Fernando Rosemberg
Patrocinio
(1º. e.Book)
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CIÊNCIA ESPÍRITA:
TESE INFORMAL
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Introdução
Capítulo 1: ELUCIDAÇÕES FUNDAMENTAIS
Capítulo 2: CUEE: CONCEPÇÃO DE KARDEC
Capítulo 3: DIVERSAS FORMAS MENTAIS
Capítulo 4: PSICOSFERA DOS ESPIRITISTAS
Capítulo 5: UMA TRINDADE MISSIONÁRIA
Capítulo 6: REINICIANDO DITA CONCEPÇÃO
Capítulo 7: NOVAS PERSPECTIVAS DA CUEE
Capítulo 8: PRINCIPAL CONCEITO-VERDADE
Capítulo 9: A CUEE E SUA DINAMICIDADE
Capítulo 10: SUGESTÃO INFORMAL: CUTE
Bibliografia
Relação
Nossos e.Books
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Introdução
O presente
escrito, na forma de e.Book (livro digital), estará analisando alguns aspectos
da Ciência Espírita criada por Allan Kardec, sobretudo no tocante às
possibilidades de uma ‘Concepção Pluralística’ da CUEE, (Controle Universal do
Ensinamento dos Espíritos), e que, na concordância universal de suas instruções
– para o codificador - residiria o melhor controle.
Do que, de
nossa ‘Concepção Pluralística’, levantar-se-ia, sem sombra de dúvidas, inúmeras
argumentações para se reforçar e justificar tais ideias que, entretanto, e
apesar de, se questionaria:
Mas os
escritos de Kardec não pautam pela clareza mesma quanto a isso e quanto a
quaisquer outras questões atinentes ao Espiritismo?
E respondo
que sim! É claro que sim!
E, mesmo
assim, haveria modos diferentes de se interpretar e de se discutir as ideias
contidas no referido Conceito, da CUEE?
E, da mesma
forma, respondo que: Sim! É óbvio que sim.
O que
significa inferir, da última dedução, que se pode interpretar e reinterpretar
tal Conceito ampliando-o pluralisticamente no Tempo-Evolução. É o que meu lápis
intuitivo, aliado à minha racionalidade, que entendo seja de características
formais, irá abordar, ou seja: levantar outras possibilidades interpretativas da
Ciência Espírita no tocante, em especial, ao Conceito da CUEE que, afinal, se
nos parece enquadrar muito mais à ordem particular, pessoal e filosófica do seu
autor que, como todos nós, está sujeito às mudanças incontestáveis de sua
Razão, como de tudo o mais de sua relativa espiritualidade.
“Ora, Razão
Absoluta só se admite como sendo a de um Ser Supremo, Absoluto, ou seja, a
Razão do que se compreende como pertencente à Inteligência Suprema do Universo”.
(frp).
Quanto a
nós, na condição de filhos, não nos resta senão nos submetermos à condição de
Seres relativos, sujeitos, como tudo o mais, aos processos evolutivos que nos
conduzirão às cumeadas da Espiritualidade, quando então, veremos com maior
clareza que, mesmo sendo Absoluto, o Ser Supremo não nos rebaixa, pois nos ama
Infinitamente por sua Perene Condição de Pai, mas também, de Justo Educador -
se assim for preciso - do filho que se tornara rebelde, ímpio e transgressor.
Rosemberg:
Um aprendiz
como você mesmo: Leitor.
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Capítulo
1
ELUCIDAÇÕES
FUNDAMENTAIS
E o tempo
passou celeremente desde a implantação do Espiritismo no Mundo terreno, no
Século 19, em 1857, com a organização e publicação de “O Livro dos Espíritos”
(AK). Passou e muita coisa mudou. E Isto pelo simples fato de que Tudo é
Mutável, tudo se alinha e se retifica o tempo todo pelo Método que se nos
aplica, a propósito, à nossa revelia, e que se compreende, mais exatamente,
como: Evolução.
E o panorama espiritista do Século 20 que se findara, em termos de
novos conhecimentos, e de respectivos aprofundamentos, já não é mais o mesmo do
Século 19 de Kardec; tratava-se, em tal tempo, de se implantar uma Doutrina
inteiramente nova no seio de uma sociedade agitada por tantas crenças, tantas
idéias e clarões filosóficos diversificados. Tínhamos ali um caldeirão
doutrinal fervilhante e repleto de novos ideais. E nesse ambiente mesmo nascia
não só o Espiritismo como também o Evolucionismo darwiniano em meio a um
Positivismo ateu que se opunha a quase tudo e, inclusive, e, com razão, às
crenças escolásticas medievais.
E o Espiritismo, apesar de tantos obstáculos e de tantas
perseguições, implantara-se ao seio do conhecimento terreno. E, tendo-se
implantado, e, uma vez abertas as portas da Espiritualidade, não se tem mais
como fechá-las, pois que, doravante, suas luzes vão se fazer brilhar mais e
mais intensamente mostrando ao Homem progressista o seu glorioso futuro
espiritual.
Em face de tanta luz, tantos trabalhos de confiáveis instrutores
humanos e não humanos (espirituais), sejam ao tempo de Kardec, e, mesmo
pós-Kardec, hoje não se tem mais como ver o Espiritismo, estudá-lo e
interpretá-lo - exceto pelos mais conservadores - tão somente pelos moldes
clássicos do Codificador que, em sua lucidez, chegara a declarar que:
“...’O Livro dos Espíritos’ não é um tratado
completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais que
devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. (Vide:
“Revista Espírita” – Julho de 1866 -Allan Kardec – Edicel).
E, em muitas outras passagens de seus escritos, Kardec vai nos
mostrar que o Espiritismo, como um todo organizado, não poderia, e não pudera,
ainda, no seu tempo, constituir uma Doutrina Completa. Para ele:
“Não se pode exigir de uma criança o que se pode
esperar de um adulto, nem de uma árvore que acaba de ser plantada o que ela
dará quando estiver em toda a sua pujança”.
E, mais adiante, reconhece que o Espiritismo ainda não dera:
“... sua última palavra sobre todos os pontos”,
que, entretanto, “aproxima-se do seu complemento e soou a hora de se lhe
oferecer uma base forte e durável, suscetível, contudo, de receber todos os
desenvolvimentos que as circunstâncias ulteriores comportem”. (Vide: “Obras
Póstumas” – Allan Kardec).
E isto, pois, se dera ao tempo de sua Organização Doutrinária. Mas
o tempo não para. Registra-se, hoje, 158 anos desde o advento consubstanciado
pelo “O Livro dos Espíritos”, datado de 1857, e, um pouco menos, portanto, das
considerações que Kardec fizera do Espiritismo conforme escritos de “Obras
Póstumas” e da “RE” de nossas anotações.
Hoje, parece-me, já se pode vislumbrar que o Espiritismo é uma
Doutrina Completa em vista do “Modelo Involutivo-Evolutivo” da obra intuitiva
do sábio universal: Pietro Ubaldi. Obra que, aliás, fora ratificada por médiuns
ingleses, italianos, brasileiros, e inclusive, como é óbvio, da iluminada obra mediúnica
de Francisco C. Xavier que confirma com Emmanuel, André Luiz, e demais membros
de sua equipe de Espíritos superiores, tal mecanismo fenomênico:
“Involutivo-Evolutivo”, como veremos.
E o fato é que o Século 20 veio representar o período dos grandes
médiuns escreventes, intuitivos, psicofônicos, propagadores do conhecimento
espírita a todos os rincões, todas as classes sociais, todas as mentalidades
possíveis de se alcançar.
Por outro lado, é inegável que as bases científicas e filosóficas
da novel Doutrina já foram consolidadas por sábios pesquisadores do Mundo todo
e inclusive por Willian Crookes, um dos mais importantes cientistas da
modernidade. Mas trata-se, com efeito, de difundi-la ainda mais, e, sobretudo,
moralmente, ou dir-se-ia, religiosamente, mostrando sua poderosa correlação com
o Evangelho do Mestre Nazareno.
E as luzes espiritistas se fizeram, se difundiram vastamente em sua
curta história de 158 anos no nosso Mundo.
Mas externava, linhas atrás, relativamente à CUEE, que existem sim,
possibilidades diferentes de se pensá-la, de se reinterpretá-la, e, portanto,
de se renová-la, e, fundamentalmente por quê? E respondo ser pelos novos
tempos, pelos novos quadros desenhados pelo Espiritismo por meio dos
expositores clássicos e intuitivos da novel Doutrina, sobretudo das últimas
décadas do Século 19, bem como pelos grandes médiuns escreventes do Século 20
que acaba de se findar.
E, por tais motivos, penso que as idéias aqui esposadas não virão
constituir um desrespeito, uma nova heresia doutrinária. Não se trata, absolutamente,
de um desrespeito ao organizador do Espiritismo que, afinal, o tenho em tão
alta estima e consideração. Mas trata-se, indubitavelmente, de uma constatação
positiva e extraída, portanto, de um posicionamento sociológico e cultural que
se implantara no decurso de um Século e meio de experienciações mediúnicas
embasadas e permitidas, penso, pela Espiritualidade Maior sob os auspícios do
Mestre Jesus.
Passando a limpo: quero dizer que tudo fica como está na Obra
Kardequiana mesma. Ela, também para mim, é uma obra inalterável em sua superior
e tão brilhante concepção; e inclusive o conceito que dimana da CUEE. O que
proponho, repito, é apenas e tão somente um novo modo de se ver o referido
conceito em face de um tempo que se maturou neste Sesquicentenário do
Espiritismo no Mundo.
Um tempo que se vive ainda agora, que se reflete em nossas vidas,
em nosso entendimento filosófico e doutrinário deste início do Século 21, e que
ainda vai perdurar pelos tempos afora, pois se trata de coisas duradouras e
perenais. Assim, das muitas idéias da novel Doutrina, do seu importante
princípio da Concordância Universal (CUEE), vou tentar produzir conceitos mais
amplos, alternativos e com alguma possibilidade de solução para alguns
problemas encontradiços em nosso meio. Porém, sem nunca atingir um fim, pois o
que pensamos ser o fim poderá ser o recomeço de alguma outra coisa mais
complexa, e assim por diante, sucessivamente.
Portanto, trago à baila a possibilidade de levantar-se o véu do que
proponho seja uma espécie de Dimensão Relativística da CUEE, que, em sua
dinamicidade, é conceito derivado da Razão, dependendo, pois, das análises
desta, e, penso eu, de normas relativas à sua:
-Aplicabilidade, à sua:
-Eliminabilidade, e até mesmo de uma sua possível;
-Alterabilidade.
E daí, sua Relatividade Intrínseca, ressaltante, pois, de uma sua
possível Conceituação Pluralística, como se verá passo a passo doravante. E
tudo, como é óbvio, sem isentar-se do que há, e do que houver de melhor em nós
mesmos, em termos de qualidades morais e espirituais.
Assim, espero que tais idéias possam trazer algum contributo,
qualquer contributo, acerca da relatividade de tudo, e, até mesmo, da minha, da
sua, da nossa maneira de pensar e de refletir o mundo das conceituações espiritistas,
como também, e, sobretudo, kardecistas. Iremos, pois:
-Da análise particular do problema à sua Idéia Mais Geral; e:
-Da solução simples e inamovível à Solução Dinâmica e Inovadora.
Vamos assim, pois, de modo racional, científico e filosófico, estudar
e analisar as possibilidades extensíveis da Ciência Espírita e de um dos seus pilares
conceituais mais relevantes.
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Capítulo 2
CUEE: CONCEPÇÃO
DE KARDEC
O
Espiritismo é, sobretudo para mim, a Universidade do Espírito. Universidade
que, num paradoxo relevante, se nos mostra algo singela em sua expressividade,
mas notoriamente complexa em sua profundidade. Basta ver a quantidade de
inovações, de aprofundamentos que se fizera por ela, em torno dela, neste curto
período de sua implantação.
Apenas e
tão só Xavier, o maior e mais confiável médium psicógrafo de todos os tempos da
Humanidade, ultrapassara a produção de quatrocentas obras. Um fenômeno
literário mundial, sem dúvida, gigantesco.
Mas
retornemos a Allan Kardec que, ao seu tempo, de 1857 a 1869, como se sabe,
viera a traçar algumas condições objetivando preservar-se o Espiritismo das
teorias controversas, das seitas que dele quereriam se apoderar em seu
proveito, e que, visando protegê-lo das inverdades e das mistificações, ponderava
em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (Allan Kardec – 1864 - Feb) que a
primeira condição:
“...
é, pois, sem contradita, o da Razão, ao qual cumpre se submeta, sem exceção,
tudo o que venha dos Espíritos”. (Opus Cit.).
E
prosseguia:
“Toda
teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com
os dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que
seja o nome que traga como assinatura”. (Opus Cit.).
Assim,
pois, confirma-se com Kardec, que a primeira condição, é, sem dúvida, o da
Razão; que a ela deveria e deve ser submetido tudo quanto venha dos Espíritos,
confrontando-se ainda com uma lógica rigorosa, com o bom senso e com os dados
positivos obtidos até então. Mas, sua experiência no trato com os Espíritos
mostrara a Kardec que esta primeira condição, por si só, era incompleta; ela
era, evidentemente, necessária, mas deveria ser ampliada com outra adicional: a
da Concordância.
Assim se
pronunciara Kardec sobre o referido tema:
“Uma
só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja
entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande
número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”. (Opus Cit.).
E confirma
logo a seguir que tal se destina, sobretudo, aos princípios mesmos da Doutrina
e não a questões secundárias, ou seja, de menor importância. E tal Conceito Kardequiano
ficara registrado como:
“CUEE:
Concordância Universal no Ensino dos Espíritos”.
Mas
sabe-se que, em “O Livro dos Médiuns” (1861), Kardec também advertira sobre a
importância do conteúdo do ensino transmitido pelos Espíritos, e que a pessoa
da instrumentalidade mediúnica é um tanto irrelevante, com isso pretendendo
ministrar que não devemos endeusar a ninguém e tampouco os nossos médiuns. Amar
e respeitar são obrigações de todo espiritista a outrem, mas endeusar é coisa
bem diferente.
O nosso
Chico Xavier, em observância, se dizia tal como formiga das menores. O que não
se verifica com todos os médiuns, faltando a alguns: humildade, desprendimento,
abnegação. Atualmente, vamos nos deparar com grande quantidade de livros,
estudos, opiniões, ditados e novos princípios mostrados aqui e ali, e que estão
muito distantes do conceito da CUEE, casos em que deve o estudioso espiritista
procurar, consoante Kardec, ouvir a Voz da Razão, ou, pelo menos, do quanto lhe
houver dela, do seu Discernimento, Critério e Inteligência, uma vez que tais
potências, em nós mesmos, constituindo unidade na multiplicidade de suas
funções, são fundamentalmente evolutivas.
E, em
nosso tempo, dir-se-ia que Inteligência se define como capacidade de
raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se
confundindo e se entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de
Inteligência. Iniciando-se como função “Pré-Lógica”, o fato é que nossa
Inteligência se vai desenvolvendo para a chamada “Racional Concreta” que, por
sua vez, vai ascensionar-se ainda, e, nalguns, já pudera culminar na mais alta
delas, na que se conhece como “Inteligência das Operações Intelectuais Formais”.
(Piaget).
Esta,
pois, como Inteligência Formal, caracteriza-se por ser altamente teórica, porquanto
raciocina sobre hipóteses, consegue produzir esquemas conceituais complexos, ideais,
matemáticos e outros mais avançados ainda, trabalhando, pois, com alta desenvoltura
nas coisas ditas abstratas, incorporando Lógica distinta de suas formas menores
que, aliás, fazem parte da grande massa das inteligências terrenas.
Assim
sendo, e, só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade:
-A qual
Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?
Ora, em
seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos
notadamente cruéis, devotados ao mal, estando tais elementos presente em todas
as classes sociais terrenas. E, na outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, de
Inteligência Formal, e, pois, dotado de Razão que é a dos mais reluzentes
espiritualistas, filósofos e cientistas renomados que, nos últimos séculos vem
revolucionando o conhecimento, o saber, em todas as áreas culturais.
De modo
bem parecido com Piaget, o instrutor André Luiz, da lavra xavieriana, alega que
mais da metade da Humanidade (cerca de 60%) encontra-se na “infância do
conhecimento”; e outra parte (presumo 37%) já se alçara à “Razão particularista”;
e o restante (em torno de 3%, imagino) tem o domínio da “Superconsciência”, dos
sentimentos mais sublimados, onde tais elementos buscam identificação e
sintonia com as mais altas esferas da vida, de sua plena conscientização.
(Vide: “No Mundo Maior” – F. C. Xavier – Feb).
Tal
gradação psíquica, como se sabe, encontra alguma semelhança com o exposto pelo grande
intuitivo Pietro Ubaldi (Vide: “Ascese Mística” – PU – Fundapu), e, sem sombra
de dúvidas, com o grande pesquisador da Inteligência humana desde o seu
surgimento neste Mundo. (Vide: dentre outros: “A Psicologia da Criança” - Jean
Piaget e Barbel Inhelder – Editora Bertrand Brasil). Piaget, por sua vez, dava
a tal classificação de André Luiz e de Ubaldi, sem conhecê-los, evidentemente,
os nominativos já citados de: Inteligência Pré-Lógica; Concreta e Inteligência
Formal.
Sendo
André Luiz: um dos maiores instrutores espirituais do nosso tempo; Pietro
Ubaldi: um Ser humano dotado de intuitividade supra-racional que, em suma, se
classificaria como um médium filosófico-científico; e Piaget, também um Ser
humano, porém, este se destacara como um pesquisador da Inteligência humana em
seus desenvolvimentos, desde o nascituro; este, ainda, consoante suas pesquisas,
mostrava aquela sua escala de Inteligências, uma desembocando na outra, como
sendo evolutivas, tendo apurado ainda que esmagadora maioria dos jovens do seu
universo de pesquisa não atinge esta última: das Operações Intelectuais
Formais.
O que
significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo,
onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance
conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo bastante interessante. O
que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a
que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a
constatação de outras ainda, quais sejam: da Razão cega do religioso
fundamentalista, e, nos seus antípodas, diríamos, a Razão cética dos descrentes,
situando-se de permeio, ainda, a Razão equilibrada com a Fé, dos ditames de
que:
“Fé
inabalável só o é aquela que pode encarar a Razão face a face em todas as
épocas da Humanidade”. (Allan Kardec).
Já por aí,
pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências,
de distintas Mentalidades, dificultando-se, pois, encontrarmos a Razão Ideal,
aquela mesma da proposição de Kardec, vulnerabilizando um tanto, e, sem dúvida
que enfraquecendo, sua construção avaliativa da CUEE. Por outro lado, ainda, se
consultarmos a ‘Introdução’ de “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK), veremos que
o próprio codificador Allan Kardec, algo contraditório, expressa no Item 7, que:
“o homem que considera sua Razão infalível está bem perto do erro”. (Opus
Cit.).
Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo
indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, percebendo-se que
minhas potências intelecto-morais, por exemplo, diferem das suas, das de
outrem, na infinita distinção de tudo, significando expressar que somos um
tanto diferentes, conquanto iguais perante Deus.
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Capítulo 3
DIVERSAS
FORMAS MENTAIS
Assim, vimos que nossa Humanidade se constitui de
um psiquismo variadíssimo, onde um plano cognitivo mais alto entrosa-se com outros
de menor alcance e com outros menores ainda, formando amálgama de psiquismo
bastante interessante.
E, por tais variações, como encontrar-se a Razão
Ideal? Ou seja, aquela mesma recomendada por Kardec, quando sua Razão pessoal, distinta
da minha e da sua, como de todos nós, fora constituída por um tipo específico
de Estruturas Formais, com suas idiossincrasias, virtudes e defeitos que não
nos cabe aqui julgar, e sim, e, tão-só, identificar e constatar.
Uma Razão de raciocínio lógico e sistematicamente
positivo, onde pudemos vê-lo trabalhar, em suas pesquisas espiríticas, com
hipóteses e com as mais distintas relações cognitivas, quando, na
contrapartida, grande parte da nossa Humanidade ainda se debate e se agita nos
processos evolutivos de uma mentalidade Pré-Lógica, Concreta, ansiando subir,
escalar e estabelecer-se nos mais altos padrões mentais, entrosando-se, pois,
assim, com a superconsciência dos gênios e dos santos.
O que fazer, então? Como romper esse espesso muro
de mentalidades obscuras, quando elas mesmas nem sabem que tem de progredir, de
escalar, de subir? Muitos fideistas do nosso tempo negam, por conseguinte, e de
modo sistemático, a Evolução de tudo e de todos como fenômeno universal, quando,
na contrapartida, sua “Bíblia Sagrada” a preconiza de modo bem evidente por
duas nítidas mentalidades bíblicas: a do Velho e do Novo Testamento, onde o
Deus-Tirano do primeiro se transmuda para o Deus-Amor do segundo, provando que:
se Deus É Imutável, o que mudara, progredira e se renovara fora a mentalidade
humana, seu povo, seus indivíduos, e não Deus que de Si Mesmo não Muda por Sua
Eterna e Benfazeja Inalterabilidade.
E o próprio Jesus, no Novo testamento, nos
prometera enviar “O Consolador”, o Cristianismo Redivivo (hoje constatado pelo
Espiritismo), quando estivéssemos mais preparados e mais experientes para
recebê-Lo e albergá-Lo; logo, a “Bíblia Sagrada” fala, pelo menos, de três
mentalidades específicas e, portanto, em evolução palingenésica, biológica e
espiritual.
E torno à mesma questão: como pretender-se a
Razão Ideal, aquela da recomendação de Kardec, se mesmo no meio espiritista
temos as mais diversas tendências, as mais diversas mentalidades: kardequianas,
rustenistas, clássicas, xavierianas, ubaldistas, universalistas e tantas outras
mais? E por tal mesmo, verifica-se que uns estão puxando para um lado, e outros
tantos para outros lados, e assim, separadamente, como se fôssemos
multiplicidade sem unidade, quando o recomendável seria a Multiplicidade na
Unidade, cujo Centro Único é Jesus, enviado de Deus, para a implantação e
vivência do Seu Evangelho Redentor.
E, então, repito novamente: como pretender-se a
Razão Ideal se a natureza não dá saltos? O que noutros termos, deveríamos
entender que:
“Se deve esperar da Sábia Lei - sem rigores
e pressa - a determinação dos caminhos já traçados colocando cada coisa em seu
lugar, vagarosamente, burilando e aprimorando o Espírito com Justiça e
Serenidade, pois que tais Princípios incorporam a mais plena certeza de se
chegar, de se atingir o objetivo nos mais altos cumes da Sabedoria e do Amor
Universais”. (frp).
E daí recomendar-se, em nosso meio, que, em
termos de Espiritismo, não se deve dar crédito a tudo quanto se lhe apareça
pela frente, pois que somos duas “humanidades” (encarnada e errante) em
Evolução, e, portanto, imperfeitas, estando os ignorantes não só do lado de cá,
mas também do lado de lá, uma vez que o errante nada mais é que um Espírito
humano desencarnado, e que, por isto, pode mais facilmente nos insuflar seus
bons ou maus pensares, em suma: sua luz ou sua ignorância, sua sabedoria ou seu
falso saber.
O “Novo Testamento” já nos advertia quanto a
tais:
“Meus bem amados: não acrediteis em todos
os Espíritos, mas experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos
profetas se ergueram no Mundo”. (Vide: João – Primeira Epístola – Capítulo 4,
v.1).
E apesar da advertência milenar, muitos ainda, e
até mesmo médiuns um tanto intelectualizados, mas vaidosos, sucumbem
desastrosamente. E daí recomendar-se, portanto, que não se deve dar crédito a
tudo quanto apareça de textos, de mensagens ou de livros de ordem mediúnica,
mas que tudo seja analisado com serenidade e com bons critérios doutrinários. Por
outro lado, ainda, aí estão os mais sábios estudiosos espiritistas, cujas
opiniões e textos se podem buscar em que pese algumas divergências e opiniões
por vezes contraditórias.
Ora, alguns espiritistas, os chamados kardecistas
ortodoxos, são extremamente conservadores: tão-só admitem Kardec, sua
“infalível” opinião, e condenam Roustaing. Outros, os clássicos, vão um tanto
mais além: admitem Kardec e figuras renomadas tais como Flammarion, Denis,
Delanne, mas param por aí. E outros, mais ainda, além de admitir o que os
primeiros e os segundos admitem, abraçariam, ou abraçam, igualmente, os
trabalhos mediúnicos de Xavier; e, na ponta extrema, dentre os quais me incluo,
estão os que se podem denominar espíritas universalistas, que não só acatam o
que os primeiros, os segundos e os terceiros admitem, mas vão mais longe ainda albergando
em seu plano cognitivo os conceitos monistas, filosóficos e científicos de
Pietro Ubaldi.
E daí, encontrar-se algumas divergências
doutrinárias dentre tais espiritistas, o que é mais que natural dada à
complexidade do Espiritismo que se fundamenta como Ciência, como Filosofia e
como Religião, que, no fundo, mais ainda, é Doutrina Essencialmente
Progressiva, dilatando, permanentemente, e, em seqüência algo matemática, seus
Conceitos Universais.
Assim, em face de nossas divergências doutrinárias,
que refletem nossas diferenças evolutivas, não será tarefa fácil buscar a
opinião dos mais ajuizados e mais sábios estudiosos espiritistas, pois que nem
tudo é harmônico no Meb (Movimento espírita brasileiro) em face, mais ainda, do
cunho próprio, notório e específico de cada elemento apreciador de certas
linhas doutrinárias, que refletem, por identidade de princípios, em seu
psicológico, entendimento e expressividade.
Mas é sempre possível encontrar um caminho que
mais se aproxime da nossa personalidade, nosso modo peculiar de ser e de
entender as coisas, nos identificando mais harmonicamente, ou, mais
pacificamente, com certas posturas de entendimento filosófico e doutrinal.
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Capítulo 4
PSICOSFERA DOS
ESPIRITISTAS
No meu
caso, mais especificamente, o fato é que o problema da nossa origem espiritual
sempre intrigara o meu instinto perquiridor. E a obra de Kardec, por si só, “parecia”
não solucionar o problema com que, debalde, me debatia; e, como dito, “parecia”;
pois, para tanto, que se consulte nossa ‘Trilogia’ de e.Books intitulados:
-‘O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual’;
-‘O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo’ e:
-‘O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos’.
Ora, mesmo
nos planos subumanos, o Mundo é feito de adversidade e dor; e se questiona: se
os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI), isto é, sem culpa alguma,
e desprovidos, em sua simplicidade, de qualquer forma de conhecimento, de
consciência vígil e atuante, como poderia, tão ínfimos Espíritos serem jogados
nos abismos da matéria e serem martirizados pela dor, pelas adversidades, pelas
doenças sem conta e por tantas dificuldades que lhe são impostas durante o
longo processo palingenésico, ou seja, das múltiplas reencarnações nos
diferentes planos evolutivos da matéria, da vida vegetal e animal?
Ora, se
Deus é Amor, como combinar referido Amor com o desamor, a Misericórdia com a
maldade, a Sabedoria com a ignorância, em suma: a Complexidade de Deus com a
simplicidade do Ser espiritual (Espírito Simples e Ignorante) criado para
sofrer e evoluir pela dor?
Num
primeiro momento, ou seja: da lógica e da coerência doutrinárias, de estudos
que se vão consolidando paulatinamente, até que, numa primeira visualização do
problema, até que sim, que as explicações de Kardec satisfaziam. E, pelos
ditados de Leon Dennis, de Emmanuel e de André Luis, como demais exemplos do
que está sendo cogitado, notava que a dor é um fator preponderantemente
evolutivo, (dor-evolução), pois que educa e aprimora o princípio inteligente (ESI)
em sua lenta jornada progressiva rumo a perfeição.
Até aí,
pois, parecia estar tudo bem!
Parecia
ser esta a explicação mais adequada.
Satisfazia-me
a Alma saber que se tratava de um aprimoramento espiritual necessário. Mas o
tempo passa, e, como conseqüência, nosso Espírito se transmuda, se transforma,
retificando nossa Razão, nosso Sentimento, nossa Percepção. E, de perquirição
em perquirição, acabei por ver que tal solução poderia não ser a mais adequada
para a momentosa questão.
Ora, o
Espiritismo é revelação progressiva; e o nosso psiquismo, nossa maneira de ver
as coisas também progridem incessantes. Tudo quanto sabemos vai se acomodando
na interioridade anímica e parece abrir espaços para outros saberes, maiores e
melhores que aqueles já gravitados para o nosso interior. Parece-me que a
abertura da esfera psíquica se dilata o tempo todo. As experienciações e
aquisições não se paralisam, não se aquietam e querem sempre mais, por
imposição da Progressiva e Soberana Lei.
E, se nada
se aquieta em nosso interior, se nada permanece sendo o que é, e tudo o que
parece ser já era - pois que não é mais - as experiências e os aprendizados apenas
permanecem no ambiente mental em que se acomoda pelo tempo necessário para a
sua consolidação.
Mas depois
exige mais; quer mudar e se transformar por tratar-se de um impulso vital da
natureza que assim o quer. E o fato é que tudo se transforma, se modifica, muda
de modo incessante e progressivo sem que o percebamos numa análise mais
apressada do fenômeno que, friamente, se atinarmos melhor, é assim que é. Somos
o menino de ontem, mas também somos o velho de amanhã, na forma que muda de
forma e no psiquismo que muda também. E, portanto, nossa Razão se dilata,
requer novos procedimentos: intelectivos e morais.
Mas a
mudança das coisas, seja no corpo, seja na Alma, parece ser imposta por Algo,
por uma Força a nós exterior, mas, paradoxalmente, assim não parece ser, pois
que vivemos em Deus, estamos n’Ele que também está em nós, na plenitude de Sua
Vontade, de Sua Ordem, de Sua Progressiva Lei.
Penso ter
refeito meus paradigmas umas tantas vezes, em razão das imposições do processo
educacional contido na dinâmica mesma, evolutiva das coisas. Ora, em meus
tempos estudantis meu paradigma era constituído tão somente pelo ministrado no
academicismo da Faculdade de Engenharia. Mas conheci o Espiritismo de Kardec e
se ampliara os padrões de entendimento delineados pelo cético e tão arrogante
modelo anterior.
Mas vieram
mais; e surgiram, indubitavelmente, os
metapsiquistas, os clássicos, desenvolvendo o aspecto científico e
filosófico anterior.
Mas como o
processo é dinâmico, conheci o gigantesco trabalho de Xavier que me concedera
uma mais rica tela panorâmica das coisas: a humanística, da prática vivenciai
cristã, aprofundando aspectos outros já contidos nos demais de minha citação.
Mas a coisa não parou por aí. Tudo veio a completar-se no maior dos paradigmas
já alcançados pela Humanidade terrena com a obra cristã, universalista,
filosófica, científica, matemática e teológica de Pietro Ubaldi.
Ora, no
meu caso, de quem, penso, (cá comigo), mais vivera de experiências transpostas
pela palingenesia, este, ou seja, eu mesmo, penso que mais tenho de recapitular,
lembrando e relembrando, intuitivamente, os aprendizados de antanho: conscienciais,
espirituais e morais. Assim pudera eu vivenciar ou re-vivenciar na presente encarnação
‘n’ modelos conceptuais que se entrosam e se completam mutuamente:
-Ciência Oficial:
alguns aprendizados acadêmicos;
-Ciência
Oficial e Espiritismo de Allan Kardec;
-Obras
Clássicas de Flammarion, Denis, Delanne, de Roustaing, obras metapsíquicas e etc.;
-Obra
Humanística de Xavier; e
-Obra
Universalista de Pietro Ubaldi.
Óbvio que
daí mesmo decorre a classificação dos mais diversos níveis encontradiços dentre
os espiritistas; sendo tal mesmo, pois, proveniente da complexidade doutrinária
que se reflete, clara e evidentemente, no comportamento axiológico e
doutrinário do nosso movimento, dos seus mais diversos anseios, suas idéias
propagadas pelas mais diversas mídias do universo nacional e internacional,
refletindo, pois, sua inegável faixa de progressos doutrinários, sua diversa
evolução.
Assim,
temos os mais distintos espiritistas dotados dos mais distintos níveis de
assimilação e de entendimento espírita, e espiritualista, que implica nos
depararmos, evidentemente, com irmãos e irmãs das mais diversas predileções
doutrinárias.
Finalizando
tal perspectiva, com pequena amostragem de seus diversos modelos, acredito que
o processo evolucional no campo das consciências despertas da Humanidade, e,
consequentemente, dos espiritistas, nada mais é que uma ampliação de paradigmas
conducente a uma conscientização e a uma iluminação cada vez ampla; conscientização
e iluminação de dinâmicas que, de estudo em estudo, de trabalho em trabalho,
vai se estruturando e se reestruturando cognitivamente nas profundezas do Ser,
fechando-se sobre si mesmas.
Mas é tão
só, para, de ciclo em ciclo, renascer ainda, explodir de novo e abrir-se sempre
para novas perspectivas saltando para um campo de idéias que se amplia
expressivamente mais, que se matura, floresce, decai por nossa decrepitude e
envelhecimento, mas é tão só para renascer e progredir mais, constituindo cada
vez mais vasta estruturação cognitiva e consciencial; bem como, e, sobretudo:
moral, de mais renovado aspecto ético, sentimental.
Portanto,
tudo quanto se adquire no campo experiencial é importante e vai mudar para
melhor, onde a Razão se distende ainda pelas novas formas do viver, do sentir e
do pensar astruisticamente, num universo de infinitas possibilidades.
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Capítulo 5
UMA TRINDADE MISSIONÁRIA
Assim,
vimos que o nosso interior é arredio à paralisação e está sempre mudando,
parecendo-nos que o presente é um momento que se atualiza a cada instante, a
cada milionésimo de segundo, passando-nos a impressão de que o presente é o
futuro em ação trabalhando pelo nosso resgate do pretérito, mas, também, por um
estado de felicidade cada vez maior. Logo, se tudo é mutável, se o nosso corpo
muda a todo instante, pois nasce, cresce, amadurece, envelhece e morre, também
o nosso psiquismo está mudando, apesar dos que não crêem na mudança, na
evolução de tudo e de todos.
E, apesar
de tal mudança, notemos que o nosso “Eu” permanece em sua identidade mesma,
conquanto mutável e mutante pelas eventualidades, pela Lei imposta à natureza
de tudo, da minha, da sua, de todos nós; o que prova, no homem, algo distinto
da matéria, algo que chamem como chamem, trata-se do Espírito, Entidade
palingenésica, e, por conseguinte, imortal.
No meu
caso, e, por não contentar-se nunca, notava que o meu psiquismo queria mais,
exigia avançar: fosse por minha vontade, fosse pela intervenção da referida
Lei. A recapitulação íntima e pessoal, repleta de conhecimentos já forjados e
adquiridos, não se encerrava, não fechava suas portas para a minha curiosidade,
minha eterna e incessante busca do saber; sobretudo no tocante à nossa origem
espiritual.
Por ela,
minha Razão não se aquietava, e, por vezes, me trazia aborrecimentos por querer
e não ter como resolver os problemas da adversidade e da dor, não propriamente
minhas: que sou um devedor da Lei, mas sim, no íntimo do animal que, por si
mesmo, não comete erros, não peca, inviabilizando a existência da dor,
verificando-se, neste caso, uma impropriedade e uma injustiça da Lei que cria
Simples e Ignorantes que não pediram para serem criados, e, mais ainda: imprime-lhes
defeitos congênitos para então corrigi-los na dor imposta pela Evolução.
E Kardec,
e seus seguidores mais diretos, não resolviam o problema. Fundamentados apenas
no que se pode denominar: “Modelo Evolutivo”, eles não solucionavam o problema.
Mas então, os animais, na condição de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI),
sofrem tanto e, por sua vez, sem saber o porquê dos seus sofrimentos? Mas então
se peleja e se experimenta sem o conhecimento mínimo de suas razões? No plano
das Humanidades, com a Consciência desperta do homem, sabemos as razões do
nosso sofrer pela expiação de erros pretéritos; mas o mesmo não se pode dizer
do animal que sofre na ignorância do seu saber, na cegueira do seu frágil
psiquismo, e apenas por que Deus assim O quer.
Do ponto
de vista exclusivamente doutrinário, ou seja, da Obra Espírita Kardequiana e das
que se lhe seguem mais imediatamente, é assim. É o que está codificado por
Kardec e outros mais, preconizando que o Espírito, tal como tabula rasa, é Individualidade
Simples e Ignorante (ESI) que durante o longo trajeto evolutivo nas
adversidades e nas dores, de progresso em progresso, de conquista em conquista,
vai alcançando patamares mais altos de Consciência, de saber e moralidade.
Ou seja:
Deus que É a Perfeição Suprema cria Espíritos imperfeitos, Simples e Ignorantes
(ESI) e depois os aperfeiçoa de modo adverso e contrário à Sua Bondade,
Misericórdia e Amor. Minha consciência desperta não aceitava esse erro da
natureza, não admitia o erro contido na Perfeição Divina que, sendo a
Perfeição, não poderia errar e criar Espíritos ignorantes, inocentes e de uma
simplicidade extrema, para fazê-los sofrer pelo seu próprio avanço e progresso
espiritual.
O dúplice
fator: simplicidade-ignorância do ESI criado não combina com o dúplice fator
Complexidade-Sabedoria da Divindade e muito menos com a dor a ser experienciada
pelo pequenino Ser. Ora, tal Ser não pecou, não cometeu nenhum ato infrator
para com a Lei, então porque progredir por tão injusto método pelos numerosos
séculos dos Mundos universais? Ora, o que resultaria dos dons de Sabedoria, de
Justiça e de Amor Divinos com tamanha falta de sabedoria, de justiça e de amor?
E o
Espiritismo, em sendo o Cristianismo Redivivo, não poderia e não pode, em tempo
algum, contrariar o Deus-Amor das máximas cristãs. E, por isto, o Espírito Erasto,
numa comunicação referente a esta questão dos Espíritos Simples e Ignorantes, observara
e resumira sabiamente:
“Compreendei,
se o puderdes, ou esperai a hora de uma exposição mais inteligível, isto é,
mais ao alcance do vosso entendimento”. (Vide: “Revista Espírita” – Allan
Kardec – Março de 1864 – Edicel).
Prestando,
pois, uma informação absolutamente precisa de que tal questão, dos Espíritos
terem sido criados Simples e Ignorantes (ESI), precisaria ser re-analisada e
aprofundada no futuro, nos desenvolvimentos lógicos do Espiritismo filosófico e
doutrinário. E assim, das dúvidas e questionamentos que este autor viera a
fazer a Si mesmo, e aos seus superiores hierárquicos, seu resultado viera a
culminar no conhecimento da luminosa filosofia universalista de Pietro Ubaldi,
que tivera o dom e a capacidade de resolver a contenda que se debatia dentro de
mim, que me incomodava afligindo o Ser.
Por ela se
pode constatar que o Espírito Simples e Ignorante (ESI) dos Mundos materiais, decorre
de um fenômeno cíclico involutivo que, para o nosso parco entendimento, se pode
classificar como uma espécie de despotencialização psíquica de Espíritos
Conscientes (EPC), porém rebeldes à Lei; Espíritos, pois, de uma condição
ontogenética anterior ao Universo físico e astronômico de nossa jornada
evolutiva.
Neste
caso, a simplicidade e inocência do ESI, no presente, são apenas aparentes,
pois que, em sua latência psíquica, em seus arcanos psicológicos, trata-se de
um Indivíduo EPC que tinha ciência do erro e que mesmo assim errara, se
rebelara contra a Lei Justa e Benevolente, cuja perda de sintonia para com a
mesma, o fizera quedar-se como ESI que, agora, quita seus débitos no lento
despertar das adversidades e da dor, evoluindo e se corrigindo paulatinamente,
até atingir na outra ponta de tão dolorosa escalada, sua nova condição de EPC.
Tal
preceito, pois, amplia o Espiritismo de Kardec, onde a Dor resulta da Rebeldia,
e a Evolução resulta da Involução, nos mostrando, pois, assim, que se trata de
uma cura: a vida biológica e material saneia os males da Criatura rebelde que,
por não saber valorizar a felicidade que Deus lhe concedera no ato da criação,
vai tudo reaprender pelas adversidades e pela dor, curando-lhe os males de sua
própria incúria dos tempos primordiais.
De tal
forma que, na medida em que se processam estímulos evolutivos, ou, de ampliação
consciencial no ESI, tais estímulos excitam-lhe, igualmente, as tendências
negativas do trágico passado e que precisam dissipar-se em prol das positivas;
logo:
“É
contraproducente intensificar a movimentação da energia (psíquica) sem
disciplinar-lhe os impulsos”. (Vide: “Nos Domínios da Mediunidade” – Capítulo 1
- André Luiz – Feb).
E, daí
mesmo, em sua reeducação evolutiva, verificar-se a lentidão dos progressos
experimentados pelo Ser que vai reconstruindo seu equilíbrio espiritual, ou
seja: a anterior normalidade psíquica de obediência e de docilidade para com
tudo quanto vige no seu Mundo Originário, de Plena Espiritualidade em Deus-Pai,
nosso Criador. E daí, em consonância, o notável e sábio organizador da obra de
Xavier recomendar:
“É
indispensável romper com as alianças da QUEDA e assinar o pacto da REDENÇÃO”.
(Vide: “Caminho, Verdade e Vida” – Lição 176 - Emmanuel – Feb);
Em que
devemos romper com tudo quanto nos falira espiritualmente; romper com a
rebeldia, com o desamor e consorciar-se com Jesus no pacto de uma nova vida
para a nossa mais pronta redenção, pois:
“A
Evolução é a nossa lenta caminhada de RETORNO para Deus”. (Vide: “E A Vida
Continua” – André Luiz – Capítulo 21 – Feb).
E, isto,
pois, devido ao já ministrado anteriormente noutra de suas importantes obras, em
que, discorrendo sobre as escolas religiosas, acaba preconizando que:
“São
raras, todavia, as que ensinam a verdade da QUEDA CONSCIENCIAL dentro de nós
mesmos...”. (Vide: “Missionários da Luz” – André Luiz – Capítulo 17 – Feb).
Eis, pois,
no grande e volumoso trabalho de Xavier, dentre outras, as informações precisas
e confirmantes da obra de Pietro Ubaldi.
Eis, pois,
a solução para as minhas dúvidas mais pungentes.
Eis, pois,
a montagem do quebra-cabeça da enigmática mecânica funcional do Universo, do
como e do porque ele se materializara; do como e do porque ele, um dia, por
meio da Evolução, da Matéria ao Espírito, vai então retornar à sua
Essencialidade Divina, pois que estará de retorno às suas origens de onde procedera
por Involução. E, por isto, defendo o axioma contido no que penso ser uma ‘Lei
de Causalidade Ampla’ que preconiza:
“Não
há efeito sem causa: a Involução, como Função Contrativa da Consciência (FCc)
se dera pela rebeldia da criatura; e a Evolução, como Função Distensiva da
Consciência (FDc) se dá por sua cura na adversidade”. (Vide: “Espiritismo e
Matemática” – e.Book de nossa modesta autoria).
Assim, pois vejo em Kardec, Xavier e Pietro
Ubaldi, uma trindade missionária gigantesca, mostrando que os saberes do Século
19 se ampliam e se ratificam com os saberes do Século 20, denotando, mais
ainda, que o Espiritismo é, de fato, uma Doutrina Progressiva, não paralisante
em seus princípios fundamentais.
Para finalizar este Capítulo, devo dizer, a bem
da verdade, que a Obra de Kardec, e, sobretudo no tocante ao Espiritismo, ou
seja: como Doutrina dos Espíritos Superiores, estes Espíritos já alertavam,
aqui e ali, sucintamente, o que a obra de Ubaldi, bem como a de Xavier, e, em
tantos volumes hoje conhecidos, declaram abertamente, tal como uma espécie de
ampliação da Verdade de todos nós: Espíritos falidos, mas Amorosamente buscados
pelo Pai Eterno, Justo e Misericordioso Criador; o que, para ratificar-se, vide
nossos e.Books:
-‘Ciência de Tudo: Big Bang’;
-‘Evolução: Jornadas do Espírito’; e a ‘Trilogia’ de:
-‘O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual’ já citada.
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Capítulo 6
REINICIANDO DITA CONCEPÇÃO
Constata-se,
pois, do quanto visto até aqui, que só o ‘Mecanismo Fenomênico
Involutivo-Evolutivo’, da Queda e da Salvação, da Involução e da Evolução, como
binômio inseparável, pode dar completa e ampla solução para os muitos problemas
encontradiços no Mundo, em nosso cotidiano.
E o fato é
que realmente tudo muda o tempo todo e também nós, Espíritos humanos,
precisamos mudar, renovando e alcançando mais alta e mais perfeita conceituação
do Universo concebível e inconcebível. E, hoje, tendo encontrado a Solução
Cabal para as minhas salutares perquirições, confesso que, apesar da vibração
destoante do Mundo, sinto-me harmônico com a Lei. Ora, o Espiritismo tão só de
Kardec, como já destacado noutras partes do presente escrito, e, conquanto
encontrar-se:
“Fundado
de acordo com o estado presente dos conhecimentos, TEM ELE QUE SE MODIFICAR E
SE COMPLETAR à medida que novas observações lhe demonstrarem as deficiências e
os defeitos”. (Vide: “Obras Póstumas” – Allan Kardec - Feb).
No caso em
questão, o Espiritismo Organizado por Kardec, continha e contêm, em gérmen, os
mesmos princípios da Obra Ubaldiana, confirmada pela Xavieriana, bastando
apenas desenvolvê-los; e Ubaldi, em sua honorável missão de imparcialidade e
universalidade, completa e desenvolve amplamente a Obra de Kardec, conclusão
esta que levanta a ira dos mais ortodoxos do nosso movimento.
Mas Jesus não
precisa pedir licença a tais ortodoxos para desenvolver sua Cósmica Doutrina do
Amor que vem de Deus, e não de mentalidades restritas à ortodoxia que, afinal,
Kardec não implantara. Naquela “Revista Espírita”, de março de 1864, o
Codificador não estava inteiramente seguro de que os Espíritos são criados
Simples e Ignorantes (ESI) ao constatar a verdade de que: “o sofrimento dos
animais (Espíritos Simples e Ignorantes) é constante”.
E alegava
a sua falta de inteligência (de Kardec mesmo) para compreender racionalmente as
tantas misérias experienciadas pelos nossos irmãos mais pequeninos. Mas
resolvera, em sua prudência, não imputar culpa alguma ao Criador por
desconhecer-Lhe as Razões. E, hoje, constatamos, a culpa foi da criatura (EPC)
que errou e tem de consertar o erro em condições tais (ESI) que lhe sublimam
vagarosamente suas muitas perspectivas, subindo e alcançando na outra ponta,
como EPC, o Justo e Misericordioso Criador.
A
revelação - afirmava Kardec - é essencialmente progressiva. Sem dúvida, num
Mundo atrasado como o nosso, como pretender que não há mais nada para aprender
e por revelar-se da Divina Lei? E daí, a necessidade imperiosa da referida ‘Tese’
mostrando a real possibilidade de uma completação doutrinária unindo o Século
19 de Kardec com o Século 20 de Xavier e de Pietro Ubaldi, todos eles grandes
missionários de Jesus. Donde entender-se, pois, de forma objetiva e clara que:
O ‘Modelo Evolutivo’ de Kardec é completado pelo ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’
de Pietro Ubaldi e Xavier, sem dúvida alguma para este autor.
Mesmo
assim, alguns insistirão que a obra de Ubaldi não passou pelo critério da
Concordância Universal, o que demonstrei por diversos artigos de nossa autoria
não ser verdade. Médiuns italianos, brasileiros e ingleses, distantes uns dos
outros, ratificaram o trabalho ubaldiano, firmando de vez o que Kardec
entendia, e esperava ratificar-se, como ‘Espiritismo Completo’, o que denomino:
Espiritismo Integral.
Por outro
lado, a se desprezar os sólidos argumentos retro citados, como fazer então para
constatar alguma outra forma de Consenso em tais obras, se Kardec encontra-se
ausente do nosso instante evolutivo para, então, item por item, princípio por
princípio, tudo submeter ao critério da CUEE?
Ou seja:
de todos aqueles numerosos problemas da grandiosa e estupenda fenomenologia
universal, de todas aquelas transcendentes questões que Pietro Ubaldi descreve
em “A Grande Síntese”, bem como todas as questões de “Deus e Universo”, “O
Sistema” e “Queda e Salvação”, que, aliás, se entrosam mutuamente não se desmentindo
em tempo algum?
Até que
alguns “Kardec”s apareceram por aí, no decurso do Século 20; “Kardec”s, aliás,
um tanto deficitários, destituídos da grandeza científica e pedagógica que
caracterizara o eminente pensador.
Mas outros
espiritistas não poderiam tentar estabelecer um Controle e, pois, um Consenso
Universal, ou não, dos informes de tais obras? Óbvio que sim. E, tenho notícias
de que alguns respeitosos confrades, honestamente, até que se agruparam para o
reinício do controle científico das informações mediúnicas; mas tais elementos
alegam terem sido barrados pelo religiosismo dominante, como também pelo
misticismo, ambos reinantes no meio espiritista de sua pesquisa e trabalho de
campo. E, então, desistiram da empreitada. Todavia, se supormos que um novo
Kardec, não falso, mas sim verdadeiro, estivesse reencarnado em nosso tempo,
questiono:
1 - Como
se procederia para tudo submeter a CUEE? Haveria colaboradores mediúnicos
suficientes, insuspeitos, e com tanta evolução espiritual, e, portanto, com
bagagem conceptual o bastante para que tudo se verificasse e se resolvesse pelo
aludido método kardequiano?
2 - Questiono
isto pelo fato, por exemplo, de Ubaldi e Xavier, estarem um tanto acima da
média dos Espíritos por aqui reencarnados, e que, portanto, estarão a exigir,
dada às suas condições excepcionais, instrumentais mediúnicos de similares
capacidades, não é mesmo?
3 - E
haveria tais instrumentos mediúnicos, de mesmo gabarito, para receberem instruções
da Espiritualidade Maior no fito confirmar-se, ou não, os novos preceitos
daqueles outros?
4 - Ou
seriam médiuns comuns trabalhando com Espíritos elevados e dando apenas
respostas de tipo sim ou não, autorizando ou desautorizando esta ou aquela
questão?
5 - E
quanto à presença da Equipe Espiritual Superior, do exame da coerência e teor
de sua linguagem nas comunicações?
6 - E o
confronto com as verdades positivas já instaladas no Mundo?
7 - Bem
como da comparação dos ensinos e instruções dos diferentes médiuns, de diferentes
lugares, sobre o mesmo tema?
8 - E, em
tal caso, dever-se-ia, como óbvio, apurar-se os ensinos de instrumentais
mediúnicos do Mundo inteiro, assumindo o caráter de concordância universal,
para que a coisa não fique regionalizada e, portanto, deturpada, não é mesmo?
9 - Além
do mais, me refiro, ainda, à delicada questão da subjetividade de tais
elementos, tornando-se uma tarefa árdua a de se analisar tais situações nos
referidos colaboradores mediúnicos, e, mais uma vez, do Mundo inteiro, não é
bem assim?
10 - E
quantas comunicações seriam necessárias para que se determinasse como sendo
suficiente para se constatar um fato, uma verdade, um novo princípio
doutrinário?
11 - E o
que fazer com as respostas contrárias ao sim, ou seja, ao que se verificou,
supostamente, como sendo inverdade? Uma inverdade hoje não poderia ser uma
verdade amanhã?
12 - Se
tivéssemos, por exemplo, para um mesmo questionamento, 35% de sim, 40% de não e
25% de respostas imprecisas, como se faria para constatar o que houve de influência
cultural, de grau evolutivo, e, portanto, de conhecimentos do médium,
deturpando ou não tais resultados?
13 - E
isto pelo fato da cultura dos ingleses ser diferente da dos brasileiros, dos
mexicanos, dos africanos, e etc., estou certo?
14 - E, depois
de tudo isso, o mais relevante ainda, tudo submeter à Espiritualidade Maior
para que conferisse e endossasse, ou não, o exaustivo trabalho, pois que a
Doutrina não pertence a nós, e sim a ela, ou seja, à comunidade de Espíritos Superiores,
não é fato?
Tão
gigantesco trabalho parece meio custoso e bastante inviável a certos padrões da
inteligência terrena, sobretudo para os “Kardec”s falsos, distantes do caráter
científico do verdadeiro Codificador.
E será que
ele retornará, de fato, para completar sua grande missão? Haja vista que no
Século 20 não nos deparamos com tal competência pessoal - e óbvio, reencarnada,
de forma incontestável - o que traduziria, quiçá, uma sua possível volta neste
Século 21 ou em outro mais distante, quem sabe?...
Só Deus o
sabe...
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Capítulo 7
NOVAS PERSPECTIVAS DA
CUEE
Pude
encerrar o capítulo anterior com pelo menos quatorze (14) itens ou questões a
serem solucionados pelos observadores rígidos dos dizeres do Controle que
resultaria na Concordância Universal de Kardec.
Itens que,
na prática, não seriam impossíveis de se apurar, conquanto custoso de tudo se
obter como certeza inquebrantável de todos os novos ensinos, por exemplo,
encerrados em “A Grande Síntese” (PU – Fundapu), bem como nos demais tratados
da coleção ubaldiana que, para mim, são tão importantes e tão vitais como este
primeiro de sua formidável concepção intuitiva.
Somando-se
a isto, e, contando com a possibilidade de se tentar tal empreitada, teríamos
também de confirmar uma série de novos ensinos contidos em Xavier, Divaldo e
outros tantos conteúdos doutrinários de outros médiuns do território nacional e
internacional. E até que seria bom, pois se haveria de constatar, também,
tropeços e inverdades de obras consideradas suspeitas, apesar de algumas delas
nem serem preciso tal análise por sua flagrante mistificação.
Assim,
apesar de tal constituir um labor bastante custoso e complexo, penso que o
mesmo não seria impossível, quero crer, para um Espírito do mesmo naipe do
Codificador, ou, ele próprio, se por aqui reencarnasse. Mas questiono ainda,
dando seqüência aos quatorze itens relacionados:
15 - Tais
instrumentos mediúnicos: Pietro Ubaldi, Xavier, Divaldo, Freire, Raul Teixeira,
e etc., etc., (ou, pelo menos os que estão ainda reencarnados), tais médiuns
serviriam para aquelas cogitações levantadas nos quatorze (14) itens, ou seja,
para as apurações concordantes, devidas ou indevidas, de si mesmos e dos
outros?
Mas vamos
a mais três dúvidas por mim levantadas:
16 - E se
este novo Kardec, dentre nós, se dispusesse a retificar e ampliar o referido
conceito da CUEE, será que o aceitaríamos como sendo o mesmo Codificador do
Século 19, ou será que o rejeitaríamos como sendo um herege e mistificador?
17 - Se a
metodologia científica tem suas retificações de quando em quando, será que
admitiríamos as retificações atualizadas do novo Kardec?
18 - Eis
aí outro grande problema, pois o Codificador teria feito seus progressos e
retificado pontos de vista anteriormente firmados, e será que lhe acataríamos?
Em face de
tantas dificuldades, e, como o mestre de Lyon já não está mais dentre nós, e
tampouco reencarnado, convenhamos, com o perdão da sentença:
Ubaldi,
Xavier, Divaldo, Raul, Freire, Yvonne, e etc.: Século 20, das conquistas
espaciais, dos computadores, da internet, dos novos paradigmas, dos
reformadores científicos dotados de Lógica Formal, tais como Einstein,
Minkowski, Planck, Einsenberg, e, porque não dizer também, ora essa, Século de
Emmanuel, André Luiz, Joanna de Ângelis, etc., etc., que trouxeram, tanto uns,
quanto outros, benefícios de monta em nossos raciocínios e modos de ver e de
interpretar as coisas.
É preciso,
pois, que tenhamos inteligência para admitir que nem tudo, no tocante ao
Espiritismo, pode basear-se no estritamente codificado pelo prestigioso Kardec
do Século 19, mesmo que o Kardec do Século 20 não tenha estado reencarnado por
aqui, ou, se reencarnou, não foi reconhecido e não laborou como quereríamos que
laborasse. Ao seu tempo, Kardec, como missionário de méritos incalculáveis, pudera,
com o auxílio da Espiritualidade, tornar-se um pólo centralizador e, portanto,
capaz de receber comunicações mediúnicas de cerca de mil centros espíritas
sérios espalhados pelo Mundo.
Hoje, só
no território brasileiro, contamos com aproximadamente quinze (15) mil centros
espíritas registrados ou não. Ou seja: alterou-se o grau de complexidade para a
apuração dos dados da fenomenologia mediúnica.
Todavia,
questionemos mais ainda:
a - Outro
líder espiritista não poderia concretizar dito trabalho?
b – E
quem, na atualidade, teria a honra e a distinção de receber tais comunicações
não só no Brasil como do Mundo todo e com envergadura missionária para tal?
c – Quem,
pergunto, teria a grandeza moral, o conhecimento e a capacidade de analisá-las
friamente, criteriosamente, de confrontá-las, e, por fim, consolidar a
formulação dos novos ensinos e dos princípios doutrinários?
d – Quem
teria a capacidade e a honestidade suficientes para tamanha missão, com o
respaldo, inclusive, e necessário, da Espiritualidade Maior?
e – Se tal
missionário não se despontou dentre nós, não será porque Jesus, de fato, não o
teria enviado, porque, afinal, seus planos são outros e não os que
apaixonadamente, queixosamente, e, com grande equívoco, almejamos?
f – Ou
será que nossos planos mesquinhos, arrogantes e dês-importantes são mais
relevantes que os Planos de Jesus?
Noutros
termos, quero acreditar que a Codificação Espírita decorrera de um momento
muito especial, minuciosamente e trabalhosamente planejado pelas hostes maiores
da Espiritualidade sob o comando de Jesus, momento especial este, venho
refletindo e ouso argumentar com todas as letras para o desgosto dos mais
esperançosos e ortodoxos de nossa doutrina:
“Não
ser repetível nos moldes do que ocorrera no passado; ou seja: Não Irá
Verificar-se Novamente!”. (frp).
E, como
conseqüência, torna-se preciso mudar nossas perspectivas em relação a CUEE e
procedermos a uma sua readaptação aos novos tempos se não quisermos ficar
encarcerados ao restrito período de quinze anos que demandara a implantação do
Espiritismo de Kardec na face terrena. Implantação esta, entendo, como o seu
Marco Inicial, sujeito, pois, aos aprofundamentos e progressos decorrentes no
tempo, que, incessantemente, vem nos mostrar outras facetas da grande realidade
universal.
Ora, já se
passaram mais de cento e sessenta anos desde as primeiras observações de
Kardec, para cá. E pensam os conservadores que tudo quanto se fez em termos de
Espiritismo, digo, obviamente, do seu desenvolvimento progressivo, não esteve
sob a égide, a responsabilidade e proteção do Altíssimo? Ou será que tudo
quanto houve, neste tantos anos, terá sido uma grande fraude, uma mistificação
de amplitude global?
Ora, já se
passaram quase dois séculos desde o início da Organização Kardequiana, e,
portanto, muitos outros missionários do Cristo já vieram desenvolvê-la
sobejamente.
E fixar-se
tão somente nela é não compreender-lhe o sentido dinâmico, mutável para melhor
em sua incessante progressividade.
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Capítulo 8
PRINCIPAL CONCEITO-VERDADE
Por tudo
quanto dito nos capítulos precedentes, e, pela sua não aplicabilidade nestes
quase dois Séculos já decorridos, minhas conclusões, a respeito do conceito que
dimana da CUEE, são as de que tal conceito é relativo e não absoluto; um
conceito, pois, mutável pelas eventualidades e sucessivos progressos
doutrinários no Tempo-Evolução.
Tais
conclusões, de início, podem parecer precipitadas, mas passaram por reflexões e
inspirações do seu autor, concluindo-se que, pelo tempo decorrido de sua não-aplicabilidade,
não restara alternativa outra senão a do entendimento de que tal princípio fora
sim, necessário, mas não necessariamente estático.
E explico!
Ele vem a
ser, nesta nova e mais abrangente visão: de uma conceituação relativística,
dinâmica e suscetível de alterar-se pela onda mutável de todas as coisas. E,
antes do leitor discordar, peço ao mesmo que siga nossos raciocínios e
intuições até mais adiante para que possa compreender a extensão de tais,
quando, após tal, fique a vontade para descrer e, na mídia mesma, criticar e
discordar.
Mas em
termos doutrinários, o que não muda, pois?
Apenas os
princípios fundamentais do Espiritismo não mudam, ou seja: imortalidade da
Alma, reencarnação, comunicabilidade mediúnica, existência de Deus, dentre
outros; mais tudo o mais é suscetível de ajustes, de novos entendimentos, pois
que tudo é profundamente complexo no Universo e paralisar-se apenas no tão só
codificado é paralisar-se a si próprio e não admitir a dinamicidade progressiva
de todas as coisas. E mesmo tais princípios fundamentais imutáveis, são
suscetíveis de novas visões ampliando-os, mas não os desmentindo em tempo
algum, como é o caso da Evolução, hoje compreendida e distendida de forma
cíclica, como Involução-Evolução.
Assim, o
conceito da CUEE não é princípio estanque e tampouco estático; ele também é
suscetível de desdobramentos outros que, em sua dinâmica e elasticidade vão
incorporando e compreendendo outras nuanças suas mesmas, de sua lógica
intrínseca, sua coerência e praticidade, já, agora, vistas de outro modo que,
por sua relatividade, incorpora outras dimensões suas mesmas. A imutabilidade é
uma ilusão dos nossos sentidos; tudo é essencialmente evolutivo, exceto Deus.
Ora, se os
conceitos da Ciência convencional são abalados de quando em quando, porque não
também alguns poucos conceitos kardequianos por mais graves que o sejam. Até,
porque, no caso em questão, não se trata de um abalo, de uma desconstrução do
referido princípio, mas sim, de uma sua nova e mais ampla visão em face de um
tempo que se maturara no decurso do Século 20, dos grandes médiuns escreventes
e outros mais como já referido.
Penso que
Jesus, ao nos enviar Pietro Ubaldi, Chico Xavier e outros grandes e confiáveis
médiuns do nosso movimento, tinha Ele uma percepção diferente do conceito que
dimana da CUEE, uma percepção elástica e, portanto, bem mais engrandecida que a
nossa, pois que sua visão, de panorâmica universal, se estende ao infinito de
insondáveis perquirições. Em sua majestosa visão, o princípio da CUEE não se
limitaria às incertezas de nossa visão ordinária, mas abriria campo para o
ilimitado de mais largas conceituações doutrinárias, espirituais, celestiais.
Assim,
dir-se-ia que Xavier, por exemplo, em nome do Amor, do Cristianismo Puro que
ele tão bem compreendeu e exemplificou, é o próprio Consenso Universal no
Ensino dos Espíritos Superiores que laboraram com ele, em torno dele, fazendo
chegar suas luzes a um nível mundial, abraçando a Humanidade inteira, seja ela
humana ou errante dos planos rarefeitos e compostos de outras densidades
físicas, corporais, mais ou menos espirituais.
Vejo,
pois, que o Século 19 representara o período de implantação da Doutrina
Espírita no Mundo como Terceira Revelação da Lei de Deus, período este
caracterizado pelos médiuns de efeitos físicos e inteligentes que estiveram na
lida para as provas científicas da sobrevivência espiritual; já, o Século vinte
(20), por sua vez, aparece-me como sendo o dos grandes médiuns psicofônicos,
escreventes, e suas portentosas obras divulgadoras do Espiritismo nos moldes de
mais dilatados esclarecimentos e da exemplificação da caridade, do amor, da
verdadeira religiosidade, porque também a fé representa uma peça de grande
importância nos roteiros da Alma em vista de sua mais alta destinação.
Preocupa-se
muito com a intelectualidade, com a Ciência, esquecendo-se que a Religião, por
meio do Amor, é o mais importante meio de se fazer o nosso retorno ao amplexo
do Justo e Excelentíssimo Pai.
Ora,
Religião explicita Re-ligar, ou seja, religar o filho que se desprendeu do Pai
por desobediência e Involução. Jesus, portanto, não visa tão somente a nossa
desenvoltura filosófica e científica, mas também e, sobretudo, o nosso
aprimoramento ético, axiológico e religioso tal como enseja a obra central do ‘Pentateuco
Kardequiano’ relembrando ao homem, primeiramente:
“Amai-vos”,
e,
secundariamente:
“Instruí-vos”,
Mostrando
que as regras do bom viver por meio dos princípios ético-religiosos do
Evangelho são fundamentais para o nosso desenvolvimento espiritual, que fala ao
nosso íntimo, pois, que:
“Ciência
e Filosofia são meios, o Evangelho é o fim”. (Emmanuel).
Em suma, o
Espiritismo é Religião sim; uma Religião em Espírito e Verdade. É certo que alguns
espiritistas não gostam do termo, preferindo entender o Espiritismo apenas como
Ciência do Espírito, ou, no máximo, admitem compreende-lo como uma Filosofia
científica, como se fosse possível um Espiritismo Laico, sem Deus e sem Jesus.
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Capítulo 9
A CUEE E SUA DINAMICIDADE
Assim, minha
análise do conceito instituído como CUEE, observa e conclui pela postura de que
o mesmo é um referencial importante, mas não inamovível em seu preceito mesmo.
Sabe-se
que a essência de tudo é fundamentalmente evolutiva. Até compreendo os
posicionamentos de certos espiritistas mais ortodoxos; também eles devem ter o
seu relevante papel no meio em que se inserem. Mas também eles, quero crer,
serão convocados, cedo ou tarde, às devidas ampliações de seus horizontes
culturais e espirituais, sobrelevando-se, os sentimentos morais e religiosos,
conquanto hoje possam discordar.
Portanto,
os sucessivos avanços e desdobramentos doutrinários se fizeram e vão continuar
se fazendo e se estabelecendo paulatinamente, enquanto necessário, sem que se
pretenda uma reforma da Codificação que deve ser respeitada e mantida em sua
forma original, autorizada por Jesus. Mas desenvolver a Doutrina não é
desrespeitá-la, e sim estar coerente com ela por constar de seus princípios
fundamentais. Reformá-la seria deturpá-la, mas, por amor a ela, não nos cabe
sua deturpação.
Mas quero
acreditar igualmente, que o conceito da CUEE, por sua relatividade intrínseca,
também é suscetível do desdobrar-se, do renovar-se na forma de novos
entendimentos como sugere o presente estudo, até que um dia, se desdobrando e
se renovando, tal conceito desaparecerá por si mesmo, por nossa condição de
Espíritos Puros, onde o Consenso se transmudará para a Pessoa e a Vontade de
Deus.
Óbvio,
pois então, que o mesmo está destinado a desaparecer um dia para converter-se
com a transcendência de nós mesmos, onde, como Espíritos Puros, seremos iguais
aos nossos superiores para sermos Unos com a Vontade de Deus.
Mas como
esse tempo ainda tarda a chegar, retornemos ao nosso cotidiano de estudos e de
seus lógicos desenvolvimentos. Vimos, no primeiro capítulo deste arrazoado, que
este autor pretendia demonstrar a Dimensão Relativística da CUEE, que, em sua
dinamicidade, é conceito derivado da Razão, dependendo, pois, das análises
desta, de normas relativas à sua:
-Aplicabilidade,
à sua:
-Eliminabilidade,
e até mesmo de uma sua possível:
-Alterabilidade.
Mas
poderia, de fato, a Razão subestimar, ou, em certos casos, eliminar o conceito
da CUEE?
Deixemos
tal resposta aos cuidados do Codificador mesmo, mais exatamente com “O Livro
dos Espíritos” (Allan Kardec – 1857), parte segunda, capítulo 5: ‘Considerações
Sobre a Pluralidade das Existências’, onde Kardec, em dado instante de seus
lógicos esclarecimentos, declara:
“Examinemos
de outro ponto de vista a matéria, e, abstraindo de qualquer intervenção dos
Espíritos, deixemo-los de lado, por enquanto”. (Opus Cit.).
Ou seja:
Kardec, em tal momento, está, nada mais, nada menos, que: abstraindo-se da
CUEE, deixando-a de lado, por enquanto. E, em pelo menos três laudas, ele vai dar
ampla explicação do tema enfocado se utilizando apenas da Razão, da Lógica,
pois, de sua mente genial. A inteligência inferior, pré-Lógica, jamais operaria
de modo semelhante. A de um religioso qualquer, por exemplo, não conseguiria
sistematizar tão dilatadas idéias, e não somente por estar, pessoalmente,
comprometido com o nível bíblico de sua atuação, mas também porque, e,
sobretudo, digo-o ainda, pelo modus-operandis limitado de sua mente juvenil.
A de
Kardec, no caso, dimana de uma inteligência madura, superior, dotada de Lógica
Formal, onde o indivíduo vai refletir coerentes suposições e descrever
razoáveis hipóteses, produzindo uma verdadeira revolução no mundo das idéias e
das crenças mais pueris. E, um pouco mais adiante do seu longo texto, o Codificador,
quase concluindo, vai proclamar, outra vez, abstraindo-se da CUEE:
“Temos
raciocinado, abstraindo, como dissemos de qualquer ensinamento espírita que,
para certas pessoas, carece de autoridade. Não é somente porque veio dos
Espíritos que nós e tantos outros nos fizemos adeptos da Pluralidade das
Existências. É porque essa doutrina nos pareceu a mais lógica e porque só ela
resolve questões até então insolúveis”. (Opus Cit.).
Mas,
fundamentalmente, o que isto quer dizer?
Quer dizer
que: há casos e situações, sim, em que a Razão, fazendo abstração da CUEE,
poderá, isoladamente, extrair suas próprias e também certeiras conclusões,
independentemente, pois, do conceito que dimana da Concordância Universal. E,
mais adiante, vejam a afirmativa de Kardec, proferindo que teria repelido a
Pluralidade das Existências, mesmo sendo proveniente dos Espíritos, se ela
fosse contrária à Razão.
Significando
conceituar que:
“A
CUEE é, realmente, de caráter relativo, e não absoluto, e Kardec tinha
conhecimento de tal fato”.
E constato
isso ao verificar o peso bastante considerável de sua melhor lógica, de sua
considerável Razão, no trato não somente desta questão como de muitas outras
atinentes ao Espiritismo. Noutros termos, quero deduzir que sua melhor Razão,
por vezes, parece imperar sobre tudo, inclusive sobre o conceito da CUEE,
impondo, muitas vezes, pura e simplesmente: sua Eliminação.
Há sim,
pois, uma condição de Eliminabilidade do conceito instituído por Kardec como
CUEE. E sua supressão se daria e se dará pela coerência e pela mais avançada
Razão que, afinal, estabelecera tal princípio como coadjuvante e tem nele o seu
direcionamento ou não, dando-lhe crédito ou não, nas mais diversas situações.
Vê-se, pois, que a Razão o aplicara diversamente na expansibilidade do
Tempo-Evolução que vão sendo comportados pela dinâmica incessante do
Espiritismo que não para, mas segue avante acompanhando o progresso das coisas,
das Humanidades em suas mudanças e transformações.
Resumindo:
vejo que o principio estabelecido como CUEE não é tudo, doutrinariamente
falando; e sim parte, de relativa aplicabilidade, ou seja: de uso restrito e
sujeito à Razão.
Assim,
pois, o princípio da CUEE não é um conceito absoluto, e sim relativo; ele está
condicionado ao caráter de quem dele fizer uso e condicionado ao
Tempo-Evolução. Ou seja, às diversas circunstâncias do progredir humano, e
espiritual, que se submetem, mas também influenciam o progredir doutrinário.
Por ser um
princípio criado pela mais avançada Razão, de Lógica nitidamente Formal, deve a
ela, muitas das vezes, e não se sabe quantas, curvarem-se de forma a não
incapacitá-la com a retirada do seu mais legítimo atributo: o soberano e livre
pensar.
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Capítulo 10
SUGESTÃO INFORMAL: CUTE
Finalizando,
minha observação analítica, racional e intuitiva do conceito da CUEE está a
concluir por sua Relatividade que implica, também, no condicional de sua
Alterabilidade pelo que estabeleço, informalmente, como CUTE: Concordância
Universal no Tempo-Evolução, consoante Quadro Relativista da CUEE:
==================================
RAZÃO
|
CUEE
|
RELATIVIDADE
|
APLICABILIDADE ------------
ELIMINABILIDADE
|
ALTERABILIDADE
|
CUTE
===================================
Sendo que,
da sua Aplicabilidade e Eliminabilidade, os capítulos anteriores já se
reportaram a tais situações; e, no tocante à sua Alterabilidade, e, como Kardec
não retornara para submeter tal Conceito a todos os novos princípios e novos
ensinos doutrinários, e, como os espíritas modernos não se pronunciaram, mas
sim, cruzaram os braços, será preciso contar, então, com sua Relatividade
intrínseca, tornando possível, com isso, e, pelo menos em tese, fazer-se uma
alteração em seu modus-operandis estabelecendo uma sua re-interpretação
doutrinária como:
“CUTE:
Concordância Universal no Tempo-Evolução, tal como antítese doutrinária, de
cuja discussão, dos mais sábios espiritistas, poderá surtir bons efeitos e
novas sínteses doutrinais”. (frp).
Ora,
derivando-se da Razão, a CUEE, de Allan Kardec, depende de suas análises, de
normas, pois, concernentes à sua Aplicabilidade, Eliminabilidade e de sua nova,
bem como teórica, condição de Alterabilidade, ou, como o disse, de uma sua
Re-interpretação Conceitual, de seguintes termos:
-CUEE:
parece-me que esta se aplica ou se aplicaria à apuração individual e específica
de novos ensinos ou de novos princípios contidos nos ditados dos Espíritos,
como por exemplo: Reencarnação;
-CUTE:
vejo esta com o diferencial de se fazer uma admissão do conteúdo de
determinadas coleções de ordem espírita ou mediúnica, desde que observadas certas
regras para a sua aceitação, ou, para a sua rejeição por questões de
divergências doutrinárias, científicas ou filosóficas, decorrentes ou não, de
mistificações ou de problemas contidos na filtragem do trabalho.
Observando-se,
todavia, que tais coleções, ou conjunto de obras, ensinos e princípios, já vem
com o selo de garantia de dados, ensinos e princípios já consagrados e apurados
individualmente pela CUEE, não os desmentindo em tempo algum, mas sim
desenvolvendo os mesmos e os ampliando no Tempo-Evolução.
Por
exemplo:
1 - A CUTE
vê na obra de Chico Xavier uma Concordância Geral dos espiritistas que acataram
ou acatam a sua obra no Mundo e uma Concordância Geral dos Espíritos que a
consolidaram, sendo que no tópico ‘espiritistas’ se faz a seguinte ressalva:
são apenas alguns poucos que: por ignorância, ou, por motivos banais a
desaprovaram ou a desaprovam, sendo, pois, de um caráter irrelevante em face de
sua ampla e total aprovação.
2 - A CUTE
vê na obra de Pietro Ubaldi uma Concordância Geral dos espiritistas que
acataram ou acatam a sua obra no Mundo e uma Concordância Geral dos Espíritos
que se pronunciaram em diversos paises por meio de numerosos médiuns distantes
uns dos outros, sendo que no tópico ‘espiritistas’ se faz a mesma ressalva do item
anterior.
Assim,
resultando da Relatividade da CUEE, e, de certo modo lhe observando alguns
passos, é que a CUTE analisa, detecta e, pelo uso da Razão alberga e acata
princípios novos, porém, estriba-se no conjunto e não no particular, na idéia
geral e não no específico que já fora alvo de analises e comprovações
anteriormente firmadas. Diria mais: que a CUTE é uma derivada da idéia
progressiva do Espiritismo como um todo, que não se detêm em tempo algum, que
segue avante descortinando novos rumos doutrinários, científicos e culturais
independente de posturas paralisantes dos que não lhe compreende a postura reveladora.
Assim, eu
não vejo no momento outra saída a não ser optar pelo conteúdo e pelo ditado da
nossa Razão determinando a CUTE, e, também, pela Razão Maior consubstanciada no
Poder e na Vontade do Nosso Mestre Jesus de nos enviar seus muitos missionários
e suas formidáveis coleções mediúnicas, tais como de Ubaldi, Xavier, Divaldo,
Freire, Raul, Yvonne e tantos outros médiuns sérios, contando ainda com os
clássicos, os cientistas do Espiritismo, da Metapsíquica, da Parapsicologia, da
Psicobiofísica, e etc., todos eles encarregados de desenvolver a Doutrina
Codificada por Allan Kardec.
Obviamente
que, de tudo quanto fora exposto, muitas dúvidas aparecem e, por isto,
questiona-se:
a) A CUEE
deriva da Razão e é, pois, coadjuvante dela?
-Já vimos
que sim; após verificar-se uma espécie de consenso das mais diversas instruções
espiritistas, Kardec, com sua Razão, estabelece um meio de se obter garantia um
tanto mais segura e confiável de que o conjunto de tais instruções, em sendo
uníssono, e acorde, firma-se, com isso, a CUEE.
b) E
também a CUTE nasce da Razão, não é assim?
-Sim, sem
dúvida que sim.
c) Até que
ponto isso tem validade científica?
-Num e
noutro caso são apenas subjetivos. No caso da CUEE, por exemplo, pode ser
levantado o seguinte questionamento: quantas comunicações são necessárias para
se obter uma informação garantidamente séria e confiável? Pois que, afinal,
patenteiam-se também as instruções discordantes formando o seu consenso
particular. Assim, CUEE e CUTE não refletem, de modo específico, e claro,
validade científica, e sim, e, tão-só, validade filosófica.
Todavia,
por questões maiores, se deve dar crédito ao Trabalho Concordante de Allan
Kardec que, sem dúvida, estivera sob o amparo do Altíssimo e da plêiade de
Espíritos superiores sob o comando de Jesus; o que não quer dizer, de modo
absoluto, que referido trabalho tenha precisão matemática perfeita e exata,
pois que não tem, e, para tanto, observemos, por exemplo, a obra “A Gênese, Os
Milagres e as Predições” (Allan Kardec - 1869), Capítulo 6: ‘Uranografia
Geral’; sem dúvida, com algumas notórias imprecisões científicas.
Assim, parece-me
que CUEE e CUTE, são questões muito mais de índole filosófica do que de caráter
científico propriamente falando. Tanto é que a CUEE não pegou, não se lhe
praticara e não se obtivera da mesma qualquer êxito neste sesquicentenário (168
anos) do Espiritismo no Mundo.
d- A CUEE,
então, depende da mentalidade específica e particular de quem a use?
-Não só a
CUEE depende da Razão específica e particular de quem dela se utilize, mas a
CUTE também; ou seja: depende do caráter pessoal de quem lhe fizer uso; sendo
que a CUTE não exclui a CUEE, mas tão só lhe acrescenta novas possibilidades.
Penso que a
CUTE, na medida em que se vão fazendo novos avanços espirituais, novos
progressos no campo da mais elevada Razão e da mais pura Mediunidade, a coisa
tende a fluir melhor, a consertar-se, firmando-se num equilíbrio geral. Esta
minha idéia, tenho cogitado, não antecipa coisa alguma, mas sim confirma o que
já vem ocorrendo em nossa psicologia habitual. Ora, quem não tem suas próprias
idéias, seu modo muito particular de agir e de pensar, de entender e de opinar,
acatando ou não este ou aquele trabalho, esta ou aquela obra, de um ou de outro
autor, médium ou não?
A CUTE,
pois, já é do nosso uso e caráter há décadas, séculos e milênios; mas, em nosso
caso, mais especificamente, renasce da relatividade da CUEE. Ora, a
Espiritualidade sempre nos inspirou, e, de tal forma que, não paira dúvidas
sobre mim, de que ela nos dirige, nos influencia beneficamente, cotidianamente,
nas rotinas de nossos trabalhos, na educação dos nossos filhos, nos
desdobramentos espirituais, permitindo-nos ver que, na medida exata dos nossos
progressos concomitantes, vamos sendo engajados às idéias do belo, do que seja
eticamente correto, do que esteja direcionado para o divino e sumo bem.
e) E a
Humanidade vai se encaminhando...?
-Para o
amor. Somos provenientes de um Supremo Ato de Amor. Com efeito, a Verdade é
Una, o Evangelho Messiânico, de Deus e de Jesus, é norma insuflada no Universo
inteiro, em toda a sua cósmica integralidade, e, portanto, mesmo na condição de
livres pensadores, engajados à CUTE, chegaremos a um mesmo e recíproco
entendimento sem barreiras institucionais, políticas ou territoriais,
filosóficas ou científicas, porque estaremos sempre aderentes ao que houver e
ao que há de melhor em nós mesmos, se qualificando altamente mais; sempre
aderentes, pois, ao que de melhor pudermos fazer em nosso mundo íntimo e particular.
f) Tais
Consensos, CUEE e CUTE, existirão para sempre?
-Absolutamente
não, pois que serão excluídos em nossa condição de Espíritos Puros, onde tais
consensos se transmudarão para a Pessoa e a Vontade de Deus. Mas, por enquanto,
o nosso íntimo e pessoal, expressando o que há de melhor em nós mesmos, não
exclui o fato de também estarmos aderentes ao que há de melhor em nossos
superiores hierárquicos, ou seja, em nossos instrutores espirituais.
g) Então
tais Consensos não desaparecerão por completo?
-No longo
curso do processo evolutivo, não. Poderá até renovar-se na forma de novos
entendimentos em função de sua relatividade no Tempo-Evolução. Mas só desaparecerá,
como já visto, para converter-se com a transcendência de nós mesmos, onde, como
Espíritos Puros haveremos de ser iguais aos nossos superiores e Unos com a
Vontade do Criador.
h) Devemos
depender da CUEE e da CUTE?
-Isso
lembra um pouco a dependência que algumas pessoas, espiritistas ou não, tem
pelo seu guru, do seu médium ou coisa parecida. Algumas chegam ao ponto de não
sair de casa sem antes consultar o seu guia. Ora, não somos dependentes absolutos
de tais Consensos e tampouco dos nossos guias espirituais. Se fosse assim, para
quê, então, existiria a Razão? Se vamos ficar restritos aos nossos instrutores
espirituais, não precisaremos nem de pensar, nem de laborar, mas tão somente de
ouvir e obedecer.
Mas sabemos
que assim não é. Precisamos trabalhar, pesquisar e adquirir conhecimentos e
aprendizados à nossa própria custa e responsabilidade, pois que tais vão sendo
incorporados a nós mesmos como frutos de nossa operosidade e das experiências
adquiridas pela eternidade. Errar faz parte do processo educacional e, com o
erro aparece o determinismo como resposta conseqüente e possibilidade de
correção, de aprender de novo e de fazer certo, se alçando para frente e para o
alto ascensionalmente.
Destarte,
somos irmãos para toda uma imortalidade, onde, hoje, os nossos superiores nos
ajudam, nos instruem e nos protegem se tivermos o devido merecimento, e,
portanto, veladamente, sem nada nos cobrar por isto. E amanhã, se formos
capazes, também teremos nossos tutelados que, de igual maneira, ajudaremos,
instruiremos e protegeremos se também eles tiverem o devido mérito; e assim
sucessivamente, ora aqui, ora acolá, mais ou menos esclarecidos e sábios, até
alcançarmos a definitiva e divina luz em Deus: Nosso Pai.
Finalizando:
CUEE e
CUTE são Conceitos de procedimentos relativos e dependem da Razão, de qualquer
Razão observadora do que resulte do fenômeno paranormal, espirítico-mediúnico
ou coisa que o valha no imenso campo do Espiritismo.
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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
BIBLIOGRAFIA
-“Obra Completa de Allan Kardec” – Diversas
Editoras;
-“Os Quatro Evangelhos” – J-B Roustaing – Feb;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier” – Divs.
Editoras; Internet; sendo de destaque no presente e.Book:
-“Caminho, Verdade e Vida” – Emmanuel - Feb;
-“No Mundo Maior” – André Luiz – Feb;
-“E a Vida Continua” – André Luiz – Feb;
-“Missionários da Luz” - André Luiz – Feb;
-“Nos Domínios da Mediunidade” – André Luiz –
Feb;
-“Obras Diversas dos Clássicos” - Gabriel
Delanne, Leon Dennis, Camille Flammarion – Feb;
-“A Psicologia da Criança” – Jean Piaget e Barbel
Inhelder – Bertrand Brasil - e:
-“Bíblia Sagrada” – Edições: Católica e
Pentecostal.
LISTAGEM DOS e.BOOKS DE:
Fernando Rosemberg Patrocinio
01-Ciência Espírita: Tese
Informal;
02-Espiritismo e
Progressividade;
03-Espiritismo e
Matemática;
04-Mecanismo
Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física
Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico
Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do
Evangelho;
10-Espiritismo e
Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e
Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita:
Reformulação;
16-Kardecismo e
Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas
(web artigos);
18-Maiêutica do Século
XXI;
19-Espiritismo:
Fundamentações;
20-Ciência de Tudo:
Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do
Espírito;
22-O Homem Integral
(Reflexões);
23-Espiritismo e
Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do
Espírito;
27-Construção
Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec,
Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo
e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica
do Homem;
43-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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