terça-feira, 18 de junho de 2019

CHICO-KARDEC: FRANCA TEORIZAÇÃO (32o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocinio

(32º. e.Book)

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CHICO-KARDEC:
FRANCA TEORIZAÇÃO

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Introdução

Parte 1: DE KARDEC: RAZÃO E CUEE

Parte 2: SUAS ÓBVIAS FRAGILIDADES

Parte 3: OUTRAS CONTRADIÇÕES AINDA

Parte 4: NÃO-CIENTIFICIDADE DA CUEE

Parte 5: CORRIGINDO ALLAN KARDEC

Parte 6: INFINITAS FORMAS DE RAZÃO

Parte 7: NOSSAS PONDERAÇÕES FINAIS

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

Uma das grandes discussões dos presentes tempos, (estamos em meados do ano de 2016), trata-se das cogitações dos espiritistas no tocante ao retorno, ou, à reencarnação de Allan Kardec tal como fora predito em obras por ele mesmo organizadas em meados do Século 19.

Assim, pois, temos de um lado:

A - Os defensores da Tese (1): Kardec/Chico; ou, noutros termos: Chico Xavier, por sua grandessíssima obra, é a reencarnação de Allan Kardec, pois retornara no Século 20 para dar complemento natural à obra do Século 19; e, de outro:

B - Os defensores da Tese (2), contrária à Tese (1): ou seja: Chico Xavier não é a reencarnação de Allan Kardec, e, sobretudo por seus perfis psicológicos que, “definitivamente”, não se encaixam.

Sendo o motivo de mencionarmos: - definitivamente -, entre aspas, vem a ser, mais exatamente, pela vulnerabilidade de tal conceituação, pois que:

Não se conhece tudo da personalidade psíquica de Allan Kardec; e, o pretender que a mesma fora de uma inteligência descomunal em comparação com a de Xavier, é supervalorizar a inteligência de um e menosprezar a do outro. O que não procede, pois se sabe que: muita inteligência numa encarnação pode perfeitamente expressar, numa outra situação palingenésica, a possibilidade de progressos noutro sentido, ou seja, no campo interior, dos valores éticos e demais procedimentos axiológicos.

Logo, dir-se-ia, com a Tese (1), que o psiquismo do Chico, repleto de saberes pretéritos, retornara no Século 20, e, em tal existencialidade, estivera a exemplificar, na prática, os ensinos que, na pessoa de Kardec, no Século 19, teorizara, sobretudo em seu “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - AK). Ora, o que é a teoria sem a prática? E, portanto, se você teoriza hoje, você se obriga, amanhã, de modo inexorável, a colocar sua teoria em prática e, no caso, Kardec não tivera tempo de exemplificar, de modo mais amplo, suas lucubrações, mas tão só de teorizar em seus quinze anos de organização do Espiritismo.

Todavia, se diga que o autor deste escrito, em representando nosso 32º. e.Book, não se posiciona, em absoluto, como defensor da Tese (1): Kardec/Chico, e, tampouco, da Tese (2), sua opositora; mas sim, guarda, e tem, consigo, uma única certeza: esperar, com paciência, o seu desenlace da matéria para obter, de seus superiores, a confirmação de uma, ou, de outra coisa, pois que o Universo se nos mostra como sendo infinito de possibilidades, e, portanto, nossas conjecturas nem sempre são as mais precisas e as mais acertadas.

Logo, estamos numa posição bastante confortável, e privilegiada, pois observamos ambos os lados da questão, e, conquanto guardemos simpatia, ou, antipatia, por uma ou por outra questão da “contenda” em foco, temos opinião própria, e, portanto, não nos deixamos envolver, pois, em nome da moderação, reconhecemos nossa fragilidade para impor verdades que podem estar falseadas, se bem que, no caso em foco, a possibilidade de acerto, bem como de erro, é dos indubitáveis: 50%:

-Ou Chico é, ou, não é, a reencarnação de Kardec.

Por fim, pensamos não estar trazendo mais lenha para a fogueira, mas sim, a cogitarmos que nossas opiniões nem sempre são tão precisas e tão acertadas, pois laboramos em plano de densos cérebros animais que, nem sempre, pois, acerta, pois muito se equivoca em achar que tudo sabe, quando, quase tudo ainda está por pesquisar e por conhecer.

Ora, aonde nos leva a pretensão de tudo saber, e, inclusive, da momentosa questão?

E, por isto: sejamos mais humildes e mais ponderados!

O autor e estudioso do Espiritismo;
Tal como Você: Prezado Leitor.

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Parte 1

DE KARDEC: RAZÃO E CUEE

Um dos mais usados argumentos da conjectura:

B – Dos defensores da tese contrária: Xavier não é a reencarnação de Kardec, se prende a seus perfis psicológicos que, “definitivamente”, não se encaixam.

Assim, estimam, tais elementos, que a inteligência de Allan Kardec é descomunal se comparada à de Francisco C. Xavier. Ou, noutros termos: pretendem tais defensores fazer pouco da figura ímpar de Xavier, detentor de apenas curso primário, sendo ele, pois, tão só: modesto médium; e, na contrapartida, pretendem enaltecer a figura de Kardec, notável pedagogo, escritor renomado que, como cientista observara o fenômeno mediúnico durante quinze anos de pesquisa e constante trabalho.

E Kardec, como se sabe, estabelecera os termos para preservar-se o Espiritismo das teorias controversas, das seitas que dele quereriam se apoderar, e, por isso, visando protegê-lo das inverdades e das mistificações, esclarecia em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - AK) que o primeiro termo, ou, primeira condição para tal:

“... é, sem contradita, o da Razão, ao qual é preciso submeter, sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos”. (Opus Cit.).

E prosseguia:

“Toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, com qualquer nome respeitável que esteja assinada, deve ser rejeitada”. (Opus Cit.).

Logo, para Kardec, a primeira condição, é, fora de dúvida, que se faça uso da Razão; que a ela deveria e deve ser submetido tudo quanto venha dos Espíritos, confrontando-se ainda com uma lógica rigorosa, com o bom senso e com os dados positivos de até então. Mas, sua experiência no trato com os Espíritos mostrara a Kardec que esta primeira condição, por si só, era incompleta; ela era, evidentemente, necessária, mas deveria ser ampliada com outra adicional: a da Concordância. Sobre tal questão, eis o pronunciamento do codificador:

 “A garantia única, séria, do ensinamento dos Espíritos está na Concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros e em diversos lugares”. (Opus Cit.).

E confirma logo a seguir que tal se destina, sobretudo, aos princípios mesmos da Doutrina e não a questões secundárias, ou seja, de menor importância. E tal Conceito Kardequiano ficara registrado como:

“CUEE: Concordância Universal no Ensino dos Espíritos”.

Todavia, em “O Livro dos Médiuns” (AK - 1861), Kardec também advertira sobre a importância do conteúdo do ensino transmitido pelos Espíritos, e que a pessoa da instrumentalidade mediúnica é um tanto irrelevante, com isso pretendendo ministrar que não devemos endeusar a ninguém e tampouco os nossos médiuns. Amar e respeitar são obrigações de todo espiritista a outrem, mas endeusar é coisa bem diferente.

Coisa que, de modo igual, também se aplica ao Codificador do Espiritismo, conquanto as insistências de alguns espiritistas em idolatrá-lo como se Kardec não fosse suscetível de enganos, possíveis equívocos, que, sem dúvida, estão em muitos de seus livros, como é tão fácil de constatar. (Vide: nossos e.Books).

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Parte 2

SUAS ÓBVIAS FRAGILIDADES

E, em nosso tempo, ao que se sabe, dir-se-ia que Inteligência se define como a capacidade de raciocinar, de aprender, de resolver problemas, em suma, de compreender, se entrosando, pois, com a Razão, que, para muitos, é sinônimo de Inteligência.

Iniciando-se como função Pré-Lógica, o fato é que nossa Inteligência se vai desenvolvendo para a chamada Racional Concreta que, por sua vez, vai ascensionar-se ainda, e, nalguns, já pudera culminar na mais alta delas, na que se conhece como Razão Formal, ou, dir-se-ia, como Inteligência das Operações Intelectuais Formais.

Esta, pois, como Inteligência Formal, caracteriza-se por ser altamente teórica, porquanto raciocina sobre hipóteses e consegue produzir esquemas conceituais complexos, matemáticos e outros mais avançados ainda, trabalhando, pois, com alta desenvoltura, nas coisas ditas abstratas, incorporando Lógica distinta de suas formas menores, e, situando-se, pois, acima de tais que, se diga, fazem parte da grande massa das Inteligências terrenas.

E o fato é que: só por aí, nos deparamos com uma real e imediata dificuldade:

-A qual Razão se referira Kardec quando de sua construção do referido conceito da CUEE?

-Ora, em seus antípodas temos a Razão do bárbaro numa ponta, ou seja, de indivíduos notadamente cruéis, devotados ao mal, estando tais elementos presente em todas as classes sociais terrenas.

-E, na outra ponta, a Razão de um Kardec mesmo, que é a Razão dos mais reluzentes espiritualistas, filósofos e cientistas que, nos últimos séculos vem revolucionando o conhecimento, o saber, em todas as áreas culturais de nossa sociedade terrena.

O que significa dizer que nossa Humanidade constitui-se de um psiquismo variadíssimo, onde um plano de inteligência entrosa-se com outros de menor ou maior alcance conceitual, caracterizando uma miscelânea de psiquismo bastante interessante. O que torna, já por aí, um tanto difícil conceituarmos a Razão Ideal, aquela a que se referira Kardec, pois que se verifica, além das retro citadas, a constatação de outras mais ainda, quais sejam:

-Da Razão cega dos fideístas, e, nos seus antípodas:

-A Razão cética dos desiludidos de tudo, situando-se, de permeio, ainda:

-A Razão equilibrada com a Fé, nos ditames de que:

“Fé inabalável só o é aquela que pode encarar a Razão face a face em todas as épocas da Humanidade”. (Allan Kardec).

Já por aí, pois, verifica-se uma quantidade algo inumerável de Razões, de Inteligências, de distintas Mentalidades, dificultando-se, logicamente, encontrar-se a Razão Ideal, aquela mesma da proposição de Allan Kardec, vulnerabilizando um tanto sua construção avaliativa da CUEE.

Assim, pois, pelo visto, Razão, bem como Inteligência, ao que tudo indica: sinônimos, são faculdades essencialmente evolutivas, percebendo-se que minhas potências intelecto-morais, por exemplo, diferem das suas, das de outrem, na infinita distinção de tudo, expressando, pois, que somos um tanto diferentes, conquanto iguais perante Deus.

E, por tais variações, como encontrar-se a Razão Ideal?

Ou seja, aquela mesma recomendada por Kardec, quando sua Razão pessoal, distinta da minha e da sua, como de todos nós, fora constituída por um tipo específico e próprio do seu psiquismo que, imagino, tenha sido de Estruturas Formais, mesclado com suas idiossincrasias, virtudes e defeitos de todo homem: Espírito reencarnado à matéria biológica do Mundo terreno.

Uma Razão, pois, de raciocínios lógicos e positivos, onde pudemos vê-lo trabalhar, em suas pesquisas espiríticas, com hipóteses e com as mais distintas relações cognitivas, quando, na contrapartida, grande parte da nossa Humanidade ainda se debate e se agita nos processos evolutivos de uma mentalidade Pré-Lógica, Concreta, ansiando subir, escalar e estabelecer-se nos mais altos padrões mentais, entrosando-se, pois, assim, com a superconsciência dos gênios e dos santos.

E torno à referida questão:

-Como pretender-se a Razão Ideal, aquela da recomendação de Kardec, se até mesmo no campo espiritista temos as mais diversas tendências, as mais diversas mentalidades: kardequianas, clássicas, rustenistas, xavierianas, universalistas e outras tantas mais?

Conheço um “sábio” espiritista que lê uma coisa e entende outra, e não adianta querer com tal elemento discutir ou tentar trazê-lo de retorno à Razão, pois ele, em sua presunção, teima no erro, crê estar certo, quando, em verdade, está bem encrencado, ou seja: equivocado em suas interpretações gramaticais, filosóficas e racionais.

E, então, repito novamente:

-Como pretender-se a Razão Ideal para a nossa pesquisa, ou mesmo, para a condução e entendimento claro do Espiritismo, quando ele, por si mesmo, é de natureza tão vasta, tão ampla e tão complexa?

Ora, a natureza não dá saltos, e o psiquismo de cada um é detentor de entendimento próprio, de uma Razão sua mesma, e, portanto, não existe uma Razão Ideal Espírita, tal como pretendia Kardec.

E, no caso, a Fé inabalável, de sua pretensão, de modo igual, também se desfalece e não só pelas perspectivas várias da Razão, mas também por suas perspectivas mesmas, porquanto minha fé se distingue da sua, quando, no meu caso, “parece” ser: inabalável, tal como certeza adquirida no ‘tempo’ que nunca está só, pois sempre em conexão com o progresso adquirido formalizando o continuum: ‘tempo-evolução’.

Logo, a Razão, das perspectivas de Allan Kardec, simplesmente não existe em face de nossas Razões de tão diversa nuança e tão distintas perspectivas racionais, intelectuais e morais, para, com ela, submeter tudo quanto venha dos Espíritos, pois que ela mesma – a Razão – é uma faculdade notoriamente evolutiva, parecendo-nos, pois, que a pretensão do Codificador, em tais termos, revela-se como sendo mui frágil e de uma ingenuidade tão óbvia que muito desfalece a alta inteligência que se pretende para o mesmo.

Conquanto nosso respeito aos que queiram para Kardec: uma inteligência incomum, muito superior à do humilde medianeiro Xavier... o que não é verdade em tempo algum.

Finalizando este tópico, penso que:

Allan Kardec, do Século 19, não nos parece - com tão ingênua e tão frágil conceituação da Razão e da CUEE - muito superior ao grande e sábio espiritista do Século 20: Francisco Cândido Xavier; e, portanto, podem eles sim: se equivaler; e, digo mais, que este último – por sua honradez, sua alta conduta ética, sua inteligência-cristã, que tão bem liderara o movimento espírita em nosso tempo - está a um passo além do outro, nos muitos passos que caracterizam a infinita senda evolutiva do Homem até Deus.

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Parte 3

OUTRAS CONTRADIÇÕES AINDA

“Este Controle Universal é uma garantia para a unidade do Espiritismo, e anulará todas as teorias contraditórias. É nele que, no futuro, se procurará o critério da verdade. O que fez o sucesso da doutrina formulada em ‘O Livro dos Espíritos’ e em ‘O Livro dos Médiuns’, foi que, por toda parte, cada um pôde receber diretamente dos Espíritos a confirmação do que eles contêm”. (Allan Kardec – Introdução de ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ – 1864).

Abarcando antípodas da Matéria e do Espírito, e passando pelas mais diversas formas vegetais e animais, a evolução parece atingir o seu ápice no homo-sapiens que, nada obstante, ainda não o é, pois que se demora no “espaço” demandado por ele até o arcanjo, o Espírito puro que um dia haveremos de construir em nós mesmos, albergando formas conscienciais hoje ininteligíveis aos nossos potenciais psíquicos: intelectuais e morais.

Interessante, e curiosíssimo, é constatarmos que, em tal tempo decorrido, que já demanda 160 anos desde o início dos estudos de Kardec até os presentes dias, e, apesar de tantos autores clássicos, de tantos outros mais modernos, bem como de excelentes e variados médiuns colaboradores da novel doutrina do Espiritismo, muito pouco, ou, quase nada, se praticara do que Kardec instituíra como regra fundamental para a admissão de novos princípios ao corpo doutrinário do mesmo, ou seja: da Concordância Universal no Ensino dos Espíritos, resumida como: CUEE.

Por outro lado, e, apesar de Kardec inferir, como dito supra, que “OLE” e “OLM” receberam a sanção da referida Concordância (CUEE) e que constituem, por isso mesmo, a unidade doutrinária do Espiritismo, sabe-se que:

-“O Livro dos Espíritos”, corrigido e ampliado (Allan Kardec – 1857), preconiza no Livro Segundo, Capítulo 11, que a evolução do Ser humano, como Espírito imortal, se dá desde estágios cumpridos nos reinos inferiores da criação, ou seja: “do átomo ao arcanjo”; e, entretanto, “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec – 1861), que lhe sucede, Segunda Parte, Capítulo 22, diz que não há progresso no reino animal, que: “tais como foram criados (os animais), tais ficaram e ficarão até a extinção de suas raças”; o que não condiz com o “OLE” e tampouco com o trabalho notadamente científico de Charles Darwin: “A Origem das Espécies” (1859 – N. C. Editor), e tampouco, se diga ainda, com o vasto conteúdo positivamente firmado pelo moderno evolucionismo, ou, neodarwinismo.

E questiona-se:

-Como fora possível tamanha contradição doutrinária?

-Como entender referida questão se o próprio Kardec institui o conceito da CUEE, e o posterga em sua aplicabilidade, em um trabalho tão importante como “O Livro dos Médiuns”, onde este, conforme Kardec mesmo, trata-se do ‘Espiritismo Experimental’, e, mais ainda, representa uma continuidade de “O Livro dos Espíritos”?

Ora, “OLM” teria de ser a expressão doutrinária de “OLE”! E, neste ponto, de altíssima relevância, no tocante às nossas origens, ele absolutamente não o é!

Pois que:

-“OESE”, em letras realçadas por vermelho, no início desta terceira parte, alega, com palavras do próprio Codificador, que o “OLE” e “OLM” se confirmam reciprocamente por dados da CUEE: o que não é verdade, pois o primeiro preconiza a evolução do “átomo ao arcanjo” e o segundo alega que os animais “tais como foram criados, tais ficaram e ficarão até à extinção de suas raças”.

Óbvio que tal perspectiva abre ampla margem de discussão e reflexão da temática em foco; discussão e reflexão, às quais, os espiritistas mais diversos, do ortodoxo aos de mente mais arejada, poderiam e deveriam fazer, opinar, buscando-se, quem sabe, os motivos para o deslize cometido nos principais livros do Espiritismo. Assim como para: a não-aplicabilidade da referida CUEE em nossos tempos, que, parece-me, absolutamente não pegou, conquanto a ênfase dada a mesma pelo Codificador quando estava ele, na ocasião, alçado a um ponto de grande responsabilidade doutrinária no tocante ao advento espírita no Mundo.

Ponto este, como referido, de responsabilidade doutrinária e porque não: missionária, cargo oneroso e árduo, estando a receber, para a sua análise pessoal, as mais diversas instruções mediúnicas de todos os quadrantes planetários, percebendo-lhes o alcance, e, mais ainda, detectando-lhes os valores, os pontos concordantes para isto ou para aquilo, peneirando-lhes o que fosse verdade por concordância universal e excluindo-se o que parecesse inverdade por discordância, utilizando-se, como primeiro controle, de sua lógica e, portanto, de sua Razão.

Kardec, pois, pudera analisar e sistematizar um grande número de informações que lhe chegavam do Mundo todo, dando corpo doutrinário a tais informações de forma didática e, mais ainda: elaborando teorias racionais e sistemas instigantes e bem condizentes com tais informações.

Todavia, referida situação de não-aplicabilidade do conceito que dimana da CUEE – em nossos tempos - induz-me a crer que dito modelo é algo relativo, ou seja, suscetível de vertentes e visões diversificadas, de adaptações e reinterpretações à luz dos novos tempos, dos novos quadros desenhados pelos clássicos do Espiritismo nas últimas décadas do Século 19, e início do Século 20, bem como por demais expositores daí resultantes, incluindo-se em tal, evidentemente, os grandes médiuns de efeitos físicos, escreventes, intuitivos e psicofônicos desta ampla margem de tempo e de progressos doutrinários.

E digo, adaptações e reinterpretações, estas, decorrentes e positivamente extraídas de um quadro sociológico e cultural que se evidenciara no decurso de um Século e meio de experienciações de incontáveis cientistas, numerosos instrumentais mediúnicos, havendo sido permitidas e controladas, penso eu, pela Espiritualidade Maior, da qual Jesus, pós-Deus, é o seu comandante supremo, o diretor-mor de todas as coisas planetárias desde sua formação ao âmbito das energias primárias, fonte e matriz das esferas estonteantes de vida e de inteligência que gravitam pelo espaço universal.

E, por isto, questiono: tudo deve ficar como está na Codificação mesma; ou, se deveria corrigi-la, e não só em tais tópicos como em outros concernentes? Para tanto, que se consulte nosso 15º. e.Book: “Codificação Espírita: Reformulação”.

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Parte 4

NÃO-CIENTIFICIDADE DA CUEE

Por tais ilações, venho tentando a possibilidade de encarar-se um novo modo de se ver o referido conceito (CUEE) em face de um tempo que se maturou neste sesquicentenário do Espiritismo no Mundo. Um tempo, pois, que se vive ainda agora, que se reflete em nossas vidas, em nosso entendimento filosófico e doutrinário deste início do Século 21, e que ainda vai perdurar pelos tempos vindouros, pois que se trata de coisas perenes, imperecíveis e duradouras.

Por outro lado, não se descarta por completo a possibilidade de que Kardec tenha retornado, ou seja, reencarnado no Século 20 que se findara; mas não há nada que indique tal reencarnação de modo indiscutível, não se verificando, como seria de se exigir e de se mostrar, Consenso Universal, seja dos homens, seja dos Espíritos.

Assim, para tão magna questão, não se aplicara, em tempo algum, e, de fato não há: Documentação Comprobatória de Consenso Universal; ou seja: os espiritistas não operaram positivamente, e, em tempo algum, com a Regra Consensual firmada por Kardec:

-Nem para balizar se as instruções dos mais diversos médiuns poderiam integrar a Doutrina Codificada; e:

-Nem para confirmar-se o retorno dele mesmo, ou seja, do Codificador Allan Kardec, consoante informações do seu retorno para o desenvolvimento e continuação de sua obra.

Em face de tão incontestáveis fatos, concluo pelo caráter relativo da CUEE, onde tal medida fora de especial importância ao tempo de Kardec, e onde, como missionário da Terceira Revelação, pudera, com o auxílio da Espiritualidade, tornar-se pólo centralizador e, portanto, capaz de receber instruções mediúnicas de cerca de mil centros espíritas sérios espalhados pelo mundo.

Hoje, só no território brasileiro, contamos com aproximadamente quinze mil centros espíritas registrados, ou não, tendo-se ampliado vastamente o grau de complexidade para a devida apuração dos dados da fenomenologia mediúnica e, a partir daí, fazer-se o que tem de ser feito.

Para mim, não resta dúvida de que a Codificação Espírita decorrera de um momento muito especial, minuciosamente e trabalhosamente planejado pelas hostes maiores sob o comando de Jesus, momento especial este, penso: não ser repetível nos moldes do que ocorrera no passado, e, portanto: não se verificará novamente, seja em nosso tempo, seja noutros da futuridade terrena e estelar!

E, como conseqüência, será preciso mudar nossas perspectivas em relação à CUEE e procedermos uma sua readaptação aos novos tempos se não quisermos ficar encarcerados ao restrito período de quinze anos que demandara a implantação do Espiritismo na face terrena.

Implantação esta, entendo, e ratifico, como o seu marco inicial, sujeito, pois, aos aprofundamentos e progressos decorrentes no tempo-evolução, que, incessantemente, nos mostra outras e muitas outras facetas da grande e infinita realidade universal.

Ora: já se passaram quase dois Séculos de lá para cá.

E pensam, os mais arraigados à Codificação, que tudo quanto se fez em termos de Espiritismo no Mundo, digo, obviamente, do seu desenvolvimento e de seus avanços, de tantos e tantos trabalhos notáveis e sérios, e pensam que tudo isto não esteve sob o comando e o amparo do Altíssimo, de Deus e de Jesus?

Ou será que tudo quanto houve, nestes 160 anos de sua propagação e, creio, do seu desenvolvimento doutrinário, teria ou terá sido apenas e tão somente uma grande fraude, uma mistificação de amplitude global?

Não cogito, a não ser por alguma patologia mental, que algum espiritista possa de tal forma cogitar, e, por isto, repiso que: muitos outros missionários já vieram, já desenvolveram sobejamente o Espiritismo e creio que, fixar-se tão somente na Codificação é não compreender-lhe o sentido progressivo, de seus avanços inevitáveis, sua natural continuidade no tempo-evolução.

Destarte, sendo infactível praticarem-se, em nosso cotidiano, os procedimentos da CUEE, óbvio que tal inexequibilidade sugere o pensar e o repensar-se do conceito que dele mesmo dimana, ou seja: aplicável ao tempo de Kardec, (fora aplicado???), e parecendo-me, presentemente, dotado de alguma elasticidade interpretativa com novas formas de entendimento de sua aplicabilidade conforme já explicitado de forma mais abrangente em “Ciência Espírita: Tese Informal”, primeiro e.Book de nossa modesta autoria.

Já encerrando a esta parte, creio que o fato mais relevante, e indiscutível, é, pois, que a CUEE, como instrumento de apuração de novos ensinos, derrapara já em seu início, ou seja, nos livros iniciais, e, mais ainda, não surtira os efeitos desejados no futuro que hoje se faz presente, valendo-se, hodiernamente, menos como medida científica e muito mais como medida urgente, e por que não dizer: filosófica, tal como a espelhada nas presentes ideias, sendo, por isso mesmo, suscetível de novas visões e novas aplicações da mesma e de suas possíveis variantes, tal como a CUTE (Consenso Universal no Tempo-Evolução) de proposta já descrita e constante do nosso referido e primeiro e.Book.

Assim, penso que a regra disposta pela CUEE, fora aplicável (???) e validada (???) para os tempos de Kardec; porém, como visto, de aplicação e validade relativa não só no Século 19 como em nosso tempo, conforme já demonstrado, se corajosos formos o bastante para admitirmos tal elasticidade interpretativa.

E, portanto, sou tendente a cogitar que a CUEE não será adotada como regra científica dos pesquisadores do futuro, espiritistas ou não, e, obviamente, da Ciência dita oficial.

É que, em se admitindo os fatos da Mediunidade e do Espírito, tais pesquisadores criarão sua própria e específica metodologia aplicável às observações propiciadas pelo fenômeno espirítico, (que ressurgirão incontestes), atinando-se que o mesmo, como se compreende, e se compreenderá, não depende da nossa livre e espontânea vontade, sendo assim, absolutamente necessário nosso harmonizar-se com sua fonte, sua vontade extra-física, ou seja, com os ditames dos sábios comunicantes e promotores fenomênicos do além.

E, como haverei de ser severamente acusado, adianto que não sou um desconstrutor da CUEE, e, portanto, não destruo o que fora construído por Kardec como já me posicionara; apenas o vejo com a lente do nosso tempo, firmando-me nos fatos da presente realidade sociológica, cultural e mediúnica do meio espiritista, e, portanto, nos 160 anos de sua não-aplicabilidade, fato inédito para um critério que se pretende seja científico; mas de notória relatividade, indubitavelmente!

Tudo resumindo: a CUEE não pode mais ser vista como uma sentença de ordem científica, se é que assim já se houvera de concebê-la; mas sim, creio eu, como uma versátil norma interpretativa dos fatos espiríticos e paranormais de uma época, cujo método houve de ter, presumo (???), alguma validade interpretativa por méritos do Codificador; mas não parece ser aplicável, como não o fora, no decurso de quase dois Séculos de sua instituição.

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Parte 5

CORRIGINDO ALLAN KARDEC

Do Século 19 para cá, mas, sobretudo no Século 20, pudemos constatar que não só a Ciência, como o Espiritismo mesmo, como Doutrina dos Espíritos Superiores, fizeram várias correções e ampliações de Kardec e da obra codificada.

Logo, Kardec e sua obra não podem ser encaradas como coisa infalível (Cláusula Pétrea) por ser falível, como Tudo em nosso Mundo é falível, imperfeito, conquanto se busque a perfeição.

Vamos, de modo rápido, fazer mais algumas objeções, porém, sem querer depreciar ou ofender, mas sim: mostrar a falibilidade dos que pretendem a infalibilidade de Kardec. Vamos, pois, às oito alíneas: ‘r’, ‘s’, ‘t’, ‘u’, ‘v’, ‘x’, ‘y’ e ‘z’ de nossa exposição:

-‘r’: Fatos inexplicáveis como a mensagem de “O Livro dos Médiuns” (1861 - AK), assinada por ‘Jesus’, e que, por sua vez, reaparece modificada, ou, adulterada por Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - AK) com sendo do ‘Espírito de Verdade’;

-‘s’: A obra de Kardec: “A Gênese” (1868 – AK) informa, com todas as letras, que o planeta Marte não abriga Lua; mas hoje se sabe, pela Ciência, que Marte tem duas Luas: Fobos e Deimos;

-‘t’: Referida obra, ainda, alega que a Lua terrena se comporta como um ‘João Teimoso’ cujas partes mais densas se concentraram em sua parte inferior, e, as menos pesadas, e mais fluídicas, em sua parte superior. Todavia, a Ciência provara que isto não retrata a mais fiel verdade;

-‘u’: A “RE” de Kardec, de Outubro, 1860, alega que Marte é um planeta inferior à Terra, abrigando, pois, a encarnação e reencarnação dos primeiros Espíritos, ou seja, de indivíduos humano-espirituais rudimentares. Neste tópico, temos que Espíritos mais esclarecidos da obra de Ivonne Pereira, e, sobretudo da formidável equipe de Xavier, com Emmanuel, Maria João de Deus, dentre outros, informaram justamente o contrário: Marte é um planeta superior à Terra; e seus habitantes, como é óbvio, transcendem os habitantes espirituais terrenos;

-‘v’: De retorno à obra “A Gênese” (1868 - AK), vemos ainda que Kardec discorda da teoria do renomado cientista Buffon (Georges Louis Leclerc), que, em sua intuição, supôs que um cometa, tendo se chocado com o Sol, dele destacou uma porção de grandes fragmentos que, por sua vez, formaram os planetas. Entretanto, a obra de Xavier, com a equipe superior de Emmanuel, novamente, não concorda com Kardec, e sim, com Buffon; e, como damos enorme crédito à obra de Xavier-Emmanuel, cremos que Kardec estivera, mais uma vez, dando uma de suas derrapadas;

-‘x’: Já quase finalizando, todos sabem que Kardec era arredio, e, portanto, discordava das informações mediúnicas de uma possível queda espiritual, e de salvação, da criatura. Entretanto, referido fenômeno é Consenso Universal, pois que formulado no Velho Testamento, ministrado pelo Mestre Nazareno, revelado, por diversas vezes na obra mesma de Kardec (Espiritismo), e, por fim: ratificado por Ubaldi e Xavier com Sua-Voz, Emmanuel, André Luiz, dentre outros Espíritos mui elevados, e, pois, muitíssimo confiáveis.

(Vide: nossa ‘Trilogia’ de e.Books: “O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”. “O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo”; e: “O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”).

Ora, se Kardec e sua obra contêm acertos indiscutíveis, detêm, igualmente, desacertos tão fáceis de serem constatados pelo estudioso espiritista, provando, com isso, que tudo é falível neste mundinho inferior de nossos progressos concomitantes.

Ora, veja-se:

-‘y’: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Capítulo 24, Item 12, e, por palavras de Kardec mesmo, que Deus Pune e Castiga seus filhos, quando, ao contrário, sabemos que Deus É Amor, e que, por Sua Misericórdia Infinita: educa, retifica e disciplina seus filhos tão amados, mesmo os mais rebeldes e mais empedernidos no mal.

E, veja-se, mais ainda:

-‘z’: A obra “O Céu e o Inferno” (AK – 1865), Primeira Parte, Item 19, quando Kardec ministra um “Deus Justo e Bom” e não “um Deus parcial, vingativo e sem piedade”; e, na Segunda Parte, Capítulo 4, Kardec se contradiz e endossa a mensagem do Espírito Georges que, por sua vez, usa dos termos precisos de um: “Deus Vingador”, quando Jesus, e seus apóstolos, referem a um “Deus-Amor”

“Deus-Amor”, Este, que fora confirmado, ainda, por toda a equipe de Ubaldi e Xavier e pode ser detectado, aliás, por nós mesmos ao verificarmos a Matemática Esplendorosa, a Ordem Perfeita do Universo, bem como de sua Harmonia, que, logicamente, só podem resultar de um Deus Perfeito, rigorosamente Justo e Bom.

Logo, com tantas dissonâncias do Codificador, e da obra codificada, e, ainda assim, afirmar-se que:

-O Espírito de Kardec é superior ao do Chico;

E afirmar-se, mais ainda, que:

-A obra de Kardec transcende a obra do Chico;

Isto, para mim, é inverossímil, conquanto nosso respeito a quem pense diferente, e que, por sua vez, com toda sinceridade: nada entendera de Kardec, do Chico, e tampouco entendera de nossa teorização aqui consolidada, não atinando, por conseguinte, com esta parte que se lhe segue, tão clara e tão lúcida ao nosso discernir, perspicácia e entendimento.

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Parte 6

INFINITAS FORMAS DE RAZÃO

Referida conjuntura, ao enquadrar a Inteligência de Kardec no formato de uma Razão algo mediana, estará a levantar a ira dos mais ortodoxos que vêem, na capacidade mental do mesmo, algo fora do comum, uma Inteligência muito superior, inigualável, e, por isto mesmo, monumental.

Ora, se Kardec atuara como pesquisador do Espírito, ele também recebera muita coisa já pronta acerca do mesmo, dos fatos da mediunidade e, como conseqüência, de páginas e mais páginas da doutrina que trataria de organizar. E, portanto, por ser um pedagogo, óbvio que seu trabalho fora muito mais de organizador dos temas cogitados, quando, na conseqüência, emitia suas opiniões, muitas das vezes sapientes e respeitáveis, mas noutras: de suas idiossincrasias, seu caráter mesmo, e, portanto, de sua inegável faixa evolutiva: espiritual e moral.

Mas tratemos, primeiramente, de recordar que Razão é também sinônimo de Inteligência, sendo a referida, um Processo Mental contínuo, em dinâmica constante, que, de um pólo a outro, poder-se-ia, grosso modo, e, sem ofensa alguma, enquadra-la em três tipos fundamentais, sendo:

1 - Razão Cética (dos incrédulos em geral);
2 - Razão Mediana (como a de Allan Kardec); e:
3 - Razão Superior (de Ubaldi e Xavier, por exemplos);

Onde tais Formas Mentais, ao âmbito da Inteligência Formal (Piaget), não se paralisam, e, por evolução, se transmudam (--->) de uma para outra alcançando níveis cognitivos diferenciados, mais altos, e, portanto, mais lógicos e mais precisos ainda:

Razão Cética--->Razão Mediana--->Razão Superior

Sendo que, para tais Processos Cognitivos do Homem, e, repiso, ao âmbito da Formal, poder-se-ia dar os seguintes exemplos para a nossa compreensão dos degraus psíquicos progressivos de nossa mentalidade:

1 - Razão Cética:

Trata-se da Razão de um incrédulo, de um cientista, filósofo, ou de qualquer outro pensador cético que se queira imaginar, que, por sua vez, descrê de Deus e se mostra algo contrário à Lei de Causalidade, pois chega ao absurdo de dizer que o Universo dispensa a ideia de Deus, quando, pelo contrário, ele exige a ideia de um Criador, pois que tal Universo, em se tratando de um efeito, e, não havendo efeito sem causa, a causa do mesmo só pode estar em Deus, de Tudo: Criador.

Já, a um passo acima da referida Razão Cética, vamos encontrar, como citado, o que se pode denominar:

2 - Razão Mediana (Allan Kardec: Século 19):

Trata-se da Razão do codificador e de muitos de seus seguidores mais ortodoxos, (engessados), deste nosso Século 21, que, afinal, se posicionam um passo acima da Razão Cética, pois que já entrevêem a Lei de Causalidade provando a existência de um Criador Supremo, e acata, mais ainda, a ideia de que o Homem é um Ser dirigido pela Consciência, ou seja: pelo Espírito imortal, que, por sua vez, se enquadra na ordem palingenésica das coisas ditas universais.

Todavia, diga-se que Kardec, e, seguidores da referida forma de raciocinar - e, conquanto superiores à Razão Cética – tais, ainda, acumulam suas contradições como, por exemplo, a de pensar que os Espíritos são criados na condição de indivíduos Simples e Ignorantes (ESI), tabula rasa, para, a partir de tal ponto, de ínfima cognicidade, e, ingenuidade, vivenciar as atrocidades sanguinolentas dos reinos inferiores da criação, suas dores e adversidades, objetivando-se contínuos progressos seus, até que atinjam, vagarosamente, de espécie a espécie, Seres mais adiantados, como, por exemplo, das humanidades que, por sua vez, ainda consolida avanços para planos supra-hominais até os cumes altíssimos de Espíritos Puros e Conscientes (EPC).

Ora, dita Razão, conquanto superior à Cética, terá de subir mais, pois também, como sua predecessora, cai em contradições evidentes, pois ignora inúmeros fatos, como se pode notar na palavra mesma de Kardec assim formulada:

“O sofrimento dos animais (ESI) é constante. Mas é racional imputar esses sofrimentos à imprevidência de Deus ou a uma falta de bondade de sua parte pelo fato de a causa escapar à nossa inteligência”. (Vide: Revista Espírita – AK - 1864 – Edicel).

Como se vê: Kardec percebe o efeito, ou seja, o sofrimento constante dos animais (Espíritos Simples e Ignorantes reencarnados), como também imagina uma suposta causa para tal sofrimento, que, entretanto, lhe desconhece, pois sua Razão, sua Inteligência do fato em si, em sendo restrita e incompleta (tal como a de seus seguidores mais ortodoxos engessados), terá de avançar mais, subir novos degraus para ver e, logicamente raciocinar, que:

Os Espíritos são criados na condição de Indivíduos Puros e Conscientes (EPC), que, por sua discórdia da Lei, que é Deus, tais elementos decaíram na condição de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) para, com a dor e as muitas adversidades dos Mundos materiais, fazer sua cura, e, portanto, seu retorno ao plano divino de sua origem espiritual.

E, então, temos, para tal raciocínio mais amplo, mais justo e mais lógico:

-Causa e Efeito;
-Rebelião e respectiva Cura; ou ainda:
-Involução e Evolução; ou, se o quisermos:
-Queda e Salvação;

Tal como ministrado pelo Espírito Superior do apóstolo Paulo (da gentilidade) e referendado em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - Século 19 - AK) que alude:

“Fora da Caridade não há Salvação”

Ora, Salvação daquele que se quedara na Insurreição; ou, ainda: Evolução do que traíra a Si próprio pela Involução, sendo a Evolução, pois, o efeito da causa, e, como já dito: não há efeito sem causa, e a dor, pois, resulta da rebeldia que, por agora, trata de sua cura, pois que Deus não quer a morte do ímpio, mas que se converta e se salve.

O que fora explicitado, por muitas vezes, na própria obra do Sr. Kardec, como, por exemplo, em tão clara e tão evidente passagem da “Revista Espírita”:

“... Somos uma essência criada Pura, mas decaída; pertencemos a uma pátria onde tudo é pureza; culpados, fomos exilados por algum tempo, mas só por algum tempo”. (Vide: “RE” – AK – Junho – 1862 - Edicel).

Logo, somos Seres decaídos de altíssimos planos da espiritualidade por Involução; e, nos Mundos materiais, perfazemos nosso retorno evolutivo, ou, salvífico, à referida Pátria do Espírito, nossa morada espiritual. O que, aliás, fora devidamente constatado, esclarecido e ampliado, no Século 20, por Pietro Ubaldi (Sua-Voz) e Francisco Cândido Xavier (Emmanuel, André Luiz, dentre outros), e respaldados, com certeza iniludível, pelo nosso Divino Mestre e Senhor: Jesus.


Só por aí, pois, é que tudo se explica de forma lógica e precisa, ampla e racionalmente superior, por tratar-se de uma ideia bem mais justa que sua predecessora, amesquinhada por suas injustas pretensões.

Logo, a Razão é, de fato, evolutiva, e a Razão de Kardec, (e engessados no Século 19), terá de evoluir para o plano mental que se lhe segue, ou seja, à:

3 - Razão Superior (Ubaldi, Xavier: Século 20):

Que é uma Razão superior à de Kardec, pois vê muito mais, não se contradiz, e, portanto, referida Razão é a mesma dos Espíritos Superiores da codificação, bem como já dito, de Pietro Ubaldi, de Francisco Cândido Xavier com os reluzentes Espíritos de Sua-Voz, Emmanuel, André Luiz, Bezerra e tantos outros que fizeram e estão fazendo os progressos do Espiritismo no Século 20, 21 e Séculos vindouros de nossa perene existencialidade.

Assim, pois, em ordem evolutiva, podemos detectar, dentre outros, os referidos degraus evolutivos do pensamento humano que nos revela, de pronto, que a Razão é, de fato, um Processo Mental de ordem crescente, saltando do degrau 1 para o 2, e, deste, para 3, revelando-nos, ainda, que o não percebido hoje será detectado amanhã, ou depois, ou mais distante ainda na ordem infinita das coisas ditas universais.

Assim cogitando, é óbvio que a Razão de Kardec, não mais como homem do Século 19, e sim, como Espírito, já transcendera tais aspectos seus, pois que, afinal, já decorrera, neste ano de 2016, algo em torno de 150 anos desde a codificação espírita; e Kardec desencarnara em 1869; sendo cogitado por muitos - em face das notícias do seu retorno ao Mundo terreno para completar a sua obra - como sendo a reencarnação, no Século 20, do elevado Espírito de Francisco Cândido Xavier.

O que não é de todo inviável, pois Kardec, como se sabe, era também um eficiente médium como se pode notar nesta comunicação dirigida a ele quando trabalhava nos escritos de: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK - Século 19):

“Quero falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro percebe as nossas inspirações com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas”.

E prossegue:

“Nossa ação, principalmente a do Espírito de Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar”. (Vide: “Obras Póstumas” – AK).

Kardec, pois, era sim um potente intermediário do astral, um médium inspirado, intuitivo e coisas que tais, sendo, portanto, muitíssimo influenciado pela Espiritualidade que lhe dirigia os pensamentos, seus escritos e atos rumo a um objetivo; conquanto não possam, os Espíritos, fazer tudo no tocante às ideias equivocadas do médium consciente, se restringindo, às vezes, como visto e citado, às ideias da Razão Mediana de Kardec que, por sua vez, não admitia a Causa, ou seja, a Involução como Queda Espiritual da criatura que errara em sua insurreição.

Ainda assim, os Espíritos Superiores não deixaram passar despercebido o fato da referida Queda do Espírito em tal “Livro” mesmo, (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”), em muitas de suas páginas, como se pode ver em nossos mais diversos textos e e.Books.

Em suma, o fato é que Kardec fora, pois, também receptor sensível das injunções espirituais, não se podendo negar, pois, sua condição de medianeiro, fato que reforça a tese dos espiritistas simpáticos à sua reencarnação, no Século 20, como Francisco Cândido Xavier, dirigido pela alta falange espiritual de Emmanuel sob a tutela do Divino Mestre e Senhor Jesus.

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Parte 7

NOSSAS PONDERAÇÕES FINAIS

De retorno, pois, às proclamadas e distintas Teses:

-A (Chico é Kardec); e:

-B (Chico não é Kardec):

Para tais, da Tese B, o Espírito de Chico Xavier não é a reencarnação do Espírito de Allan Kardec, porquanto este, Kardec, desencarnado, se comunicara com os homens, mediunicamente, por algumas vezes, no tempo de vida do nosso Chico no Século 20.

Mas seria, de fato, o Espírito de Allan Kardec???

É possível fazer-se uma confirmação cabal, perfeita, científica e matematicamente exata de que se tratava do mesmo, ou seja: do Espírito de Allan Kardec???

Ora, tais espiritistas, (contestadores da Tese A), estudiosos que são, parecem ignorar, de propósito (???), o importante Capítulo 24 – Identidade dos Espíritos - de “O Livro dos Médiuns” (AK – 1861), tecendo informações precisas de que os Espíritos mais elevados, e, portanto, do naipe do Espírito de Allan Kardec, podem se substituir em suas comunicações uma vez que:

“Os caracteres distintivos de sua personalidade se apagam, de alguma sorte, na uniformidade da perfeição, e, apesar disso, não conservam menos sua individualidade”. (Opus Cit.).

“Nesta posição, o nome que tinham na Terra, em uma das milhares de existências corporais efêmeras pelas quais passaram, é uma coisa de todo insignificante”. (Opus Cit.).

“Ocorre o mesmo todas as vezes que um Espírito superior se comunica espontaneamente sob o nome de um personagem conhecido; nada prova que seja precisamente o Espírito desse personagem”. (Opus Cit.).

E, portanto, as comunicações dadas pelo Espírito de Allan Kardec, são tão-só: atribuídas a ele, não expressando, em tal atribuição, que seja exatamente ele, pois, pode ser que sim, bem como pode ser que não, porquanto:

“Em resumo, a questão do nome é secundária, podendo o nome ser considerado como um simples indício da classe que o Espírito ocupa na escala espírita”. (Opus Cit.).

O que colocaria por terra os argumentos da Tese B que, por sua vez, pretendem, com as comunicações atribuídas ao Espírito de Allan Kardec, fragilizar a Tese A, da teorização Chico/Kardec: um só Espírito, porém, duas grandes missões.

E, por outro lado, ou seja, pelos equívocos cometidos em sua obra do Século 19, (como visto supra), os elementos da Tese A ganhariam mais força ainda alegando que: o Espírito de Allan Kardec preferira ser médium na reencarnação do Século 20, ou seja, como Francisco Cândido Xavier, porquanto, em tal, ele cometeria menos deslizes, tais como os já citados, bem como outros constantes e, já mencionados, em nossos mais diversos e.Books.

Ora, imaginar-se um Kardec impoluto é, sem sombra de dúvida, passar atestado de ignorância acerca de sua obra. (Vide também: nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”, para uma melhor compreensão do tema).

De tal modo que:

O autor deste arrazoado, relativamente às Teses A e B, nada pretende destruir de tais; mas tão só expressar que o problema é um tanto mais complexo e deveria merecer, de nossa parte, mais serenidade e mais respeito para com as coisas de que, ainda, não somos capazes de bem compreender por alguma debilidade conceitual, ou espiritual, de nossas frágeis pessoas ao âmbito de coisas mais altas e que, pois, escapam à nossa capacidade.

Por outro lado, ainda, se o suposto Espírito de Allan Kardec dera algumas raras comunicações mediúnicas, é de se questionar:

-Por que motivo ele não se manifestara pelo:

‘Mineiro do Século’?

-Ou, se o quiserem, com:

‘O Maior Brasileiro de Todos os Tempos’?

-O nosso humilde, e sabidamente reconhecido, como:

‘O Mais Poderoso Receptor Mediúnico do Mundo terreno’?

-Ou seja, com o nosso querido e sábio:

“Francisco Cândido Xavier”.

Ora, se o Espírito de Allan Kardec estava desencarnado e, portanto, livre nos espaços espirituais, é, no mínimo estranho, que ele não comprovasse sua imortalidade por meio d’O Mais Importante Canal Mediúnico de Todos os Tempos da Humanidade terrena’:

“CHICO XAVIER”

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Um Grande Abraço a Todos:

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

Bibliografia

-“Obra Completa de Allan Kardec”: diversas editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier”: diversas editoras; diversos sites da Internet;
-“Textos Diversos das Teses A e B”: dentre tais, pelo grande volume de informações, destaco os livros abaixo; sendo que: para a formulada:
-Tese A: Chico é Kardec reencarnado:
-“A Volta de Allan Kardec”: Weimar de Oliveira: Feego; e, para a formulada:
-Tese B: Chico não é Kardec reencarnado:
-“Kardec e Chico: Dois Missionários”: Paulo Neto: Ethos Editora; e:
-“Bíblia Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi;
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
http://fernandorosembergpatrocinio.blogspot.com.br
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