domingo, 19 de maio de 2019

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: NÍVEIS FILOSÓFICOS (36o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocinio

(36º. e.Book)

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O LIVRO
DOS ESPÍRITOS
:
(Níveis Filosóficos)*

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Nota do Autor

Advertência de Kardec

Nossa Breve Introdução

Maiêutica dos Níveis Filosóficos

Palavras do Evangelho

Reminiscências do Paraíso

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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( * ) Nota do Autor: referido opúsculo digital é parte integrante de uma ‘Trilogia’ de e.Books que levam os seguintes títulos:

-“O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”;
-“O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo”; e este:
-“O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”.

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Advertência de Kardec

“O Livro dos Espíritos não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. (Vide: “Revista Espírita” – Allan Kardec - Julho de 1866).

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NOSSA BREVE INTRODUÇÃO

Com tal e.Book, o 36º. de nossa modesta coleção, estamos a completar uma ‘Trilogia’ no tocante ao ‘Tratado Principal’ dos Sábios Amigos da Espiritualidade: “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK). Obra que resume o Espiritismo, ou, o que se concebe, no Mundo terreno, como Doutrina dos Espíritos Superiores.

Sendo que o presente volume, dos ‘Níveis Filosóficos’, o preferimos divulgar na forma maiêutica, de perguntas e respostas em que tais, sendo mui simples e mui fáceis de entender, vem permitir, ao prestigioso leitor, uma pronta familiarização com o mesmo, o que não despreza, em tempo algum, que o referido leitor o pesquise e o compare em sua base mesma, ou seja, em “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK), pois aqui estaremos a vê-lo de modo breve tal como uma sua rápida introdução filosófica, porém, de ordem multifacetária.

E o fato é que: dita ‘Trilogia’, está a indicar a complexidade do referido “Livro dos Espíritos”, sendo que o presente e.Book estará a descreve-lo por ‘Níveis Filosóficos’ a que denomino ‘A’, ‘B’ e ‘C’, estando neste último, o de Nível ‘C’, uma sua compreensão máxima, ou seja, do que se confirmara, sobejamente, nos Séculos 19 e 20 de nossa trajetória evolutiva que se distingue por: cognitiva, espiritual e, sobretudo: moral.

Assim, pois, distinguem-se, dentre outros, três Níveis de sua compreensão doutrinária estabelecida, positivamente, na prática, pelos próprios espiritistas e seus parâmetros perceptivos:

-Nível Filosófico ‘A’: a um Plano Menor;
-Nível Filosófico ‘B’, a um Plano Mediano; e, por fim:
-Nível Filosófico ‘C’, a um Plano Maior.

E isto pelo fato de nos encontrarmos em evolução psíquica e doutrinária, sendo uns, pois, mais avançados que outros, e, assim, sucessivamente, numa escala “quase infinita”, até Deus.

Daremos maiores informações do que postulamos introdutoriamente no decurso mesmo do referido e modesto e.Book., ok?

O humilde autor: assim como Você: Leitor.

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MAIÊUTICA DOS NÍVEIS FILOSÓFICOS

Pergunta 1: O que é o Espiritismo?

Cumpre-nos, de início, informar que o Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, nascera com a produção do seu livro principal, ou seja: “O Livro dos Espíritos” (1857). Sendo o seu organizador, no plano terreno, a pessoa de um renomado pedagogo: Allan Kardec, que encontrara farto material relativo às mesas girantes, e, pois, à mediunidade, às suas instruções, sendo que, a partir daí mesmo, se embrenhara pelo novo campo de estudos que se abria para os mais diversos pesquisadores terrenos.

E, Kardec, com tanto material que viera a ter em suas mãos, publicara diversos livros, dentre tais: a ‘Codificação Espírita’ que se compõe de cinco (5) opúsculos fundamentais e, portanto, relativos ao fenômeno mediúnico e das instruções daí decorrentes em que destaca o aprimoramento moral da criatura humana, do seu Espírito palingenésico, e, por isto, imortal.

P2: Seria, por aí, toda uma nova Ciência, não?

Sim, toda uma nova Ciência que abrange aspectos experimentais, filosóficos e morais, uma Ciência, pois, genuinamente espírita que, ao plano exclusivo da obra de Kardec, se pode denominar - mas não sem objeções - como Kardecismo. Mas peço especial atenção para a Pergunta-26 de logo abaixo, e sua respectiva Resposta, onde o Espírito de Kardec, numa comunicação mediúnica a ele atribuída, considera tal Ciência um tanto obsoleta e desusada. No que concordamos. (Vide nosso e.Book: “Ciência Espírita: Tese Informal”).

P3: Haveria, pois, Espiritismo e Kardecismo?

Sem dúvida que sim. Porém, alerte-se que:

-Kardecismo, como Ciência de Kardec, trata-se de um bloco de estudos, de experiências e conclusões do seu promotor que, sem querer depreciá-lo, trata-se de um conjunto algo obsoleto e bastante exíguo se comparado com a grandeza do:

-Espiritismo: Terceira Revelação da Lei de Deus, ou, como se sabe e se divulga: Doutrina dos Espíritos Superiores.

P4: Mas por que exíguo?

Se compararmos as conclusões de Kardec com o Espiritismo mesmo, ver-se-á, com clareza, que tais diferenciações saltam aos olhos de quaisquer observadores mais espertos, sensatos e coerentes. Porém, no meb (movimento espírita brasileiro), há uma confusão, sobretudo para os mais desatentos, de que tudo é uma coisa só, quando assim não é!

Ora, estudem mais, façam o aprofundamento da questão e verão que há distinta diferença dentre tais, ou seja: entre o Kardecismo e o Espiritismo, conquanto pareça uma coisa só, quando não é.

P5: O que concluíra Kardec, ou, o Kardecismo?

Se pudermos destacar em três itens, diríamos que Kardec chegara às seguintes conclusões:

-Comprovação da existência de Deus pelos efeitos de Sua obra: não há efeito inteligente sem uma causa inteligente. Dizia que: “desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até à Lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma ideia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, Soberanamente Inteligente”; e mais:

-Comprovação, pela mediunidade, do Mundo Espiritual, do seu estado, dos seus costumes, e etc., e, portanto, dos seus habitantes: os Espíritos humanos e, pois, sobreviventes aos despojos de sua corporeidade; e mais ainda:

-Comprovação de suas transmigrações, ou seja, de tais Espíritos que somos nós mesmos, via reencarnação.

Nisto, pois, se paralisara as comprovações do cientista Allan Kardec que, como já visto, se repete ainda hoje com renomados pesquisadores e parapsicólogos estudiosos da questão que nunca o desmentiram, mas tão só o comprovaram e até mesmo com a descoberta do perispírito que é a base de campos biológicos.

P6: O que já é muito não é mesmo?

Depende do ponto de vista: para um cientista mundano e cético, tal questão, das descobertas de Kardec, é bem considerável; mas acrescentariam ser pouco crível; e, para um religioso dogmático, ele diria tratar-se de uma heresia por não se admitir a reencarnação; mas para um indivíduo portador de crenças orientais, tais como o budismo, o taoísmo, e etc., referida descoberta de Kardec é irrelevante, pois tal indivíduo já sabe disto há milênios e milênios, e etc., etc. e tal.

P7: Como resumiria as descobertas de Kardec?

Pode-se tudo resumir pelas palavras dele mesmo que, após discursar sobre a existência positiva de um Criador, da Palingenesia e, portanto, da Alma, ou, do Espírito humano, Kardec para por aí e trata de não procurar a origem das coisas que, para ele, estão nos segredos daquele mesmo Criador. E reitera:

“Sem, pois, procurar a origem da Alma, e as fieiras pelas quais pôde passar, nós a tomamos em sua entrada na Humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre-arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. (Vide: “A Gênese” – 1868 – AK – Ide).

Logo, com as palavras sentenciais de que: “nós a tomamos (Alma ou Espírito) em sua entrada na Humanidade”, Kardec se restringe ao fato de que considera a Alma ou Espírito apenas ao plano dos homens, desconsiderando a Alma ou Espírito evoluindo e transitando pelos mais diversos reinos da natureza, ou, como reiterara o Espiritismo: “do átomo ao arcanjo”.

Assim, por escolha sua, e, como é do seu direito, Kardec preferira não se embrenhar por tais caminhos – conquanto os discutisse - ou seja, da origem da Alma, adotando uma postura mais científica e menos filosófica, ausentando-se, pois, das grandes sínteses universais ministradas pelos nossos Maiores, ou seja, pelo Espiritismo: Doutrina - e torno a repetir - dos Espíritos Superiores.

P8: De tal ponto de vista, Kardec...

Vejo que o Kardecismo, ou seja, os dados por ele positivados se podem compreender como uma espécie de:

-Nível Filosófico ‘A’; nível, pois, concernente à existência de um Criador e do Espírito humano que se ascensiona, paulatinamente, vias palingenésicas; mas Kardec, como vimos, não se ocupa de sua origem.

Trata-se, pois, de um Nível Filosófico básico, que se pode considerar, pelo menos em tese, como do tipo ‘A’, se achando um tanto apartado das instruções dos nossos Superiores: os Imortais da Espiritualidade que ministravam, com zelo, e também com certa profundidade, sua Admirável Doutrina, ou seja: o grandioso:

-Espiritismo = Doutrina dos Espíritos Superiores.

P9: Que profundidade?

A que se pode compreender por mais dois lances sucessivos e acima do referido Nível ‘A’, ou seja: os Níveis Filosóficos ‘B’ e ‘C’.

P10: Sendo tais Níveis...

No Nível Filosófico ‘B’: nós destacaríamos que os Espíritos Superiores mencionaram a origem da Alma humana, ou, do Espírito palingenésico, desde arcanos da materialidade, ou seja, nossa evolução se daria: ‘do átomo ao arcanjo’.

P11: E, no próximo?

Para o Nível Filosófico ‘C’: Nível, pois, superior aos demais, os Espíritos Sábios informaram que nossa origem é mais distante ainda, ou seja, ela se dá no Mundo Espiritual mesmo num processo que, hoje, se confirma como ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. Mas é lógico que os Espíritos Reveladores, na obra de sua organização com o codificador terreno, foram um tanto lacônicos com relação a este Nível.

Mas, ainda assim, não deixaram de esclarecer, e, de alguma sorte, informar alguma coisa relativamente a tal, ou seja, do nosso afastamento de Deus (por involução) e do nosso retorno a Ele (por evolução), tal como consta das instruções dos Sábios Espíritos de Lammenais e de Platão no Item 1009 de “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK), bem como em instruções anteriores como já visto e citado nos e.Books constantes da presente ‘Trilogia’.

P12: Do que se depreende que?

De tais informes mesmos, ou seja, da obra de Kardec e dos Espíritos Superiores, surgem os referidos Níveis Filosóficos ‘A’, ‘B’ e ‘C’, dentre outros, dos espiritistas de nossa atualidade, ou seja, de mentalidades específicas, onde, e quando, um evolve para o outro, sendo o ‘C’, o mais amplo, mais alto e mais completo de tais Níveis ou Modelos de Compreensão Doutrinária.

Mas tudo é relativo, nos situamos entre a matéria e o espírito e damos preferência doutrinária ao que nos pareça mais simpático, mais lógico e racional, quando, repito, nos situamos na dinâmica evolutiva de tudo, estando longe, como é evidente, das coisas eternas e imutáveis.

P13: No Nível Filosófico ‘A’, então?...

De tal Nível Filosófico ‘A’: temos os espiritistas que se prendem mais às instruções de Kardec do que do Espiritismo propriamente falando. Eles defendem justamente o que o codificador dissera linhas atrás no Século 19 e constante de “A Gênese, os Milagres e as Predições” (AK), não compreendendo, pois, a origem do Espírito desde condições mais ínfimas da matéria, ou seja: ‘do átomo ao arcanjo’.

E, por tal mesmo, temos o seu degrau de mentalidade um tanto mais acanhado, restrito, e, portanto, de reduzida compreensão do que fora ministrado pelos nossos Maiores, ou seja, os Espíritos Superiores que sintetizaram sua Grandiosa Doutrina em “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK).

P14: E, no próximo?...

No Nível Filosófico B: vemos tratar-se daqueles cuja mentalidade vê e acata algo mais, ou seja: ‘do átomo ao arcanjo’, pois que Deus nada faz de inútil, e, pois, tudo tem sua serventia ao plano em que labora. E, portanto, o átomo, sua grande família do Hidrogênio ao Urânio, suas aglomerações constituindo a matéria sólida dos Mundos universais, tudo isto tem sua utilidade, sua função e seu trabalho, ao mesmo tempo em que, progredindo-se, passa-se de uma coisa à outra por maturação (ou evolução) que se dá, pois, do nível atômico ao biológico: vegetal e animal, e, por fim, consciencial, até o ‘arcanjo’ da Instrução Superior dos Sábios Amigos da Espiritualidade.

E, como refere o Espírito André Luiz:

“Do Hidrogênio, às mais complexas unidades atômicas, é o poder do espírito eterno a alavanca diretora de prótons, nêutrons e elétrons, na estrada infinita da vida”. (Vide: “Libertação” – F.C.Xavier - Feb).

P15: Trata-se de um Nível mais abrangente...

Cujo entendimento se ascensiona ainda, ou seja, para o Nível ‘C’, do referido ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’.

P16: E tal Nível ‘B’, pois, se prepara para o...?

Nível Filosófico C! Que, por sinal, está tão bem descrito por “O Livro dos Espíritos” (1857 - AK), conquanto os espiritistas dos Níveis Filosóficos ‘A’ e ‘B’ faça pouco caso, ou, nada entenderam da questão, pois sua mente não vê além do que pode ver e entender. E, pois, é preciso dar tempo ao tempo, porquanto: o inferior não compreende o seu superior; mas este o compreende e o auxilia em seu desenvolvimento espiritual, intelectual e moral.

P17: Isto não é prova da evolução?

Sim, e, pois, dos mais diversos níveis psíquicos da humanidade terrena, tal como fora estudado por Piaget, por André Luiz e Pietro Ubaldi, sendo tais, de tão distintas áreas, porém, de mesmas conclusões gerais, ou seja, doutrinais, filosóficas e científicas.

Para Piaget temos a mentalidade pré-Lógica, a Concreta e a Inteligência das Operações Intelectuais Formais. E, para André Luiz, a Inteligência Instintiva, a Racional e, por fim, a Superconsciência; sendo que tais muito se aproximam das requisitadas por Pietro Ubaldi que as cita como: Consciência sensória, racional analítica e, por fim: intuitiva sintética, que avança, ainda, rumo a planos inexplorados de nossa inteligência.

P18: O que diria, ainda, do Nível Filosófico ‘B’?

Que o mesmo se destaca, sobretudo, na Questão 540 de “OLE”, de seguinte resumo:

...”É assim que tudo serve, que tudo se coordena na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois que, ele mesmo, começou por ser átomo. Admirável Lei de Harmonia do qual vosso acanhado Espírito não pode ainda compreender o conjunto”. (Vide: “O Livro dos Espíritos” – AK – 1857).

Mas ressalto que, apesar da referida questão, do Nível Filosófico ‘B’, ir mais a fundo que o Nível ‘A’, ela já se reporta a algo mais profundo ainda, ou seja, ao Nível Filosófico ‘C’, pois alude, com todas as letras, que o referido Nível ‘B’ ainda não é o mais amplo e o mais completo de tais, pois que o nosso acanhado cogitar:

“... não pode ainda compreender o conjunto”. (Opus Citado).

P19: Ou seja: do próximo Nível ‘C’?...

Penso que sim: que se trata, indubitavelmente, de tal Nível Filosófico ‘C’ constante, sobretudo, da Introdução, das Questões 167, 621, 676 e, finalmente, da Questão 1009 com os referidos e Sábios Espíritos de Lammenais e de Platão, e tudo, como já dito, de “O Livro dos Espíritos” (AK) de que estamos tratando.

P20: De fato, tal “Livro” (AK) é bem complexo...

Afirmo que “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857) é um grande desconhecido dos próprios espiritistas, mesmo dos que se auto-proclamam “intelectuais”. O que é compreensível em face de uma Doutrina ‘tão simples e tão complexa’, e estando, ainda, suscetível de novos e mais amplos desenvolvimentos, pois, como já dito: trata-se do início da ‘Ciência do Infinito’, que, para a sua mais dilatada compreensão está a depender dos avanços do Homem, do seu Espírito que, de modo incessante, vai consolidando avanços e progressos doutrinais concomitantes.

P21: Falaria mais da Queda no referido “Livro”?

Tais se acham em pelo menos sete Itens de “O Livro dos Espíritos” (AK), que cito: na Introdução e nas questões 122, 167, 262, 621, 676 e, finalmente, na questão 1009, com instruções dos Espíritos Sábios de Lammenais e de Platão; tais são, de modo indubitável, exceto para os de Níveis Filosóficos mais baixos, itens a favor da Queda Espiritual, ou, ainda, como queiram: do ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. (Vide demais e.Books de nossa ‘Trilogia’).

P22: ‘Complexo Fenomênico’ ou Queda Espiritual?

Com a Queda temos o seu oposto de Salvação, ou, de Redenção, ou, de Evolução Espiritual, que, afinal, constituem o ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’. Ora, o próprio “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864) alude a tal problema numa de suas principais sentenças: “Fora da Caridade Não Há Salvação”. Ora, salvação dos que caíra, ou, se quedara por involução.

Mais ainda, referida questão, da Queda e da Salvação, encontra-se explicitado não só em termos filosóficos, como também matemáticos, em nosso e.Book: “Espiritismo e Matemática”, para os que apreciam uma mais ampla e mais perfeita lógica das coisas universais.

P23: Kardec pertencia ao Nível Filosófico ‘A’?

Tudo é relativo e trafega de um Nível a outro de modo incessante, porém, alguns, se identificam mais com uma coisa do que com outra. Mas citemos, de novo, a colocação de Kardec com relação ao sofrimento dos animais, ou seja, de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) reencarnados no Mundo terreno; e notemos que ele não tinha como explicar tal fato diante de um Deus-Pai que é Justo e Bom. Repleto de dúvidas, Kardec cogitava:

“O sofrimento dos animais é constante. Mas é racional imputar esses sofrimentos à imprevidência de Deus ou a uma falta de bondade de sua parte pelo fato de a causa escapar à nossa inteligência, como a utilidade dos deveres e da disciplina escapa ao escolar?” (Vide: “Revista Espírita” – AK – Março 1864 - Edicel).

No que o Espírito Erasto lhe advertira:

“Compreendei, se o puderdes, ou esperai a hora de uma explicação mais inteligível, isto é, mais ao alcance do vosso entendimento”. (Opus Cit.).

O que significa expressar, segundo Erasto mesmo, a condição humana de Kardec: do seu entendimento limitado e dos seus conhecimentos não aprofundados, que, por sua vez, entram em contradição consigo mesmo, pois admite a Criação dos Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), mas não compreende tanto sofrimento semeado em seus passos, o que só o ‘Fenômeno Involutivo-Evolutivo’, da Queda e da Salvação, pode conceber e de forma racionalmente lógica explicar.

Vemos, pois, que a inteligência de Kardec não podia compreender a Queda Espiritual, não podia, no dizer de Erasto, fazer o entendimento da questão por suas limitações filosóficas e, por que não, intelectivas, sendo tal problema, não só de Kardec no Século 19 como também de grande parte de seus seguidores deste início do Século 21, onde tal fato só se verifica, e só se deve, pois, ao problema evolutivo, do aprofundamento da questão, onde uns, mais preparados, estão prontos para encetar novas jornadas ascensionais, e outros, mais demorados no Século 19, reclamam maiores recursos psíquicos oportunizados pelo tempo-evolução.

Ora, o fato contraditório de se supor um Deus que é todo Amor e Misericórdia, e que, em contrapartida, cria Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) que não pediram para serem criados e, mais ainda, lhes coloca nas dores e adversidades dos Mundos materiais para evoluir e se aperfeiçoar por milênios e milênios sem conta, tal fato implica num Deus Imperfeito que, ao criar, autoriza atrocidades, dores e truculências ao filho inocente, que, ao invés de realçá-lo como um Deus Perfeito, Justo e Sábio, o rebaixa como Soberano Injusto e Cruel.

Não, meus senhores, Deus não criou Simples e Ignorantes (ESI), mas sim, Espíritos Puros e Conscientes (EPC) regidos pela Lei do Amor que, afinal, integra o Sistema Transcendente de Sua Espiritualidade; e, mais, deu-lhes ampla liberdade de escolha pelo bem ou pelo mau, e, se tais elementos falharam fora por culpa sua e não de Deus que não falha, não tem culpa e deseja o melhor aos seus filhos amados, mesmo rebeldes, pois que os busca e os salva pela redenção espiritual desde sua nova condição de Simples e Ignorantes (ESI).

P24: Neste caso Kardec e os do Nível ‘A’...

Não se trata de depreciá-los, seja do ‘Nível A’ ou do ‘Nível B’, seja por isto ou por aquilo. Ora, estamos no início do Espiritismo no Mundo terreno. Logo, nem tudo é perfeito num Mundo de imperfeições. E, Allan Kardec, fora o missionário indicado para a organização da novel Doutrina que nascia ante o positivismo ateu, a crenças escolásticas e às mais diversas tendências filosóficas do Século 19.

O Codificador, em tal meio cultural, diverso e fervilhante, tentara colocar suas ideias do modo mais lógico e mais coerente possível; e mais, adicionando-lhes teor de lógica científica e racional, que, óbvio, estão hoje um tanto ultrapassadas; e, pois, ele mesmo, em Espírito, ou seja, numa comunicação mediúnica atribuída a Kardec, pelo médium Fernando de Lacerda, em 1907, aborda justamente referida questão.

Vejamos alguns tópicos da comunicação:

“Companheiro. E' incontroverso que depois que da Terra sai, alguma coisa aprendi mais do que o que nela sabia. Este novo pecúlio de saber seria talvez proveitoso a refundição de minha obra aí”.

“Tenho refletido muito nisso, por vezes. Sempre que encontro na Terra um médium bom, crio desejos de fazê-lo; - e agora; que tenho assistido ao desabrochar das tuas faculdades, mais uma vez pensei, com interesse, na possibilidade de fazer esse trabalho de melhoramento, de aperfeiçoamento”.

No campo experimental, ilustres e prestantíssimos sábios se lhe tem avantajado em muito”.

“A parte experimental é, porem, efêmera. Boa para a conquista, não tem, todavia, qualidades de estabilidade e de conservação. Como fenômeno experimentado, entra na ordem das coisas concretas, e para estas coisas, o aperfeiçoamento é mais sensível, porque a natureza delas e mais precária”.

“Uma obra experimental de grande atualidade e verdade hoje, daqui a dez anos será velha, se a não acompanhar, como parte integrante e auxiliar, a feição abstrata e ideal”.

“Os meus livros, no que tem de prático, sob o ponto de vista experimental, estão antiquados e suplantados, de há muito, por dezenas de outras obras de mais incontestado e incontestável valor, daquela ordem de estudos”.

“O que, porém, neles existe da parte moral e de ensinamento, ainda não foi nem será facilmente sobrepujado. E' que, neste campo, eles estão com a verdade, e a verdade, apresentada sob que aspecto for é sempre a verdade. E' tão nova hoje, como no tempo do Cristo, como no tempo dos profetas, como em qualquer tempo”.

(Palavras textuais de Allan Kardec: em Espírito)

P25: A parte moral, portanto, é mais relevante?

Sim! Concordo plenamente com Kardec! E, no tocante à parte experimental (incluindo CUEE), esta se tornara um tanto irrelevante como o próprio agora reconsidera. (Vide nosso e.Book: “Ciência Espírita: Tese Informal”). Na parte ética e comportamental, repito o que o Espírito do apóstolo Paulo e o próprio Kardec considerara em seu tempo em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - 1864):

“Fora da Caridade não há Salvação!” (Opus Cit.).

E, pois, Salvação de todos nós: Espírito decaídos que, com a Graça Divina, estão a mudar de rumos, se redimindo e se salvando pelas normas evangélicas do Enviado Divino. E, temos mais:

“Espíritas: Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo!” (Opus Citado)

P26: Logo, não se deve condenar?

Em tempo algum! Somos irmãos em aprendizados, e, pois, de Níveis Filosóficos diferentes, entretanto suscetíveis de alcançar os mesmos Planos Espirituais dos Sábios da Imortalidade.

P27: Para encerrar o que diria?

Evangelho! Não há no Mundo terreno uma obra mais importante que o Evangelho de Jesus! Obra em que a prática deverá corresponder magnificamente à teoria ministrada, e, pois, sejamos mais coerentes com os ensinos do Mestre e façamos valer na prática tudo quanto estamos a aprender, teoricamente, com o Mestre Nazareno!

P28: Algo mais ainda?

Sobre o tema ora tratado, e, pois, sobre certos mistérios universais, do Espírito e da matéria, coloco e entendo estas palavras de Kardec, quando por aqui reencarnado no Século 19, como fundamentais:

“Quanto mais é dado ao homem penetrar nesses mistérios, mais cresce sua admiração pelo Poder e Sabedoria do Criador; mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quanta verdade rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho”. (Vide: “O Livro dos Espíritos” – 1857 - AK).

P29: Palavras que servem?...

Palavras mui sensatas que servem para todos nós, e, inclusive, para Kardec mesmo, que, de sua parte, rejeitava a Queda Espiritual por falta de inteligência para compreendê-la como bem referira o Espírito de Erasto. E Kardec coloca, igualmente, a questão do orgulho, ou seja, justamente o seu orgulho para não admitir a verdade.

P30: E, para finalizar, o que diria?

Algo semelhante ao que nos diz Emmanuel sobre o início de todos nós, ou seja, no Mundo Espiritual mesmo, donde fomos criados, adquirimos Consciência e, pois, fomos devidamente educados pelos nossos Instrutores espirituais:

“Colocada por Deus no caminho da vida, como discípulo que termina os estudos básicos, a Alma nem sempre sabe agir em correlação com os bens recebidos do Criador, caindo pelo orgulho e pela vaidade, ...”. (Vide: “O Consolador” – Feb).

Eis, pois, o que somos: eu, você, Kardec, e tudo o mais do ‘Anti-Sistema’, ou seja, do Universo astronômico:

Espíritos decaídos!

O que nos leva, obviamente, a muito bem considerar o ministrado pelo Espírito de Lammenais:

“Pobres ovelhas desgarradas, sabei pressentir, junto a vós, o Bom Pastor que, longe de vos querer banir para sempre de Sua Presença, vem Ele mesmo ao vosso encontro para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, abandonai vosso exílio voluntário; voltai vossos passos para a morada paterna: o Pai vos estende os braços e mantém-se sempre pronto para festejar vosso retorno à família”. (Vide: “O Livro dos Espíritos” – AK – 1857).

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PALAVRAS DO EVANGELHO

Assim, se “O Livro dos Espíritos” (AK) parecera algo lacônico no tocante à Queda Espiritual, deve-se compreender que se tratava do início do Espiritismo: da Doutrina dos Espíritos Superiores na face terrena. Todavia, tal concisão e curteza de seus discursos nesta primeira obra, viera a ser compensada pela terceira: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), que, com todas as letras define a real posição do Espírito humano no contexto universal: somos Seres decaídos como este terceiro livro francamente nos revela:

“Já vos falaram desses Mundos (espirituais) onde a Alma nascente é colocada, quando, ignorante ainda do bem e do mal, pode caminhar para Deus, senhora de Si mesma, na posse do seu livre arbítrio; já foi dito de que imensas faculdades a Alma está dotada para fazer o bem; mas, ah! Existem as que sucumbem, e Deus, não querendo seu aniquilamento, lhes permite ir para esses Mundos (materiais) onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, se regeneram, e se tornarão dignas da glória que lhes estava reservada”.

(Vide: “OESE” – Allan Kardec – 1864 - Capítulo 3 – ‘Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai’ – Instruções dos Espíritos: Item 16).

E, comentando dita Instrução dos Espíritos, note-se que a mesma nos fala que nós, Espíritos humanos, estávamos lá: no Mundo Espiritual, pois preconiza claramente e com todas as letras:

 “Já vos falaram desses Mundos (espirituais) onde Alma nascente é colocada, quando, ignorante ainda do bem e do mal,”. (Opus Citado).

Ou seja: os Espíritos, ainda Simples e Ignorantes, em estado nascente, ou, noutros termos, quando nascem das mãos de Deus, tais Espíritos, ou Alma nascente:

“... pode caminhar para Deus, senhora de Si mesma, na posse do seu livre arbítrio”. (Opus Citado).

Mas dentre tais Espíritos livres (e Conscientes, pois, são senhores de Si mesmos), dentre tais Espíritos, ou, Almas:

Existem as que sucumbem, e Deus, não querendo seu aniquilamento, lhes permite ir para esses Mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, se regeneram, e se tornarão dignas da glória que lhes estava reservada”. (Opus Citado).

Ou seja, aos Espíritos ou Almas que sucumbem, ou, que se quedam ou fraquejam na luta, tais são, a partir daí, exiladas nos Mundos materiais para mais pronta depuração, se regenerando para o retorno ao Mundo Espiritual de origem.

Acho que os Espíritos Superiores, nesta sua breve lição, não precisariam ser mais claros e mais evidentes, não é mesmo?

REMINISCÊNCIAS DO PARAISO

Como encarar posturas codificadas pelos Espíritos Superiores em “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857) da não retrogradação do Espírito com o ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, complexo este que, por sua vez, dão margem ao que se denomina: ‘Queda Consciencial’, ou, ainda, como ‘Queda da Criatura’ que, mais vulgarmente, se designa: ‘Queda Espiritual’?

Ora, se o referido e próprio “Livro” (AK – 1857) admite, com já visto em nossos diversos textos e e.Books a já referida ‘Queda Espiritual’ como é que o mesmo, em flagrante contradição, não permite a retrogradação do Ser, de sua Involução?

Todavia, o neófito, como estudioso espiritista, deve estar sempre alerta ao fato de que o Espiritismo é ‘Ciência do Infinito’, sendo, pois, uma Ciência de caráter progressivo, o que, pois, com evidente razão, não seriam apenas, e, tão-só, os pouco mais de 1000 questionamentos de “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), e respectivas respostas, que haveriam de resolver os tantos enigmas do Universo que, aliás, não é só composto de fluidos, de energia e de matéria, mas, além de tais, de Consciência, ou seja, das infinitas dimensões do Espírito, do átomo ao arcanjo iluminado, dos mais altaneiros cumes espirituais.

Tanto é que, neste início do Século 21, a obra espírita codificada em meados do Século 19, está hoje - com os mais importantes missionários, e, sobretudo pela confiável equipe espiritual de Ubaldi e Xavier - revista, corrigida e atualizada ao extremo de sorte a acompanhar o progresso célere de todas as coisas, e, sobretudo, da Ciência acadêmica, que, no campo da Física, de apenas Clássica do Século 19, seus quadros, hoje, se ampliaram vastíssimo se distendendo para a Relativística, a Quântica, prenunciando-se, ainda, muito mais de tais disciplinas científicas e culturais.

Lógico que o Espiritismo, como ‘Ciência do Infinito’ não se paralisaria, e não se paralisou, apesar da paralisação e engessamento de muitos de seus “eruditos” adeptos espiritistas que acham que sabem de tudo, e olvidando, pois, o magistral ensino socrático de que:

“Prudente serás não imaginando saber o que não sabes”. (Vide: “OESE” – AK).

E o fato é que o tema da ‘Queda’, da possível ou não-possível ‘Involução Espiritual’, consta de muitas obras codificadas e a “Revista Espírita” (AK – Outubro de 1858), por exemplo, registra algo a respeito da ‘Retrogradação do Ser’, sendo, no caso em estudo, do Espírito de um criminoso que, em face de seus horrendos delitos, poderia, de fato, ser destinado a “um lugar onde o homem se encontra no nível dos animais”. (Opus Cit.).

E, notemos que dita referência, conforme escrito do próprio punho de Kardec, alega que o Ser comunicante de tal instrução sempre se mostrara como um ‘Espírito Superior’, o que é muito relevante; pois, como se sabe, os Espíritos elevados trazem o caráter da seriedade de suas instruções, da verdade pura e cristalina, pois, como é óbvio, são pertencentes à ‘Equipe Espiritual do Mestre’, à ‘Plêiade de Jesus’.

E, dito Instrutor, ou seja, dito Espírito Superior, com todas as letras, preconiza, além de um possível retrocesso - durante a evolução progressiva de todos nós - ele alude, ainda, à nossa queda primordial, ou seja, do Espírito que falira em sua gênese, e que tal, se compararia à punição de Lúcifer, a figura emblemática de nós mesmos: Espíritos terrenos falidos desde tempos primordiais. Mas vejamos, com todas as letras, a possível queda daquele Espírito criminoso, bem como a referência explícita de nossa queda primeira, em nossa gênese espiritual:

“Sua punição é justamente retrogradar; é o próprio inferno. Eis a punição de Lúcifer, do homem espiritual descido à matéria, isto é, o véu que daí por diante lhe oculta os dons de Deus. Esforçai-vos, pois, na reconquista desses dons perdidos: tereis reconquistado o paraíso que o Cristo veio abrir para vós. É a presunção, é o orgulho do homem, que queria conquistar aquilo que só Deus podia ter”. (Opus Cit.).

Mas pergunta-se com razão:

-O que ocorreria com tal Espírito criminoso?
-Ele perderia o que conquistara no Plano Hominal?
-É isto o que se dá com a Queda Espiritual?

Ora, primeiro questionemos: o que é o Espírito?

Divulga-se que o mesmo, dos mais diversos planos da vida: mineral, vegetal, animal e hominal, e, dos planos da erraticidade que nos envolve a todos, que o Espírito é o existir dinâmico de Si mesmo, de sua centelha anímica, tal como luz que, de menos intensa: no plano atômico e mineral, dita luz, por gradações psíquicas mais altas, e, alcançadas por evolução, vai se tornando mais intensa e vibrátil noutros planos existenciais, atingindo, no plano antropológico, ou seja, das humanidades, o “cume” de seus progressos, que, sabemos, não se encerra por aí, mas se distende, ainda, aos mais diversos planos da humanidade e da espiritualidade sideral.

E, pois, se o Espírito é vibração de suas potências, tal vibração, entretanto, e, sobretudo nos planos físicos da natureza universal, se sujeita, como tal, a reduzir-se e a distender-se vibratoriamente, ou seja: dinamicamente, e, sobretudo, nos fenômenos palingenésicos em que o Eu reduz suas potências para reencarnar, e, pós-parto, trata de ampliá-las, modo vagaroso, durante o crescimento biológico e psíquico de tais potencialidades que, frisamos, foram reduzidas muitíssimo pela reencarnação/expiação.

E isto se dá, pois, com todas as forças psíquicas do Mundo, do mineral ao homem, pois que o mineral nada mais é que uma concentração de energias que, destruída a forma, retorna à sua condição anterior (radioatividade); o mesmo se dando, pois, com todas as espécies do Orbe, e, pois, com o Espírito humano que restringe e reduz suas potências para reencarnar e se distende à posteriori para crescer, evoluir e, ao fim de tudo, de tão longa jornada, transcender-se a Si mesmo como Espírito imortal se tornando Uno com Deus, Uno com o Pai-Nosso Criador.

Logo, somos potências palingenésicas que vem e vão, que se reduzem e se distendem, que ‘encolhem’ e se esticam’ o tempo todo, e, sobretudo, nos períodos de sono em que o Espírito humano, todas as noites, ‘decola’ do corpo para ‘voar’ na erraticidade, e, por isto, não podemos ter uma recordação plena do que se passa na vida espiritual, pois o nosso cérebro não suportaria tamanha carga de trabalho, de operosidade espiritual. E, pois, nosso cérebro precisa descansar das rotinas do dia recuperando as forças para os novos dias que, certamente, virão.

Por outro lado, ainda, as vibrações do Espírito, livre na erraticidade, são bem mais intensas e, pois, não suportaríamos como homem, e, como cérebro biológico, tamanha intensidade vibracional de nossa Consciência livre nos espaços espirituais.

Mais ainda, devemos recordar que nosso Eu, ou, nosso Espírito, como Personalidade Integral que nos caracteriza a súmula palingenésica, tal, ainda assim, não se acomoda, e, em renascendo, dita Personalidade também se refaz pela nova base genética cedida pelos pais, bem como pela nova educação recebida, pela nova estruturação social a que fora novamente chamada a viver, em suma, por um ambiente que, se velho, também é novo, pois a mudança evolutiva não para e, pois, o Espírito igualmente não para, mas prossegue lutando para renovar-se, crescer e distender-se, sempre, tanto ao plano cognitivo como também ético e comportamental.

Ou, noutros termos, somos ainda o que fizemos por nós mesmos no passado, ou, nas mais diversas vidas do pretérito palingenésico, porém, estamos um tanto mudados, pois o Ser não para, e, consonante instrução 118 de “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), ele:

“Pode permanecer estacionário, mas não retrograda”. (Opus Citado).

E, pois, se o Espírito não retrograda como explicar a ‘Queda Espiritual’, ou, a ‘Involução’ e outras sinonímias de tais fenômenos, onde, e quando, tais termos se inserem no ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’?

É o que veremos neste finalmente.

Em verdade, o fenômeno do que se conhece como ‘Queda Espiritual’ está a explicitar não exatamente: uma retrogradação do Ser, mas sim, uma sua restrição psíquica em corpos condizentes com a centelha anímica para a sua corrigenda, sua educação. Aquele caso da “RE” (AK – Outubro de 1858) que citamos nos fornece o exemplo de tal condição espiritual. Ou seja, o Espírito pode até sujeitar-se à condição de um corpo animal distinto do corpo humano, mas Ele, como Espírito, não perdeu tais conquistas do plano das humanidades, pois que tais se registram n’Ele mesmo, conquanto estejam restringidas e limitadas por expiação.

Noutros termos, o Espírito não retrocede e não perde o que conquistara, mas pode, e deve, por ‘Medida Corretiva da Lei’, sujeitar-se a ela pelo bem de Si próprio, e, pois, de sua felicidade presente e futura.

Logo, tudo quanto conquistamos não se perde jamais!

E, pois, tudo o que conquistamos dantes de nossa derrocada (Queda Espiritual) nos primórdios da criação não se perdeu, mas registra-se em nosso cérebro espiritual; conquanto nem sempre seja positivamente salutar a lembrança de tais fatos, pois, se temos ali algo de positivo, revela-se, igualmente, algo de negativo, de nossa revolta, nosso orgulho, nosso egoísmo primordial.

O Espírito de Emmanuel, um dos mais confiáveis e mais lúcidos discípulos do Cristo, em seu excelente tratado “Há Dois Mil Anos” (Feb), fala algo a respeito de tais registros espirituais em nós mesmos grafados.

Na página 349, em se referindo aos Espíritos humanos ainda há pouco desencarnados de modo sanguinário e violento – nos primeiros tempos do cristianismo - que, naquele instante ouviam às “harmoniosas vibrações das Melodias do Invisível”, ele, Emmanuel, refere que “aquele cântico de glória, ao menos palidamente, deve ser lembrado por nós outros como Suave Reminiscência do Paraíso”. (Opus Citado); ou seja: do paraíso de outrora, dos tempos primordiais dos nossos Espíritos falidos, hoje se recuperando nas lutas travadas com a matéria, com a dor salvífica e redentora.

Logo, o Espírito não perde o que adquirira no passado e tampouco em suas mais distantes origens espirituais.

O que significa dizer que temos grafado na tessitura indelével do nosso cérebro transfísico tudo o que nos caracteriza como Ser Divino, filho de um Deus que É Espírito, e, como tal, nos criara como Espírito, porém, dotado de liberdade, e que, por ela mesma se deixara trair caindo, como filho pródigo, nas expiações dolorosas da matéria.

Finalmente, numa frase incompleta:

“O Espírito não retrocede...”!

Todavia:

“Pode o Espírito restringir-se por Expiação, ou seja, como Norma Corretiva da Lei”!

Logo, se o Espírito não retrocede, dir-se-ia, porém, que sempre existe um ‘mas’; sempre existe algo de excepcional, em suma: de uma espécie de desvio das coisas que não mais seria, e não mais que é: um desvio do Ser que, conscientemente, errara, se confundira, e cuja ‘pisada-de-bola’ é algo suscetível de se dar num complexo universal que é infinito, e que, portanto, não se isentaria de uma ‘doença’ passageira que, afinal, se representa por nós mesmos: Seres decaídos nas coisas materiais, mas sujeitos a salvar-se pela inevitável cura de medidas educativas e evolucionais.

Para finalizar tal estudo, que já vai longe, citemos, de relance, das muitas exemplificações do Espírito André Luiz, (prefaciado por Emmanuel), um caso de queda espiritual constante no excelente “Ação e Reação” (1957 - Feb), capítulo 13, ‘Débito Estacionário’, em que um nosso irmão, de débitos enormes para com a Lei, se restringira, no fenômeno de sua reencarnação, a um corpo disforme, de aparência macacóide, tal como se o seu perispírito, durante a recapitulação embrionária e fetal, não lograsse atingir as nuanças da forma humana e paralisasse na forma antropóide: primata de transição entre o animal irracional e o homem.

Miserável anão paralítico, de uma idiotia completa:

“Era ele – dito Espírito devedor - dolorosa máscara de anormalidade e aberração. Mirrado, nada medindo além de noventa centímetros e apresentando grande cabeça, aquele corpo disforme, tresandando odores fétidos, inspirava compaixão e repugnância. A fisionomia denotava configuração macacóide, exibindo, porém, no sorriso inconsciente e nos olhos semi-lúcidos, a expressão de um palhaço triste”. (Opus Citado).

Assim, tal paralisação do Espírito na forma macacóide, não impede, ou, no caso em questão, não impedira que tal Ser devedor, em nítida queda involutiva, pudesse, de alguma forma, ser investigado pela equipe espiritual de André Luiz, que, de qualquer modo, lhe visualizaram os delitos gravíssimos do campo íntimo: “de crimes ocultos, a culminarem sempre na flagelação do povo”. (Opus Cit.).

O que, por sinal, e, como dito supra: o Espírito não retrocede, mas pode, e deve, por Medida Corretiva da Lei: restringir-se, estreitar-se e limitar-se a corpos inferiores do Mundo, ou, dos Mundos materiais, Mundos também de Deus, porém, confinados num ‘Anti-Sistema’, ou seja, de “expiação”, tal como fora muito bem definido pela síntese filosófica dos Itens 167 e 676 de “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), como já citados aqui, no presente estudo.

Aos que discordarem de tais ideias – da queda primordial e de outras quedas do Espírito - diremos, inspirados pela confiável enciclopédia cultural e espiritual de Francisco Cândido Xavier que:

“Para muitos de todos nós, inclusive espiritistas: a verdade tem de ser adiada para depois!” (frp).

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS:
Fernando Rosemberg Patrocinio:
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante; Articulista e Escritor de dezenas de e.Books gratuitos em seu blog abaixo descrito:

Bibliografia

-“Coleção Completa de Allan Kardec” – Edit. Diversas;
-“Coleção Completa de Pietro Ubaldi” – Fundapu;
-“Coleção Completa de Chico Xavier” – Edit. Diversas; Internet; sendo de destaque no presente e.Book:
-“O Consolador” – F.C. Xavier - Emmanuel – Feb;
-“E a Vida Continua” – F.C. Xavier – A. Luiz – Feb;
-“Há Dois Mil Anos” – F.C. Xavier – Emmanuel – Feb;
-“Ação e Reação” – F.C. Xavier – A. Luiz – Feb; e:
-“Bíblia Sagrada” – Versões Católica e Pentecostal.

LISTAGEM DOS E.BOOKS DE:
Fernando Rosemberg Patrocinio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto; 
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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