segunda-feira, 20 de maio de 2019

MECANISMO ONTOGENÉTICO (4o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocínio

(4º. e.Book:)

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MECANISMO
ONTOGENÉTICO

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Introdução:

Capítulo 1: INCÓGNITAS DA CRIAÇÃO

Capítulo 2: DESCORTINANDO SOLUÇÕES

Capítulo 3: DIGRESSÕES NECESSÁRIAS

Capítulo 4: O TEMPO PRESENTE EM DEUS

Capítulo 5: CONSTRUINDO SEM DESTRUIR

Capítulo 6: DEVASSANDO O MECANISMO

Capítulo 7: UMA SINOPSE IMPRESCINDÍVEL

Capítulo 8: A QUEBRA DE PARADIGMAS

Capítulo 9: OUTRAS LEIS DA CRIAÇÃO

Capítulo 10: NUM PLANO CONCILIADOR

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

Sabe-se que “Onto” expressa o Ser, o Indivíduo, e, no caso em questão – ontogenético - de sua gênese. Abordaremos, pois, a gênese do Ser, que, em termos de Espiritismo, expressa o Espírito palingenésico que há em nós bem como nos demais reinos da Natureza. Em sentido mais amplo, pois, estaremos a ver a gênese da Matéria do nosso Universo estelar, que inclui nossa Galáxia, nosso Sistema, nossa Terra, nossas vidas, lutas e cogitações.

Óbvio que, de início, se faça muitas perguntas, cujas respostas serão dadas no decurso da presente tese, ou seja, da nova teoria que ora se levanta, posto não se ter alternativa outra, que não, a que se nos revela de momento. Diga-se que não se trata de uma nova teoria, e sim, de uma ratificação de duas outras anteriores – as contidas nas obras de: Allan Kardec e Pietro Ubaldi – confrontando e completando as mesmas na forma de um ajuste necessário, muitíssimo especial.

Para mim, é indubitável que o fenômeno da Evolução se resolve com o da Involução, ou, então, que o problema da Dor, como norma de nossa subida evolucional, é conseqüência de uma Rebeldia anterior, ocorrida nos processos genéticos do Ser ou dos Espíritos Puros e Conscientes (EPC) no infinito de Deus-Pai, o Criador. E verificou-se que uma parte do Sistema então gerado veio a corromper-se no egocentrismo, perdendo sintonia para com a Ordem da Lei, cujo levante teve como conseqüência direta o desmoronamento de dimensões altíssimas que, ao âmbito de nossa psicologia - que reduz o fenômeno - se entende como uma espécie de “queda dos anjos”, ou melhor, queda da criatura na condição física e material, que nada mais é que uma outra veste sua, ou seja: a dos Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) encarnados e, pois, reencarnados à matéria biológica dos Mundos para sua redenção salvífica no que se compreende como: Evolução: de tudo e de todos, o que inclui, pois, o plano das humanidades; ou seja: nós mesmos: Espíritos humanos reencarnados.

Entretanto, se Ubaldi, com Xavier, desenvolve Kardec como o fizemos crer na trilogia dos e.Books: “Ciência Espírita: Tese Informal”, “Espiritismo em Evolução” e “Espiritismo e Matemática”, ocorre que na Ordem da Criação:

-Constata-se que tais Doutrinas, de Kardec e Ubaldi, se destoam e se conflitam por incógnita que me acompanhara por quase três décadas.

Por mais buscasse, não conseguia a solução para tão intrigante problema. E ante tais perspectivas, que claramente se conflitavam, matutava eu comigo mesmo: Como entendê-las? Como conciliá-las? Pois, pelo visto, uma diz uma coisa e a outra parece dizer outra coisa que parecem mui claras e mui bem distintas para meus parcos raciocínios. 

Dita solução, entrementes, fui encontrá-la na visão clara do que a mim fora permitido por amigos da espiritualidade, que, mais uma vez, trataram da ‘Conciliação Doutrinária Kardec-Ubaldi’, razão pela qual rogo paciência, serenidade e sábias reflexões dos leitores para a compreensão dos dez (10) capítulos que doravante estaremos a desenvolver, os quais, como já dito, não vêm segregar Allan Kardec e Pietro Ubaldi, mas sim conformá-los ao amplexo de uma teoria única: a do “Mecanismo Ontogenético”, ou, “Uno-Contínuo da Criação”.

O autor:
Um aprendiz como você Leitor.

Obs.: Referido e.Book, agora corrigido e ampliado, fora publicado na Internet na forma de textos a que pude denominar: 'A Teoria da Criação Espiritual'; tais textos, na verdade, constituíram esboços gerais que, agora, tem sua versão definitiva e sem mais correções na forma de livro digital.

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Capítulo 1

INCÓGNITAS DA CRIAÇÃO

Devo ratificar, antes de tudo, que Allan Kardec e Pietro Ubaldi constituem, a meu ver, dois grandes expoentes do Espiritualismo no mundo. Do Espiritualismo em termos genéricos, pois sabemos bem que, de forma específica, e, no tocante ao primeiro: temos o Espiritismo; e, no tocante ao segundo: verifica-se a positivação do mais alto e mais reluzente Monismo.

Nascidos ambos no Século 19, o primeiro em 1804 e o segundo em 1886, entretanto, vieram a notabilizar-se no campo do conhecimento, nos Séculos 19 e 20 subsequentemente. É que Kardec, de 1854 até 1869, conheceu, estudou e codificou o Espiritismo na face terrena. Em sua obra monumental, de vinte e quatro (24) volumes, se vê que a obra de Kardec, no campo da criação espiritual, descreve, aqui e ali, que Deus Criou e Cria Incessantemente, os Seres denominados Espíritos na paupérrima condição de Simples e Ignorantes (ESI).

Ou seja, os Espíritos (ESI) são criados na mais ínfima situação psicológica e axiológica, consciencial e moral, mas com potencialidades imensas por desenvolver no decurso do fenômeno evolutivo, passando pelas adversidades dos mais diversos reinos da natureza até alcançar o termo máximo como Espírito Puro e Consciente (EPC), que se presume uma consciência altíssima e, portanto, inimaginável aos padrões atuais do nosso entendimento.

E Ubaldi, de 1931 até 1972, codificou um novíssimo Monismo em trabalho igualmente monumental, constante, igualmente, de vinte e quatro (24) volumes. Tal parece, para alguns, mas, com certeza iniludível, para mim, que Ubaldi veio cumprir a profecia de Erasto no tocante àquela ideia da criação dos Espíritos Simples (ESI), constante da obra de Kardec, ao proferir:

“... Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma exposição mais inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Vide: “Revista Espírita” - AK - março de 1864 – Edicel).

Assim, Erasto deixou claro, mais do que evidente que a questão dos Espíritos terem sido criados Simples e Ignorantes (ESI) para desenvolver-se nos Mundos materiais não encerrava absolutamente tudo. Que, portanto, há mais que o tão restrito sistema enquadrado pelo ‘Modelo Apenas Evolutivo’, que, se estendendo e se ampliando um tanto mais, passa a denominar-se: ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, ou, então, ‘Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. Óbvio que a questão do Espírito ter tido sua origem na condição de Simples e Ignorantes (ESI) não ficou bem resolvida pelo Espiritismo Codificado. (há controvérsias).

Que tal questão, como muitas outras, evidentemente, teriam de ser desenvolvidas e completadas mais tarde, pois Deus não criaria Seres tão singelos, humildes e ingênuos para as tantas dores, armadilhas e adversidades dos Mundos materiais.

E, neste decurso de cento e cinqüenta anos da Codificação, é óbvio que os grandes médiuns escreventes, enviados pelo Cristo, muito fizeram pelo desenvolvimento da mesma, e, inclusive, e, especialmente, Pietro Ubaldi que desvenda os mistérios do Ser, de sua origem, fundindo conhecimento, filosofia e religiosidade em uma só e vasta concepção unitária, monista, de ordem transcendental; o que se confirmara pela Obra Xavieriana que autoriza a Obra Ubaldiana.

Do Monismo ultra-moderno, pois, destaco a que considero como a mais importante obra de filosofia científica de todos os tempos da humanidade: “A Grande Síntese” (Pietro Ubaldi – 1937 – Fundapu), obra insuperável, onde se elabora uma verdadeira síntese e solução dos problemas da Ciência, da Matéria e do Espírito, fornecendo conceitos genéricos, porém, profundíssimos, de toda a fenomenologia universal.

Com efeito, “A Grande Síntese” (PU – 1937 – Fundapu), já apresentava evidentes sinais do já citado ‘Mecanismo Involutivo-Evolutivo’, onde a Evolução, como já se falou, decorre da Involução e, a Dor, disseminada pelos mais diversos planos materiais, decorre de uma Rebeldia anterior. E, portanto, ratificando: Evolução significa cura e salvação da criatura do erro cometido nos tempos primordiais, de sua gênese espiritual. E tudo se resolve, finalmente. Assim, pois, nos tempos primordiais - da Gênese do Espírito - verificou-se um grande fenômeno que a nós todos interessa, pois que houve um processo de corrupção moral, que se compreende por tão singela disposição equacionária:

[( Rebeldia = Involução )]

E, nos presentes tempos dos Orbes universais temos que:

[( Dor = Evolução )]

Ou, de forma mais clara ainda: Evolução significa Salvação ou Cura do Espírito rebelde e transgressor, decaído na matéria. E assim, pois, cumprida está, com Pietro Ubaldi, a profecia de Erasto no tocante à: “exposição mais inteligível”, que também é mais Justa e mais consonante à Justiça Suprema, clareando e pacificando nosso entendimento da questão.

E o fato é que: nos quadros desenhados pela obra de Kardec e de continuadores de tal vertente doutrinária, que adotam apenas o período esquematizado pelo ‘Modelo Evolutivo’, temos resumidamente que:

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EVOLUÇÃO

[(ESI) (exp)=(dor) (EPC)]
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Ou seja: Deus criou e cria incessantemente os (ESIs) para sua evolução nos tempos inumeráveis dos mais diversos Mundos, até à sublimada condição de (EPCs). Método da Evolução: experienciações (exp) na vida material, ou seja, nas adversidades (dor); e preconiza-se que tais experienciações, vividas pelo ESI, o alçarão, bem mais tarde, às condições de um EPC, o que denota, pois, ausência de Justiça, de Misericórdia e de Amor por parte de um Criador que os retirara de Sua criação sem culpa alguma, e, portanto, como Seres inocentes que haverão de experienciar as condições mais adversas da vida vegetal e animal, partindo das convulsões infernais do determinismo atômico na Matéria, e como Matéria, pois se tem dito que: a Alma dorme no mineral, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem.

Ou, noutros termos: que “o arcanjo (EPC) começou por ser átomo (ESI)”, evoluindo e crescendo nas adversidades e nas dores da engrenagem evolutiva, atendendo aos ditames e rigores da portentosa, mas injusta: Lei. Todavia, mais condizente com os atributos divinos, a obra ubaldiana em desenvolvendo o pensamento contido no modelo anterior, preconiza os dados constantes do seguinte esquema do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’:

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INVOLUÇÃO  .........  (=cc=)  ...........  EVOLUÇÃO

[(EPC) (exp)=(rebeldia)(=cc=)(ESI)] (exp)=(dor) (EPC)]

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Sendo que o sinal (=cc=) significa “conexão conversiva”, ou seja, de um fenômeno que se converte em outro fenômeno: da Involução que se converte na Evolução, ou então, de um indivíduo (EPC), cuja insatisfação por ele mesmo criada e experienciada (exp) nos altos planos conscienciais, levou-o a condição de (ESI); onde agora, tal rebeldia e conseqüentes experienciações (exp) nas adversidades e na dor vão expressar Justiça, Misericórdia e Amor do Pai para salvar o filho do erro, de sua perdição na iniqüidade, que representa, mais ainda, saneamento e cura do (EPC) rebelde que, na condição de (ESI), vai lentamente retornando ao amplexo do Pai, para respeitá-lo e comungá-lo na conformidade do mesmo Amor.

E daí o termo religião: explicitando re-ligação, ou re-ligar o filho que se desprendeu do Pai, d’Ele se desligando por Si mesmo, por sua livre e espontânea vontade, arcando, pois, com suas inevitáveis conseqüências.

Sendo tal ideia, pois, de uma intuitividade universal, contida na cultura de tantos povos e, inclusive, em várias passagens bíblicas: da Queda Espiritual. E se questionaria: por que a universalidade de tal crença se ela não condiz com a verdade? Por que os povos antigos e seus médiuns falavam de tal passagem, da referida Queda, lá no início dos tempos, nos primórdios da criação? E, por que Jesus, numa clara alusão a ela, e, como expectador testemunhal do grande fenômeno involucional, declarara positivamente que:

“Eu vi Satanás cair do Céu como um relâmpago”. (Vide: Lucas, cap. 10, v. 18).

Sendo Satanás, pois, a figura emblemática de um Ser qualquer, ou, de um Espírito que, no caso, decaíra de sua condição altíssima (EPC) para uma outra condição menos reluzente, como Espírito Simples (ESI). Consonante com tal princípio da referência de Jesus, temos que um outro de seus apóstolos declara formalmente:

“De fato, Deus não poupou os Anjos que havia pecado, mas lançou-os nos tenebrosos abismos do inferno”. (Vide: Segunda Epístola de Pedro, cap. 2, v. 4).

E, outro, em Revelação, afirma que:

“Houve uma batalha no Céu, Miguel e seus Anjos guerrearam com o Dragão. O Dragão batalhou juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado, e no Céu não houve mais lugar para eles”. (Vide: João, Apocalipse, cap. 12, v.v. 7 e 8).

E o mesmo ver-se-á noutra Epístola, a de São Judas, v. 6. Mas vejo que a mais completa de tais revelações bíblicas está em Ezequiel, em seu cap. 28, v.v. 12 a 18. Vale a pena que o leitor a consulte para constatar que se trata da mesma e moderna revelação de Pietro Ubaldi, porém, agora, em linguagem científica, com as devidas ampliações teológicas e ontológicas, filosóficas e psicológicas, éticas e axiológicas e demais explicações que a ratificam plenamente.

Ou seja: para o primitivismo humano, um alimento mais grosseiro, destituído de maior clareza e sem muitas explicações, pois, para este, o indivíduo é mais rústico, menos sábio e menos perquiridor. Mas, para o homem moderno, mais crescido e dotado de mais avançada razão, refinada inteligência e moralidade, óbvio que, para este, substâncias menos grosseiras e mais convincentes, numa linguagem esclarecedora e positivamente científica como se encontra nos tratados de Ubaldi, estando ambos, antigos e modernos, com a Verdade Una, conquanto distantes a nível cognitivo e mental.

Mas o Espiritismo codificado, ou seja, apenas e tão-só da moldura kardequiana, também faz, positivamente, algumas referências a tal Verdade Universal; mas sem aprofundar o tema; já a obra de Xavier, com Emmanuel, André Luiz e outros mais, no-la confirma em muitas passagens de seus importantes livros. (Vide nossos e.Books: “O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual” e “André Luiz e Sua-Voz”).

Referida “queda” involutiva, e conseqüente “subida” dos degraus evolucionais, consubstanciam o que denomino “Espiritismo Integral”, ou, “Espiritismo Completo”, segundo Kardec. Assim, pois, penso que Pietro Ubaldi é um completador de Allan Kardec, desenvolvendo-o consoante Esquema Sucinto da Revelação Espiritual que os liga pela conexão (=c=) de suas obras a um só plano cognitivo:

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[(Obra de Kardec)](=c=)[(Obra de Ubaldi)](=)[(Espiritismo Integral)]

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Que, associado à Matemática constitui a “Psi-Matemática”, como já visto em trabalho anterior. Entretanto, ao estudioso mais atento, meus primeiros livros eletrônicos, deixaram dúvidas por resolver e que se vão solucionar no presente “Mecanismo” de minha inspiração.

Afinal:

-Para Kardec, a criação dos Espíritos é Incessante, para todo o sempre; e:

-Para Ubaldi, a criação é Única, de infinitos Espíritos, ao âmbito de Deus.

Este, pois, é o objetivo do presente e.Book: dar solução àquilo que, à primeira vista, nos parece claramente inconciliável ao âmbito da Criação Espiritual, revelada pelas doutrinas de Allan Kardec e de Pietro Ubaldi.


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Capítulo 2

DESCORTINANDO SOLUÇÕES

Assim, vimos que as Doutrinas de Kardec e de Ubaldi se destoam num ponto capital, pois, para Kardec: a criação dos Espíritos é Incessante, para todo o sempre; e para Ubaldi: a criação é Única, de infinitos Espíritos, ao âmbito de Deus.

E o fato que tal problema me perseguira por quase três décadas. Por mais buscasse, não conseguia a solução para tão intrigante problema. E, assim, pois: eu matutava, discutia, exigia respostas ante tão distintas assertivas; mas, dos amigos espirituais, aos quais me socorria, só obtinha o silêncio, uma não-revelação. Mas eu insistia: Como entendê-las? Como conciliá-las?

Uma diz uma coisa, e a outra, parece dizer outra coisa que me parecem bem claras e mui distintas para o meu escasso entendimento. Mas, se o Espiritismo Integral tivera o êxito de mostrar a correlação e o desenvolvimento de um pelo outro, tais aspectos (da Criação Espiritual) reclamavam resposta mais adequada neste panorama tão vasto das idéias espiritistas e monistas.

Ora, parece não se ter como conciliar tais elementos se a obra de Kardec diz que: ‘Deus há Criado sempre, Cria Incessantemente e jamais deixará de Criar’; e, a de Ubaldi afirma, categoricamente, ter havido uma ‘Única Criação’, de infinitos elementos (EPCs) ao seio de Deus, onde a iniqüidade de parte de seus componentes fizera surgir o grande fenômeno da Involução; ou seja: uma espécie de desconstrução psíquica do Ser (EPC), mas não para destruí-lo, e sim para salvá-lo na nova condição de Espírito Simples e Ignorante (ESI).

Que a Codificação, e demais obras que se lhe seguem, precisava e precisa ser complementada, disso não há a menor dúvida, pois que tal consta de suas palavras mesmas; e, por isto, Kardec, como já visto, e citado, aguardava o seu complemento concedendo a ela um todo harmonioso, de base forte, segura e duradoura. Por se achar ainda incompleta, seus desenvolvimentos sucessivos acabariam por abrilhantar a Doutrina ao cerne do que ele mesmo denominara: “Espiritismo Completo” e aguardava esperançoso pelo seu importantíssimo complemento. (Vide: “Constituição do Espiritismo” na “RE”, dezembro de l868; e etc.).

Mas, se teorizo que Ubaldi completa Kardec com o referido ‘Binômio Fenomênico’, como agora, então, conciliar amistosamente, aqueles componentes inconciliáveis da Criação Espiritual de um que difere da Criação Espiritual do outro, consoante Esquema Incógnito da Criação que explicita, perfeitamente, as dúvidas até então levantadas na seguinte desigualdade (=/=) doutrinária:

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KARDEC                            UBALDI

[(Criação Contínua)]    =/=     [(Criação Única)]

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Mas, dos escritos de Mateus, cap. 7, v. 7, patenteia-se algo do Mestre Nazareno que é de magna importância:

“Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porque todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e se abrirá àquele que bater à porta”. (Jesus).

Se assim é, no início de Março de 2011, de tanto perquirir, obtive o maior dos contentamentos de minha vida no insight de que a solução do problema residia nele mesmo, nas duas retro citadas assertivas dos “Espíritos Superiores” que instruíram Kardec no Século 19, e, de “Sua Voz”, que estivera com Pietro Ubaldi logo mais adiante, no Século 20. Sua solução encontra-se, paradoxalmente, na sentença que surgira tal como relâmpago conceitual em meu cérebro mesmo:
  
“A criação é Única conquanto caracterizar-se Incessante por estruturar-se em dimensionalidade espacialmente infinita e insubordinável a termos definitivos de conclusividade”. (frp).

Ora, o leitor simpatizante, ou, o espiritista que me lê algo despreocupado, talvez nada tenha “pegado” de tão simples e tão complexa sentença doutrinária. Óbvio que vou explicar melhor, dilatar seus conceitos passo a passo seguindo o fio da meada descrita que, agora, viera à luz, provando e demonstrando que, de fato, Kardec e Ubaldi não se destoam, mas se juntam e se unem numa só voz, a do Cristo Salvador que vem sabiamente nos instruir ainda, e sempre, na sua terna e magnânima presença espiritual.

Destarte, trêmulo de emoção, eu não só registrei tal sentença, mas também percebia sua extensa descrição doutrinária e solucionadora dos problemas que reclamam mais adequadas soluções.

Em sua síntese conceitual, pois, também percebi, no jato de luz que me envolvia, que a Visão de Deus no infinito é estável e absolutamente presente em Tudo; e, a nossa é instável, finita e evolutivamente relativa por situar-se no tempo, e daí nossas contradições. Enquanto somos variáveis, diversos e discordantes, Deus, ao contrário, não varia, não é diverso e tampouco discordante. Ora, Deus é Deus, e, portanto, é Invariável, é Uno e Infinito em Si mesmo, nas Suas Virtudes, Potências e Atribuições.

E então vi que: se Kardec e Ubaldi se resolvem numa simples conexão de suas doutrinas para a solução e o entendimento dos problemas levantados com o fenômeno evolutivo, pude atinar que o problema das origens também se resolve numa mesma e simples conexão de seus pareceres na conformidade do Esquema Conclusivo da Criação e que darei, obviamente, mais amplas explicações:

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KARDEC                    UBALDI                   RESULTADO

(Criação Contínua) (=c=) (Criação Única) (=) (Mecanismo Uno-Contínuo da Criação)
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Portanto, tudo quanto afirmarei a partir de agora decorre da feliz intuição que obtivera de sábio instrutor espiritual e que considero como uma das mais importantes revelações à minha pessoa; intuição esta que me impressionara imenso, deixando-me algo perplexo e assustadiço por perceber um fenômeno nitidamente superior à nossa cotidiana visão das coisas e que, portanto, e obviamente, não considero como uma visão divina, e sim, como uma captação instrutiva de um Ser que me é notadamente superior, o que já é muito para minha Alma desvalida e inferior.

Assim, pois, avancemos!

E sigamos uma forma de pensamento não muito usual do nosso cotidiano terreno que nos parece esfacelado e mobilizado pelo tempo-evolução; penetremos, pois, o Uno-Completo além do tempo, escapando, um tanto, de nossas mesmices estafantes e incompletas, pois que sempre falta alguma coisa em nós, configurando o que parece ser uma eterna angústia existencial, resultante, quero crer, de nossa decadência de altíssimos planos que nos albergavam a Alma livre, leve e solta, mas insatisfeita com os planos de Deus.


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Capítulo 3

DIGRESSÕES NECESSÁRIAS

Assim, frisei que no início de Março de 2011, pudera obter o maior dos contentamentos de minha vida no insight de que a solução do problema estava nele mesmo, ou seja, nos pareceres dos “Espíritos Superiores” que instruíram Kardec no Século 19, e, de “Sua Voz”, que acompanhara Pietro Ubaldi logo a seguir, no decurso do Século 20.

E, mesmo sabendo que estou sendo um tanto repetitivo, recordo ao leitor o que rapidamente escrevi sobre o que denomino, agora, como ‘Sentença Resolutiva da Criação Espiritual’ captada pelos meus precários dotes intuitivos:

“A criação é Única conquanto caracterizar-se Incessante por estruturar-se em dimensionalidade espacialmente infinita e insubordinável a termos definitivos de conclusividade”. (frp).

Assim, com tais pareceres estive a encerrar os capítulos anteriores, sendo que, agora, dar-lhes-ei seqüência dos pareceres filosóficos e matemáticos referentes a tal.

De fato, e, realmente, sabemos que só Deus é Eterno; mas não a sua criação; esta, admitida como incessante e contínua, deverá ter tido um começo, um início, e que, portanto, não pode ser eterna tanto quanto o É o próprio Deus, o Legislador da obra universal. Portanto: só Deus é Eterno! Mas Sua criação é imorredoura, surgira para imortalizar-se por Sua Soberana Vontade. E, se assim é, pode-se, portanto, consolidar uma sua retrospectiva, uma espécie de volta ao princípio, ou, ao início de Tudo, ao Deus de caráter Transcendente (DT), antes de Sua criação.

Minha lógica intuitiva, pois, cogita haver um período anterior à criação, a qualquer criação; um período de Absoluta Transcendência Divina no Infinito (oo), ou, de Puro Pensamento sobre Si mesmo, que poderia compreender-se, equacionalmente, num primeiro momento, tal como:

Equação Transcendental Divina:

  oo[( Deus Transcendente ) = (DT)]oo

                 (primeiro momento)

Mas, eis que, rompendo o silêncio de Seus próprios pensamentos, Deus Se autoriza acionar o Mecanismo que coloca em ação os planos concebidos, e, nesse instante do faça-se, do Fiat Divinal, surgem concomitantemente:

-Os tipos individualizados da energia divina, ou seja, os Espíritos Imortais, Seres Puros, Conscientes e livres, leves e soltos, mas submetidos à Lei, que é Deus; e, verifica-se, ainda:

-A segmentação daquele período de Transcendência Divina em duas partes diferenciadas: Transcendência e Imanência à Sua criação, tal qual um primeiro e um segundo momentos Seus, configurando a conexão:

oo[(Deus Transcendente) =c= (Deus Imanente)]oo

E, mais ainda:

-O excepcional “ponto cósmico” destoante do eterno Tempo Presente em Deus [(Tpr)D]: tal como um “antes” e um “depois” de Sua criação. Eis, pois, o que constato como sendo o “Mecanismo Ontogenético” que também se compreenderia como: “Mecanismo Uno-Contínuo da Criação” que nada mais é que o “Ato Primordial da Criação Divina”, e suas conseqüências no infinito da Criação Única e Incessante.

Em tais bases, pois, venho afirmar, e, com maiores detalhes explicar, que:

“A Criação é Única e Completa na Mente de Deus, conquanto se organize em grupos ou ciclos de inumeráveis criações finitas do pretérito, do presente e do futuro sem fim, facilitando nossas análises do problema, por nossa relativa compreensão”. (frp).

Mas quero crer que tal paradoxo se resolve na dimensão e na estrutura mesma do referido “Mecanismo”, como veremos seguidamente.

Prosseguindo, e, fundamentado na Sentença Resolutiva da Criação, enfatizo que no “instante” que Deus, no “passado”, acionara em Si mesmo tal Mecanismo da Criação, e, por tratar-se de uma função a disseminar-se pelo infinito (oo), tal Mecanismo não cessara ainda sua divina programação e tampouco cessará “um dia”, “amanhã” ou “depois”, pois que tal iniciou-se em um determinado ponto cósmico, de dimensão esférica, com a finalidade de estender-se ao infinito, e, portanto, sem limites demarcatórios de sua infindável extensão; sua superfície esférica, pois, está no infinito (oo) que não tem fim.

E não parece ser assim tão difícil de compreender, conquanto tratar-se de fenômenos dispostos no Incomensurável, no Eterno e no Presente Existir de Deus, sendo que tais, (desnecessário repisar), estão sendo observados do “lado de fora”, ou melhor, de um ponto de vista relativo à nossa compreensão do indescritível fenômeno em Deus.

Tal ponto de vista, por conseguinte, está sujeito aos equívocos provocados pela contração psíquica, ou dimensional, de nós mesmos, Seres relativos, cuja visão muito difere da Eterna e da Presente Visão de Deus, no Eterno Tempo Presente de Si Mesmo, de Sua Infinita Dimensão. E, por isto, quero acreditar que:

-A criação é Única no sentido de que Deus atua no Seu Presente Existir que está, por Sua Transcendência, além de um tempo passado que não existiu e além de um tempo futuro que não existirá. (frp).

Eis aí, o que a visão da obra ubaldiana alcançou: a visão de Deus, de uma obra pronta e perfeitamente acabada. Entretanto, se é Única e já está concluída na Mente de Deus, paradoxalmente:
  
-A criação vem a ser de uma multiplicidade infinita por não comportar um termo final de sua realização no infinito que não tem fim; e daí: ser Contínua e Incessante. (frp).

Eis o que a visão da obra kardequiana alcançou e que também se encontra, tal como a outra, refletindo a verdade, porém, sendo suscetível, uma e outra, de novos esclarecimentos por meio do presente “Mecanismo” e dos procedimentos de lógica intuitiva que ora proponho como solução.

É que Deus Tem uma Visão Total e Instantânea de Tudo: de Sua obra pronta e definitivamente acabada por estar sujeita e adstrita à Sua Imutável Lei que não vigora para o passado e tampouco para o futuro, e sim, para o Eterno Presente de Si mesmo e de Suas criaturas.

E, tais criaturas, por sua vez: não tem como abraçar o Todo e de, portanto, ter uma Visão Completa e Integral de Tudo quanto existe em Deus, e não só porque somos filhos de ordem finita, mas também porque estamos aderentes às contingências prisionais da Matéria e do cotidiano de fragmentação psíquica de nossa temporalidade evolutiva.


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Capítulo 4

O TEMPO PRESENTE EM DEUS

Em página inicial (apresentação) de “A Gênese, Os Milagres e as Predições” (Allan Kardec – 1869), encontramos a enigmática sentença de que: 

“Para Deus, o passado e o futuro são o presente”.
(Opus Cit.).

Que, em nossa opinião, está a dizer que os 4,5 (quatro e meio) bilhões de anos de existência do Orbe terreno, desde as suas primeiras aglomerações atômicas até hoje – diante da eternidade – referido tempo não existe para Deus em seus aspectos de tempo decorrido, ou, passado, pelo fato de haver sido vivenciado, e, sempre, no Seu Presente Instante, ou, no Seu Eterno e Presente Existir, ou, no que pode denominar de Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].

Em sua eternidade, pois, dir-se-ia que Deus não vivencia o tempo na forma que o vivenciamos! Deus não conta o tempo da forma que o contamos, considerando-o: como dimensão fragmentada por uma duração no passado, uma duração no presente e que, sem sombra de dúvidas, irá representar uma determinada duração de tempo no futuro.

Mas, se fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, e, se, para Deus, os tempos passado e futuro não existem, mas tão-somente o presente – daquela sentença da obra de Kardec - então, dia chegará que nossa visão de tempo se aproximará da visão do Criador.

Ou seja: à visão de que tudo quanto existe só houvera ou haverá de verificar-se a um tempo presente, pois que, até mesmo o passado, que fora vivido e experienciado por nossa individualidade, não acontecera a um tempo passado, e sim, a um tempo que fora presentemente vivido e experienciado, pois que o passado, assim como o futuro, só existem - digamos assim - em sua virtualidade, sendo que o primeiro já fora vivenciado e, de certa forma, extinto e apagado; e, o futuro será, também, de modo igual, presentemente vivido na atualidade do Ser criado.

Pode-se, pois, afirmar que o tempo presente nada mais é que uma dinâmica de nós mesmos, um movimento entre o passado e o futuro que não tem existências próprias e específicas, porquanto só acontecem e se verificam ao âmbito de um presente estado de existencialidade.

Quero crer que esta nova visão das coisas algo se aproxima da visão do Criador que, num estado de Eterna Presencialidade em Tudo, Deus Tudo Vê por Sua Onipresença, Sua Lei que Tudo concatena nos mínimos detalhes de forma perfeita, donde não termos como fugir ou escapar de nossas ações que estão, desde sempre, encerradas em si mesmas pelo Determinismo da Lei, do eterno tempo Presente de Deus n’Ele mesmo e em Sua criação, ou seja, em nós mesmos, pois, como já dito alhures: Deus é mais íntimo de suas criaturas do que elas são de Si mesmas.  

Isto, pois, leva-nos à compreensão de que, para Deus, o antes (passado) e o depois (futuro) se encerram no agora, no Presente de Tempo Único [(Tpr)D] que é só um (1), que assim se disporia: 

(passado) ------->  (presente)  <------- (futuro)

Expressando que até mesmo o que ainda não foi realizado “concretamente”, ou seja, uma criação futura ou o vir-a-ser de uma determinada criação Sua, tal perspectiva não existiria e não existe na concepção divina, mas tão-somente o existencial de Si mesmo na Sua criação que já está, desde o Fiat supremo, executada e confinada às Suas eternas Leis no que se denominaria de um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].

Tal ponto presente, de Eterna Atualidade de Deus, vai conjugar aspectos filosóficos e matemáticos expressando-se pela disposição equacionária do que se poderia denominar: 

Fórmula Presencial Divina:

[( Tps + Tpr + Tft )]  =  [(Tpr)D]

Onde cada qual de seus componentes tem o significado: 

(Tps) = tempo passado; 

(Tpr) = tempo presente; 

(Tft) = tempo futuro; e 

(Tpr)D = tempo presente em Deus, Tempo Único, só um (1).

E onde os tempos passados e futuros, constituintes do primeiro termo da formulação, se contraem na direção do Tempo Único Presente em Deus [(Tpr)D], representando algo que está à vista d’Ele e que denota a Real Presencialidade e Atualidade de Deus em Tudo quanto existe na Sua criação:

 [(passado) -----> (presente)  <----- (futuro)] = [(Tpr)D] 

 [(Tps) ---------- > (Tpr) <------------ (Tft))  =  [(Tpr)D] 

 [(Tpr)] = [(Tpr)D] 

Que simboliza o Tempo Presente em Deus [(Tpr)D], um Tempo Único que, como já descrito, é de Presencialidade Única, ou seja, é só um (1), conforme seguinte procedimento de razão matemática:

      Tpr. 
 [( --------- )] = [( D )]
      Tpr.

Em que, se resolvendo matematicamente, encontramos o Deus Único de Tempo Único, ou se assim o quisermos, a própria ausência de Tempo no que se pode convencionar como Tempo Presente em Deus (Tpr.D):

[( 1 )] = [( D )] 

Sendo que o mesmo vale, pois, para o nosso Universo físico, cuja existência está estimada, desde o hipotético big-bang, em cerca de 15 (quinze) bilhões de anos, mas vai ainda percorrer outros longos períodos adiante na forma de um Tempo Único (1), Presentemente Experienciado Por Deus, pois que:  

“Tudo Muda na Imutável Presencialidade Divina”. (frp).

Nossa visão de tempo, portanto, é relativa e fragmentada; a de Deus é Única e Absolutamente Presente no Todo, e, em Tudo, de Sua Criação.

Enquanto que, para Deus: Tudo está perfeitamente pronto, concluído e finalizado, para nós, tudo está por fazer-se e far-se-á no futuro que, para Deus, não passa de um detalhe sem importância, um simples termo de conclusão no Presente Existencial de Si mesmo que se resumiria na sentença de que:

“O passado e o futuro convergem para um único ponto presente que é Deus em Sua infinita e imensurável grandeza cósmica”. (frp).

Assim, pois, se a obra codificada: “A Gênese, Os Milagres e as Predições” (AK – 1869), pudera expressar a enigmática sentença de que: 

“Para Deus, o passado e o futuro são o presente”.
(Opus Cit.).

Nós, doutra parte, algo estivéramos a esboçar de uma sua possível expressão matemática equalizada pela citada:

Fórmula Presencial Divina:

[( Tps + Tpr + Tft )]  =  [(Tpr)D]
:
[( 1 )] = [( D )]

Que, se não for razoável para alguns, e, não explicar tudo do Todo, pelo menos poderá constituir picadas para novos procedimentos intuitivos, lógicos e matemáticos, pois que ‘Deus É Um’, de um ‘Tempo Único em Si’ ou na Sua Pessoa, não se dividindo e tampouco se esfacelando à transitoriedade do Mundo, do nosso tempo que, afinal, só existe pela imposição de nossa frágil concepção mental, falseada pelos movimentos de rotação e translação de sua nave terrestre.


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Capítulo 5

CONSTRUINDO SEM DESTRUIR

Assim, se pudermos esquematizar um resumo dos Capítulos iniciais numa descrição simples das revelações do Espiritismo, do Monismo, e, da presente tese, obteremos os seguintes gráficos:

Com Allan Kardec:

Quadro da Criação Contínua dos (ESIs), até à sublimada condição de (EPCs):

                (epc)
                ---------------------------------- >  (oo)
               /
             / (evolução)
          ./
       (esi)

Como já visto, trata-se do ‘Modelo Evolutivo’, ou seja, da evolução progressiva dos (ESIs) por todos os planos físicos, biológicos e psíquicos dos mundos materiais até o estado de (EPCs), porém, com a injustiça das dores experienciadas pelos (ESIs), pelo menos nos planos subumanos, ou seja, de Seres inocentes e sem culpa alguma para suportarem, em sua inconsciência, as tantas adversidades dos Orbes físicos com suas características infernais, que lhes humilha, lhes subjuga e lhes fere de dores, de mortes e renascimentos pelos infindáveis tempos palingenésicos de sua lenta, injusta e inexplicável escalada evolutiva.

E, com Pietro Ubaldi:

Quadro da Criação Única e Completa:

                        (epc)            (epc)
          .-------------------         -------------------  > (oo)
                                  \      /
              (involução)  \   /  (evolução)
                                     \/
                                   (esi)

Este quadro, por sua vez, retrata o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, isto é, que denota uma ampliação do modelo anterior onde os (EPCs) culpados transmudaram sua forma para a condição de (ESIs) gerando o Universo físico e astronômico, quando então, como Simplicidade Psi, de tabula rasa, serão constrangidos a subir corrigindo-se pelas normas da Justa Lei. Tal quadro, por conseguinte, faculta-nos ver a justiça da dor e das adversidades no processo palingenésico dos Mundos materiais, tal como medicamento necessário para a cura dos nossos males e da nossa insatisfação com os planos de Deus.

A diferença fundamental de tais quadros doutrinários, além de tudo quanto já dito, está em que, no primeiro, trata-se de uma Criação Incessante, enquanto que, no segundo, vem a ser uma Criação Única e Completa, e onde os (EPCs) rebeldes, aprendendo a lição divina na condição de (ESIs), retornam ao amplexo do Amoroso Criador.

Mas, na presente teoria do ‘Mecanismo Ontogenético’, que implementa uma nova conexão Kardec(=c=)Ubaldi, e fruto da Sentença Resolutiva da Criação Espiritual assim preconizada:

“A criação é Única conquanto caracterizar-se Incessante por estruturar-se em dimensionalidade espacialmente infinita e insubordinável a termos definitivos de conclusividade”. (frp),

Tal quadro, sem dúvida que inédito e revelador, representa um novo acoplamento e uma ampliação dos quadros anteriores que, como já descrito enfatiza que:

-A Criação é Única no sentido de que Deus atua em Seu Presente Existir que está, por Sua Transcendência, além de um tempo passado que não existiu e além de um tempo futuro que não existirá. (frp).

Mostrando, sinteticamente, o que a visão obra ubaldiana alcançou: a visão de que, para Deus, Sua obra é Única e está concluída e acabada. Entretanto, se é Única e já está concluída, pelo menos no que tange à Concepção Divina, dir-se-ia, paradoxalmente, que:

-A Criação vem a ser de uma Multiplicidade Infinita por não comportar um termo final de sua realização no infinito que não tem fim; e daí: ser Contínua e Incessante. (frp).

Eis o que a visão da obra kardequiana alcançou e que também se encontra, tal como a outra, refletindo a verdade, porém, sendo suscetível, uma e outra, de um acoplamento doutrinário, bem como dos novos esclarecimentos da presente tese e, mais ainda, dos procedimentos de lógica intuitiva que ora proponho como solução, e cujo esquema, disposto ao nosso concebível, se explicaria pelo seguinte:

Quadro do Mecanismo Uno-Contínuo da Criação

             epc          epc         epc          epc         epc
           .------         ------       -------        ------        ------ > (oo)
                    \       /      \      /        \      /       \      /
   involução  \    / e   i  \   / e      i \   / e    i  \   /  evolução
                        \/            \/              \/             \/
                       esi          esi           esi          esi

                    (mc1)       (mc2)      (mc3)       (mc4)
  
Que adota, pois, a ideia de que o nosso Universo físico e astronômico é uma entidade cósmica limitada, porém, ele não está sozinho ao âmbito da criação, sendo, pois, participante de um grupo de Universos (mc1, mc2, ...), no que se convencionara chamar de “Multiverso”, sendo que:

-(mc1): Momento da Criação 1: universo astronômico 1;

-(mc2): Momento da Criação 2: universo astronômico 2,

E assim por diante até o infinito da criação infinita, que teve sua gênese, mas não comporta termo de finalização.


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Capítulo 6

DEVASSANDO O MECANISMO

E o fato é que tal proposição - direcionada aos que se interessam por aprofundamentos de temas teológicos e ontológicos à luz de lógica intuitiva - não só faz um acoplamento dos quadros doutrinários anteriores, de Kardec e de Ubaldi, como vêm ampliá-los inegavelmente.

Sendo que, agora, veremos com maiores detalhes tudo quanto exposto acrescentando, mais ainda, a Formulação Matemática do referido Mecanismo e do Quadro Uno-Contínuo da Criação, onde o Criador (Deus Transcendente=dt), partindo de um ponto central, irradia-se como Criação (Deus Imanente=DI), tal como Esfera Geométrica que se expande ao infinito a um Tempo Presente em Si mesmo [(Tpr.)D]. Vamos, pois, às explicações de tal Quadro, e, seguidamente, à sua singela formulação:

Os pontos:

a - Criação inumerável de Espíritos: conquanto finita para o Criador, e, que se dera no “passado”;

b - Criação inumerável de Espíritos: da mesma forma finita para Deus, e, que se dá no presente; e

c) - Criação inumerável de Espíritos, da mesma forma finita para o Criador, a se dar no “futuro”, e assim por diante, sendo que Tudo se submete ao [(Tpr)D], como já visto.

------------------------------------------------------------
                                  (oo)
                                    ^c
            (ftc)                   |                     (ftc)
                                     ^b
                                     |
                                    ^a
              c     b    a        |     
      (oo) <----<----<---- dt ---->---->----> (oo)
                                     |     a      b     c
                                 a  v
                                     |
                                 b  v
             (ftc)                  |                     (ftc)
                                 c  v
                                   (oo)
-------------------------------------------------------------

Mais ainda: cada Criação (a, b, c, e sucessivas no infinito), em seus limites extremos (ponto a), (ponto b), (ponto c) demarcam a superfície da dimensão de ordem esférica com quantidade imensurável de Espíritos criados; e, mais ainda, tais pontos sugerem uma “pausa”, um primeiro “diálogo” de Deus com suas criaturas recém criadas.

Porém, como já visto e mencionado, tais criaturas são Espíritos Conscientes (EPCs), dotados, pois, de inteligência e de livre arbítrio e não autômatos inconscientes, Simples e Ignorantes (ESIs).

Pietro Ubaldi sugere tal “diálogo” - em pensamento, desnecessário dizer - nos termos a nós compreensíveis, de seguinte conteúdo:

“Eis o Ser diante de Deus. Apenas criado, ele ainda não falou. Deve dizer agora a sua primeira palavra, que Deus lhe pede em resposta ao Seu ato criador: a palavra decisiva. Deus lhe fala primeiramente:”

“Olha, ó Criatura, o que há diante de ti. Eu sou o Pai que te criou. Quis fazer-te da Minha própria substância, um ‘eu sou’, centro, livre como ‘Eu Sou’. Fiz-te grande com a minha grandeza, poderoso com o meu poder, sábio com a minha sabedoria. Fiz assim espontaneamente, por um ato de Amor para contigo, minha Criatura. A este Meu ato falta somente um último retoque para ser perfeito e ele deve partir de ti. Espero-o de ti, que o farás com plena liberdade. Ofereço-te a existência como um grande pacto de amizade. Ele é baseado no Amor com que te criei e a que deves o teu Ser”.

E, logo a seguir, reitera a liberdade do criado nos termos:

“Podes aceitar ou não este Meu Amor.” (Vide: “Deus e Universo” – PU - Fundapu).

Assim, pois, onde existe o princípio de liberdade, existe, em contrapartida, a possibilidade do seu mau uso, verificando-se, pois, o perigo de uma transgressão a que a Criatura poderia e pode por seus atos incorrer. Neste caso, especificamente, tem o Espírito de enfrentar o problema envidando esforços para equilibrar-se, exercitando a disciplina para não cair no erro, na subversão da ordem previamente constituída.

E, se falhar, o Indivíduo criado deverá responder como Ser consciente e partícipe de um Sistema Justo e Harmônico, por suas inevitáveis conseqüências, seja quais forem as mesmas. A possibilidade do erro, portanto, está inserida na lógica mesma do Sistema, uma vez que, suprimi-la, seria preciso suprimir o princípio mesmo que lhe dera causa: o da liberdade. Erros e acertos, pois, dependem agora da criatura que, por certo, há de colher o que plantar de Si, de seus valores, de sua inteligência, se fortalecendo no Pai ou se enfraquecendo distante d’Ele. Mas retornemos ainda ao referido Quadro para as demais análises do mesmo.

Assim, para cada Criação Única e Incessante (a, b, c, ... até o infinito que não tem fim), verifica-se aquela “pausa” ou “diálogo” de Deus com suas Criaturas (EPCs) que determinaria, determina, ou determinará, o surgimento do que fora postulado como Momento da Criação (mc1 da criação ‘a’, mc2 da criação ‘b’, e assim sucessivamente pelo infinito da criação), ou seja, a constituição física e astronômica do(s) Universo(s) de matéria(s) para a recuperação dos indivíduos (EPCs) insurgentes que se descaracterizam como (ESIs).

E, mais ainda:

Pela dimensão astronômica de um Universo físico (como o nosso, por exemplo), se pode compreender, relativamente bem, a dimensão numérica vastamente maior de uma determinada Criação Espiritual (a, b, c, e etc.) em Deus, expandindo-se no infinito de Si mesmo.

Sendo que a expressão fenomênica do referido Quadro, sugere o que se pode denominar:

Fórmula do Mecanismo Uno-Contínuo da Criação:

[(dt--->ai) =c= (ai--->bi) =c= (bi --->ci) =c= ... =c=(oo)]

Explico: a criação, obviamente, tem de iniciar-se no próprio Deus Transcendente (DT=dt), pois que, em tal ponto inicial da mesma, só existe a Transcendência Divina no infinito e nada mais.

Então, configura-se que:

A primeira criação inicia-se em (dt) e se estende até ao ponto (ai=criação ‘a’, e ‘i’ de imanente), expressando que a tal ponto da criação de uma inumerável quantidade de Espíritos (que, paradoxalmente, se expressa como sendo de ordem finita), tal criação, evidentemente, vem a paralisar-se naquela pausa anteriormente descrita como “diálogo” de Deus com suas criaturas e suas respectivas conseqüências.

E o fato é que a primeira criação (ai) está em conexão (=c=) com as demais [(bi), (ci), e etc.] que se lhe seguem sucessivamente, não importando, pois, o “tempo” que decorre de uma para outra criação, pois que se trata de um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].

E, portanto, uma criação no “passado”, tanto quanto uma criação no “futuro”, haverão de se representar como criações de um Tempo Presente em Deus que, por Sua vez, não está no passado e tampouco no futuro, e sim na Presencialidade de Tudo, do criado, e do não-criado, que estão desde sempre ao amplexo do Amoroso Criador; repisando, ainda, ser de quantidade ‘n’, conquanto inconcebível, o número de criaturas de cada uma das respectivas criações em permanente conexidade (=c=) de suas partes constituintes que, indubitavelmente, constitui um sistema orgânico e completo na prodigiosa Natureza divina.

Mais ainda, o termo abreviado por (ftc), no referido Quadro Uno-Contínuo, significa “futuras criações”, que se refere, evidentemente, ao nível conceitual e, portanto, relativo da referida e presente teoria, e não ao nível conceitual de Deus que, como já visto, opera a um [(Tpr)D].

Outro detalhe ainda:

Muito embora o conjunto de criaturas de cada criação (ai, bi, ci e etc.) se nos pareça de ordem infinita, devo repisar que tais conjuntos deverão ser, em si mesmos, e, mais ainda, em seu somatório com outros conjuntos, de ordem finita, pois que se estendem ao infinito da dimensionalidade espacial em Deus, sem nunca atingir suas regiões limítrofes, o que nos leva, conquanto não possamos estabelecer-lhes a quantidade exata, ao posicionamento da:

Equação-Série do Conjunto de Criações:

  [(Cjt. de Criações)] = [ (f) td (oo)]

Onde o Conjunto (Cjt.) de Criações, no seu Somatório, é de ordem finita (f), mas de tendência (td) a atingir-se o infinito (oo), conquanto jamais se possa alcançá-lo.

Mas retornemos ainda ao Quadro Uno-Contínuo para uma sua última observação. Nele, vemos a criação expandindo-se numa região dimensional esférica a partir de um ponto central onde supostamente teríamos Deus Transcendente (dt), pois que Tudo é proveniente de Deus, conquanto Tudo achar-se dentro d’Ele mesmo.
  
Entretanto, se a criação inicia-se ao âmbito de Deus Transcendente, Ele permanece Transcendente em Si mesmo, permanecendo, pois, acima de Sua Imanência, de Sua criação. Portanto, aquele ponto genético central da criação divina, forçosamente, deixa de ser Transcendente para ser Imanente, conquanto a Transcendência Divina permaneça incólume e acima de tudo quanto fora estabelecido e criado. E a criação vai se expandindo com a Imanência de Deus e, conquanto tenhamos Deus Transcendente no centro do Quadro em questão, entrosando-se e entranhando-se ao Imanente, Ele está acima e além de Sua criação por Sua Transcendência mesma.

Seria tal como se observássemos duas esferas simultâneas, uma inserida na outra, e, portanto, uma maior que a outra, sendo que no interior da menor teríamos Deus Imanente na criação, e, no interior da maior, e acima da menor, teríamos Deus Transcendente. É difícil traçar o desenho de tal idéia nesta lauda de minha exposição, mas conto com a imaginação do estudioso leitor de nossa teoria.

Assim:

-Deus Transcendente Contém Deus Imanente;

Ou então, dir-se-ia que:

-Deus Imanente Está Contido em Si: no Deus Transcendente.

Assim sendo:

Deus Transcendente (DT = oo) é infinitamente maior (oo >) que Deus Imanente (DI = finito):

   [( DT = oo )]  (oo >)  [( DI = f )]

Significando que: por mais (DI=f) possa expandir-se com a Incessante criação, seus limites constitutivos jamais se aproximarão das fronteiras infinitas de (DT=oo). Donde também raciocinar-se que:

   [( DT = oo )]  (et >)  [( DI = f )]

Expressando que (DT) é eternamente maior (et >) que (DI).

Assim, ratifica-se que Deus Transcendente (DT) é infinito (oo). Ele, portanto, está acima e além de Sua finita criação (DI) que, mesmo Incessante, será eternamente e infinitamente menor que o Transcendente Divino. E, por isto, Deus, para sempre, há que dispor da faculdade de Ver, de Constatar, de Observar a Sua Obra Completa de Leis Inderrogáveis no paradoxo de não se poder concluí-la por sua imensurável extensão nos espaços infinitos de Sua Jurisdição.

Deus, portanto, Transcende a Tudo e, por conseguinte, Tem a Visão de Tudo que, por Sua Imanência se expande sem jamais concluir-se pelo infinito de Sua Dimensão Transcendente, conquanto tal Obra esteja Concluída e Completa por precedê-la e eclodi-la por Sua Altíssima Concepção.


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Capítulo 7

UMA SINOPSE IMPRESCINDÍVEL

Assim, num resumo necessário, temos:

Inumeráveis Criações em Deus, estando Tudo interligado aos movimentos involutivos (i) e evolutivos (e) da linha quebrada em questão, como diversos Momentos da Criação (mc) ou formas de Universos materiais, estando Tudo a um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].

E mais ainda: a constatação clara é óbvia de se haver, para o caso em estudo, de três degraus sucessivos de saberes e de aprofundamentos a serem feitos e conquistados pela relatividade evolutiva de nossas inteligências, nossa compreensão. Sendo que tais degraus se juntam e se completam um no outro e se alteiam, paulatinamente, permitindo-nos visualizações mais amplas da complexa realidade universal.

Ora, pensar diferente é minimizar o infinito e a complexidade de Deus e de Sua Completa, Única e Incessante criação.

Assim, tal Criação: Única, Completa e Incessante em Deus se dá, primeiramente, como criação original, de (EPCs), e, se dará, secundariamente, como criação não original, de (ESIs), e, assim mesmo, por sua própria culpa e rebeldia às soberanas Leis que regem o infinito Sistema em Deus.

Por tal linha de mais amplos e mais complexos raciocínios, vejo que o Espiritismo hoje, para prosseguir no campo da mais vasta e mais ampla filosofia cristã, nos convida a conciliar Allan Kardec a Pietro Ubaldi ao âmbito de uma Criação Completa, Única e Incessante por estender-se ao infinito que, não comportando limítrofe de sua esfericidade dimensional, tal criação se dará para todo o sempre da eternidade em Deus, ativo e operante, pois, em todos os tempos do Fiat, ou, de Suas criações, sendo, cada qual delas, de uma ordem finita, porém, enclausuradas num infinito que não comporta termo de finalização, como me fiz entender e me explicar.

Nesta nova, mais alta e mais complexa visão do fenômeno que me esforço por mostrar, vejo ainda, embutido nele mesmo, o princípio de que, na condição de filho, jamais conheceremos o Todo da Mente de Deus, de sua Onipotência, Onisciência e Presencialidade a Tudo, tal como uma Constante Ubiqüidade Universal; e tampouco conheceremos o Todo da Criação em sua incessante e dinâmica criatividade a estender-se pelos infinitos espaços cósmicos.

Significando que o Espírito há de aprender sempre, aprenderá incessantemente e jamais deixará de aprender dos infinitos e eternos aprendizados de Deus.

Entretanto, e, independente de tal teoria, o Espiritismo permanece, bem como o Monismo ubaldiano, como Códigos muito bem consolidados. Fazendo-me crer que tais idéias, aqui expostas, realmente não importam e, por isso, não pretendem criar prosélitos e tampouco estabelecer rupturas doutrinais.

Ora, sou pelo ecumenismo, pelo altruísmo e pela fraternização, e por isso venho mostrando, e ratificando, uma possibilidade de complexão, pois que tudo do nosso Mundo é incompleto e sujeito, pois, a completações e mais adequadas conceituações da Obra divina, de Sua criação. Ora, “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK) já proclamara:

“O Espiritismo é Ciência do Infinito!” (Opus Cit.).

Por outro lado: repetir tudo quanto já está consolidado é fácil. Difícil é inovar sem destruir, é ter idéias próprias sem magoar; e isto está se fazendo não por mim mesmo, mas por virtude de algo muito superior a mim, e, pois, a nós todos!


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Capítulo 8

A QUEBRA DE PARADIGMAS

Não bastasse a complexidade dos temas ora propostos, mas reconhecendo meus esforços para simplificá-los, irei tratar agora de outra questão que, muito provavelmente, vai dar o que pensar aos que porventura lêem tais páginas. Mas lembremos: trata-se de uma teoria e que, portanto, poderá ser acatada ou impugnada, bastando que se dê tempo ao tempo.

Assim, inicio com a pergunta:

Os (EPCs) das criações pretéritas seriam melhores, mais evoluídos, ou coisas do gênero, do que os (EPCs) da presente e das futuras criações em Deus?

Antes de responder, vejamos o Quadro Retilíneo da Criação Espiritual, onde divisamos:

---------------------------------------------------------------------------------
[(MU-CC)]--->EPCs.ps--->EPCs.pr--->EPCs.ft--->até o (oo)
---------------------------------------------------------------------------------

Em que:

(MU-CC) = Mecanismo Uno-Contínuo da Criação;

(EPCs.ps) = Espíritos Puros e Conscientes do passado;

(EPCs.pr) = Espíritos Puros e Conscientes do presente;

(EPCs.ft) = Espíritos Puros e Conscientes do futuro.

E, em se verificando, no campo das probabilidades, queda espiritual da criatura, tal fenômeno involutivo faria surgir na linha retilínea (---->), concebida como sendo de inumeráveis elementos EPCs, sejam do passado, do presente ou do futuro, algumas anomalias ou interrupções angulares de descida e de conseqüente subida caracterizando a Involução (i) e posterior Evolução (e) dos que se quedaram da Lei.

E, então, tais elementos vão constituir os Universos materiais e astronômicos como Momentos da Criação (mc), que representam, de fato e realmente: momentos, pois que, após a expansão da matéria contida no Cosmos, um fenômeno inverso, de contração, a que se pode chamar de desfazimento, vai se patentear e o Universo astronômico, em face do movimento de expansão e de contração, tende a desfazer-se do estado físico para refazer-se no estado metafísico (ou espiritual) de onde procedera por Involução.

Assim os Universos vão se desfazendo com a sublimação de tudo, provando que tais Universos, conquanto sua longevidade são realmente momentâneos e temporários. Assim, toda e qualquer queda involutiva (geratriz do cosmos físico) e posterior salvação evolutiva (desfazimento), faz aparecer o que se pode também denominar por Quadro Alterado da Criação Espiritual:

   ------------------------------------------------------------------
     EPCs.ps          EPCs.pr              EPCs.ft   
   .----------          -----------           --------------         --->             
                \       /               \        /                \       /  
               i  \    / e            i  \     / e              i \    / e 
                    \/                       \/                       \/     
                   esi                    esi                     esi

                 (mc1)                (mc2)                (mc3) 
   ------------------------------------------------------------------

Que tão-só aparece por culpa da criatura (EPC) que tem conhecimento, é consciente e livre, e, por isto, pode agir com desenvoltura, mas também com a consciência dos seus atos, e, por conseguinte, haverá de responder, como responsável que é, por seu bom ou mau comportamento, sendo que, neste último, vai ter de aprender e reaprender pelos tempos evolutivos dos Mundos materiais como (ESI).    

Mas, estando de retorno à pergunta anteriormente levantada, a sua resposta, por mais absurda e paradoxal que a mesma possa parecer, haverá de ser contemplada por uma negativa, ou, simplesmente: Não!

Os Espíritos das criações pretéritas não são melhores, mais evoluídos e coisas do gênero superior ou inferior que os (EPCs) da presente e das futuras criações de Deus. A superioridade ou inferioridade só ocorre no relativo de uma determinada criação, e, assim mesmo, por uma específica desqualificação espiritual de elementos (EPCs) que contraíram suas dimensões psíquicas como (ESIs).

Assim, retornando ao cerne da questão levantada:

Porque não seriam melhores ou mais evoluídos os elementos das primeiras em relação aos da presente e aos das futuras criações, se aqueles foram criados primeiramente e, portanto, gozam de mais “tempo” de aprendizados na espiritualidade?

E, estendendo, também, tal questionamento aos que se quedaram: seriam estes piores, ou inferiores, ou detentores de algum grau de culpabilidade mesmo depois da subida evolutiva que os juntara ou os juntarão organicamente aos que não se desqualificaram com a queda?

E, a resposta, mais uma vez, inclina-se para uma negativa.

Ora, sabe-se que a Involução é o inverso da Evolução:

  ---------------------------------
                               1
   Involução = --------------
                         Evolução
  ---------------------------------

Compreendendo-se a Involução, pois, como uma espécie de ocultação de faculdades, isto é, das potências espirituais do (EPC) desqualificado.

E, ao contrário, sabe-se que a Evolução é o inverso da Involução:

   -----------------------------------
                                1
    Evolução = ---------------
                         Involução
   -----------------------------------

Onde a Evolução explicita o despertamento daquelas mesmas faculdades ou potências espirituais do (EPC), que se convertera em (ESI). Assim, o (ESI), ao progredir, nada mais faz do que recordar, quando, ao mesmo tempo, vai sendo corrigido e reeducado pela Soberana Lei que o quer não como Espírito rebelde, mas sim, como Ser obediente e sempre responsável pelos seus atos, bons ou maus. Quando o (ESI) evolui, portanto, ele simplesmente recorda ou desenvolve faculdades dantes ocultas tornando-as atuantes e vivas e, portanto, de retorno às suas anteriores condições como (EPC).

Tais faculdades, pois, já existiam e já existem em nós todos. São forças que se despertam do nosso interior, pois que brotam dos arcanos da intimidade espiritual, do seu âmago mesmo, onde o Espírito, como Ser inteligente, lhes vai operando aos poucos junto à consciência e à responsabilidade de seus atos, de cujas ações e reações, o Espírito aprende a dirigi-las e a equilibrá-las pautado nos modelos e padrões da Lei Maior que é Deus, incluso no Evangelho Salvador.

Ora, não se tira nada de nada!

Só se tira alguma coisa de algo existente e real, ou seja, que exista no âmago do Ser criado, ou, então, que se encontra em estado latente, mas que já está pronto e tão só necessitando de reparos, e, do qual, só será preciso fazer o seu despertar e respectivas corrigendas por Evolução para que se manifeste livremente. Isto é: da prisão da Matéria à desenvoltura em Espírito e Verdade. Portanto, nada nos impede de proferir, mais uma vez, que a Matéria é o aprisionamento da Inteligência que de Deus se afastara, mas Lhe está de retorno por Evolução.

Assim, a Matéria não é uma substância distinta do Espírito, pois que são iguais em sua essência mesma, diferindo-se, apenas, na ordem de seus movimentos, bem como de seus despertamentos, onde a Energia, proveniente da Matéria por evolução, não se degrada em sua completude, pois que se dinamiza nas potencialidades do Espírito que se desenvolve, se desperta do seu longo sono na Matéria, e como Matéria, retirando de Si mesmo suas potências dantes ocultas, mas ansiosas pelo seu revelar-se: agora na leveza do Espírito, sua nova e maturada condição que, por sua vez, se matura ainda.

Quero crer, portanto, que as diferenças do (ESI) e do (EPC) se referem, exclusivamente, às condições de progresso nos Mundos universais e que são de ordem evolutiva e nada mais.

Todas as criaturas de Deus são iguais em sua essência, pois que incorporam centelhas anímicas de tipo único, constituídas, pois, pela mesma substância, que é a substância de Deus.

Ora, Deus não criaria duas ou mais espécies de criaturas, mas sim, espécies de tipo único, conquanto possam exteriorizar-se de forma diferente no campo moral, nas ordens da inteligência e da emotividade. Portanto, nossos níveis de inteligência, sabedoria e ética nos altos planos conscienciais, são um tanto semelhantes e, por isso, somos criaturas iguais perante Deus.

E, isto, pois, independente do fato de sermos hoje pequeninos, Simples ou Ignorantes (ESIs), por que seremos plenos de glória no amanhã como (EPCs), ou seja: na estabilidade da perfeição, na correta e definitiva posição da Obra Concluída e Completa a um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D].

Mas, de fato, os Espíritos das criações primeiras não seriam mais sábios que os das criações secundárias, terciárias, em suma, que os das criações futuras?

E, novamente, digo que: Não!
  
Os conhecimentos dos primeiros, pouco a pouco, e, com a permissão divina, vão se estendendo e se transmitindo aos segundos, aos terceiros, em suma, aos das criações futuras, pois que Tudo está em conexão com Tudo num Sistema que é Orgânico e Completo, e que, portanto, só haverá de ser do desconhecimento de todos os Espíritos, o pleno saber da Mente de Deus, de Sua Transcendência, e, portanto, de Sua Alta Criatividade no tocante ao que se vai ainda efetivar-se como criações futuras, pois que, apesar de serem criaturas de tipo único, as situações e particularidades dos que venham a ser criados, e dos que venham a decair e formar os novos Universos da composição física e astronômica, estas sim, são diferentes e sempre se terá algo de novo para se aprender da Criatividade Suprema da Mente de Deus que se exprime por Sua Completa, Única e Incessante criação.

Então Jesus será “alcançado” pelo Espírito do homem terreno, homem mediano, de craveira comum?

E respondo com outra pergunta racionalmente lógica e natural:

“No que o Espírito de Jesus é diferente do Espírito reencarnado no homem comum?”

Ora, é lógico e conveniente pensar que:

“O Espírito de Jesus, conquanto de altíssima evolução, é do mesmo tipo e da mesma essência do Espírito reencarnado nos homens de nossa comunidade terrena. Portanto, as diferenças são apenas e tão somente de caráter evolutivo, e Jesus, ao que me é dado saber, encontra-se noutro plano de evolução, ou seja, mais lenta, ‘na imobilidade da perfeição’ em Deus, a que, aquele homem comum também haverá de atingir por seus passos evolutivos mais rápidos, ou seja, na escalada dinâmica da evolução”.

Alguns pensam, e me parece um equívoco, que nunca alcançaremos Jesus, pois quando nossos passos d’Ele houver de se aproximar, por evolução, Ele estará ainda mais evoluído e ainda mais distante de todos nós. E isto, pelo fato da evolução ser de natureza infinita, ou melhor, “quase infinita”, e, portanto, nunca, jamais, haver-se-á de alcançá-Lo. O que me parece de uma lógica equivocada.

A evolução é infinita, ou, como dito: “quase infinita”; mas nos altos planos da Espiritualidade, ela há de se comportar de forma diferente, ou seja, no “imóvel” da obra pronta e concluída, mas que também se esforça, luta e se sacrifica pela nossa subida, e estará, como sempre, de braços abertos para nos receber e nos contemplar pela tão longa, mas, enfim, realizada recuperação pela dor, que, no fundo, expressa Amor.

Em tal plano de perfeição, pois, está Jesus, e a Ele chegaremos não para que Ele se manifeste como sendo superior e melhor do que nós, mas sim como irmão em igualdade de condições na grande unidade coletiva universal, pois que somos filhos de tipo único, filhos de um mesmo Pai que nos quer em igualdade de condições e não como filhos distintos e diferenciados na Perfeita Ordem da Criação. Podemos até ser diferentes em nossas realizações, mas, em suma, somos todos iguais.

Até porque, já vimos que os Universos astronômicos (mc) se materializam e se constituem fisicamente por uma geratriz involutiva de (EPCs). E vimos também o seu esquema da linha quebrada do Quadro Alterado da Criação; ora, a linha quebrada em seu ponto de máxima concentração genética (ESI) significa a materialização do Universo físico e astronômico. Todavia, já fora dito também que tal Universo se desfaz por evolução para refazer-se em sua posição de origem, na ordem Metafísica de onde fora gerado.

Significando que os componentes (ESIs) do Universo gerado, e que se desfaz, estão de retorno ao plano de origem como (EPCs), onde tal linha quebrada vai se desfazendo e refazendo a linha reta do Quadro Retilíneo.

E o filho pródigo (ESI) a casa torna como filho obediente (EPC) para com a Divina e Soberana Lei, participando de todas as benesses de que participam seus irmãos em Deus: reunindo bondade, mansidão, sabedoria e ética sublimada que dimana de todos, e, como origem: do próprio Pai.


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Capítulo 9

OUTRAS LEIS DA CRIAÇÃO

Já vimos que o nosso cotidiano encontra-se esfacelado, dividido, fragmentado pela dimensão temporal, que é uma dimensão imposta, primeiramente, por nossa própria culpa e iniqüidade (queda involutiva), e, secundariamente, pela natureza das coisas, ou seja: pelas circunvoluções rotacionais e translacionais do Orbe terreno.

Tal imposição criou, e cria, em nossa psique, a falsa noção de que o tempo existe, e, chegamos ao ponto de afirmar que a sua existência é real, conquanto tratar-se, indubitavelmente, de uma criação de fundo psicológico, porém, necessária por nossas contingências físicas e bio-materiais da sociedade a que fomos chamados a viver.

Entretanto, abandonemos nossas mesquinharias e vamos a algumas perguntas mais amplas, ou seja: de ordem universal:

Ao que se submete a criação de Deus?
E dir-se-ia que ela se submete à Lei!

Mas qual Lei?
A Lei de Deus, certamente!

E qual é o seu Domínio?
Óbvio que o seu Domínio é Universal!

E repiso assim, que a Lei fora implantada para um domínio universal e tanto vale aqui, como ali, ou acolá, ou seja, é garantidamente válida para os mais distintos e mais distantes pontos do Universo físico, astronômico, bem como espiritual. De tal forma que não se tem como escapar da Lei que fora implantada para Tudo e para Todos, não havendo possibilidades de barganhas, logros e trapaças, pois que referido Código provém de um Deus detentor das mais Altas e mais Importantes Qualidades Suas, estando Tudo e Todos ao âmbito da Primorosa Lei.

E confirmo que:

O que vivi outrora, no passado, estava ao âmbito da Lei; o que vivo agora, no presente, está ao âmbito da Lei; e o que viverei acolá, no futuro, há que estar, igualmente, ao âmbito e determinações da mesma Lei. Então, seria como se ministrássemos: o futuro, se realmente existe como tempo futuro, ele não existe como um tempo distinto da Lei, pois que a ela também se dobra, e, portanto, ele também estará, e, já está, assim, domado pela Lei que o regula e o contem, e, portanto, tal futuro é de um Tempo Presente em Deus [(Tpr)D], que, por Sua Transcendentalidade e Imanência, Tudo Sabe e Tudo Vê a um só Tempo, Presentemente Visto, Assistido e Enfocado.

E o fato é que: no Uno Infinito de Sua Integralidade, temos que:

Para Deus, o antes e o depois se encerram no agora, no Presente de Tempo Único que é só Um [(Tpr)D]:

     -------------------------------------------------------------------
         (antes) ---------- > (presente) < ---------- (depois)
     -------------------------------------------------------------------

Que houvera de nos conduzir à: Fórmula Presencial Divina já registrada. Mais que isso, todavia, pude atinar, desenvolver e convencionar o que se concebe, ineditamente, como ‘Mecanismo Ontogenético’, que encerra, por assim dizer: uma espécie de ‘Uno-Contínuo da Criação’, preconizando que:

No “instante” que Deus, no “passado”, acionara em Si mesmo tal Mecanismo da Criação Espiritual, e, por tratar-se de uma função a disseminar-se pelo infinito, tal Mecanismo não cessara ainda sua divina programação e tampouco cessará “um dia”, “amanhã” ou “depois”, pois que tal iniciou-se em um determinado ponto cósmico com a finalidade de estender-se ao infinito de uma dimensão universal espacialmente esférica e sem limites demarcatórios de sua infindável extensão.

E firmei o conceito de que: a criação é Única no sentido de que Deus atua no Seu Presente Existir que está além de um tempo passado que não existiu e além de um tempo futuro que não existirá. Eis aí, o que a visão da obra ubaldiana alcançou: a visão de Deus, de uma obra pronta e perfeitamente acabada; entretanto, se é Única e já está Concluída, paradoxalmente, a criação vem a ser de uma Multiplicidade infinita por não comportar um termo de sua realização no infinito que não tem fim; e daí, ser Incessante. Eis o que a visão da obra kardequiana alcançou e que também está como a obra ubaldiana refletindo a Altaneira Verdade, porém, sendo suscetível, uma e outra, dos novos esclarecimentos do ‘Mecanismo Ontogenético’ e dos procedimentos matemáticos bastante simples que ora proponho como solução.

E assim chegamos ao ponto.

Se a criação é interminável no Infinito que não tem fim:

-Onde e quando a mesma se iniciara?

Somos componentes, originariamente (EPCs):

-De qual criação?

-Das primeiras?

-De outras que se lhe seguiram ou que se lhe seguem?

-Em suma, de qual criação?

São perguntas atinentes a nós, isto é, da nossa relatividade temporal, mas que talvez sejam irrelevantes para o Criador, e até mesmo para nós se lançarmos mão do raciocínio de que “onde”, ao expressar-se e definir-se como lugar ou posição específica de uma determinada região espacial, é equivalente a qualquer região do infinito tal como define uma possível:

Equação-Local Início da Criação:

   [( Onde )] = [( Ponto-Infinito )]

Ora, qualquer ponto, ou qualquer lugar no infinito, é um ponto, região e espaço do próprio infinito, e, portanto, tal ponto ou tal local da minha, da sua, ou, da nossa criação, está contido no infinito.

E “quando”, no sentido de tempo, de uma determinada época haverá de equivaler-se à seguinte:

Equação-Tempo Inicial da Criação:

   [( Quando )] = [( Tpr.D )]

Isto é: “quando” acontecera nossa criação haverá de ter sido na Amorável Presencialidade Divina [(Tpr)D], e, portanto, não importa a nós, e quiçá, tampouco importe a Deus, quando se dera e de qual criação específica originamos, o que equivaleria responder com os dados do próximo item que se determina:

Equação-Unitária da Criação:

   [( Qualquer Criação )] = [( Criação Única )]

Pelo fato de não haver em Deus uma ou mais criações de elementos (EPCs), mas somente Uma que, ao estender-se pelo infinito da dimensão espacial haverá de contar com a possibilidade matemática de aparecer elementos discordantes da Lei Amorosamente imposta pelo Criador, que se expressaria após uma “pausa”, uma “conversa” de Deus com a criatura, fazendo aparecer ou não naquele modelo da Linha Retilínea da Criação Espiritual, alguma forma de irregularidade, de anomalia ou interrupções angulares representativas de (EPCs) que se quedaram ou se quedam como (ESIs).

Referida “pausa” de Deus Criador, surgiria para que se pudesse, por Sua Imanência mesma, definir os novos rumos, novos destinos da criatura no Sistema ou “fora” dele, organizando os processos de sua correção evolutiva, para então prosseguir-se avante na Dinâmica Incessante de Sua Criação Única no Infinito de Si Mesmo, para Todo o Sempre do Tempo Presente n’Ele mesmo.

O Universo físico, pois, seja qual for, trata-se, de fato, de um Momento da Criação, de um Momento em Deus, de um Momento, pois, que se enquadra a um Tempo Presente em Deus.


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Capítulo 10

NUM PLANO CONCILIADOR

Assim, se a visão-analítica do ‘Mecanismo Ontogenético’, ou, ‘Uno-Contínuo’ que descrevo em minha teoria estiver correta, pergunta-se: a que se reduziria a obra inestimável do grande intuitivo Pietro Ubaldi e seus vinte e quatro valorosos tratados?

Afinal, em sua alta visão do plano divino, alude haver Uma Só Criação de infinitos Espíritos, cuja desqualificação de ‘n’ elementos e posterior requalificação pelas normas dispostas na subida evolutiva, tratarão do seu retorno ao amplexo de Deus onde tudo, então, retorna à sua normalidade na Obra Perfeita da Criação Divina.

E, por isto, questiona-se:

Estaria desacreditada a visão contida na obra ubaldiana em função da presente teoria com suas diversas criações até o infinito que não tem fim?

Não, nisto não posso crer, pois Ubaldi, ao que se sabe, é missionário do Cristo, é a reencarnação, cogita-se, do apóstolo Pedro que ainda retorna para nos esclarecer e, com mais perfeita inteligência, questões e problemas do grande fenômeno universal.

E, por isto, quero crer que:

-Em sua ordem geral: a visão contida na obra ubaldiana está positivamente correta como Criação Única, pois que Tudo, para Deus, já está pronto e definitivamente acabado no Presente Existencial de Si Mesmo; e,

-E, em sua particularidade, condição mais restrita e mais analítica, tal como na presente teoria, ela parece, (a visão contida na obra ubaldiana), mas tão só parece estar incorreta porque constrangida ao âmbito de uma determinada compreensão fenomênica que, mesmo constrangida, paradoxalmente, parece ver muito mais.

O fato é que, mais uma vez, podemos constatar a relatividade dos nossos entendimentos, cujos planos diversos fazem aparecer diferentes níveis conceptuais; mas que, neste caso, são compreensíveis e entrosáveis. Sobre tal ponto, pois, interpreto a visão ubaldiana como uma visão-síntese, e a minha, como uma visão-analítica.

Assim sendo, vamos às três conclusões seguintes no tocante à Criação:

-do ponto de vista da obra de Allan Kardec;
-da presente tese do nosso ‘Mecanismo’; e:
-da obra do grande intuitivo Pietro Ubaldi:

Primeira Conclusão: 

Kardec, indubitavelmente, tem seus acertos, entretanto, caberia fazer a ele, ou, à comunicação atribuída a Galileu, a seguinte observação no início de sua frase:

“Deus há criado sempre...”.

Que parece passar a idéia de um “tempo passado” que é de todo o sempre, de toda uma eternidade já transcorrida. Ora, de eterno, de todo o sempre, só há Deus, e não a criação que a um “determinado tempo” surgira para imortalizar-se por Sua Vontade;

Segunda Conclusão: 

Minha teoria, nesta conexão (=c=) de Kardec a Pietro Ubaldi por meio do referido ‘Mecanismo’, também é detentora, penso eu, de certa parte da verdade por situar-se na relatividade das análises filosóficas e matemáticas que, por sua vez, busca compreender a Transcendência Divina, Sua Imanência e Sua criação; e

Terceira Conclusão: 

Ubaldi, por sua vez, tendo alcançado uma maior visão do Plano Divino, conseguira abrangê-lo em toda a sua amplitude, tanto do Absoluto (Transcendência) como de Sua Criação Única (Imanência) definitivamente pronta e executada após o retorno dos que se quedaram na despotencialização psíquica por sua rebeldia e injustas pretensões.

Sendo que, no tocante à Ubaldi, e, em função do presente estudo do ‘Mecanismo Ontogenético’, faria apenas uma pequena ressalva concebida por mim como ‘Paradoxo dos Deuses’ (Deus-Pai e deus-filho), preceituando:

“Se a criatura experimenta o paradoxo de estar enclausurada no infinito que não tem fim, dir-se-ia que o Criador, por Sua vez, experimenta o paradoxo de presenciar a Sua Obra Completa no mesmo infinito que não Lhe permitirá concluí-la”.
(frp).

Mas poder-se-ia perguntar: Deus não poderia criar infinitos Espíritos no infinito de Si mesmo, conforme preceituado e querido pela obra ubaldiana?

Obviamente que existem inúmeras questões às quais não estamos aptos a respondê-las por falta de elementos metafísicos, de faculdades e sentidos outros a serem desenvolvidos em nossa personalidade anímica. O que se sabe é que “Deus é Grande”, isto é, de uma extensão inconcebível e que, por ser infinita, Tudo pode abranger a um Tempo Presente em Si mesmo, como já visto e tantas vezes citado.

À ótica de tal raciocínio, a impressão que se tem é de que Deus, sendo Tudo quanto É, poderia Ele, por Sua Onipotência, criar infinitos filhos no infinito de Si mesmo.

Ora, o que poderia impedi-Lo de executar tal criação?

Parece-me, pois, que nada poderia impedi-Lo. Mesmo assim, a idéia contida em minha teoria traduz a hipótese de que Deus optara por fazer de outra maneira, ou seja, na que concede plena validade à proposição contida na obra kardequiana, de que:

“Deus há criado sempre, cria incessantemente e jamais deixará de criar”. (Vide: “AG” – ak).

Hoje verifico que, de fato, Deus não poderia, tal como se encontra na síntese genética estabelecida por Pietro Ubaldi, criar no infinito uma quantidade infinita de Seres espirituais, pois tal criação Lhe “obstaria”, pelo menos em tese, de nova dinâmica criativa, Lhe “impedindo”, pois assim, de novas criações; afinal de contas:

-Deus já teria criado infinitos Espíritos no infinito de Sua criação, e, portanto, tal assertiva parece “esgotar” suas possibilidades criativas pela já citada criação de infinitos Seres que, afinal, ocupam ou ocupariam o infinito de Si mesmo, de Sua Alta Jurisdição.

Ou seja:

-Não há “espaço” para mais nada: o infinito espacial já está ocupado por infinitos Seres espirituais.

Seres, pois, quantitativamente infinitos, e que se deixam albergar pelo Infinito Criador; e, agora, é só viver na bonança, na infinita paz e contemplação de beatitudes celestiais, após o retorno, é claro, daqueles que se quedaram em sua insatisfação pessoal.

Mas não quero crer que possa ser assim; não quero crer na possibilidade de um Deus inoperante; e sim, de que O mesmo continue ativo e dinâmico e cujos filhos espirituais sejam detentores de mesma operosidade e dinâmica advindas do Divino Pai e Infinito Criador.

Neste caso, pois, quero crer que os princípios, axiomas e sentenças, gráficos e analogias, fórmulas e abstrações matemáticas contidas em tal ‘Mecanismo’ possam, de fato, estar expressando a verdade das intuições por mim recebidas e que, afinal, foram confirmadas por muitas outras páginas e gráficos que não pude ou não consegui transportar para tais contingências cibernéticas.

Assim, pois, quero crer na sentença de que:

“Deus há criado sempre, cria incessantemente e jamais deixará de criar”. (Vide: “AG” – ak).

Sendo que tal, soando-me como verdadeira, vem ela, de certa forma, garantir a validade do ‘Paradoxo Uno-Contínuo do Criador’, sinalizando que:

“Deus presencia a Sua Obra Completa no infinito que Lhe propicia um dinamismo contínuo no elaborar fecundante de Sua Interminável criação”. (frp).

Tais considerações fazem refletir que minha teoria encontra-se fundamentada num ‘Plano Conciliador’ e amparada, evidentemente, por verdadeiros gigantes da Revelação Espiritual: Allan Kardec e Pietro Ubaldi, estando o primeiro, com o Espiritismo, amparado por uma falange de Espíritos Superiores sob o comando de Jesus que nos prometera enviar o Consolador; e o segundo, estivera também amparado por uma falange dos mesmos Espíritos Superiores (segundo Xavier) pelo que Ubaldi definia como “Sua Voz”, ou seja, à voz que, descendo e se conformando ao nosso plano terreno, é a voz de um Ente muito próximo daquele mesmo Mestre enviado de Deus: o Cristo Consolador.

Sendo que tal ‘Plano Conciliador’ se destaca com a seguinte Perspectiva da Criação Divina:

--------------------------------------------------------------------------
[(Obra de Ubaldi=Visão de Deus Sobre a Criação)]

[(Mecanismo Ontogenético)]

[(Obra de Kardec=Visão do Universo Em Criação)]
---------------------------------------------------------------------------

De fato, como em muitos outros assuntos - e, mais exatamente neste: dos Mistérios e dos Problemas da Criação – nos deparamos com provas patentes de que a Revelação Espírita é, sem dúvida: essencialmente progressiva.

E o nosso trabalho, como se vê, está sendo implantado não para desunir Allan Kardec e Pietro Ubaldi, ou, o Espiritismo e o Monismo, e sim, para se integrá-los e compreendê-los ao âmbito de um quadro que se amplia em nome da qualificação e do aperfeiçoamento de nossa compreensão que se dilata ao longo das muitas vidas, arroladas pelo fator reencarnatório ou palingenésico.
  
Não se trata, pois, de se distingui-los e de separá-los como vemos com tantos elementos do meio espírita (meb) que quase tudo desconhece de suas obras, notadamente as do intuitivo Pietro Ubaldi. E tais, ficam na superfície das coisas sem atentar para as grandes sínteses e as grandes profundidades que os temas estão a exigir de nossas equivocadas interpretações pessoais. Ora, a essência é mais importante que a forma; e quantos não dão maior ênfase à forma, abstraindo-se do essencial?

Assim, no tocante a Allan Kardec e Pietro Ubaldi repiso que não se trata de distingui-los e separá-los por nossas condutas mentais equivocadas, mas sim, de se distingui-los unificando-os, pois que muito pouco ou quase nada somos capazes de realizar sozinhos.

Deus é Um; mas os filhos são muitos.

E, por isso, Deus delegara atividades e trabalhos os mais diversos a todos nós para nos enlaçarmos, nos unirmos e nos completarmos mutuamente, tal com é do feitio de Sua Obra mesma, reunida na Completude do mesmo Amor.

E daí a razão da Inteligência Suprema nos enviar Jesus e seus muitos profetas reveladores nas pessoas dos maiores missionários de todos os tempos, tais como Allan Kardec, Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier cujas doutrinas se entrosam e se unificam ao amplexo do mesmo Amor, do mesmo Deus, Nosso Pai, Nosso Criador.

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

BIBLIOGRAFIA

-“Ciência Espírita: Tese Informal”: F.R.P. – Formato e.Book;
-“Espiritismo e Progressividade”: F.R.P. - Formato e.Book;
-“Espiritismo e Matemática”: F.R.P. - Formato e.Book;
-“Obra Completa de Allan Kardec”: Diversas Editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier”: Divs. Editoras; Internet; e:
-“Bíblia Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto; 
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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