Fernando Rosemberg Patrocinio
(32º. e.Book)
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CHICO-KARDEC:
FRANCA TEORIZAÇÃO
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Introdução
Parte 1: DE KARDEC: RAZÃO E CUEE
Parte 2: SUAS ÓBVIAS FRAGILIDADES
Parte 3: OUTRAS CONTRADIÇÕES AINDA
Parte 4: NÃO-CIENTIFICIDADE DA CUEE
Parte 5: CORRIGINDO ALLAN KARDEC
Parte 6: INFINITAS FORMAS DE RAZÃO
Parte 7: NOSSAS PONDERAÇÕES FINAIS
Bibliografia
Relação Nossos e.Books
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Introdução
Uma das grandes discussões dos presentes tempos, (estamos em meados
do ano de 2016), trata-se das cogitações dos espiritistas no tocante ao
retorno, ou, à reencarnação de Allan Kardec tal como fora predito em obras por
ele mesmo organizadas em meados do Século 19.
Assim, pois, temos de um lado:
A - Os defensores da Tese (1): Kardec/Chico; ou, noutros termos: Chico
Xavier, por sua grandessíssima obra, é a reencarnação de Allan Kardec, pois
retornara no Século 20 para dar complemento natural à obra do Século 19; e, de
outro:
B - Os defensores da Tese (2), contrária à Tese (1): ou seja: Chico Xavier
não é a reencarnação de Allan Kardec, e, sobretudo por seus perfis psicológicos
que, “definitivamente”, não se encaixam.
Sendo o motivo de mencionarmos: - definitivamente -, entre aspas,
vem a ser, mais exatamente, pela vulnerabilidade de tal conceituação, pois que:
Não se conhece tudo da personalidade psíquica de Allan Kardec; e, o
pretender que a mesma fora de uma inteligência descomunal em comparação com a
de Xavier, é supervalorizar a inteligência de um e menosprezar a do outro. O
que não procede, pois se sabe que: muita inteligência numa encarnação pode
perfeitamente expressar, numa outra situação palingenésica, a possibilidade de
progressos noutro sentido, ou seja, no campo interior, dos valores éticos e
demais procedimentos axiológicos.
Logo, dir-se-ia, com a Tese (1), que o psiquismo do Chico, repleto
de saberes pretéritos, retornara no Século 20, e, em tal existencialidade,
estivera a exemplificar, na prática, os ensinos que, na pessoa de Kardec, no
Século 19, teorizara, sobretudo em seu “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864
- AK). Ora, o que é a teoria sem a prática? E, portanto, se você teoriza hoje,
você se obriga, amanhã, de modo inexorável, a colocar sua teoria em prática e,
no caso, Kardec não tivera tempo de exemplificar, de modo mais amplo, suas
lucubrações, mas tão só de teorizar em seus quinze anos de organização do
Espiritismo.
Todavia, se diga que o autor deste escrito, em representando nosso
32º. e.Book, não se posiciona, em absoluto, como defensor da Tese (1):
Kardec/Chico, e, tampouco, da Tese (2), sua opositora; mas sim, guarda, e tem,
consigo, uma única certeza: esperar, com paciência, o seu desenlace da matéria
para obter, de seus superiores, a confirmação de uma, ou, de outra coisa, pois
que o Universo se nos mostra como sendo infinito de possibilidades, e,
portanto, nossas conjecturas nem sempre são as mais precisas e as mais
acertadas.
Logo, estamos numa posição bastante confortável, e privilegiada,
pois observamos ambos os lados da questão, e, conquanto guardemos simpatia, ou,
antipatia, por uma ou por outra questão da “contenda” em foco, temos opinião
própria, e, portanto, não nos deixamos envolver, pois, em nome da moderação,
reconhecemos nossa fragilidade para impor verdades que podem estar falseadas,
se bem que, no caso em foco, a possibilidade de acerto, bem como de erro, é dos
indubitáveis: 50%:
-Ou Chico é, ou, não é, a reencarnação de Kardec.
Por fim, pensamos não estar trazendo mais lenha para a fogueira,
mas sim, a cogitarmos que nossas opiniões nem sempre são tão precisas e tão
acertadas, pois laboramos em plano de densos cérebros animais que, nem sempre,
pois, acerta, pois muito se equivoca em achar que tudo sabe, quando, quase tudo
ainda está por pesquisar e por conhecer.
Ora, aonde nos leva a pretensão de tudo saber, e, inclusive, da
momentosa questão?
E, por isto: sejamos mais humildes e mais ponderados!
O autor e estudioso do Espiritismo;
Tal como Você: Prezado Leitor.
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Parte 1
DE KARDEC: RAZÃO E CUEE
Um dos mais usados argumentos da conjectura:
B – Dos defensores da tese contrária: Xavier não é a reencarnação de
Kardec, se prende a seus perfis psicológicos que, “definitivamente”, não se
encaixam.
Assim, estimam, tais elementos, que a inteligência de Allan Kardec
é descomunal se comparada à de Francisco C. Xavier. Ou, noutros termos: pretendem
tais defensores fazer pouco da figura ímpar de Xavier, detentor de apenas curso
primário, sendo ele, pois, tão só: modesto médium; e, na contrapartida,
pretendem enaltecer a figura de Kardec, notável pedagogo, escritor renomado
que, como cientista observara o fenômeno mediúnico durante quinze anos de
pesquisa e constante trabalho.
E Kardec, como se sabe, estabelecera os termos para preservar-se o Espiritismo das teorias
controversas, das seitas que dele quereriam se apoderar, e, por isso, visando
protegê-lo das inverdades e das mistificações, esclarecia em “O Evangelho
Segundo o Espiritismo” (1864 - AK) que o primeiro termo, ou, primeira condição
para tal:
“...
é, sem contradita, o da Razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o
que vem dos Espíritos”. (Opus Cit.).
E
prosseguia:
“Toda
teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com
os dados positivos que se possui, com qualquer nome respeitável que esteja
assinada, deve ser rejeitada”. (Opus Cit.).
Logo, para
Kardec, a primeira condição, é, fora de dúvida, que se faça uso da Razão; que a
ela deveria e deve ser submetido tudo quanto venha dos Espíritos,
confrontando-se ainda com uma lógica rigorosa, com o bom senso e com os dados
positivos de até então. Mas, sua experiência no trato com os Espíritos mostrara
a Kardec que esta primeira condição, por si só, era incompleta; ela era,
evidentemente, necessária, mas deveria ser ampliada com outra adicional: a da
Concordância. Sobre tal questão, eis o pronunciamento do codificador:
“A garantia única, séria, do ensinamento dos
Espíritos está na Concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente,
por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros e em
diversos lugares”. (Opus Cit.).
E confirma
logo a seguir que tal se destina, sobretudo, aos princípios mesmos da Doutrina
e não a questões secundárias, ou seja, de menor importância. E tal Conceito
Kardequiano ficara registrado como:
“CUEE:
Concordância Universal no Ensino dos Espíritos”.
Todavia,
em “O Livro dos Médiuns” (AK - 1861), Kardec também advertira sobre a importância
do conteúdo do ensino transmitido pelos Espíritos, e que a pessoa da
instrumentalidade mediúnica é um tanto irrelevante, com isso pretendendo
ministrar que não devemos endeusar a ninguém e tampouco os nossos médiuns. Amar
e respeitar são obrigações de todo espiritista a outrem, mas endeusar é coisa
bem diferente.
Coisa que,
de modo igual, também se aplica ao Codificador do Espiritismo, conquanto as
insistências de alguns espiritistas em idolatrá-lo como se Kardec não fosse
suscetível de enganos, possíveis equívocos, que, sem dúvida, estão em muitos de
seus livros, como é tão fácil de constatar. (Vide: nossos e.Books).
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Parte
2
SUAS
ÓBVIAS FRAGILIDADES
E, em
nosso tempo, ao que se sabe, dir-se-ia que Inteligência se define como a capacidade
de raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se
entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de Inteligência.
Iniciando-se
como função Pré-Lógica, o fato é que nossa Inteligência se vai desenvolvendo
para a chamada Racional Concreta que, por sua vez, vai ascensionar-se ainda, e,
nalguns, já pudera culminar na mais alta delas, na que se conhece como Razão
Formal, ou, dir-se-ia, como Inteligência das Operações Intelectuais Formais.
Esta,
pois, como Inteligência Formal, caracteriza-se por ser altamente teórica,
porquanto raciocina sobre hipóteses e consegue produzir esquemas conceituais
complexos, matemáticos e outros mais avançados ainda, trabalhando, pois, com
alta desenvoltura, nas coisas ditas abstratas, incorporando Lógica distinta de
suas formas menores, e, situando-se, pois, acima de tais que, se diga, fazem
parte da grande massa das Inteligências terrenas.
E o fato é
que: só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade:
-A qual
Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?
-Ora, em
seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos
notadamente cruéis, devotados ao mal, estando tais elementos presente em todas
as classes sociais terrenas.
-E, na
outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, que é a Razão dos mais reluzentes
espiritualistas, filósofos e cientistas que, nos últimos séculos vem
revolucionando o conhecimento, o saber, em todas as áreas culturais de nossa
sociedade terrena.
O que
significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo,
onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance
conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo bastante interessante. O
que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a
que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a
constatação de outras mais ainda, quais sejam:
-Da Razão
cega dos fideístas, e, nos seus antípodas:
-A Razão
cética dos desiludidos de tudo, situando-se, de permeio, ainda:
-A Razão
equilibrada com a Fé, nos ditames de que:
“Fé
inabalável só o é aquela que pode encarar a Razão face a face em todas as
épocas da Humanidade”. (Allan Kardec).
Já por aí,
pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências,
de distintas Mentalidades, dificultando-se, logicamente, encontrar-se a Razão
Ideal, aquela mesma da proposição de Allan Kardec, vulnerabilizando um tanto
sua construção avaliativa da CUEE.
Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo
indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, percebendo-se que
minhas potências intelecto-morais, por exemplo, diferem das suas, das de
outrem, na infinita distinção de tudo, expressando, pois, que somos um tanto
diferentes, conquanto iguais perante Deus.
E, por tais variações, como encontrar-se a Razão
Ideal?
Ou seja, aquela mesma recomendada por Kardec,
quando sua Razão pessoal, distinta da minha e da sua, como de todos nós, fora
constituída por um tipo específico e próprio do seu psiquismo que, imagino, tenha
sido de Estruturas Formais, mesclado com suas idiossincrasias, virtudes e
defeitos de todo homem: Espírito reencarnado à matéria biológica do Mundo
terreno.
Uma Razão, pois, de raciocínios lógicos e
positivos, onde pudemos vê-lo trabalhar, em suas pesquisas espiríticas, com
hipóteses e com as mais distintas relações cognitivas, quando, na
contrapartida, grande parte da nossa Humanidade ainda se debate e se agita nos
processos evolutivos de uma mentalidade Pré-Lógica, Concreta, ansiando subir,
escalar e estabelecer-se nos mais altos padrões mentais, entrosando-se, pois,
assim, com a superconsciência dos gênios e dos santos.
E torno à referida questão:
-Como pretender-se a Razão Ideal, aquela da
recomendação de Kardec, se até mesmo no campo espiritista temos as mais
diversas tendências, as mais diversas mentalidades: kardequianas, clássicas,
rustenistas, xavierianas, universalistas e outras tantas mais?
Conheço um “sábio” espiritista que lê uma coisa e
entende outra, e não adianta querer com tal elemento discutir ou tentar
trazê-lo de retorno à Razão, pois ele, em sua presunção, teima no erro, crê
estar certo, quando, em verdade, está bem encrencado, ou seja: equivocado em
suas interpretações gramaticais, filosóficas e racionais.
E, então, repito novamente:
-Como pretender-se a Razão Ideal para a nossa
pesquisa, ou mesmo, para a condução e entendimento claro do Espiritismo, quando
ele, por si mesmo, é de natureza tão vasta, tão ampla e tão complexa?
Ora, a natureza não dá saltos, e o psiquismo de cada um é detentor
de entendimento próprio, de uma Razão sua mesma, e, portanto, não existe uma
Razão Ideal Espírita, tal como pretendia Kardec.
E, no caso, a Fé inabalável, de sua pretensão, de modo igual,
também se desfalece e não só pelas perspectivas várias da Razão, mas também por
suas perspectivas mesmas, porquanto minha fé se distingue da sua, quando, no
meu caso, “parece” ser: inabalável, tal como certeza adquirida no ‘tempo’ que
nunca está só, pois sempre em conexão com o progresso adquirido formalizando o
continuum: ‘tempo-evolução’.
Logo, a Razão, das perspectivas de Allan Kardec, simplesmente não existe
em face de nossas Razões de tão diversa nuança e tão distintas perspectivas
racionais, intelectuais e morais, para, com ela, submeter tudo quanto venha dos
Espíritos, pois que ela mesma – a Razão – é uma faculdade notoriamente
evolutiva, parecendo-nos, pois, que a pretensão do Codificador, em tais termos,
revela-se como sendo mui frágil e de uma ingenuidade tão óbvia que muito
desfalece a alta inteligência que se pretende para o mesmo.
Conquanto nosso respeito aos que queiram para Kardec: uma
inteligência incomum, muito superior à do humilde medianeiro Xavier... o que
não é verdade em tempo algum.
Finalizando este tópico, penso que:
Allan Kardec, do Século 19, não nos parece - com tão ingênua e tão
frágil conceituação da Razão e da CUEE - muito superior ao grande e sábio
espiritista do Século 20: Francisco Cândido Xavier; e, portanto, podem eles
sim: se equivaler; e, digo mais, que este último – por sua honradez, sua alta
conduta ética, sua inteligência-cristã, que tão bem liderara o movimento
espírita em nosso tempo - está a um passo além do outro, nos muitos passos que
caracterizam a infinita senda evolutiva do Homem até Deus.
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Parte 3
OUTRAS CONTRADIÇÕES AINDA
“Este Controle
Universal é uma garantia para a unidade do Espiritismo, e anulará todas as
teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará o critério da
verdade. O que fez o sucesso da doutrina formulada em ‘O Livro dos Espíritos’ e
em ‘O Livro dos Médiuns’, foi que, por toda parte, cada um pôde receber diretamente
dos Espíritos a confirmação do que eles contêm”. (Allan Kardec – Introdução de
‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ – 1864).
Abarcando antípodas da Matéria e do Espírito, e passando pelas mais
diversas formas vegetais e animais, a evolução parece atingir o seu ápice no
homo-sapiens que, nada obstante, ainda não o é, pois que se demora no “espaço”
demandado por ele até o arcanjo, o Espírito puro que um dia haveremos de
construir em nós mesmos, albergando formas conscienciais hoje ininteligíveis aos
nossos potenciais psíquicos: intelectuais e morais.
Interessante, e curiosíssimo, é constatarmos que, em tal tempo
decorrido, que já demanda 160 anos desde o início dos estudos de Kardec até os
presentes dias, e, apesar de tantos autores clássicos, de tantos outros mais
modernos, bem como de excelentes e variados médiuns colaboradores da novel
doutrina do Espiritismo, muito pouco, ou, quase nada, se praticara do que
Kardec instituíra como regra fundamental para a admissão de novos princípios ao
corpo doutrinário do mesmo, ou seja: da Concordância Universal no Ensino dos
Espíritos, resumida como: CUEE.
Por outro lado, e,
apesar de Kardec inferir, como dito supra, que “OLE” e “OLM” receberam a sanção
da referida Concordância (CUEE) e que constituem, por isso mesmo, a unidade
doutrinária do Espiritismo, sabe-se que:
-“O Livro dos
Espíritos”, corrigido e ampliado (Allan Kardec – 1857), preconiza no Livro
Segundo, Capítulo 11, que a evolução do Ser humano, como Espírito imortal, se
dá desde estágios cumpridos nos reinos inferiores da criação, ou seja: “do
átomo ao arcanjo”; e, entretanto, “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec – 1861),
que lhe sucede, Segunda Parte, Capítulo 22, diz que não há progresso no reino
animal, que: “tais como foram criados (os animais), tais ficaram e ficarão até
a extinção de suas raças”; o que não condiz com o “OLE” e tampouco com o
trabalho notadamente científico de Charles Darwin: “A Origem das Espécies”
(1859 – N. C. Editor), e tampouco, se diga ainda, com o vasto conteúdo positivamente
firmado pelo moderno evolucionismo, ou, neodarwinismo.
E questiona-se:
-Como fora possível
tamanha contradição doutrinária?
-Como entender
referida questão se o próprio Kardec institui o conceito da CUEE, e o posterga
em sua aplicabilidade, em um trabalho tão importante como “O Livro dos
Médiuns”, onde este, conforme Kardec mesmo, trata-se do ‘Espiritismo
Experimental’, e, mais ainda, representa uma continuidade de “O Livro dos
Espíritos”?
Ora, “OLM” teria de
ser a expressão doutrinária de “OLE”! E, neste ponto, de altíssima relevância,
no tocante às nossas origens, ele absolutamente não o é!
Pois que:
-“OESE”, em letras realçadas por vermelho, no início desta terceira
parte, alega, com palavras do próprio Codificador, que o “OLE” e “OLM” se confirmam
reciprocamente por dados da CUEE: o que não é verdade, pois o primeiro
preconiza a evolução do “átomo ao arcanjo” e o segundo alega que os animais
“tais como foram criados, tais ficaram e ficarão até à extinção de suas raças”.
Óbvio que tal perspectiva abre ampla margem de discussão e reflexão
da temática em foco; discussão e reflexão, às quais, os espiritistas mais
diversos, do ortodoxo aos de mente mais arejada, poderiam e deveriam fazer,
opinar, buscando-se, quem sabe, os motivos para o deslize cometido nos principais
livros do Espiritismo. Assim como para: a não-aplicabilidade da referida CUEE
em nossos tempos, que, parece-me, absolutamente não pegou, conquanto a ênfase
dada a mesma pelo Codificador quando estava ele, na ocasião, alçado a um ponto
de grande responsabilidade doutrinária no tocante ao advento espírita no Mundo.
Ponto este, como referido, de responsabilidade doutrinária e porque
não: missionária, cargo oneroso e árduo, estando a receber, para a sua análise
pessoal, as mais diversas instruções mediúnicas de todos os quadrantes
planetários, percebendo-lhes o alcance, e, mais ainda, detectando-lhes os
valores, os pontos concordantes para isto ou para aquilo, peneirando-lhes o que
fosse verdade por concordância universal e excluindo-se o que parecesse
inverdade por discordância, utilizando-se, como primeiro controle, de sua
lógica e, portanto, de sua Razão.
Kardec, pois, pudera analisar e sistematizar um grande número de
informações que lhe chegavam do Mundo todo, dando corpo doutrinário a tais
informações de forma didática e, mais ainda: elaborando teorias racionais e
sistemas instigantes e bem condizentes com tais informações.
Todavia, referida situação de não-aplicabilidade do conceito que
dimana da CUEE – em nossos tempos - induz-me a crer que dito modelo é algo
relativo, ou seja, suscetível de vertentes e visões diversificadas, de
adaptações e reinterpretações à luz dos novos tempos, dos novos quadros
desenhados pelos clássicos do Espiritismo nas últimas décadas do Século 19, e
início do Século 20, bem como por demais expositores daí resultantes,
incluindo-se em tal, evidentemente, os grandes médiuns de efeitos físicos,
escreventes, intuitivos e psicofônicos desta ampla margem de tempo e de
progressos doutrinários.
E digo, adaptações e reinterpretações, estas, decorrentes e
positivamente extraídas de um quadro sociológico e cultural que se evidenciara
no decurso de um Século e meio de experienciações de incontáveis cientistas,
numerosos instrumentais mediúnicos, havendo sido permitidas e controladas,
penso eu, pela Espiritualidade Maior, da qual Jesus, pós-Deus, é o seu
comandante supremo, o diretor-mor de todas as coisas planetárias desde sua
formação ao âmbito das energias primárias, fonte e matriz das esferas
estonteantes de vida e de inteligência que gravitam pelo espaço universal.
E, por isto, questiono: tudo deve ficar como está na Codificação
mesma; ou, se deveria corrigi-la, e não só em tais tópicos como em outros
concernentes? Para tanto, que se consulte nosso 15º. e.Book: “Codificação
Espírita: Reformulação”.
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Parte 4
NÃO-CIENTIFICIDADE DA CUEE
Por tais ilações, venho tentando a possibilidade de encarar-se um
novo modo de se ver o referido conceito (CUEE) em face de um tempo que se
maturou neste sesquicentenário do Espiritismo no Mundo. Um tempo, pois, que se vive ainda agora, que se reflete em
nossas vidas, em nosso entendimento filosófico e doutrinário deste início do Século
21, e que ainda vai perdurar pelos tempos vindouros, pois que se trata de
coisas perenes, imperecíveis e duradouras.
Por outro lado, não se descarta por completo a possibilidade de que
Kardec tenha retornado, ou seja, reencarnado no Século 20 que se findara; mas
não há nada que indique tal reencarnação de modo indiscutível, não se
verificando, como seria de se exigir e de se mostrar, Consenso Universal, seja
dos homens, seja dos Espíritos.
Assim, para tão magna questão, não se aplicara, em tempo algum, e,
de fato não há: Documentação Comprobatória de Consenso Universal; ou seja: os
espiritistas não operaram positivamente, e, em tempo algum, com a Regra
Consensual firmada por Kardec:
-Nem para balizar se as instruções dos mais diversos médiuns
poderiam integrar a Doutrina Codificada; e:
-Nem para confirmar-se o retorno dele mesmo, ou seja, do
Codificador Allan Kardec, consoante informações do seu retorno para o
desenvolvimento e continuação de sua obra.
Em face de tão incontestáveis fatos, concluo pelo caráter relativo
da CUEE, onde tal medida fora de especial importância ao tempo de Kardec, e
onde, como missionário da Terceira Revelação, pudera, com o auxílio da
Espiritualidade, tornar-se pólo centralizador e, portanto, capaz de receber
instruções mediúnicas de cerca de mil centros espíritas sérios espalhados pelo
mundo.
Hoje, só no território brasileiro, contamos com aproximadamente
quinze mil centros espíritas registrados, ou não, tendo-se ampliado vastamente
o grau de complexidade para a devida apuração dos dados da fenomenologia
mediúnica e, a partir daí, fazer-se o que tem de ser feito.
Para mim, não resta dúvida de que a Codificação Espírita decorrera
de um momento muito especial, minuciosamente e trabalhosamente planejado pelas
hostes maiores sob o comando de Jesus, momento especial este, penso: não ser
repetível nos moldes do que ocorrera no passado, e, portanto: não se verificará
novamente, seja em nosso tempo, seja noutros da futuridade terrena e estelar!
E, como conseqüência, será preciso mudar nossas perspectivas em
relação à CUEE e procedermos uma sua readaptação aos novos tempos se não
quisermos ficar encarcerados ao restrito período de quinze anos que demandara a
implantação do Espiritismo na face terrena.
Implantação esta, entendo, e ratifico, como o seu marco inicial,
sujeito, pois, aos aprofundamentos e progressos decorrentes no tempo-evolução,
que, incessantemente, nos mostra outras e muitas outras facetas da grande e
infinita realidade universal.
Ora: já se passaram quase dois Séculos de lá para cá.
E pensam, os mais arraigados à Codificação, que tudo quanto se fez
em termos de Espiritismo no Mundo, digo, obviamente, do seu desenvolvimento e
de seus avanços, de tantos e tantos trabalhos notáveis e sérios, e pensam que
tudo isto não esteve sob o comando e o amparo do Altíssimo, de Deus e de Jesus?
Ou será que tudo quanto houve, nestes 160 anos de sua propagação e,
creio, do seu desenvolvimento doutrinário, teria ou terá sido apenas e tão
somente uma grande fraude, uma mistificação de amplitude global?
Não cogito, a não ser por alguma patologia mental, que algum espiritista
possa de tal forma cogitar, e, por isto, repiso que: muitos outros missionários
já vieram, já desenvolveram sobejamente o Espiritismo e creio que, fixar-se tão
somente na Codificação é não compreender-lhe o sentido progressivo, de seus
avanços inevitáveis, sua natural continuidade no tempo-evolução.
Destarte, sendo infactível praticarem-se, em nosso cotidiano, os
procedimentos da CUEE, óbvio que tal inexequibilidade sugere o pensar e o
repensar-se do conceito que dele mesmo dimana, ou seja: aplicável ao tempo de
Kardec, (fora aplicado???), e parecendo-me, presentemente, dotado de alguma
elasticidade interpretativa com novas formas de entendimento de sua
aplicabilidade conforme já explicitado de forma mais abrangente em “Ciência
Espírita: Tese Informal”, primeiro e.Book de nossa modesta autoria.
Já encerrando a esta parte, creio que o fato mais relevante, e
indiscutível, é, pois, que a CUEE, como instrumento de apuração de novos
ensinos, derrapara já em seu início, ou seja, nos livros iniciais, e, mais
ainda, não surtira os efeitos desejados no futuro que hoje se faz presente,
valendo-se, hodiernamente, menos como medida científica e muito mais como
medida urgente, e por que não dizer: filosófica, tal como a espelhada nas
presentes ideias, sendo, por isso mesmo, suscetível de novas visões e novas
aplicações da mesma e de suas possíveis variantes, tal como a CUTE (Consenso
Universal no Tempo-Evolução) de proposta já descrita e constante do nosso
referido e primeiro e.Book.
Assim, penso que a regra disposta pela CUEE, fora aplicável (???) e
validada (???) para os tempos de Kardec; porém, como visto, de aplicação e
validade relativa não só no Século 19 como em nosso tempo, conforme já
demonstrado, se corajosos formos o bastante para admitirmos tal elasticidade
interpretativa.
E, portanto, sou tendente a cogitar que a CUEE não será adotada
como regra científica dos pesquisadores do futuro, espiritistas ou não, e,
obviamente, da Ciência dita oficial.
É que, em se admitindo os fatos da Mediunidade e do Espírito, tais
pesquisadores criarão sua própria e específica metodologia aplicável às
observações propiciadas pelo fenômeno espirítico, (que ressurgirão incontestes),
atinando-se que o mesmo, como se compreende, e se compreenderá, não depende da
nossa livre e espontânea vontade, sendo assim, absolutamente necessário nosso
harmonizar-se com sua fonte, sua vontade extra-física, ou seja, com os ditames
dos sábios comunicantes e promotores fenomênicos do além.
E, como haverei de ser severamente acusado, adianto que não sou um
desconstrutor da CUEE, e, portanto, não destruo o que fora construído por
Kardec como já me posicionara; apenas o vejo com a lente do nosso tempo,
firmando-me nos fatos da presente realidade sociológica, cultural e mediúnica
do meio espiritista, e, portanto, nos 160 anos de sua não-aplicabilidade, fato
inédito para um critério que se pretende seja científico; mas de notória
relatividade, indubitavelmente!
Tudo resumindo: a CUEE não pode mais ser vista
como uma sentença de ordem científica, se é que assim já se houvera de
concebê-la; mas sim, creio eu, como uma versátil norma interpretativa dos fatos
espiríticos e paranormais de uma época, cujo método houve de ter, presumo (???),
alguma validade interpretativa por méritos do Codificador; mas não parece ser
aplicável, como não o fora, no decurso de quase dois Séculos de sua
instituição.
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Parte
5
CORRIGINDO
ALLAN KARDEC
Do Século
19 para cá, mas, sobretudo no Século 20, pudemos constatar que não só a
Ciência, como o Espiritismo mesmo, como Doutrina dos Espíritos Superiores,
fizeram várias correções e ampliações de Kardec e da obra codificada.
Logo,
Kardec e sua obra não podem ser encaradas como coisa infalível (Cláusula
Pétrea) por ser falível, como Tudo em nosso Mundo é falível, imperfeito, conquanto se
busque a perfeição.
Vamos, de
modo rápido, fazer mais algumas objeções, porém, sem querer depreciar ou ofender,
mas sim: mostrar a falibilidade dos que pretendem a infalibilidade de Kardec.
Vamos, pois, às oito alíneas: ‘r’, ‘s’, ‘t’, ‘u’, ‘v’, ‘x’, ‘y’ e ‘z’ de nossa
exposição:
-‘r’: Fatos inexplicáveis como a mensagem de “O Livro
dos Médiuns” (1861 - AK), assinada por ‘Jesus’, e que, por sua vez, reaparece
modificada, ou, adulterada por Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864
- AK) com sendo do ‘Espírito de Verdade’;
-‘s’: A obra de Kardec: “A Gênese” (1868 – AK)
informa, com todas as letras, que o planeta Marte não abriga Lua; mas hoje se
sabe, pela Ciência, que Marte tem duas Luas: Fobos e Deimos;
-‘t’: Referida obra, ainda, alega que a Lua terrena
se comporta como um ‘João Teimoso’ cujas partes mais densas se concentraram em
sua parte inferior, e, as menos pesadas, e mais fluídicas, em sua parte superior.
Todavia, a Ciência provara que isto não retrata a mais fiel verdade;
-‘u’: A “RE” de Kardec, de Outubro, 1860, alega que
Marte é um planeta inferior à Terra, abrigando, pois, a encarnação e
reencarnação dos primeiros Espíritos, ou seja, de indivíduos humano-espirituais
rudimentares. Neste tópico, temos que Espíritos mais esclarecidos da obra de
Ivonne Pereira, e, sobretudo da formidável equipe de Xavier, com Emmanuel,
Maria João de Deus, dentre outros, informaram justamente o contrário: Marte é
um planeta superior à Terra; e seus habitantes, como é óbvio, transcendem os
habitantes espirituais terrenos;
-‘v’: De retorno à obra “A Gênese” (1868 - AK), vemos
ainda que Kardec discorda da teoria do renomado cientista Buffon (Georges Louis
Leclerc), que, em sua intuição, supôs que um cometa, tendo se chocado com o
Sol, dele destacou uma porção de grandes fragmentos que, por sua vez, formaram
os planetas. Entretanto, a obra de Xavier, com a equipe superior de Emmanuel,
novamente, não concorda com Kardec, e sim, com Buffon; e, como damos enorme
crédito à obra de Xavier-Emmanuel, cremos que Kardec estivera, mais uma vez,
dando uma de suas derrapadas;
-‘x’: Já quase finalizando, todos sabem que Kardec
era arredio, e, portanto, discordava das informações mediúnicas de uma possível
queda espiritual, e de salvação, da criatura. Entretanto, referido fenômeno é
Consenso Universal, pois que formulado no Velho Testamento, ministrado pelo
Mestre Nazareno, revelado, por diversas vezes na obra mesma de Kardec
(Espiritismo), e, por fim: ratificado por Ubaldi e Xavier com Sua-Voz,
Emmanuel, André Luiz, dentre outros Espíritos mui elevados, e, pois, muitíssimo
confiáveis.
(Vide: nossa
‘Trilogia’ de e.Books: “O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”. “O Livro dos
Espíritos: Simples e Complexo”; e: “O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”).
Ora, se
Kardec e sua obra contêm acertos indiscutíveis, detêm, igualmente, desacertos
tão fáceis de serem constatados pelo estudioso espiritista, provando, com isso,
que tudo é falível neste mundinho inferior de nossos progressos concomitantes.
Ora, veja-se:
-‘y’: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo
24, Item 12, e, por palavras de Kardec mesmo, que Deus Pune e Castiga seus filhos,
quando, ao contrário, sabemos que Deus É Amor, e que, por Sua Misericórdia
Infinita: educa, retifica e disciplina seus filhos tão amados, mesmo os mais
rebeldes e mais empedernidos no mal.
E,
veja-se, mais ainda:
-‘z’: A obra “O Céu e o Inferno” (AK – 1865),
Primeira Parte, Item 19, quando Kardec ministra um “Deus Justo e Bom” e não “um
Deus parcial, vingativo e sem piedade”; e, na Segunda Parte, Capítulo 4, Kardec
se contradiz e endossa a mensagem do Espírito Georges que, por sua vez, usa dos
termos precisos de um: “Deus Vingador”, quando Jesus, e seus apóstolos, referem
a um “Deus-Amor”
“Deus-Amor”,
Este, que fora confirmado, ainda, por toda a equipe de Ubaldi e Xavier e pode
ser detectado, aliás, por nós mesmos ao verificarmos a Matemática Esplendorosa,
a Ordem Perfeita do Universo, bem como de sua Harmonia, que, logicamente, só
podem resultar de um Deus Perfeito, rigorosamente Justo e Bom.
Logo, com
tantas dissonâncias do Codificador, e da obra codificada, e, ainda assim, afirmar-se
que:
-O
Espírito de Kardec é superior ao do Chico;
E afirmar-se,
mais ainda, que:
-A obra de
Kardec transcende a obra do Chico;
Isto, para
mim, é inverossímil, conquanto nosso respeito a quem pense diferente, e que,
por sua vez, com toda sinceridade: nada entendera de Kardec, do Chico, e
tampouco entendera de nossa teorização aqui consolidada, não atinando, por
conseguinte, com esta parte que se lhe segue, tão clara e tão lúcida ao nosso
discernir, perspicácia e entendimento.
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Parte 6
INFINITAS FORMAS DE RAZÃO
Referida conjuntura, ao
enquadrar a Inteligência de Kardec no formato de uma Razão algo mediana, estará
a levantar a ira dos mais ortodoxos que vêem, na capacidade mental do mesmo,
algo fora do comum, uma Inteligência muito superior, inigualável, e, por isto
mesmo, monumental.
Ora, se Kardec atuara
como pesquisador do Espírito, ele também recebera muita coisa já pronta acerca
do mesmo, dos fatos da mediunidade e, como conseqüência, de páginas e mais
páginas da doutrina que trataria de organizar. E, portanto, por ser um
pedagogo, óbvio que seu trabalho fora muito mais de organizador dos temas
cogitados, quando, na conseqüência, emitia suas opiniões, muitas das vezes
sapientes e respeitáveis, mas noutras: de suas idiossincrasias, seu caráter
mesmo, e, portanto, de sua inegável faixa evolutiva: espiritual e moral.
Mas tratemos,
primeiramente, de recordar que Razão é também sinônimo de Inteligência, sendo a
referida, um Processo Mental contínuo, em dinâmica constante, que, de um pólo a
outro, poder-se-ia, grosso modo, e, sem ofensa alguma, enquadra-la em três
tipos fundamentais, sendo:
1 - Razão Cética (dos
incrédulos em geral);
2 - Razão Mediana (como a
de Allan Kardec); e:
3 - Razão Superior (de
Ubaldi e Xavier, por exemplos);
Onde tais Formas Mentais,
ao âmbito da Inteligência Formal (Piaget), não se paralisam, e, por evolução,
se transmudam (--->) de uma para outra alcançando níveis cognitivos
diferenciados, mais altos, e, portanto, mais lógicos e mais precisos ainda:
Razão Cética--->Razão
Mediana--->Razão Superior
Sendo que, para tais
Processos Cognitivos do Homem, e, repiso, ao âmbito da Formal, poder-se-ia dar
os seguintes exemplos para a nossa compreensão dos degraus psíquicos
progressivos de nossa mentalidade:
1 - Razão Cética:
Trata-se da Razão de um
incrédulo, de um cientista, filósofo, ou de qualquer outro pensador cético que
se queira imaginar, que, por sua vez, descrê de Deus e se mostra algo contrário
à Lei de Causalidade, pois chega ao absurdo de dizer que o Universo dispensa a
ideia de Deus, quando, pelo contrário, ele exige a ideia de um Criador, pois
que tal Universo, em se tratando de um efeito, e, não havendo efeito sem causa,
a causa do mesmo só pode estar em Deus, de Tudo: Criador.
Já, a um passo acima da
referida Razão Cética, vamos encontrar, como citado, o que se pode denominar:
2 - Razão Mediana (Allan
Kardec: Século 19):
Trata-se da Razão do
codificador e de muitos de seus seguidores mais ortodoxos, (engessados), deste
nosso Século 21, que, afinal, se posicionam um passo acima da Razão Cética,
pois que já entrevêem a Lei de Causalidade provando a existência de um Criador
Supremo, e acata, mais ainda, a ideia de que o Homem é um Ser dirigido pela
Consciência, ou seja: pelo Espírito imortal, que, por sua vez, se enquadra na
ordem palingenésica das coisas ditas universais.
Todavia, diga-se que
Kardec, e, seguidores da referida forma de raciocinar - e, conquanto superiores
à Razão Cética – tais, ainda, acumulam suas contradições como, por exemplo, a
de pensar que os Espíritos são criados na condição de indivíduos Simples e
Ignorantes (ESI), tabula rasa, para, a partir de tal ponto, de ínfima
cognicidade, e, ingenuidade, vivenciar as atrocidades sanguinolentas dos reinos
inferiores da criação, suas dores e adversidades, objetivando-se contínuos progressos
seus, até que atinjam, vagarosamente, de espécie a espécie, Seres mais
adiantados, como, por exemplo, das humanidades que, por sua vez, ainda
consolida avanços para planos supra-hominais até os cumes altíssimos de
Espíritos Puros e Conscientes (EPC).
Ora, dita Razão,
conquanto superior à Cética, terá de subir mais, pois também, como sua
predecessora, cai em contradições evidentes, pois ignora inúmeros fatos, como
se pode notar na palavra mesma de Kardec assim formulada:
“O sofrimento dos animais
(ESI) é constante. Mas é racional imputar esses sofrimentos à imprevidência de
Deus ou a uma falta de bondade de sua parte pelo fato de a causa escapar
à nossa inteligência”. (Vide: Revista Espírita – AK - 1864 – Edicel).
Como se vê: Kardec
percebe o efeito, ou seja, o sofrimento constante dos animais (Espíritos
Simples e Ignorantes reencarnados), como também imagina uma suposta causa
para tal sofrimento, que, entretanto, lhe desconhece, pois sua Razão, sua
Inteligência do fato em si, em sendo restrita e incompleta (tal como a de seus
seguidores mais ortodoxos engessados), terá de avançar mais, subir novos
degraus para ver e, logicamente raciocinar, que:
Os Espíritos são criados
na condição de Indivíduos Puros e Conscientes (EPC), que, por sua discórdia da
Lei, que é Deus, tais elementos decaíram na condição de Espíritos Simples e
Ignorantes (ESI) para, com a dor e as muitas adversidades dos Mundos materiais,
fazer sua cura, e, portanto, seu retorno ao plano divino de sua origem
espiritual.
E, então, temos, para tal
raciocínio mais amplo, mais justo e mais lógico:
-Causa e Efeito;
-Rebelião e respectiva
Cura; ou ainda:
-Involução e Evolução;
ou, se o quisermos:
-Queda e Salvação;
Tal como ministrado pelo
Espírito Superior do apóstolo Paulo (da gentilidade) e referendado em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - Século 19 - AK) que alude:
“Fora da Caridade não há
Salvação”
Ora, Salvação daquele que
se quedara na Insurreição; ou, ainda: Evolução do que traíra a Si próprio pela
Involução, sendo a Evolução, pois, o efeito da causa, e, como já dito: não há
efeito sem causa, e a dor, pois, resulta da rebeldia que, por agora, trata de
sua cura, pois que Deus não quer a morte do ímpio, mas que se converta e se
salve.
O que fora explicitado,
por muitas vezes, na própria obra do Sr. Kardec, como, por exemplo, em tão
clara e tão evidente passagem da “Revista Espírita”:
“... Somos uma essência criada Pura, mas decaída; pertencemos
a uma pátria onde tudo é pureza; culpados, fomos exilados por algum tempo, mas
só por algum tempo”. (Vide: “RE” – AK – Junho – 1862 - Edicel).
Logo, somos Seres decaídos
de altíssimos planos da espiritualidade por Involução; e, nos Mundos materiais,
perfazemos nosso retorno evolutivo, ou, salvífico, à referida Pátria do Espírito,
nossa morada espiritual. O que, aliás, fora devidamente constatado, esclarecido
e ampliado, no Século 20, por Pietro Ubaldi (Sua-Voz) e Francisco Cândido
Xavier (Emmanuel, André Luiz, dentre outros), e respaldados, com certeza
iniludível, pelo nosso Divino Mestre e Senhor: Jesus.
Só por aí, pois, é que
tudo se explica de forma lógica e precisa, ampla e racionalmente superior, por
tratar-se de uma ideia bem mais justa que sua predecessora, amesquinhada por
suas injustas pretensões.
Logo, a Razão é, de fato,
evolutiva, e a Razão de Kardec, (e engessados no Século 19), terá de evoluir
para o plano mental que se lhe segue, ou seja, à:
3 - Razão Superior
(Ubaldi, Xavier: Século 20):
Que é uma Razão superior
à de Kardec, pois vê muito mais, não se contradiz, e, portanto, referida Razão
é a mesma dos Espíritos Superiores da codificação, bem como já dito, de Pietro
Ubaldi, de Francisco Cândido Xavier com os reluzentes Espíritos de Sua-Voz,
Emmanuel, André Luiz, Bezerra e tantos outros que fizeram e estão fazendo os
progressos do Espiritismo no Século 20, 21 e Séculos vindouros de nossa perene
existencialidade.
Assim, pois, em ordem
evolutiva, podemos detectar, dentre outros, os referidos degraus evolutivos do
pensamento humano que nos revela, de pronto, que a Razão é, de fato, um
Processo Mental de ordem crescente, saltando do degrau 1 para o 2, e, deste,
para 3, revelando-nos, ainda, que o não percebido hoje será detectado amanhã,
ou depois, ou mais distante ainda na ordem infinita das coisas ditas
universais.
Assim cogitando, é óbvio
que a Razão de Kardec, não mais como homem do Século 19, e sim, como Espírito,
já transcendera tais aspectos seus, pois que, afinal, já decorrera, neste ano
de 2016, algo em torno de 150 anos desde a codificação espírita; e Kardec
desencarnara em 1869; sendo cogitado por muitos - em face das notícias do seu
retorno ao Mundo terreno para completar a sua obra - como sendo a reencarnação,
no Século 20, do elevado Espírito de Francisco Cândido Xavier.
O que não é de todo
inviável, pois Kardec, como se sabe, era também um eficiente médium como se
pode notar nesta comunicação dirigida a
ele quando trabalhava nos escritos de: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK
- Século 19):
“Quero falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta
utilidade, uma vez que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e
que teu cérebro percebe as nossas inspirações com uma facilidade de que nem tu
mesmo suspeitas”.
E prossegue:
“Nossa ação, principalmente a do Espírito de Verdade, é constante ao
teu derredor e tal que não a podes negar”. (Vide: “Obras Póstumas” – AK).
Kardec, pois, era sim um
potente intermediário do astral, um médium inspirado, intuitivo e coisas que
tais, sendo, portanto, muitíssimo influenciado pela Espiritualidade que lhe
dirigia os pensamentos, seus escritos e atos rumo a um objetivo; conquanto não
possam, os Espíritos, fazer tudo no tocante às ideias equivocadas do médium
consciente, se restringindo, às vezes, como visto e citado, às ideias da Razão
Mediana de Kardec que, por sua vez, não admitia a Causa, ou seja, a Involução
como Queda Espiritual da criatura que errara em sua insurreição.
Ainda assim, os Espíritos
Superiores não deixaram passar despercebido o fato da referida Queda do
Espírito em tal “Livro” mesmo, (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”), em muitas
de suas páginas, como se pode ver em nossos mais diversos textos e e.Books.
Em suma, o fato é que Kardec
fora, pois, também receptor sensível das injunções espirituais, não se podendo
negar, pois, sua condição de medianeiro, fato que reforça a tese dos
espiritistas simpáticos à sua reencarnação, no Século 20, como Francisco
Cândido Xavier, dirigido pela alta falange espiritual de Emmanuel sob a tutela
do Divino Mestre e Senhor Jesus.
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Parte
7
NOSSAS
PONDERAÇÕES FINAIS
De
retorno, pois, às proclamadas e distintas Teses:
-A (Chico
é Kardec); e:
-B (Chico
não é Kardec):
Para tais,
da Tese B, o Espírito de Chico Xavier não é a reencarnação do Espírito de Allan
Kardec, porquanto este, Kardec, desencarnado, se comunicara com os homens,
mediunicamente, por algumas vezes, no tempo de vida do nosso Chico no Século 20.
Mas seria,
de fato, o Espírito de Allan Kardec???
É possível
fazer-se uma confirmação cabal, perfeita, científica e matematicamente exata de
que se tratava do mesmo, ou seja: do Espírito de Allan Kardec???
Ora, tais
espiritistas, (contestadores da Tese A), estudiosos que são, parecem ignorar,
de propósito (???), o importante Capítulo 24 – Identidade dos Espíritos - de “O
Livro dos Médiuns” (AK – 1861), tecendo informações precisas de que os
Espíritos mais elevados, e, portanto, do naipe do Espírito de Allan Kardec,
podem se substituir em suas comunicações uma vez que:
“Os
caracteres distintivos de sua personalidade se apagam, de alguma sorte, na
uniformidade da perfeição, e, apesar disso, não conservam menos sua
individualidade”. (Opus Cit.).
“Nesta
posição, o nome que tinham na Terra, em uma das milhares de existências
corporais efêmeras pelas quais passaram, é uma coisa de todo insignificante”.
(Opus Cit.).
“Ocorre o
mesmo todas as vezes que um Espírito superior se comunica espontaneamente sob o
nome de um personagem conhecido; nada prova que seja precisamente o Espírito
desse personagem”. (Opus Cit.).
E,
portanto, as comunicações dadas pelo Espírito de Allan Kardec, são tão-só:
atribuídas a ele, não expressando, em tal atribuição, que seja exatamente ele,
pois, pode ser que sim, bem como pode ser que não, porquanto:
“Em resumo,
a questão do nome é secundária, podendo o nome ser considerado como um simples
indício da classe que o Espírito ocupa na escala espírita”. (Opus Cit.).
O que
colocaria por terra os argumentos da Tese B que, por sua vez, pretendem, com as
comunicações atribuídas ao Espírito de Allan Kardec, fragilizar a Tese A, da
teorização Chico/Kardec: um só Espírito, porém, duas grandes missões.
E, por outro lado, ou seja, pelos equívocos cometidos em sua obra
do Século 19, (como visto supra), os elementos da Tese A ganhariam mais força
ainda alegando que: o Espírito de Allan Kardec preferira ser médium na
reencarnação do Século 20, ou seja, como Francisco Cândido Xavier, porquanto, em
tal, ele cometeria menos deslizes, tais como os já citados, bem como outros
constantes e, já mencionados, em nossos mais diversos e.Books.
Ora, imaginar-se um Kardec impoluto é, sem sombra de dúvida, passar
atestado de ignorância acerca de sua obra. (Vide também: nosso e.Book:
“Kardecismo e Espiritismo”, para uma melhor compreensão do tema).
De tal
modo que:
O autor
deste arrazoado, relativamente às Teses A e B, nada pretende destruir de tais;
mas tão só expressar que o problema é um tanto mais complexo e deveria merecer,
de nossa parte, mais serenidade e mais respeito para com as coisas de que,
ainda, não somos capazes de bem compreender por alguma debilidade conceitual,
ou espiritual, de nossas frágeis pessoas ao âmbito de coisas mais altas e que,
pois, escapam à nossa capacidade.
Por outro
lado, ainda, se o suposto Espírito de Allan Kardec dera algumas raras
comunicações mediúnicas, é de se questionar:
-Por que
motivo ele não se manifestara pelo:
‘Mineiro
do Século’?
-Ou, se o
quiserem, com:
‘O
Maior Brasileiro de Todos os Tempos’?
-O nosso
humilde, e sabidamente reconhecido, como:
‘O
Mais Poderoso Receptor Mediúnico do Mundo terreno’?
-Ou seja,
com o nosso querido e sábio:
“Francisco Cândido Xavier”.
Ora, se o
Espírito de Allan Kardec estava desencarnado e, portanto, livre nos espaços
espirituais, é, no mínimo estranho, que ele não comprovasse sua imortalidade
por meio d’O Mais Importante Canal Mediúnico de Todos os Tempos da Humanidade
terrena’:
“CHICO
XAVIER”
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Um
Grande Abraço a Todos:
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Fernando Rosemberg
Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
Bibliografia
-“Obra Completa de Allan
Kardec”: diversas editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier”: diversas editoras; diversos sites
da Internet;
-“Textos Diversos das Teses A e B”: dentre tais, pelo grande volume
de informações, destaco os livros abaixo; sendo que: para a formulada:
-Tese A: Chico é Kardec reencarnado:
-“A Volta de Allan Kardec”: Weimar de Oliveira: Feego; e, para a
formulada:
-Tese B: Chico não é Kardec reencarnado:
-“Kardec e Chico: Dois Missionários”: Paulo Neto: Ethos Editora; e:
-“Bíblia Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.
Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese
do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
...............................................
Blog: Filosofia do Infinito
http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br
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