoje, tendo encontrado a Solução Cabal para as minhas salutares perquirições, confesso que, apesar da vibração destoante do Mundo, sinto-me harmônico com a Lei. Ora, o Espiritismo tão só de Kardec, como já destacado noutras partes do presente escrito, e, conquanto encontrar-se:

“Fundado de acordo com o estado presente dos conhecimentos, TEM ELE QUE SE MODIFICAR E SE COMPLETAR à medida que novas observações lhe demonstrarem as deficiências e os defeitos”. (Vide: “Obras Póstumas” – Allan Kardec - Feb).

No caso em questão, o Espiritismo Organizado por Kardec, continha e contêm, em gérmen, os mesmos princípios da Obra Ubaldiana, confirmada pela Xavieriana, bastando apenas desenvolvê-los; e Ubaldi, em sua honorável missão de imparcialidade e universalidade, completa e desenvolve amplamente a Obra de Kardec, conclusão esta que levanta a ira dos mais ortodoxos do nosso movimento.

Mas Jesus não precisa pedir licença a tais ortodoxos para desenvolver sua Cósmica Doutrina do Amor que vem de Deus, e não de mentalidades restritas à ortodoxia que, afinal, Kardec não implantara. Naquela “Revista Espírita”, de março de 1864, o Codificador não estava inteiramente seguro de que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI) ao constatar a verdade de que: “o sofrimento dos animais (Espíritos Simples e Ignorantes) é constante”.

E alegava a sua falta de inteligência (de Kardec mesmo) para compreender racionalmente as tantas misérias experienciadas pelos nossos irmãos mais pequeninos. Mas resolvera, em sua prudência, não imputar culpa alguma ao Criador por desconhecer-Lhe as Razões. E, hoje, constatamos, a culpa foi da criatura (EPC) que errou e tem de consertar o erro em condições tais (ESI) que lhe sublimam vagarosamente suas muitas perspectivas, subindo e alcançando na outra ponta, como EPC, o Justo e Misericordioso Criador.

A revelação - afirmava Kardec - é essencialmente progressiva. Sem dúvida, num Mundo atrasado como o nosso, como pretender que não há mais nada para aprender e por revelar-se da Divina Lei? E daí, a necessidade imperiosa da referida ‘Tese’ mostrando a real possibilidade de uma completação doutrinária unindo o Século 19 de Kardec com o Século 20 de Xavier e de Pietro Ubaldi, todos eles grandes missionários de Jesus. Donde entender-se, pois, de forma objetiva e clara que: O ‘Modelo Evolutivo’ de Kardec é completado pelo ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ de Pietro Ubaldi e Xavier, sem dúvida alguma para este autor.

Mesmo assim, alguns insistirão que a obra de Ubaldi não passou pelo critério da Concordância Universal, o que demonstrei por diversos artigos de nossa autoria não ser verdade. Médiuns italianos, brasileiros e ingleses, distantes uns dos outros, ratificaram o trabalho ubaldiano, firmando de vez o que Kardec entendia, e esperava ratificar-se, como ‘Espiritismo Completo’, o que denomino: Espiritismo Integral.

Por outro lado, a se desprezar os sólidos argumentos retro citados, como fazer então para constatar alguma outra forma de Consenso em tais obras, se Kardec encontra-se ausente do nosso instante evolutivo para, então, item por item, princípio por princípio, tudo submeter ao critério da CUEE?

Ou seja: de todos aqueles numerosos problemas da grandiosa e estupenda fenomenologia universal, de todas aquelas transcendentes questões que Pietro Ubaldi descreve em “A Grande Síntese”, bem como todas as questões de “Deus e Universo”, “O Sistema” e “Queda e Salvação”, que, aliás, se entrosam mutuamente não se desmentindo em tempo algum?

Até que alguns “Kardec”s apareceram por aí, no decurso do Século 20; “Kardec”s, aliás, um tanto deficitários, destituídos da grandeza científica e pedagógica que caracterizara o eminente pensador.

Mas outros espiritistas não poderiam tentar estabelecer um Controle e, pois, um Consenso Universal, ou não, dos informes de tais obras? Óbvio que sim. E, tenho notícias de que alguns respeitosos confrades, honestamente, até que se agruparam para o reinício do controle científico das informações mediúnicas; mas tais elementos alegam terem sido barrados pelo religiosismo dominante, como também pelo misticismo, ambos reinantes no meio espiritista de sua pesquisa e trabalho de campo. E, então, desistiram da empreitada. Todavia, se supormos que um novo Kardec, não falso, mas sim verdadeiro, estivesse reencarnado em nosso tempo, questiono:

1 - Como se procederia para tudo submeter a CUEE? Haveria colaboradores mediúnicos suficientes, insuspeitos, e com tanta evolução espiritual, e, portanto, com bagagem conceptual o bastante para que tudo se verificasse e se resolvesse pelo aludido método kardequiano?

2 - Questiono isto pelo fato, por exemplo, de Ubaldi e Xavier, estarem um tanto acima da média dos Espíritos por aqui reencarnados, e que, portanto, estarão a exigir, dada às suas condições excepcionais, instrumentais mediúnicos de similares capacidades, não é mesmo?

3 - E haveria tais instrumentos mediúnicos, de mesmo gabarito, para receberem instruções da Espiritualidade Maior no fito confirmar-se, ou não, os novos preceitos daqueles outros?

4 - Ou seriam médiuns comuns trabalhando com Espíritos elevados e dando apenas respostas de tipo sim ou não, autorizando ou desautorizando esta ou aquela questão?

5 - E quanto à presença da Equipe Espiritual Superior, do exame da coerência e teor de sua linguagem nas comunicações?

6 - E o confronto com as verdades positivas já instaladas no Mundo?

7 - Bem como da comparação dos ensinos e instruções dos diferentes médiuns, de diferentes lugares, sobre o mesmo tema?

8 - E, em tal caso, dever-se-ia, como óbvio, apurar-se os ensinos de instrumentais mediúnicos do Mundo inteiro, assumindo o caráter de concordância universal, para que a coisa não fique regionalizada e, portanto, deturpada, não é mesmo?

9 - Além do mais, me refiro, ainda, à delicada questão da subjetividade de tais elementos, tornando-se uma tarefa árdua a de se analisar tais situações nos referidos colaboradores mediúnicos, e, mais uma vez, do Mundo inteiro, não é bem assim?

10 - E quantas comunicações seriam necessárias para que se determinasse como sendo suficiente para se constatar um fato, uma verdade, um novo princípio doutrinário?

11 - E o que fazer com as respostas contrárias ao sim, ou seja, ao que se verificou, supostamente, como sendo inverdade? Uma inverdade hoje não poderia ser uma verdade amanhã?

12 - Se tivéssemos, por exemplo, para um mesmo questionamento, 35% de sim, 40% de não e 25% de respostas imprecisas, como se faria para constatar o que houve de influência cultural, de grau evolutivo, e, portanto, de conhecimentos do médium, deturpando ou não tais resultados?

13 - E isto pelo fato da cultura dos ingleses ser diferente da dos brasileiros, dos mexicanos, dos africanos, e etc., estou certo?

14 - E, depois de tudo isso, o mais relevante ainda, tudo submeter à Espiritualidade Maior para que conferisse e endossasse, ou não, o exaustivo trabalho, pois que a Doutrina não pertence a nós, e sim a ela, ou seja, à comunidade de Espíritos Superiores, não é fato?

Tão gigantesco trabalho parece meio custoso e bastante inviável a certos padrões da inteligência terrena, sobretudo para os “Kardec”s falsos, distantes do caráter científico do verdadeiro Codificador.

E será que ele retornará, de fato, para completar sua grande missão? Haja vista que no Século 20 não nos deparamos com tal competência pessoal - e óbvio, reencarnada, de forma incontestável - o que traduziria, quiçá, uma sua possível volta neste Século 21 ou em outro mais distante, quem sabe?...

Só Deus o sabe...


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Capítulo 7

NOVAS PERSPECTIVAS DA CUEE

Pude encerrar o capítulo anterior com pelo menos quatorze (14) itens ou questões a serem solucionados pelos observadores rígidos dos dizeres do Controle que resultaria na Concordância Universal de Kardec.

Itens que, na prática, não seriam impossíveis de se apurar, conquanto custoso de tudo se obter como certeza inquebrantável de todos os novos ensinos, por exemplo, encerrados em “A Grande Síntese” (PU – Fundapu), bem como nos demais tratados da coleção ubaldiana que, para mim, são tão importantes e tão vitais como este primeiro de sua formidável concepção intuitiva.

Somando-se a isto, e, contando com a possibilidade de se tentar tal empreitada, teríamos também de confirmar uma série de novos ensinos contidos em Xavier, Divaldo e outros tantos conteúdos doutrinários de outros médiuns do território nacional e internacional. E até que seria bom, pois se haveria de constatar, também, tropeços e inverdades de obras consideradas suspeitas, apesar de algumas delas nem serem preciso tal análise por sua flagrante mistificação.

Assim, apesar de tal constituir um labor bastante custoso e complexo, penso que o mesmo não seria impossível, quero crer, para um Espírito do mesmo naipe do Codificador, ou, ele próprio, se por aqui reencarnasse. Mas questiono ainda, dando seqüência aos quatorze itens relacionados:

15 - Tais instrumentos mediúnicos: Pietro Ubaldi, Xavier, Divaldo, Freire, Raul Teixeira, e etc., etc., (ou, pelo menos os que estão ainda reencarnados), tais médiuns serviriam para aquelas cogitações levantadas nos quatorze (14) itens, ou seja, para as apurações concordantes, devidas ou indevidas, de si mesmos e dos outros?

Mas vamos a mais três dúvidas por mim levantadas:

16 - E se este novo Kardec, dentre nós, se dispusesse a retificar e ampliar o referido conceito da CUEE, será que o aceitaríamos como sendo o mesmo Codificador do Século 19, ou será que o rejeitaríamos como sendo um herege e mistificador?

17 - Se a metodologia científica tem suas retificações de quando em quando, será que admitiríamos as retificações atualizadas do novo Kardec?

18 - Eis aí outro grande problema, pois o Codificador teria feito seus progressos e retificado pontos de vista anteriormente firmados, e será que lhe acataríamos?

Em face de tantas dificuldades, e, como o mestre de Lyon já não está mais dentre nós, e tampouco reencarnado, convenhamos, com o perdão da sentença:

Ubaldi, Xavier, Divaldo, Raul, Freire, Yvonne, e etc.: Século 20, das conquistas espaciais, dos computadores, da internet, dos novos paradigmas, dos reformadores científicos dotados de Lógica Formal, tais como Einstein, Minkowski, Planck, Einsenberg, e, porque não dizer também, ora essa, Século de Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, etc., etc., que trouxeram, tanto uns, quanto outros, benefícios de monta em nossos raciocínios e modos de ver e de interpretar as coisas.

É preciso, pois, que tenhamos inteligência para admitir que nem tudo, no tocante ao Espiritismo, pode basear-se no estritamente codificado pelo prestigioso Kardec do Século 19, mesmo que o Kardec do Século 20 não tenha estado reencarnado por aqui, ou, se reencarnou, não foi reconhecido e não laborou como quereríamos que laborasse. Ao seu tempo, Kardec, como missionário de méritos incalculáveis, pudera, com o auxílio da Espiritualidade, tornar-se um pólo centralizador e, portanto, capaz de receber comunicações mediúnicas de cerca de mil centros espíritas sérios espalhados pelo Mundo.

Hoje, só no território brasileiro, contamos com aproximadamente quinze (15) mil centros espíritas registrados ou não. Ou seja: alterou-se o grau de complexidade para a apuração dos dados da fenomenologia mediúnica.

Todavia, questionemos mais ainda:

a - Outro líder espiritista não poderia concretizar dito trabalho?

b – E quem, na atualidade, teria a honra e a distinção de receber tais comunicações não só no Brasil como do Mundo todo e com envergadura missionária para tal?

c – Quem, pergunto, teria a grandeza moral, o conhecimento e a capacidade de analisá-las friamente, criteriosamente, de confrontá-las, e, por fim, consolidar a formulação dos novos ensinos e dos princípios doutrinários?

d – Quem teria a capacidade e a honestidade suficientes para tamanha missão, com o respaldo, inclusive, e necessário, da Espiritualidade Maior?

e – Se tal missionário não se despontou dentre nós, não será porque Jesus, de fato, não o teria enviado, porque, afinal, seus planos são outros e não os que apaixonadamente, queixosamente, e, com grande equívoco, almejamos?

f – Ou será que nossos planos mesquinhos, arrogantes e dês-importantes são mais relevantes que os Planos de Jesus?

Noutros termos, quero acreditar que a Codificação Espírita decorrera de um momento muito especial, minuciosamente e trabalhosamente planejado pelas hostes maiores da Espiritualidade sob o comando de Jesus, momento especial este, venho refletindo e ouso argumentar com todas as letras para o desgosto dos mais esperançosos e ortodoxos de nossa doutrina:

“Não ser repetível nos moldes do que ocorrera no passado; ou seja: Não Irá Verificar-se Novamente!”. (frp).

E, como conseqüência, torna-se preciso mudar nossas perspectivas em relação a CUEE e procedermos a uma sua readaptação aos novos tempos se não quisermos ficar encarcerados ao restrito período de quinze anos que demandara a implantação do Espiritismo de Kardec na face terrena. Implantação esta, entendo, como o seu Marco Inicial, sujeito, pois, aos aprofundamentos e progressos decorrentes no tempo, que, incessantemente, vem nos mostrar outras facetas da grande realidade universal.

Ora, já se passaram mais de cento e sessenta anos desde as primeiras observações de Kardec, para cá. E pensam os conservadores que tudo quanto se fez em termos de Espiritismo, digo, obviamente, do seu desenvolvimento progressivo, não esteve sob a égide, a responsabilidade e proteção do Altíssimo? Ou será que tudo quanto houve, neste tantos anos, terá sido uma grande fraude, uma mistificação de amplitude global?

Ora, já se passaram quase dois séculos desde o início da Organização Kardequiana, e, portanto, muitos outros missionários do Cristo já vieram desenvolvê-la sobejamente.

E fixar-se tão somente nela é não compreender-lhe o sentido dinâmico, mutável para melhor em sua incessante progressividade.


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Capítulo 8

PRINCIPAL CONCEITO-VERDADE

Por tudo quanto dito nos capítulos precedentes, e, pela sua não aplicabilidade nestes quase dois Séculos já decorridos, minhas conclusões, a respeito do conceito que dimana da CUEE, são as de que tal conceito é relativo e não absoluto; um conceito, pois, mutável pelas eventualidades e sucessivos progressos doutrinários no Tempo-Evolução.

Tais conclusões, de início, podem parecer precipitadas, mas passaram por reflexões e inspirações do seu autor, concluindo-se que, pelo tempo decorrido de sua não-aplicabilidade, não restara alternativa outra senão a do entendimento de que tal princípio fora sim, necessário, mas não necessariamente estático.

E explico!

Ele vem a ser, nesta nova e mais abrangente visão: de uma conceituação relativística, dinâmica e suscetível de alterar-se pela onda mutável de todas as coisas. E, antes do leitor discordar, peço ao mesmo que siga nossos raciocínios e intuições até mais adiante para que possa compreender a extensão de tais, quando, após tal, fique a vontade para descrer e, na mídia mesma, criticar e discordar.

Mas em termos doutrinários, o que não muda, pois?

Apenas os princípios fundamentais do Espiritismo não mudam, ou seja: imortalidade da Alma, reencarnação, comunicabilidade mediúnica, existência de Deus, dentre outros; mais tudo o mais é suscetível de ajustes, de novos entendimentos, pois que tudo é profundamente complexo no Universo e paralisar-se apenas no tão só codificado é paralisar-se a si próprio e não admitir a dinamicidade progressiva de todas as coisas. E mesmo tais princípios fundamentais imutáveis, são suscetíveis de novas visões ampliando-os, mas não os desmentindo em tempo algum, como é o caso da Evolução, hoje compreendida e distendida de forma cíclica, como Involução-Evolução.

Assim, o conceito da CUEE não é princípio estanque e tampouco estático; ele também é suscetível de desdobramentos outros que, em sua dinâmica e elasticidade vão incorporando e compreendendo outras nuanças suas mesmas, de sua lógica intrínseca, sua coerência e praticidade, já, agora, vistas de outro modo que, por sua relatividade, incorpora outras dimensões suas mesmas. A imutabilidade é uma ilusão dos nossos sentidos; tudo é essencialmente evolutivo, exceto Deus.

Ora, se os conceitos da Ciência convencional são abalados de quando em quando, porque não também alguns poucos conceitos kardequianos por mais graves que o sejam. Até, porque, no caso em questão, não se trata de um abalo, de uma desconstrução do referido princípio, mas sim, de uma sua nova e mais ampla visão em face de um tempo que se maturara no decurso do Século 20, dos grandes médiuns escreventes e outros mais como já referido.

Penso que Jesus, ao nos enviar Pietro Ubaldi, Chico Xavier e outros grandes e confiáveis médiuns do nosso movimento, tinha Ele uma percepção diferente do conceito que dimana da CUEE, uma percepção elástica e, portanto, bem mais engrandecida que a nossa, pois que sua visão, de panorâmica universal, se estende ao infinito de insondáveis perquirições. Em sua majestosa visão, o princípio da CUEE não se limitaria às incertezas de nossa visão ordinária, mas abriria campo para o ilimitado de mais largas conceituações doutrinárias, espirituais, celestiais.

Assim, dir-se-ia que Xavier, por exemplo, em nome do Amor, do Cristianismo Puro que ele tão bem compreendeu e exemplificou, é o próprio Consenso Universal no Ensino dos Espíritos Superiores que laboraram com ele, em torno dele, fazendo chegar suas luzes a um nível mundial, abraçando a Humanidade inteira, seja ela humana ou errante dos planos rarefeitos e compostos de outras densidades físicas, corporais, mais ou menos espirituais.

Vejo, pois, que o Século 19 representara o período de implantação da Doutrina Espírita no Mundo como Terceira Revelação da Lei de Deus, período este caracterizado pelos médiuns de efeitos físicos e inteligentes que estiveram na lida para as provas científicas da sobrevivência espiritual; já, o Século vinte (20), por sua vez, aparece-me como sendo o dos grandes médiuns psicofônicos, escreventes, e suas portentosas obras divulgadoras do Espiritismo nos moldes de mais dilatados esclarecimentos e da exemplificação da caridade, do amor, da verdadeira religiosidade, porque também a fé representa uma peça de grande importância nos roteiros da Alma em vista de sua mais alta destinação.

Preocupa-se muito com a intelectualidade, com a Ciência, esquecendo-se que a Religião, por meio do Amor, é o mais importante meio de se fazer o nosso retorno ao amplexo do Justo e Excelentíssimo Pai.

Ora, Religião explicita Re-ligar, ou seja, religar o filho que se desprendeu do Pai por desobediência e Involução. Jesus, portanto, não visa tão somente a nossa desenvoltura filosófica e científica, mas também e, sobretudo, o nosso aprimoramento ético, axiológico e religioso tal como enseja a obra central do ‘Pentateuco Kardequiano’ relembrando ao homem, primeiramente:

“Amai-vos”,

e, secundariamente:

“Instruí-vos”,

Mostrando que as regras do bom viver por meio dos princípios ético-religiosos do Evangelho são fundamentais para o nosso desenvolvimento espiritual, que fala ao nosso íntimo, pois, que:

“Ciência e Filosofia são meios, o Evangelho é o fim”. (Emmanuel).

Em suma, o Espiritismo é Religião sim; uma Religião em Espírito e Verdade. É certo que alguns espiritistas não gostam do termo, preferindo entender o Espiritismo apenas como Ciência do Espírito, ou, no máximo, admitem compreende-lo como uma Filosofia científica, como se fosse possível um Espiritismo Laico, sem Deus e sem Jesus.


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Capítulo 9

A CUEE E SUA DINAMICIDADE

Assim, minha análise do conceito instituído como CUEE, observa e conclui pela postura de que o mesmo é um referencial importante, mas não inamovível em seu preceito mesmo.

Sabe-se que a essência de tudo é fundamentalmente evolutiva. Até compreendo os posicionamentos de certos espiritistas mais ortodoxos; também eles devem ter o seu relevante papel no meio em que se inserem. Mas também eles, quero crer, serão convocados, cedo ou tarde, às devidas ampliações de seus horizontes culturais e espirituais, sobrelevando-se, os sentimentos morais e religiosos, conquanto hoje possam discordar.

Portanto, os sucessivos avanços e desdobramentos doutrinários se fizeram e vão continuar se fazendo e se estabelecendo paulatinamente, enquanto necessário, sem que se pretenda uma reforma da Codificação que deve ser respeitada e mantida em sua forma original, autorizada por Jesus. Mas desenvolver a Doutrina não é desrespeitá-la, e sim estar coerente com ela por constar de seus princípios fundamentais. Reformá-la seria deturpá-la, mas, por amor a ela, não nos cabe sua deturpação.

Mas quero acreditar igualmente, que o conceito da CUEE, por sua relatividade intrínseca, também é suscetível do desdobrar-se, do renovar-se na forma de novos entendimentos como sugere o presente estudo, até que um dia, se desdobrando e se renovando, tal conceito desaparecerá por si mesmo, por nossa condição de Espíritos Puros, onde o Consenso se transmudará para a Pessoa e a Vontade de Deus.

Óbvio, pois então, que o mesmo está destinado a desaparecer um dia para converter-se com a transcendência de nós mesmos, onde, como Espíritos Puros, seremos iguais aos nossos superiores para sermos Unos com a Vontade de Deus.

Mas como esse tempo ainda tarda a chegar, retornemos ao nosso cotidiano de estudos e de seus lógicos desenvolvimentos. Vimos, no primeiro capítulo deste arrazoado, que este autor pretendia demonstrar a Dimensão Relativística da CUEE, que, em sua dinamicidade, é conceito derivado da Razão, dependendo, pois, das análises desta, de normas relativas à sua:

-Aplicabilidade, à sua:
-Eliminabilidade, e até mesmo de uma sua possível:
-Alterabilidade.

Mas poderia, de fato, a Razão subestimar, ou, em certos casos, eliminar o conceito da CUEE?

Deixemos tal resposta aos cuidados do Codificador mesmo, mais exatamente com “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857), parte segunda, capítulo 5: ‘Considerações Sobre a Pluralidade das Existências’, onde Kardec, em dado instante de seus lógicos esclarecimentos, declara:

“Examinemos de outro ponto de vista a matéria, e, abstraindo de qualquer intervenção dos Espíritos, deixemo-los de lado, por enquanto”. (Opus Cit.).

Ou seja: Kardec, em tal momento, está, nada mais, nada menos, que: abstraindo-se da CUEE, deixando-a de lado, por enquanto. E, em pelo menos três laudas, ele vai dar ampla explicação do tema enfocado se utilizando apenas da Razão, da Lógica, pois, de sua mente genial. A inteligência inferior, pré-Lógica, jamais operaria de modo semelhante. A de um religioso qualquer, por exemplo, não conseguiria sistematizar tão dilatadas idéias, e não somente por estar, pessoalmente, comprometido com o nível bíblico de sua atuação, mas também porque, e, sobretudo, digo-o ainda, pelo modus-operandis limitado de sua mente juvenil.

A de Kardec, no caso, dimana de uma inteligência madura, superior, dotada de Lógica Formal, onde o indivíduo vai refletir coerentes suposições e descrever razoáveis hipóteses, produzindo uma verdadeira revolução no mundo das idéias e das crenças mais pueris. E, um pouco mais adiante do seu longo texto, o Codificador, quase concluindo, vai proclamar, outra vez, abstraindo-se da CUEE:

“Temos raciocinado, abstraindo, como dissemos de qualquer ensinamento espírita que, para certas pessoas, carece de autoridade. Não é somente porque veio dos Espíritos que nós e tantos outros nos fizemos adeptos da Pluralidade das Existências. É porque essa doutrina nos pareceu a mais lógica e porque só ela resolve questões até então insolúveis”. (Opus Cit.).

Mas, fundamentalmente, o que isto quer dizer?

Quer dizer que: há casos e situações, sim, em que a Razão, fazendo abstração da CUEE, poderá, isoladamente, extrair suas próprias e também certeiras conclusões, independentemente, pois, do conceito que dimana da Concordância Universal. E, mais adiante, vejam a afirmativa de Kardec, proferindo que teria repelido a Pluralidade das Existências, mesmo sendo proveniente dos Espíritos, se ela fosse contrária à Razão.

Significando conceituar que:

“A CUEE é, realmente, de caráter relativo, e não absoluto, e Kardec tinha conhecimento de tal fato”.

E constato isso ao verificar o peso bastante considerável de sua melhor lógica, de sua considerável Razão, no trato não somente desta questão como de muitas outras atinentes ao Espiritismo. Noutros termos, quero deduzir que sua melhor Razão, por vezes, parece imperar sobre tudo, inclusive sobre o conceito da CUEE, impondo, muitas vezes, pura e simplesmente: sua Eliminação.

Há sim, pois, uma condição de Eliminabilidade do conceito instituído por Kardec como CUEE. E sua supressão se daria e se dará pela coerência e pela mais avançada Razão que, afinal, estabelecera tal princípio como coadjuvante e tem nele o seu direcionamento ou não, dando-lhe crédito ou não, nas mais diversas situações. Vê-se, pois, que a Razão o aplicara diversamente na expansibilidade do Tempo-Evolução que vão sendo comportados pela dinâmica incessante do Espiritismo que não para, mas segue avante acompanhando o progresso das coisas, das Humanidades em suas mudanças e transformações.

Resumindo: vejo que o principio estabelecido como CUEE não é tudo, doutrinariamente falando; e sim parte, de relativa aplicabilidade, ou seja: de uso restrito e sujeito à Razão.

Assim, pois, o princípio da CUEE não é um conceito absoluto, e sim relativo; ele está condicionado ao caráter de quem dele fizer uso e condicionado ao Tempo-Evolução. Ou seja, às diversas circunstâncias do progredir humano, e espiritual, que se submetem, mas também influenciam o progredir doutrinário.

Por ser um princípio criado pela mais avançada Razão, de Lógica nitidamente Formal, deve a ela, muitas das vezes, e não se sabe quantas, curvarem-se de forma a não incapacitá-la com a retirada do seu mais legítimo atributo: o soberano e livre pensar.
        
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Capítulo 10

 SUGESTÃO INFORMAL: CUTE

Finalizando, minha observação analítica, racional e intuitiva do conceito da CUEE está a concluir por sua Relatividade que implica, também, no condicional de sua Alterabilidade pelo que estabeleço, informalmente, como CUTE: Concordância Universal no Tempo-Evolução, consoante Quadro Relativista da CUEE:

             ==================================
                                           RAZÃO
                                                |
                                            CUEE
                                                |
                                   RELATIVIDADE
                                                |
         APLICABILIDADE ------------ ELIMINABILIDADE
                                                |
                                 ALTERABILIDADE
                                                |
                                            CUTE
             ===================================

Sendo que, da sua Aplicabilidade e Eliminabilidade, os capítulos anteriores já se reportaram a tais situações; e, no tocante à sua Alterabilidade, e, como Kardec não retornara para submeter tal Conceito a todos os novos princípios e novos ensinos doutrinários, e, como os espíritas modernos não se pronunciaram, mas sim, cruzaram os braços, será preciso contar, então, com sua Relatividade intrínseca, tornando possível, com isso, e, pelo menos em tese, fazer-se uma alteração em seu modus-operandis estabelecendo uma sua re-interpretação doutrinária como:

“CUTE: Concordância Universal no Tempo-Evolução, tal como antítese doutrinária, de cuja discussão, dos mais sábios espiritistas, poderá surtir bons efeitos e novas sínteses doutrinais”. (frp).

Ora, derivando-se da Razão, a CUEE, de Allan Kardec, depende de suas análises, de normas, pois, concernentes à sua Aplicabilidade, Eliminabilidade e de sua nova, bem como teórica, condição de Alterabilidade, ou, como o disse, de uma sua Re-interpretação Conceitual, de seguintes termos:

-CUEE: parece-me que esta se aplica ou se aplicaria à apuração individual e específica de novos ensinos ou de novos princípios contidos nos ditados dos Espíritos, como por exemplo: Reencarnação;

-CUTE: vejo esta com o diferencial de se fazer uma admissão do conteúdo de determinadas coleções de ordem espírita ou mediúnica, desde que observadas certas regras para a sua aceitação, ou, para a sua rejeição por questões de divergências doutrinárias, científicas ou filosóficas, decorrentes ou não, de mistificações ou de problemas contidos na filtragem do trabalho.

Observando-se, todavia, que tais coleções, ou conjunto de obras, ensinos e princípios, já vem com o selo de garantia de dados, ensinos e princípios já consagrados e apurados individualmente pela CUEE, não os desmentindo em tempo algum, mas sim desenvolvendo os mesmos e os ampliando no Tempo-Evolução.

Por exemplo:

1 - A CUTE vê na obra de Chico Xavier uma Concordância Geral dos espiritistas que acataram ou acatam a sua obra no Mundo e uma Concordância Geral dos Espíritos que a consolidaram, sendo que no tópico ‘espiritistas’ se faz a seguinte ressalva: são apenas alguns poucos que: por ignorância, ou, por motivos banais a desaprovaram ou a desaprovam, sendo, pois, de um caráter irrelevante em face de sua ampla e total aprovação.

2 - A CUTE vê na obra de Pietro Ubaldi uma Concordância Geral dos espiritistas que acataram ou acatam a sua obra no Mundo e uma Concordância Geral dos Espíritos que se pronunciaram em diversos paises por meio de numerosos médiuns distantes uns dos outros, sendo que no tópico ‘espiritistas’ se faz a mesma ressalva do item anterior.

Assim, resultando da Relatividade da CUEE, e, de certo modo lhe observando alguns passos, é que a CUTE analisa, detecta e, pelo uso da Razão alberga e acata princípios novos, porém, estriba-se no conjunto e não no particular, na idéia geral e não no específico que já fora alvo de analises e comprovações anteriormente firmadas. Diria mais: que a CUTE é uma derivada da idéia progressiva do Espiritismo como um todo, que não se detêm em tempo algum, que segue avante descortinando novos rumos doutrinários, científicos e culturais independente de posturas paralisantes dos que não lhe compreende a postura reveladora.

Assim, eu não vejo no momento outra saída a não ser optar pelo conteúdo e pelo ditado da nossa Razão determinando a CUTE, e, também, pela Razão Maior consubstanciada no Poder e na Vontade do Nosso Mestre Jesus de nos enviar seus muitos missionários e suas formidáveis coleções mediúnicas, tais como de Ubaldi, Xavier, Divaldo, Freire, Raul, Yvonne e tantos outros médiuns sérios, contando ainda com os clássicos, os cientistas do Espiritismo, da Metapsíquica, da Parapsicologia, da Psicobiofísica, e etc., todos eles encarregados de desenvolver a Doutrina Codificada por Allan Kardec.

Obviamente que, de tudo quanto fora exposto, muitas dúvidas aparecem e, por isto, questiona-se:

a) A CUEE deriva da Razão e é, pois, coadjuvante dela?

-Já vimos que sim; após verificar-se uma espécie de consenso das mais diversas instruções espiritistas, Kardec, com sua Razão, estabelece um meio de se obter garantia um tanto mais segura e confiável de que o conjunto de tais instruções, em sendo uníssono, e acorde, firma-se, com isso, a CUEE.

b) E também a CUTE nasce da Razão, não é assim?

-Sim, sem dúvida que sim.

c) Até que ponto isso tem validade científica?

-Num e noutro caso são apenas subjetivos. No caso da CUEE, por exemplo, pode ser levantado o seguinte questionamento: quantas comunicações são necessárias para se obter uma informação garantidamente séria e confiável? Pois que, afinal, patenteiam-se também as instruções discordantes formando o seu consenso particular. Assim, CUEE e CUTE não refletem, de modo específico, e claro, validade científica, e sim, e, tão-só, validade filosófica.

Todavia, por questões maiores, se deve dar crédito ao Trabalho Concordante de Allan Kardec que, sem dúvida, estivera sob o amparo do Altíssimo e da plêiade de Espíritos superiores sob o comando de Jesus; o que não quer dizer, de modo absoluto, que referido trabalho tenha precisão matemática perfeita e exata, pois que não tem, e, para tanto, observemos, por exemplo, a obra “A Gênese, Os Milagres e as Predições” (Allan Kardec - 1869), Capítulo 6: ‘Uranografia Geral’; sem dúvida, com algumas notórias imprecisões científicas.

Assim, parece-me que CUEE e CUTE, são questões muito mais de índole filosófica do que de caráter científico propriamente falando. Tanto é que a CUEE não pegou, não se lhe praticara e não se obtivera da mesma qualquer êxito neste sesquicentenário (168 anos) do Espiritismo no Mundo.

d- A CUEE, então, depende da mentalidade específica e particular de quem a use?

-Não só a CUEE depende da Razão específica e particular de quem dela se utilize, mas a CUTE também; ou seja: depende do caráter pessoal de quem lhe fizer uso; sendo que a CUTE não exclui a CUEE, mas tão só lhe acrescenta novas possibilidades.

Penso que a CUTE, na medida em que se vão fazendo novos avanços espirituais, novos progressos no campo da mais elevada Razão e da mais pura Mediunidade, a coisa tende a fluir melhor, a consertar-se, firmando-se num equilíbrio geral. Esta minha idéia, tenho cogitado, não antecipa coisa alguma, mas sim confirma o que já vem ocorrendo em nossa psicologia habitual. Ora, quem não tem suas próprias idéias, seu modo muito particular de agir e de pensar, de entender e de opinar, acatando ou não este ou aquele trabalho, esta ou aquela obra, de um ou de outro autor, médium ou não?

A CUTE, pois, já é do nosso uso e caráter há décadas, séculos e milênios; mas, em nosso caso, mais especificamente, renasce da relatividade da CUEE. Ora, a Espiritualidade sempre nos inspirou, e, de tal forma que, não paira dúvidas sobre mim, de que ela nos dirige, nos influencia beneficamente, cotidianamente, nas rotinas de nossos trabalhos, na educação dos nossos filhos, nos desdobramentos espirituais, permitindo-nos ver que, na medida exata dos nossos progressos concomitantes, vamos sendo engajados às idéias do belo, do que seja eticamente correto, do que esteja direcionado para o divino e sumo bem.

e) E a Humanidade vai se encaminhando...?

-Para o amor. Somos provenientes de um Supremo Ato de Amor. Com efeito, a Verdade é Una, o Evangelho Messiânico, de Deus e de Jesus, é norma insuflada no Universo inteiro, em toda a sua cósmica integralidade, e, portanto, mesmo na condição de livres pensadores, engajados à CUTE, chegaremos a um mesmo e recíproco entendimento sem barreiras institucionais, políticas ou territoriais, filosóficas ou científicas, porque estaremos sempre aderentes ao que houver e ao que há de melhor em nós mesmos, se qualificando altamente mais; sempre aderentes, pois, ao que de melhor pudermos fazer em nosso mundo íntimo e particular.

f) Tais Consensos, CUEE e CUTE, existirão para sempre?

-Absolutamente não, pois que serão excluídos em nossa condição de Espíritos Puros, onde tais consensos se transmudarão para a Pessoa e a Vontade de Deus. Mas, por enquanto, o nosso íntimo e pessoal, expressando o que há de melhor em nós mesmos, não exclui o fato de também estarmos aderentes ao que há de melhor em nossos superiores hierárquicos, ou seja, em nossos instrutores espirituais.

g) Então tais Consensos não desaparecerão por completo?

-No longo curso do processo evolutivo, não. Poderá até renovar-se na forma de novos entendimentos em função de sua relatividade no Tempo-Evolução. Mas só desaparecerá, como já visto, para converter-se com a transcendência de nós mesmos, onde, como Espíritos Puros haveremos de ser iguais aos nossos superiores e Unos com a Vontade do Criador.

h) Devemos depender da CUEE e da CUTE?

-Isso lembra um pouco a dependência que algumas pessoas, espiritistas ou não, tem pelo seu guru, do seu médium ou coisa parecida. Algumas chegam ao ponto de não sair de casa sem antes consultar o seu guia. Ora, não somos dependentes absolutos de tais Consensos e tampouco dos nossos guias espirituais. Se fosse assim, para quê, então, existiria a Razão? Se vamos ficar restritos aos nossos instrutores espirituais, não precisaremos nem de pensar, nem de laborar, mas tão somente de ouvir e obedecer.

Mas sabemos que assim não é. Precisamos trabalhar, pesquisar e adquirir conhecimentos e aprendizados à nossa própria custa e responsabilidade, pois que tais vão sendo incorporados a nós mesmos como frutos de nossa operosidade e das experiências adquiridas pela eternidade. Errar faz parte do processo educacional e, com o erro aparece o determinismo como resposta conseqüente e possibilidade de correção, de aprender de novo e de fazer certo, se alçando para frente e para o alto ascensionalmente.

Destarte, somos irmãos para toda uma imortalidade, onde, hoje, os nossos superiores nos ajudam, nos instruem e nos protegem se tivermos o devido merecimento, e, portanto, veladamente, sem nada nos cobrar por isto. E amanhã, se formos capazes, também teremos nossos tutelados que, de igual maneira, ajudaremos, instruiremos e protegeremos se também eles tiverem o devido mérito; e assim sucessivamente, ora aqui, ora acolá, mais ou menos esclarecidos e sábios, até alcançarmos a definitiva e divina luz em Deus: Nosso Pai.

Finalizando:

CUEE e CUTE são Conceitos de procedimentos relativos e dependem da Razão, de qualquer Razão observadora do que resulte do fenômeno paranormal, espirítico-mediúnico ou coisa que o valha no imenso campo do Espiritismo.

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

BIBLIOGRAFIA

-“Obra Completa de Allan Kardec” – Diversas Editoras;
-“Os Quatro Evangelhos” – J-B Roustaing – Feb;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier” – Divs. Editoras; Internet; sendo de destaque no presente e.Book:
-“Caminho, Verdade e Vida” – Emmanuel - Feb;
-“No Mundo Maior” – André Luiz – Feb;
-“E a Vida Continua” – André Luiz – Feb;
-“Missionários da Luz” - André Luiz – Feb;
-“Nos Domínios da Mediunidade” – André Luiz – Feb;
-“Obras Diversas dos Clássicos” - Gabriel Delanne, Leon Dennis, Camille Flammarion – Feb;  
-“A Psicologia da Criança” – Jean Piaget e Barbel Inhelder – Bertrand Brasil - e:
-“Bíblia Sagrada” – Edições: Católica e Pentecostal.

LISTAGEM DOS e.BOOKS DE:
Fernando Rosemberg Patrocinio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto; 
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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