terça-feira, 4 de junho de 2019

MAIÊUTICA DO SÉCULO XXI - (18o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocínio

(18º. e.Book)

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MAIÊUTICA
do
SÉCULO XXI

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Introdução

Parte 1: MAIÊUTICA ESPÍRITA E PESSOAL

Parte 2: ESPIRITISMO ENVIADO DO CRISTO

Parte 3: INTELIGÊNCIAS EVOLUCIONÁRIAS

Parte 4: NOVOS PROCEDERES MENTAIS

Parte 5: MODELO INVOLUTIVO-EVOLUTIVO

Parte 6: NOTÁVEIS DO SÉCULO DEZENOVE

Parte 7: SUPRANORMAIS DO SÉCULO VINTE

Parte 8: NOVA PROGRESSÃO: LINHA RETA

Parte 9: BRASIL: PÁTRIA DO EVANGELHO

Parte 10: O NOSSO FRANCISCO C. XAVIER

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

No presente e.Book estaremos consolidando, na forma maiêutica, (de perguntas e respostas), uma série cem (100) questionamentos filosóficos e doutrinários acerca do Espiritismo, do Monismo, do Movimento Espírita Brasileiro (Meb), e outros mais, que, afinal, encerram a opinião pessoal do seu autor (eu mesmo) que, humildemente, sabe de suas lacunas, reconhecendo, portanto, suas limitações.

Óbvio que referida opinião fora extraída de prolongados estudos, de sua experiência pessoal: humana e espiritista, e, portanto, de particularidades e idiossincrasias suas mesmas que, certamente, despertará em alguns: simpatias; e noutros: aversões que, comprovadamente, sabemos que é assim que o Ser humano se comporta, mesmo nos meios espiritistas, até que, por progressos constantes de sua mentalidade, possa domar seus impulsos mal sãos e se comportar melhor ao reconhecer com os mais sábios que:

“A maldade bebe a maior parte do veneno que produz!” (Sêneca);

E, portanto, não façamos o mal que, só de cogitá-lo, ele está já envenenando seu autor que, necessariamente, e obrigatoriamente, responde pelos seus pensares e, sobretudo, pelos atos praticados, seja aqui, seja acolá; e, mais ainda:

“A raiva é um veneno que se bebe esperando que o outro morra!” (Shakespeare);

Noutros termos, o ódio que se destila, pode sim atingir a outrem se ele estiver por merecer; mas lembremos que nós próprios estaremos impregnados de nossas ações e de nossa raiva impiedosa, trazendo-nos desequilíbrios vários e males psicossomáticos de complicada solução; e, portanto, nas horas mal sãs, lembremos-nos do Mestre Nazareno ao proclamar:

“Amai-vos uns aos outros!”
(Jesus),

Ministrando-nos, com Celestial Sabedoria, o método de nossa redenção salvífica em Plano Maior da Espiritualidade em Deus Pai, nosso Criador.

E, portanto, se não agradarei a todos com minhas opiniões, isto não me constrange e não me surpreende em tempo algum, afinal, nem o Cristo agradara a todos, e porque eu, modesto autor de tais páginas, arrogaria tal pretensão se, no meio espírita mesmo, vejo tantas discordâncias entre seus adeptos, acenando que nossa Unificação, como cristãos redivivos, está longe de ser alcançada.

Assim, rogo paciência ao leitor que, se não concordar plenamente comigo, conto com sua opinião que muito nos enriquecerá a presente experiência terrena.

O autor, simplesmente aprendiz: como você: Caro Leitor.

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Parte 1

MAIÊUTICA ESPÍRITA E PESSOAL

1) O que é Maiêutica?

Maiêutica fora um método empregado por Sócrates, o mais sábio dos filósofos gregos, pressupondo que a verdade está latente no Ser humano, sendo aflorada aos poucos por meio de uma série de perguntas simples, e até mesmo ingênuas, porém, perspicazes. Tinha Sócrates a intenção de levar o interlocutor a duvidar do seu próprio saber por contradições em sua forma de pensar, normalmente concebida por valores e preconceitos sociais; e a seguir, levava-se o interlocutor a vislumbrar novos conceitos sobre o tema tratado, estimulando-o a pensar por si próprio e não pelo pensar de outrem, da sociedade e coisas que tais.

De tal forma que: a maiêutica primeiro desconstrói e depois ajuda a reconstruir transitando do Ser para o “vir-a-Ser”, do “já-pronto” para o “por-vir”, “parindo” noções cada vez mais amplas e mais complexas.

2) Poderíamos conceber uma Maiêutica Espírita?

Dir-se-ia que o Espiritismo, com o positivista Allan Kardec, no Século 19, compusera duas obras fundamentadas na Maiêutica: “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857) e “O Que É o Espiritismo” (AK - 1863), ambas propostas na forma de perguntas e respostas, porém, com extensas páginas e textos tanto de Kardec como dos sábios Espíritos que trabalharam na organização de sua Doutrina.

3) E poder-se-ia conceber uma Maiêutica Pessoal?

De certa forma sim. Referida Maiêutica conceber-se-ia como uma forma de mudança e de transformação que sempre se dera e sempre se dá em nossos interiores pelo processo evolutivo que, mentalmente, e por injunções dos nossos superiores hierárquicos (anjo da guarda, protetores espirituais, e etc.) mudamos o tempo todo, conquanto nossa má vontade de progredir e dar novos passos ascensionais.

Assim, pois, não estamos tratando de temas novos, de inéditas teorias e coisas que tais, mas sim formulando conceitos novos para ideias antigas inferindo com isto que o processo evolutivo de nós mesmos também se poderia compreender como uma espécie de Maiêutica Pessoal, de nossa intimidade mesma, onde nos demoramos com nossos instrutores espirituais, objetivando nossas mudanças para melhor, para novos patamares do nosso saber que se vai transmutando para a sabedoria, ou seja, para um conhecimento e uma ética universais.

4) Nos daria um bom exemplo de Maiêutica Pessoal?

Penso que o maior exemplo de tal Maiêutica Pessoal se dera, como todos o sabemos, com o saudoso médium Francisco Cândido Xavier e o seu educador e sábio guia espiritual mundialmente conhecido como ‘Emmanuel’; outros poderiam ser citados: Pietro Ubaldi e ‘Sua Voz’; Divaldo Pereira Franco e ‘Joanna de Ângelis’, e etc.

Portanto, não dispensemos dita Maiêutica (Pessoal ou Mental) com nossos maiores, pois tal meio só nos encaminha para a Verdade, para o Bem, para o Amor Incondicional.

5) Dita Maiêutica, pois, é mui benfazeja?

Sim, e fora o que se dera comigo mesmo! De minhas perquirições, de questionamentos a questionamentos comigo mesmo, ou, com meu instrutor espiritual, trafeguei, intelectualmente, do Espiritismo (de Allan Kardec) ao Humanismo (de Francisco Cândido Xavier) e, logo após, ao Monismo (de Pietro Ubaldi) que, na verdade, não se destoam, mas se completam majestosamente.

E isto pelo fato do Espiritismo ser essencialmente progressivo, pois que, no Século 19, com Allan Kardec, vemo-lo implantado como um ‘Modelo - apenas e tão-só - Evolutivo do Espírito’; e, pelos progressos a ele adicionados no Século 20, vemo-lo amplamente desenvolvido, pois dilatara suas noções da realidade com  Xavier e Ubaldi na implantação do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’.

6) Isto é: desenvolve sem destruir?

Isto mesmo! Sem destruir o antigo, vislumbra novos conceitos sobre o tema levando-o a novos patamares da compreensão de nós próprios, Espíritos em evolução, porém decaídos, permitindo-nos uma compreensão mais correta e justa do Misericordioso Pai: Nosso Criador.

Parte 2

ESPIRITISMO ENVIADO DO CRISTO

7) Como resumiria o Espiritismo?

Do ponto de vista conceitual, como ‘Ciência do Infinito’, dir-se-ia que o Espiritismo é:

“... a Ciência que estuda a origem, a natureza e a destinação dos Espíritos, bem como sua relação com o Mundo corpóreo. É, ao mesmo tempo, uma Ciência de observação e uma filosofia de conseqüências morais”. (Allan Kardec).

Todavia, em melhor definição, o Espiritismo é a ‘Doutrina dos Espíritos Superiores’; de tal ponto de vista, e quiçá repetindo o que ouvi alhures, digo que o Espiritismo é a Universidade do Espírito, doutrina maravilhosamente simples em sua expressividade e maravilhosamente complexa em sua profundidade. Trata-se, indubitavelmente para mim, da mais bela, mais harmoniosa e mais importante doutrina da face terrena.

8) Como e porque surgiu o Espiritismo no Mundo?

Na verdade, o Espiritismo como fenômeno e como fatos supranormais, é de todos os tempos da humanidade, e a Bíblia Sagrada é o seu maior repositório. Mas o Espiritismo como ‘Doutrina Organizada’ pelos Espíritos Superiores, surge em meados do Século 19 com o pedagogo Allan Kardec; fora este sábio mesmo que cunhara os neologismos ‘Espiritismo’ e ‘espírita’ ou ‘espiritista’, como adepto da novel doutrina que surgia.  

9) Surgia para quê?

O advento do Espiritismo no Mundo terreno decorre da Bíblia Sagrada mesma, mais especificamente do Novo Testamento, onde, e quando, o Mestre Nazareno nos promete enviar o Consolador, o Espírito de Verdade que haveria de nos ensinar todas as coisas e nos fazer relembrar tudo o que Ele mesmo havia dito e feito. (Vide: João – 16 – v.v. 15, 16, 17 e 26).

Assim, de forma harmônica e precisa, os profetas bíblicos (Velho Testamento) previram a vinda do Messias (Jesus), e referido Messias (Novo Testamento) previra a advento do Espiritismo (Cristianismo Redivivo) numa relação onde tudo se liga e se engrandece ao acompanhar a evolução do pensamento humano, de suas tradições, crenças, filosofias e conhecimentos que se positivam e avançam para o saber de todas as coisas, até Deus. Assim temos a seguinte conexão temporal (=c=), e evolutiva, de todas as coisas:

[(passado) =c= (presente) =c= (futuro)]

10) Onde tudo está em conexão com tudo?

Óbvio que sim! O passado (Velho Testamento) está em conexão com o presente (Novo Testamento) que, de sua parte, está em conexão com o futuro (Espiritismo) que, por sua vez, já é um estado presente em nossas vidas de estudiosos espiritistas ou de cristãos redivivos pela nova, mas também antiga doutrina do Cristo, que, por sua vez, se renova e se aprofunda continuamente com o Espiritismo. Ou seja, se renova em seus sucessivos aprofundamentos doutrinários, mas não em seus princípios universais, tais como o já visto:

“Amai-vos uns aos outros” (Jesus),

... que, de sua parte, não é de ordem transitória e sim de ordem fixa e universal que, lhe estendendo, proclama:

“Amar a Deus acima de todas as coisas e ao seu semelhante como a ti mesmo” (Jesus).

Logo, tais sentenças derivam do próprio Senhor, ou seja, da Inteligência Suprema do Universo, ou, simplesmente, nosso Criador. Jesus, portanto, fora o Espírito Puro que nos trouxera tais ensinos, e, como proferido por Ele mesmo, É Uno com o Pai, sendo partícipe de Suas Potências, Suas Leis, Sua Infinitude Espiritual.

11) Para Kardec: onde está a origem do Espírito?

Conquanto o Codificador defina o Espiritismo como “a Ciência que estuda a origem dos Espíritos”, há que se fazer uma distinção das coisas para não nos confundirmos. A Ciência Espírita, fundada por Kardec, toma o Espírito quando ele adentra o plano das humanidades, e, aqui e ali, em suas muitas obras, alega que o Espírito é criado como Ente Simples e Ignorante (ESI); mas vejam bem: o homem Kardec não se importa com sua origem distante, e sim com o Espírito já formado na condição de Ser humano:

“Sem, pois, procurar a origem da Alma, e as fieiras pelas quais pôde passar, nós a tomamos em sua entrada na Humanidade, no ponto em que, dotada do senso moral e do livre-arbítrio, ela começa a incorrer na responsabilidade de seus atos”. (Vide: “A Gênese” – 1868 – AK).

Vê-se, por aí, como Kardec, em pessoa, é restrito, é bem limitado, digamos assim, em relação ao Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores. Logo, o Espiritismo ministra por toda parte que os Espíritos tem sua origem nos planos inferiores da criação, do átomo ao arcanjo, passando pelos planos vegetais, animais e hominais. (Vide: 16º. e.Book deste autor: “Kardecismo e Espiritismo”).

Origem que, como veremos, ou, como já vimos noutros textos e e.Books, se nos mostraram mais detidamente no Século 20 com Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier que desenvolveram o Espiritismo do Século 19 da codificação kardequiana. Porém, se diga que o “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857) mesmo vai mais longe ainda, ou seja: nossas origens não se iniciam no átomo e, referido “Livro”, pois, confirma a genuína obra de Ubaldi e Xavier; vejam, por exemplo, nossa ‘Trilogia’ de e.Books:

-“O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”;
-“O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo”, e:
-“O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”.

12) O Espiritismo, pois, é muito complexo...

Sem dúvida que sim, e, por isto vêmo-lo esfacelado nas muitas mentes evolucionárias dos seus distintos adeptos. Alguns, mais ortodoxos, o querem apenas com Kardec; outros com Kardec e com os Clássicos; e outros, mais ainda, com Kardec, com os Clássicos e com a obra de Xavier; e outros, como no meu caso, vejo-o como doutrina universalista que, em conjunção ao Monismo de Ubaldi se institui, com estes últimos (Xavier e Ubaldi), o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito’ imortal.

O problema é que alguns elementos da ortodoxia espírita, e aqui em Uberaba têm alguns elementos enclausurados a tal, se autorizam proclamar que sabem tudo de Espiritismo e que, portanto, só estudam a Codificação e nada mais. Eles consideram que Kardec e o Espiritismo organizado é tudo, encerra tudo, e, portanto, eles desprezam tudo o mais, e, pois, nada mais tem de aprender. Tais elementos desconhecem que o Espiritismo é:

“Ciência do Infinito”,

... e que, portanto, desconhecem o principio de que a revelação espírita é de ordem:

“... essencialmente progressiva”, ...

... dilatando suas perspectivas doutrinárias no contínuo estabelecido pelo tempo-evolução; logo, se a Codificação é do Século 19 e estamos adentrando o Século 21, óbvio está que a Codificação já fora desenvolvida e mui ampliada, sobretudo por diversos escritores espiritistas e pelos melhores médiuns missionários do Século 20 que se findara.

Mas não tem problema não, se tais elementos consideram que Kardec é tudo, e que a Codificação disse tudo, e que eles já sabem tudo de tudo, não vamos discutir, pois tal degrau de sua evolução psíquica é também mui importante e, portanto, que se estude e se analise, que se re-estude e se re-analise dita obra que, afinal, para estudiosos mais sensatos, representa o início, o ‘abc’ do Espiritismo no Mundo terreno como promessa do Cristo de nos enviar o Consolador.

Parte 3

INTELIGÊNCIAS EVOLUCIONÁRIAS

13) O que o Espiritismo representa para você?

Espiritismo representara uma mudança radical em minha vida, sobretudo no aspecto filosófico, onde o homem orgulhoso do seu saber mundano viera a constatar sua enorme pobreza espiritual. Ainda hoje, quando vislumbro a caminhada que o Espiritismo nos propusera de percorrer evolutivamente, pelos diversos Mundos, e que pudera sintetizar numa escala de cinco degraus para facilitar o nosso entendimento: de Mundo Primitivo, de Expiações e de Provas (nosso estágio atual), Regenerador (nosso próximo passo evolutivo), Mundos Felizes e, por fim, Celestes, e que nós, Seres humanos, nos encontramos num Orbe Provacional, pude perceber o quanto ainda temos de caminhar e de aprender pelos Mundos afora, fazendo-me ver nossa condição de cisco cósmico em matéria de conhecimento estelar, físico e espiritual.

14) E, por isto mesmo...

Entendo que o espiritista, sem exceção, tem de estudar e de estudar sempre para que possa apreender todos os meandros dessa maravilhosa e tão importante doutrina. Trata-se de um conhecimento superior, de abrangência cósmica e universal; trata-se de uma doutrina já situada a um plano divino, o do Evangelho, que nos mostra Jesus como sendo ‘Uno com o Pai’, e o seu ‘Método’ para tal; Ou seja: para sermos Unos com o Criador, isto implica na observância e prática de Seus Divinos ensinos.

15) Como aderira ao Espiritismo?

Minha querida genitora, mãezinha de saudosa lembrança, sempre indicara aos seus filhos o caminho do bem, do proceder correto, pois operava a mediunidade com Jesus. Quanta cura lhe vira operar por suas mãos benfazejas que, com um raminho vegetal, tratava do “mau-olhado”, do “vento-virado”, do “cobreiro” e outras tantas mazelas mais. E ela, sem nenhuma cultura acadêmica, mas com apenas o curso primário, seguia com maestria a cultura de Jesus: do “daí de graça o que de graça recebeste”.

E, de onde trouxera, senão do Mundo espiritual, e de outras vivências anteriores, tal cultura e tal aprendizado com Jesus, o Mestre dos mestres?

16) Nos daria um exemplo de cura por vossa mãe?

Recordo-me que, certa vez, uma menina de uns oito ou dez anos estava com “cobreiro” se desenvolvendo por todo seu corpinho, e os medicamentos farmacêuticos não resolviam o problema. Sua mãe estava desesperada, e seu pai já havia gasto tudo o que tinha, e não mais sabiam o que fazer. Referida família morava em bairro bem distante de minha casa. E os encontrei por acaso, ou será que fui conduzido pelo meu guia e protetor?

Nessa ocasião propuz a tal família levar a garotinha de motocicleta (pois não tinha automóvel) até minha mãezinha e recordo, para minha tristeza, que ela demorara a acomodar-se no veículo de duas rodas, pois sentia muitas dores; as marcas do cobreiro avançavam pelo tórax e cobriam todo o seu abdômen, bem como os membros inferiores, e a impossibilitava de maiores movimentos que, com tais, se abriam em feridas tal qual lepra que avança e toma todos os espaços saudáveis do frágil organismo da pequenina.

Mas minha alegria foi constatar que três dias depois dos passes aplicados por minha mãezinha, passes impregnados de amor e de bênçãos de uma modesta benzedeira, o cobreiro já desaparecia e a garotinha já se movimentava sem dores e sem quaisquer outras perturbações.

Que Deus lhe abençoe minha querida mãezinha! Onde quer que esteja tenho certeza de que estás bem, com seus Maiores espirituais: os trabalhadores de Jesus.

17) Tais fatos lhe ensinaram o quê?

Hoje, quando recordo desses tempos idos, penso que tais fenômenos de cura cristã já estavam abrindo nossos olhos para algo além da vida mundana, além da medicina oficial. Entretanto, não recordo que tivéssemos uma religião definida. Éramos de família muito simples, carente, cheia de problemas os mais diversos; mas Jesus não nos desamparava. E parece que, de modo leigo, éramos meio espíritas, meio católicos, pois recordo de ter freqüentado a igreja, como também vivera ou participara de alguns outros fenômenos estranhos, nitidamente ligados à mediunidade.

E graças às bênçãos de Jesus, que não cessam jamais, penso estar, no presente, mui bem esclarecido com o Espiritismo, Terceira Revelação da Lei de Deus como já visto e citado linhas atrás.

18) Mas não respondera como aderira ao...

Minha adesão ao Espiritismo, de modo oficial, se dera quando eu tinha cerca de vinte anos e era acadêmico do curso de Engenharia Civil na Uniube. E me lembro perfeitamente bem que tudo acontecera muito rápido. Passei de Kardec ao Chico, e depois a Ubaldi, sem muitos abalos do que hoje se convenciona como ortodoxia kardecista – (primado de Kardec?) – que, afinal, ele não criou.

19) O que é isto mesmo?

Já vimos alguma coisa linhas atrás. Completando, diria tratar-se de um movimento (menor) dentro de outro movimento (bem maior), ou seja, do que abreviamos por Meb: Movimento Espírita Brasileiro. Os ortodoxos espiritistas se prendem demasiado a Allan Kardec e sua obra. Tem suas razões? De certa forma, sim. Mas não compreendem que o Espiritismo não é uma doutrina estanque, mas sim dinâmica e essencialmente evolutiva em seus muitos ensinos que, paulatinamente, se dilatam e se engrandecem provando que o mesmo é, de fato, como já dito: ‘Ciência do Infinito’.

Ora, como pretender que uma Ciência de tal naipe possa engessar-se e paralisar-se tão-só ao que fora codificado no Século 19, quando já adentramos o Século 21? Como paralisar-se, se tudo no Mundo se movimenta o tempo todo, seja na cultura, na ciência, na filosofia e nas religiões? Lembremos que:

“... caminha paralelamente o progresso do homem, o dos animais seus auxiliares, dos vegetais e da habitação, porque nada é estacionário na Natureza”. (Vide: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – AK – 1864).

20) Tudo, pois, se agita e se movimenta?

E, se o próprio Espiritismo alega que nada é estacionário na Natureza, que tudo é dinamismo e se ascensiona paulatinamente, como nos prendermos fixamente ao tão só codificado, e, mais: em tão só quinze anos que demandara a obra kardequiana?

21) Qual, para você, o mais belo princípio codificado?

O que deriva do Amor puro, do Amor incondicional ministrado pelo Mestre Jesus, e que, no Espiritismo, se pronuncia como:

“Fora da Caridade não há salvação!”
 (“Espírito Paulo em “OESE”/ak),

Que, por sua vez, nada tem a ver com “Fora de Kardec não há salvação”, pois o Kardecismo, como Ciência Espírita fundada por Kardec, é extremamente exíguo, limitado, apequenado mesmo, quando comparado ao Espiritismo, ou seja, à ‘Doutrina dos Espíritos Superiores’ que de muito suplanta as ideias pessoais de Kardec, de suas muitas laudas, doutrinárias ou não doutrinárias. (Vide nosso e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”).

22) Os ortodoxos não teriam alguma razão?

Noto que os ortodoxos podem até ter seus motivos em face de algumas controvérsias do Meb, bem como de alguns trabalhos de ordem mediúnica que destoam da característica equilibrada e mui sensata do Espiritismo. Mas nem tudo é perfeito e o codificador tinha conhecimento do fato. E quem, hoje, em sã consciência, e, portanto, como sensato estudante do Espiritismo, não reconhecerá que também a obra codificada tem seus desajustes doutrinários, seus deslizes, seja de Kardec, seja de alguma instrução mediúnica? (Vide nosso e.Book: “Fatos e Objeções”.

23) Logo...

Não se pode prender de forma tão rígida aos ditados do Século 19 sem o risco de nos manter lacrados ao que o seu Codificador mesmo condenara, ou seja, nas artimanhas decorrentes do ‘espírito de sistema’. Ora, o Espiritismo, repito, não é uma doutrina fechada, lacrada pelo Pentateuco e demais obras kardequianas.

O Espiritismo, pois, se abre para um mundo de novas informações que lhe vão sendo adicionado, que lhe vão aprofundando e engrandecendo-o vastamente no tempo.

24) Essas novas informações são todas confiáveis?

Não, eu não vejo assim. É que nossa doutrina se nos apresenta, paradoxalmente, de forma simples, mas também algo complexa, profundamente complexa, pois como citado: trata-se da ‘Ciência do Infinito’; sendo o seu principal instrumento de observação, mas não único: a mediunidade que, como tal, e, como potência radicada no Ser humano, precisa ser educada por nós mesmos para dela extrairmos bons frutos. E o seu método de educação é o estudo sério e metódico de Si mesmo, e das obras principais que tratam da mediunidade como instrumento de comunicação entre os dois planos existenciais.

Óbvio que nossa personalidade, nossa evolução consciencial, espiritual e moral, estará por influir em nossa educação espirítica; mas creio que o primeiro passo de tal educação está no envidarmos esforços para sermos mais fraternos e humildes em nossos corações. Noto que a soberba, a ignorância, a falta de educação espiritual e moral, estão trazendo ao nosso movimento inúmeros livros, estudos, opiniões, ditados e princípios ventilados aqui e ali, que, por sua vez, distam da verdade espírita, da verdade universal.

25) Caso em que...

Deverá o estudioso espiritista procurar ouvir a voz da Razão, ou, pelo menos, do quanto houver de Discernimento em Si mesmo, pois que tais faculdades: Razão, Critério, Discernimento, são potências evolutivas em nós mesmos, e que, da Inteligência Pré-Lógica, a passos sucessivos, a humanidade vai alcançando, e, em nosso Mundo terreno já alcançou, nessa miscelânea de psiquismos, a Inteligência Concreta, que, por sua vez, vai evoluindo e está já alcançando as culminâncias da Inteligência Formal.

26) Inteligências, pois, de tais médiuns também?

Exato. E, portanto, tais médiuns também se submetem à evolução de Si próprios, aos progressos, pois, de sua Inteligência, de sua Razão, de seus Critérios e Discernimentos pessoais, tudo derivado de sua evolução: Cognitiva, Espiritual e Moral.

27) Poderia exemplificar melhor ditas Inteligências?

Dir-se-ia que a Pré-Lógica reflete o obscurantismo de imensa maioria de nossos pares humanos com suas posturas rasteiras, acanhadas e anti-científicas, denotando características mentais bastante Simplistas, deixando-se ludibriar por inverdades, magias, mitos e coisas irreais, detendo, pois, baixa compreensão das coisas do Mundo terreno, de suas Leis e de sua Espiritualidade (compõem cerca de 60% da humanidade).

Já a Inteligência Concreta (cerca de 35%) galgara degraus acima da Pré-Lógica e seus indivíduos representantes tem melhor uso da Razão, do raciocínio lógico, mas que, entretanto, vai ascender, ainda, para mais vasta expressão mental, ou seja, para o convencionado como Inteligência Formal (cerca de 5%) permitindo-lhes uma compreensão mais dilatada das coisas, da complexidade do Mundo, do Universo e de tudo o mais.

28) Que miscelânea, não é mesmo?

Indicando que nossa humanidade participa de um psiquismo variadíssimo, onde um plano de conhecimento entrosa-se com outros mais ou menos vastos, compondo uma miscelânea de psiquismo bastante interessante, ressaltando-se, entrementes que, em todos eles, do mais baixo ao mais alto, e, em todos os tempos da humanidade, o homem cultua a Divindade, não havendo um Ser humano sequer sem a ideia de Deus, o que denota a ‘marca do Obreiro em sua obra’ por mais apedeuta seja o homem do Espírito, da Palingenesia, da Inteligência Suprema do Universo.

O homem que nega tais condições suas não está com a verdade, pois fala uma coisa e sente outra dentro de Si: a presença do Criador que lhe fala: Eu estou aqui, bem dentro de ti.

29) Mas porque tais variações mentais?

Pelo fato do homem ser um Espírito em processo evolutivo; mas suas razões são de ordem mais complexa ainda. O Espiritismo codificado no Século 19 jorra alguma luz sobre tal temática com o ‘Modelo Evolutivo do Espírito’; mas suas razões mais profundas ainda se nos revelara no Século 20 com as renomadas obras de Xavier e de Pietro Ubaldi com a instituição e comprovação definitiva do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito’.

E o fato é que temos, aos nossos olhos, e, em todas as camadas sociais, as mais diversas formas de psiquismo, de variações de Critério, de Razão e de Fé; sendo que, no caso do Espiritismo, não se deve dar crédito a tudo quanto lhe apareça pela frente, mas que tudo seja analisado com serenidade buscando-se a lógica dos ensinos pertinentes e as opiniões, porque não, dos mais estudiosos instrutores espiritistas.

30) Mas não há divergência entre tais instrutores?

Óbvio que nem tudo é concorde e pacífico no Meb em função das diferenças evolutivas já mencionadas, que refletem, por identidade de princípios, em nosso psicológico, caráter e entendimento. Mas sempre é possível encontrar um caminho que mais se aproxime da nossa personalidade, nosso modo peculiar de ser e de entender as coisas. No meu caso, especificamente, devo dizer que o conhecimento consolidado em mim pelo Espiritismo codificado, conquanto me houvesse proporcionado tantos benefícios, não puderam asserenar-se a Alma nos precisos moldes da dinâmica pacífica que nela se dá nos presentes tempos.

31) E o que isto quer dizer?

Que os instrutores espiritistas mais ortodoxos do Século 20, como por exemplo, J. Herculano Pires, conquanto houvesse estudado grande parte de seus trabalhos, notava que o mesmo (Herculano) endeusava demasiadamente a pessoa de Kardec, mas não lhe aprofundava os princípios, e, portanto, se engessava em tais condições se tornando algo repetitivo, e, de certa forma, acabava por condenar o que lhe viesse desenvolver e complementar.

É que o problema da nossa origem espiritual sempre intrigara meu instinto perquiridor. E saltava-me aos olhos que Kardec, e Herculano, seu ortodoxo aluno e seguidor, não davam solução cabal para o problema que torturava o Espírito insaciável que há em mim.

32) Mas como assim?

Ora, o Mundo é feito de adversidade e de dor mesmo nos planos subumanos, e, como poderia? Se os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI), isto é, sem culpa alguma, como poderia tais elementos: ingênuos e, de tamanha simplicidade, desprovidos de qualquer forma de conhecimento, de consciência vígil e atuante, serem martirizados pela dor, pela adversidade, pelas doenças sem conta e por tantas dificuldades que lhes são impostas durante o longo processo palingenésico de sua evolução, ou seja, das múltiplas vivências: do átomo ao Arcanjo, que começou por ser átomo?

Que Deus é este que: sendo Misericordioso e Bom, entretanto, cria (ESI), ou seja: Espíritos Simples, Ignorantes, ingênuos e sem qualquer saber, sem qualquer culpa e os remete às torturas dos planos infernais da Natureza para progredir?

33) E demanda tempo dita progressão do (ESI)?

Sabe-se que o Mundo terreno conta com aproximadamente 4,5 bilhões de anos, ou seja: 4.500.000.000. E, segundo confiável instrutor, referido tempo de evolução do (ESI) é de aproximadamente 1.500.000.000 (um bilhão e quinhentos milhões de anos)!!!

34) Não diga!!!???

“..., para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o Ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o Reino Angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos”. (Vide: “Evolução Em Dois Mundos” – André Luiz – Feb).

Parte 4

NOVOS PROCEDERES MENTAIS

35) Mas que Deus é este?

Um Deus injusto e cruel; um Deus que, no Cristianismo nascente, nos informara de sua condição misericordiosa pelo princípio de que: “Deus É Amor”. Ora, o fato do Espírito ser criado Simples e Ignorante (ESI), para então ser escorraçado nos planos inferiores da criação, desmente o Amor de Deus por suas pequenas criaturas, tão ingênuas e sem pecado algum para serem constrangidas a evoluir e a crescer nos planos inferiores da natureza terrena e universal.

36) Como isto pode ser cogitado?

O fato é que o Espiritismo encerra natureza essencialmente evolutiva. Sua codificação no Século 19, reconheço, dissera muito para a época e, parece-me, que o mesmo ficara consonante à evolução darwiniana, introduzindo-lhe o Espírito às concepções puramente mecânicas da natureza, onde tudo e todos, animais e homens, são meramente máquinas surgidas do acaso universal.

E, portanto, dir-se-ia que o Espiritismo codificado ficara ao mesmo passo da Ciência convencional, mas lhe introduzira o Espírito como Ser sobrevivente, palingenésico, e, obviamente, como fator principal do fenômeno evolutivo; e, portanto, somos sim, não consonante à Ciência, mas consonante ao Espiritismo: organismos biológicos complexos e não máquinas como o querem alguns pares da Ciência mecanicista em seus princípios céticos e um tanto imorais.

37) E, isto, deveria satisfazer?

Veja bem, estávamos no Século 19 e o Espiritismo com Kardec nascia doutrinariamente, bem como nascia, igualmente, o evolucionismo científico de Charles Darwin. E, mais: hoje, no início do Século 21, e voltando os olhos para trás, reconheço que, num primeiro momento dos estudos doutrinários do Espiritismo, tais explicações, de que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI), até que satisfaziam à época de sua organização doutrinária.

Mesmo porque, como já dito, o Espiritismo codificado não é uma doutrina completa, mas por completar-se no tempo, e, portanto, temos ali uma base, um fundamento doutrinário suscetível de engrandecer-se e de nos mostrar fatos mais condizentes com o Amor de Deus por seus filhos tão amados e, portanto, nos dias atuais, já temos, do Espiritismo, uma linha de raciocínios mais clara e mais consonante à Justiça Divina e, portanto, universal.

38) E isto quer dizer que...

O Espiritismo codificado se completa no tempo; ele, pois, retrata apenas o ‘abc’ da ‘Ciência do Infinito’ de que se auto-intitula. Ele muda e nós também mudamos, ou seja, vamos nos aprimorando juntos: o Espiritismo e nós também. Isto quer dizer, pois, que o tempo é o senhor da Razão que, por sua vez, não é uma faculdade acabada, estanque, lacrada por alguma lógica inalterável.

Ora, a Razão, como tudo em nosso Mundo, se transforma o tempo todo. E de perquirição em perquirição, acabei por ver que tal solução, instruída pela obra de Kardec, poderia não ser a mais adequada para a questão. Não só o Espiritismo perfaz uma revelação progressiva, como também nosso entendimento se transforma, se ascensiona com novas maneiras de interpretar-se o Ser, o Mundo, o Universo e o Seu Criador.

As camadas do saber, em nós mesmos, vão se acomodando nas estruturas anímicas do Ser e abrindo espaços para outros entendimentos, maiores e melhores que aqueles já gravitados para o nosso interior. Tal como um afunilamento mental, a abertura para o transcendente se dilata o tempo todo. E, de tal forma que, nada permanece, nada se aquieta; ou seja: as experiências e aprendizados só permanecem, só se aquietam pelo tempo necessário para a sua consolidação no ambiente mental em que se acomoda.

Mas depois exige mais. Quer mudar e se transformar por tratar-se de um impulso vital exigido pela Natureza das coisas, que assim o quer.

39) E você também mudou?

Mas não só eu, tu também; bem como ele, nós, vós, eles, todos mudamos o tempo todo, e, espero, para melhor. E, portanto, tudo muda, tudo se transforma, e, tanto é que não me reconheço mais como aquele jovem rebelde de meus vinte anos; me olho no espelho e vejo um senhor algo maduro, mais experiente e mais fraterno também.

40) Somos nós, uma metamorfose mental?

Uma metamorfose intelectiva e moral. Nossa Razão se dilata, requer novos entendimentos, novos procedimentos mentais. Mas a mudança de paradigmas não é tão só uma necessidade interior. Ela também nos é imposta por algo, por uma força que nos é exterior. E, assim, penso ter refeito meus paradigmas umas tantas vezes, por imposições interiores e exteriores do processo educacional contido na dinâmica evolutiva de todas as coisas.

41) Poderia exemplificar?

Sim, e acho que já falei sobre isto. Em meus tempos estudantis, meu paradigma era constituído tão somente pelo ministrado na Universidade. Mas conheci o Espiritismo e ampliou-se os padrões de entendimento delineados pelo cético modelo anterior. E notara, com isso, que a Ciência oficial e o Espiritismo se completavam e se completam realmente. Ao paradigma material se juntara o espiritual constituindo uma outra esquematização de ideias, maior e melhor. Mas como o processo evolutivo não para, conheci a obra humanística de Francisco Cândido Xavier que viera proporcionar-me uma nova e mais rica tela panorâmica das coisas, de prática vivencial cristã.

Mas não que o trabalho já codificado não continha tal visão. É que a obra de Xavier veio desenvolver e aprofundar tais parâmetros: da caridade, do amor sem fronteiras e, portanto, universal. Xavier, com mais de quatrocentos livros publicados, vivera mais de noventa anos na mais absoluta vivência cristã, constituindo exemplo para nós todos: cristãos redivivos no cérebro, mas nem sempre redivivos no coração.

42) Nos tempos atuais, então...

Diria que, no Século 20 que se findara, só conheci dois exemplos de sabedoria, de racionalidade, de fé e de amor tão imensos: Francisco Cândido Xavier e Pietro Ubaldi.

Parte 5

MODELO INVOLUTIVO-EVOLUTIVO

43) Chico Xavier e Pietro Ubaldi?

Sim! Em Xavier expandiu-se em mim a necessidade da vivência cristã! E, com Pietro Ubaldi, que também fora um legítimo cristão, estabeleceu-se em meu interior o maior paradigma de ideias científicas, filosóficas e cristãs já alcançado pela humanidade terrena.

44) Que é uma ampliação de paradigmas?

Um completando o outro e assim sucessivamente. Disse que atravessei, e vivenciei, pelo menos quatro modelos conceptuais que se completam e se entrosam majestosamente:

-Ciência oficial;
-Ciência oficial e Espiritismo codificado; e juntando-lhes;
-Obra Humanística de Chico Xavier, e, na paralela:
-Obra Monista de Pietro Ubaldi.

E reafirmo que, com tal revelação, surgiram as obrigações morais. E, então, fundei uma pequena casa espírita, onde até hoje atuo como coordenador de estudos doutrinários, palestrante e exerço outras modestas tarefas mais. Sou articulista de diversos órgãos da imprensa espírita, alguns já não existem mais, entretanto destaco: vários Jornais, Revistas: Internacional do Espiritismo, O Espírita, Allan Kardec e etc.; no campo cibernético atual: O Consolador, Fórum Espírita, Net-Saber, Webartigos, dentre outros.

Além de abastecer um blog com escritos semanais de minha autoria e de renomados escritores da imprensa espírita e não propriamente espírita, pois, amigos, eu os tenho das mais diversas áreas como, por exemplo, Diamantino Bártolo, um brilhante intelectual, escritor e acadêmico português. Além dele, citaria, dentre outros, o caro amigo Gilson Freire, médico homeopata de vasto saber, renomado palestrante e escritor que me introduzira no site: Pietro Ubaldi - Centro de Estudos Ubaldianos de Belo Horizonte.

Do que se deduz que o processo evolucional no campo das consciências despertas da humanidade, nada mais é que uma ampliação de paradigmas, de uma inteligência e de uma ética fundada nos ensinos do Mestre Nazareno Jesus; ampliação que, de estudo em estudo, de trabalho em trabalho, de experiência em experiência, vai se reestruturando e parece acomodar-se nas profundezas do Ser, fechando-se sobre si mesma.

45) E se paralisa por aí?

Não, absolutamente não! Tais construtos, como resultado e soma de nossas percepções e aprendizados, só se fecham e se acomodam o bastante para, então, com novas experienciações, renascer, readaptar-se e novamente crescer e evolucionar. Ou seja, eles só se fecham e se acomodam para, de novo, de ciclo em ciclo, renascer de si mesmos, explodir de novo e abrir-se para novas perspectivas saltando de um campo de ideias para outras mais amplas, mais justas, mais coerentes e que se amplia ainda, se matura, constituindo cada vez mais vasta estruturação consciencial.

Portanto, tudo quanto se adquire no campo experiencial, do viver e do saber, do sentir e do sublimar-se, é importante e vai mudar sempre para melhor, espiritualizando e conscientizando o Ser não mais egoisticamente, mas sim, altruisticamente. E, isto porque a Espiritualidade não se descuida de seus protegidos e os encaminha na direção certa, do Pai Justo, do Amoroso Criador.

46) Nosso interior, então, muda sempre...

E prosseguirá mudando pela nossa imortalidade. Já vimos que o plano mental dos mais ortodoxos espiritistas se paralisa na Codificação; e, um pouco mais adiante, temos aqueles que se paralisam nos clássicos; e, mais adiante ainda chegam a Xavier; e, os mais esclarecidos, sem ofensa aos demais, atingem o máximo da inteligência planetária com a obra Monista de Pietro Ubaldi. Mas aquela paralisação dos diversos profitentes é temporária, pois queiram, ou não queiram, estarão mudando e subindo de patamares, seja aqui, seja acolá.

47) O processo evolutivo, então...

... Se verifica do menor para o maior; e assim por diante, sucessivamente. Vejam que minha Razão tinha razões para descrer do posicionamento codificado de que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI). O dúplice fator: simplicidade-ignorância do (ESI) não combina com o dúplice fator: Complexidade-Sabedoria do nosso Criador, e muito menos, com a truculência da dor experienciada pelo pequenino Ser (ESI) para a sua lenta progressão.

48) Parece um castigo, o ESI pecou?

Não! Se tomarmos os dados de Kardec, repito que não, que o ESI não pecou e não cometeu nenhum ato infrator para com a Lei! Então porque tão injusto meio de se progredir pelos numerosos séculos e séculos dos Mundos universais? Ora, no que resultariam os dons de Deus, tais como da Sabedoria, da Justiça e do Amor com tamanha falta de sabedoria, de justiça e de amor? É impossível conciliar a grandeza divina com tamanha pequenez.

E, se eu, tão pouco sábio como sou, de tão apoucada grandeza, de tão ínfima justiça, posso pensar como ouso pensar, quanto Mais e quanto Maior não pensaria Deus em termos de Sabedoria, de Justiça e de Amor?

49) O Deus de Kardec não seria o do Velho Testamento?

Que já fora substituído pelo Deus-Amor do Novo Testamento, do Evangelho de Jesus. E Kardec não poderia e não pode, em tempo algum, contrariar o Deus-Amor das máximas cristãs.

50) E, então, o que fazer?

Mudarmos nossas perspectivas em relação a tal nos munindo de um pouco mais de racionalidade e de perspectiva cristã, advinda do Deus que É Pai, que É todo Amor. Mesmo porque, o Espiritismo, apesar de apregoar que os Espíritos são criados Simples e Ignorantes (ESI), ele também concorria, aqui e ali, para expressar algo mais de nossas origens. (Repito: vide nossa ‘Trilogia’ de e.Books: “O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual”; “O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo” e “O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos”).

Atentem, por exemplo, para esta passagem:

“Voltai sempre os olhos para este pensamento filosófico, isto é, cheio de sabedoria: somos uma essência criada pura, mas decaída”. (Vide: “RE” – AK – Junho de 1862 – Edicel).

51) Que, afinal, expressa...

Que não somos criados na forma de Espíritos Simples e Ignorantes (ESI), e sim, como Espíritos Puros e Conscientes (EPC) que, por nossa incúria mesma, perdemos sintonia para com a Ordem da Lei e decaímos na condição de Simples e Ignorantes (ESI) para nossa ‘salvação’ que, afinal, objetiva restabelecermos nossa saúde espiritual para as glórias excelsas do Criador: Justo e Amoroso Criador. Ora, vejam o que diz “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864):

“Fora da Caridade Não há Salvação!”

Ora, salvação de quem?... Dos que vieram a quedar-se, obviamente; e evolução de quem? Dos que vieram a retroceder, a involuir, certamente; e, então, temos:

-Involução e Evolução;
-Queda e Salvação. 

Que ratifica o ‘Complexo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’!

52) Estamos, então, em evolução salvífica?

Ou, em expiação para a nossa salvação, nosso retorno à pátria perdida tal como afirma Lammenais em “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857):

“Filhos pródigos, abandonai vosso exílio voluntário; voltai vossos passos para a morada paterna: o Pai vos estende os braços e mantém-se sempre pronto para festejar vosso retorno à família”. (Opus Cit.).

53) Como aprofundar tais temas?

De forma bastante expressiva, vamos ter seus aprofundamentos em pelo menos quatro volumes lavrados no Século 20 por Pietro Ubaldi: “A Grande Síntese”, “Deus e Universo”, “O Sistema” e “Queda e Salvação” (PU – Fundapu); e, também, aqui e ali, em diversas obras de Francisco Cândido Xavier. (Vide nosso e.Book: “André Luiz e Sua-Voz”).

E, com tais volumes de Pietro Ubaldi estive a solucionar a grande contenda que se debatia dentro de mim, que me incomodava e afligia o Ser. Por tais volumes, de modo científico e filosófico, pude constatar que o Espírito Simples e Ignorante (ESI) decorre de um fenômeno cíclico involutivo que, para o nosso entendimento, podemos classificar como uma queda de criaturas conscientes, porém rebeldes à Lei, criaturas provenientes de uma condição espiritual anterior ao nosso Universo físico e astronômico, e a que se podem denominar: Espíritos Puros e Conscientes (EPC).

54) E, então, tudo se explica...

De forma ampla, razoável e justa, isto é, se tivermos Razão e Discernimento o bastante para enxergarmos a injustiça do Modelo anterior, tão-só evolutivo das criaturas Simples e Ignorantes (ESI). Neste novo ‘Modelo – pois - Involutivo-Evolutivo’, constata-se que, a simplicidade e ignorância do (ESI) é apenas aparente, pois que, em sua latência psíquica, em seus arcanos psicológicos, trata-se de um indivíduo que tinha consciência do erro e mesmo assim errara, se rebelara, e agora quita seus débitos no lento despertar de sua Consciência pelas adversidades e pela dor, que o cura da rebeldia e da transgressão.

55) E de tal forma que...

A adversidade e a dor hoje experienciada pelo (ESI) no processo evolutivo, decorre de uma situação espiritual anterior, decorre, pois, de seus próprios atos, de sua livre Consciência e livre Vontade, cuja rebeldia e insatisfação como (EPC), resultara no fenômeno involutivo-evolutivo de sua cura e salvação expressando matematicamente que:

-a Dor resulta da Rebeldia, e:
-a Evolução decorre da Involução.

56) Tratando-se, a Dor, pois assim?

De uma cura! A vida biológica e material saneia os males da criatura rebelde que, por não valorizar a felicidade que Deus Lhe concedera no ato da criação, vai tudo reaprender pelas adversidades e pela dor, curando-lhe os males de sua própria incúria e insurreição dos tempos primordiais.

57) E tudo se explica satisfatoriamente?

Sim, e na medida em que se processam estímulos evolutivos, ou, de despertamento consciencial no (ESI), tais estímulos excitam-lhe, igualmente, as tendências negativas do passado e que tem de dissipar-se em prol das positivas; e daí mesmo, de sua reeducação, verificar-se a lentidão dos progressos experimentados pelo Ser que vai reconstruindo, com a aplicação da Justa Lei, o anterior equilíbrio espiritual quando de sua criação.

58) E, finalmente, encontrara a solução...

A montagem do quebra-cabeça, a solução do enigma contido na mecânica funcional do Universo, do como e do porquê ele se materializara, do como e do porquê, o Universo, por meio da Evolução, da Matéria ao Espírito, vai então retornar à essencialidade divina, pois que está de volta às suas origens de onde procedera por Involução.

Assim, o fenômeno evolutivo, conquanto realidade incontestável, ele não contêm a mais completa e perfeita explicação do nosso Universo, que derivara do fenômeno involutivo.

59) Do que se conclui que?

Só o saber do ‘Mecanismo Involutivo-Evolutivo’, como binômio inseparável, pode dar solução mais ampla para todos os problemas. E a obra de Pietro Ubaldi, amparada pela de Xavier, dá ampla e completa explicação filosófica, científica e matemática de tal ‘Mecanismo’ demonstrando, mais ainda, a Ordem, a Justiça e a Misericórdia de Deus-Pai que nos criara Puros e Conscientes (EPC), sendo o Espírito Simples e Ignorante (ESI) um elemento que, na condição de (EPC), se rebelara contra o seu Criador que, nada obstante, não o destrói com um simples estalar de dedos (que poderia Fazê-lo), mas sim, procura salvá-lo de sua perdição por Amor ao filho, mesmo rebelde e transgressor.

60) De tal modo que?

De tal modo que: Hoje, apesar da vibração destoante do Mundo, e mesmo dos mais ortodoxos espiritistas que não acatam a majestosa obra de Pietro Ubaldi, sinto-me harmônico com a Lei. De mudança em mudança, de paradigmas menores a maiores, constato que, realmente, nós mudamos o tempo todo e precisamos mudar sempre para melhor, renovando nossa mentalidade obscura que, aos poucos, vai ampliando o antigo em função do novo e alcançando mais altas e mais perfeitas conceituações doutrinárias, tanto do Espiritismo como do Universo físico e espiritual que constitui um Todo inseparável, sendo monista por verdade e não apenas por idealismo e opinião.

61) O ortodoxo, então, vai ter de mudar?

Ele se sente seguro e firme onde se encontra!?!?. Mas o movimento inserido no continuum firmado pelo tempo-evolução o levará a novos postos de inteligência e compreensão, pois que sua doutrina mesma lhe dita tal regra ao proclamar que:

“o Espiritismo é de ordem essencialmente progressiva”!

Ora, estudemos mais e vejamos que existem dois “O Livro dos Espíritos”, o de 1857 e o de 1860, sendo este último corrigido e bastante ampliado relativamente àquele outro. O primeiro dizia que o Espírito humano progride apenas no reino das humanidades; já o segundo, corrigindo e ampliando o primeiro, ministra que o Espírito humano progride desde priscas eras, do átomo ao arcanjo, passando pelos mais diversos reinos da natureza terrena. E, mais ainda, aqui e ali, diz muito mais, bastando que se tenha olhos de ver...

62) E o que mais?

E o fato é que “OLE” (1857 - AK) informa muito mais, e, inclusive da Queda Espiritual; e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864 - AK) também encerra tais dados de forma bem clara; como também a “Revista Espírita” (AK), em duas edições, (1858 e 1862), ministra tais informações de que nossa origem é mais distante ainda, ou seja, não só do átomo ao arcanjo, mas sim: em processo involutivo: do arcanjo (EPC) ao átomo (ESI); que, mudando de rumos, em processo evolutivo: segue agora progredindo do átomo (ESI) ao arcanjo (EPC), perfazendo um movimento bem mais amplo e mais complexo de sua origem e de sua destinação.

Todavia, tais informações parecem um tanto escondidas na obra de Kardec; porém, na obra de Pietro Ubaldi, temos o seu desenvolvimento pleno nos quatro volumes supracitados, que compreende o Espiritismo codificado e o desenvolve em suas bases doutrinárias.

De tal forma que poder-se-ia, um tanto incorretamente, afirmar-se:

-Século 19: ‘Modelo Evolutivo do Espírito’; e, no:
-Século 20: ‘Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito’.

63) O que demonstra...

Que o Espiritismo não se paralisara com Allan Kardec no Século 19, conquanto tenhamos, ainda hoje, no início do Século 21, muitos irmãos espiritistas que, na presente reencarnação, estão dando seus primeiros passos com o Espiritismo codificado, ignorando que trata-se, o referido, apenas do seu ‘abc’, pois que é Ciência do Infinito, que não se paralisa jamais.  

64) Logo, o Espiritismo não se estacionara?

Óbvio que não! Entretanto, dias atrás, lendo um artigo de importante site espiritista, notara que um articulista dissera justamente o contrário, o que, para mim, é algo no mínimo desconcertante e pouco verossímil:

“... que o Espiritismo se resume ao tempo de Kardec”.

Ou seja, e lendo um tanto mais, o autor quisera expressar que o Espiritismo é aquele do tempo do codificador, e que tudo o mais, não passa de vertentes diversas e, por vezes, falsificadas do verdadeiro Espiritismo codificado.

65) O que é, pelo visto, um absurdo...

Ora, que existem obras pouco condizente com a Doutrina codificada é fato incontestável. Mas não se pode deduzir daí que o Espiritismo se resume a Kardec e que nada mais surgira de bom nestes cento e sessenta anos (160) do mesmo no Mundo terreno. Isto é simplesmente errôneo e pouco harmônico com os fatos, pois que Jesus, aquele mesmo que nos prometera enviar ‘O Consolador’, não se paralisaria tal como os (as) engessados (as) do nosso tempo que, de modo irracional, se paralisam tão-só no descrito pelo cientista lyonês e pela revelação metafísica do Espiritismo. Sendo bem provável que desconheçam o significado desta minha última expressão de que:

“... se paralisam tão-só no descrito pelo cientista lyonês e pela revelação metafísica do Espiritismo”.
(Vide: “Kardecismo e Espiritismo”: e.Book deste autor).

66) O que isto quer dizer?

Ora, o grande progresso cultural verificado pelo Espiritismo implantado por Kardec reside no fato de que no:

-Século 19: implantou-se, doutrinariamente, o já exposto linhas atrás e que repiso: ‘Modelo Evolutivo do Espírito’; e, no:

-Século 20: desenvolvendo-lhe, ratificou-se, de modo conclusivo, amplo e expressivo, o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, de que tanto tenho falado em meus diversos textos e e.Books disseminados na Internet.

67) Logo...

Dizer ou escrever tudo quanto relatado no item anterior: de que o Espiritismo se resume ao codificado por Kardec, é não enxergar o óbvio, é paralisar-se no Século 19 quando já adentramos o Século 21, e, portanto, é mostrar-se equivocado relativamente a um conhecimento doutrinário que se ampliara vastamente com Pietro Ubaldi e com Francisco Cândido Xavier, os mais importantes e notáveis missionários do Cristo no Século 20 que acabara de se findar.

68) Então, o Espiritismo não parou?

Absolutamente, não! Quem parou fora o engessado. Nossos superiores hierárquicos não param, não se engessam, pois se mostram observantes dos reais dizeres e significados de que:

“O Espiritismo é essencialmente progressivo”;

E, portanto, o Espiritismo muito progredira, muito avançara, demonstrando com provas cabais a realidade ampla e completa do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito’, nestes cento e sessenta anos de sua implantação no Orbe terreno.

69) Suas conseqüências são...

Pelo menos duas, ou, pelo menos dois novos princípios doutrinários.

Sendo o primeiro, o de que:

“Não há efeito sem causa: a Involução, como Função Contrativa da Consciência (FCc) se dera pela rebeldia da criatura; e a Evolução, como Função Distensiva da Consciência (FDc) se dá por sua cura na adversidade”.

E o segundo o de que:

“Os Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) que iniciam sua potencialização intelecto-moral nas engrenagens da Evolução, decorrem de uma restrição psíquica anterior determinada pela Involução dos Espíritos Puros e Conscientes (EPC) rebeldes à Lei”.

70) Tais princípios ampliam Kardec?

Ampliam muitíssimo. Na verdade, a Ciência Espírita de Allan Kardec, como já visto em meu décimo sexto (16º.) e.Book, intitulado “Kardecismo e Espiritismo”, é muito limitada, pois só admite o Espírito ao plano das Humanidades; e o resto, ou seja, de suas origens, não interessara ao mestre lyonês.

E, portanto, eu diria que tais princípios supra citados:

-Ampliam vastamente ou mesmo imensamente a Ciência Espírita de Kardec, e;

-Amplia, quando, a um só tempo, ratifica o Espiritismo, como doutrina dos Espíritos Superiores.

71) Isto não fica meio confuso?

É que o Espiritismo é ainda um incompreendido e, até mesmo, pelos seus próprios profitentes que, por sua vez, acham que sabem tudo quando nada sabem. Eles não sabem nem o referido supra: que, tecnicamente, a Ciência Espírita de Kardec é uma coisa, e o Espiritismo, como Doutrina dos Espíritos Superiores é outra; e, por isto, recomendo que estudem o referido e.Book: “Kardecismo e Espiritismo”, disposto gratuitamente em meu blog.

72) Daí tantas divergências no Meb?

E vejo tais divergências como algo salutar. Ora, somos inteligências diversificadas, de distintas formas mentais evolucionárias, como já visto linhas atrás. Já fui destratado por elementos mais ortodoxos do Meb (movimento espírita brasileiro); mas, muito será pedido àquele que muito recebera, dissera o Cristo. E, como entendo que muito recebi do Messias Redivivo, compreendo e aplico de forma mais precisa e exata os ensinamentos do Mestre que proclamava o ‘Amai-vos’, o ‘Perdão das ofensas’, e tantas outras máximas não compreendidas pelos que dão seus primeiros e vacilantes passos rumo à Doutrina Excelsa do Nazareno, do Senhor Salvífico de nossas Almas, criaturas ainda empedernidas no mal.

73) Tais divergências, então, são normais?

Sim, pois que o Espiritismo, como já dito, é bastante complexo! Vejamos outros dados de sua complexidade: Ele se tipifica como doutrina de tríplice aspecto: é Ciência, é Filosofia, é Religião, sendo este seu último aspecto no sentido de Religião Pura, em Espírito e Verdade. Isto, entretanto, não é tudo, pois que o Espiritismo e a Ciência ortodoxa se completam mutuamente, o que torna o Espiritismo não apenas, e tão só, como um sólido tripé doutrinário, mas sim multíplice, ou seja, de característica multidisciplinar.

Creio que, se aplicássemos melhor um de seus principais ensinos, viveríamos bem melhor.

74) E qual é?

“Espíritas: Amai-vos, eis o primeiro ensinamento;
Instruí-vos, eis o segundo”.
(“OESE” – AK - 1864).
 
75) Sendo o primeiro ensinamento...

O ‘Amai-vos’! Que, sendo o primeiro, indica-nos que tal é o mais importante. Ora, de que adianta tanto saber, tanta cultura sem coração? De que adianta tanto conhecimento se não abraçamos nosso próximo como nosso irmão? De que adianta o homem científico se ele descrê, por sua soberba, do Evangelho, do Criador, que, por Suas Leis, nos clama Misericórdia para com todos, pois que somos todos: irmãos?

Parte 6

NOTÁVEIS DO SÉCULO DEZENOVE

76) Haveria um notável do Século 19?

São muitos, e, por sinal, respeito muitíssimo o descrito pela obra de Xavier (“Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, do Espírito Humberto de Campos prefaciado por Emmanuel – Feb), que descreve os notáveis: Allan Kardec, Jean-Baptiste Roustaing, Leon Denis, Camille Flammarion e Gabriel Delanne; mas considero Allan Kardec como o principal notável do Século 19 pela implantação da Ciência Espírita e do Espiritismo no Mundo terreno; e, em segundo lugar, destacaria Charles Darwin por sua teoria científica da evolução biológica, pois noto que tais sábios se apoiaram mutuamente: o primeiro no campo da nova Ciência Espírita e o segundo no campo da própria Ciência materialista ou mecanicista.

77) O que entende por Ciência mecanicista?

A Ciência feita pelos céticos que consideram os Seres vivos como máquinas tão somente. Ora, com o Espiritismo codificado passamos a compreender que os Seres vivos, sem exceção, são organismos biológicos complexos, isto é, dotados de corpo, de vitalidade bioplasmática (perispirítica) e de um fator extrafísico, ou seja, não-físico, e, portanto, espiritual.

Dito fator, comprovou-se e comprova-se, todos os dias, ser um fator independente da matéria, sobrevivente aos despojos carnais, e também: palingenésico.

78) Daria alguns exemplos?

Dias atrás mesmo escrevi um sucinto texto falando sobre telepatia nos animais, que agora resumo. Segundo a Parapsicologia a sigla ‘PES’ expressa ‘percepção extra-sensorial’, ou seja, uma forma de percepção além dos sentidos físicos, e, portanto, paranormais. Referida ‘percepção’ reside em todos os Seres vivos e, por conseguinte, se pode vê-la em nossas casas mesmo, com nossos adoráveis animais.

Recordo-me que trabalhei (e ainda trabalho, porém noutra empresa), há alguns anos atrás, com amigos de uma pequena empresa cujo escritório comercial voltava-se para uma via de trânsito (rua), ou, melhor dizendo, para uma praça de árvores frondosas e pequena quadra de esporte centrada na mesma.

Na verdade, referido escritório era um anexo da moradia dos referidos amigos, e, no mesmo tínhamos, além de mesas e demais equipamentos de um escritório completo, o que, por aqui, chamamos de ‘sofá’, um enorme móvel encostado em parede que abrigava uma janela não muito grande (vitreaux), mas suficiente para arejar o local e, inclusive, permitindo uma razoável visão da praça e de quem, porventura, precisasse ter acesso ao local (clientes, carteiros, etc.)...

79) Mas onde estão os exemplos?

Os darei agora. E o fato é que, duas ou três vezes por semana, a dona da casa, esposa do ‘patrão’, demandava, de automóvel, ao centro comercial da cidade para afazeres diversos, compras em supermercados, farmácias e coisas que tais; e seus pequenos poodle (dois lindos cachorrinhos), com a ausência de sua dona, sempre ficavam muito entristecidos, cabisbaixos, com a saída da senhora que eles tanto amavam, e, cujo amor, sem dúvida, era recíproco.

E o mais curioso, e pude notar isto por inúmeras vezes, é que a uns cinco ou dez minutos antes que a dona da casa retornasse de seus afazeres alhures, referidos animais adentravam o escritório em correria e galgavam o sofá no sentido de olhar para fora do escritório (pelo vitreaux), com a pequena língua voltada para fora e abanando o rabinho sofregamente, (de felicidade, suponho), como se “soubessem”, antecipadamente, que sua dona já se dispunha a retornar para casa e, dito e feito, passados os citados minutos, a patroa estacionava o seu veículo na porta de entrada do escritório; e era só alegria; os pequeninos cãezinhos saltitavam, corriam e abraçavam sua dona de tanto contentamento.

80) Isto seria telepatia animal?

E comprovada não apenas ao plano das humanidades, mas também ao plano dos animais. Ora, tais fatos são incontestáveis e demonstram, à saciedade, que a ‘PES’, e, mais especificamente a telepatia, pertence a todas as espécies do Orbe terreno, e que o Homem, bem como nossos animais, são Espíritos palingenésicos de diferentes “idades” espirituais, e que, portanto, e, contrariando nossos céticos pesquisadores, o Homem, bem como seus animais, não são simples máquinas, mas sim organismos biológicos complexos: detentores de sentimentos, de valores, de inteligência, de consciência e de percepções extra-sensoriais não explicáveis pela Ciência mecanicista, cujos “sábios”, quase tudo ignoram, céticos que são do Espírito e, por conseguinte, da Inteligência Suprema que se prova e se nos revela pela Grandeza de Suas obras.

Assim, pois, não só o Espiritismo, mas também a Metapsíquica e a Parapsicologia moderna, provaram por fatos inabaláveis a ‘PES’ por meio da precognição, da telepatia, e etc., que, por si sós, demonstram que algo de transcendente espiritualidade existe em nós mesmos e, até mesmo, em nossos animais, nossos irmãos menores, dotados, como o somos, da imortalidade que, vias palingenésicas, nos reconduzirão ao Seio do Amoroso Pai.

Parte 7

SUPRANORMAIS DO SÉCULO VINTE

81) E notáveis do Século 20, destacaria alguns?

No campo da Ciência oficial, propriamente dita, destacaria o autor da mais avançada concepção científica do referido Século: a Relatividade.

82) Mais algum?

Sim. No campo do Espiritualismo destacaria não os notáveis, mas, além disto, os supranormais: Francisco Cândido Xavier, a maior antena psíquica de todos os tempos, e, paralelamente a ele, o notável e brilhante intuitivo de ‘Sua Voz’: o pensador e sábio universal: Pietro Ubaldi.

83) Há alguma curiosidade dentre tais?

São muitas. Mas destaco alguns fatos de tal relação, harmonia e conexidade entre um e outro, que os colocam, de fato, como os dois maiores missionários de Jesus do Século 20 passado.

Primeiramente, entre os dois potentes e grandes médiuns algumas coincidências que dão o que pensar.

-Chico recebeu sua primeira mensagem aos 08 de Julho de 1927; e Ubaldi, sob notável influência, escreve “Os Ideais Franciscanos Diante da Psicologia Moderna”, também em 1927;

-E suas missões, de caráter público, se vão iniciar, uma no Brasil, e outra na Itália, pela mesma época. Isto porque Chico, no prefácio da primeira edição de “Parnaso de Além Túmulo”, seu primeiro livro, vai escrever e assinar logo mais: “Pedro Leopoldo, dezembro de 1931”; e, Ubaldi, igualmente, vai receber a primeira de suas memoráveis páginas intuitivas de título: “Mensagem de Natal”, na noite de natal daquele mesmo ano de 1931.

Já, por aí, constata-se duas incumbências que se entrosam, que estão marcadas por coincidências aparentemente fortuitas, sobretudo se não considerarmos uma causa de ordem transcendental que as produzira, as provocara, de sorte a nos mostrar os estreitos laços que as unem num só corpo, numa só finalidade: o da complementação das diretrizes espiritistas que regerão doravante os destinos da humanidade. Para tanto, e, para maiores estudos e reflexões, que se consulte a obra “Trinta Anos Com Chico Xavier” (Clóvis Tavares – 1967).

84) E tem mais? 

-Pietro Ubaldi, estabelecendo uma nova e revolucionária forma de Monismo, contido na mais importante obra de filosofia-científica de todos os tempos: “A Grande Síntese”, sob inspiração de “Sua Voz”, e conquanto a tenha escrito em quatro verões sucessivos, de 1932, 1933, 1934 e 1935, tal obra somente veio a público no formato de livro no ano de 1937;

-E Chico Xavier, no livro que traz o nome do seu protetor espiritual: “Emmanuel” (Feb), defendendo as idéias daquele mesmo Monismo, escreve em seu brilhante prefácio: Pedro Leopoldo, 16 de Setembro de 1937.

Creio que não será preciso mais para constatar-se algo da Providência, da Transcendentalidade Divina por trás destes dois grandes e divinos missionários de Jesus que, no Século 20, como já visto e citado, ampliara o ‘Modelo Evolutivo do Espírito’ instituído pelo Espiritismo codificado. para o que hoje se concebe como ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’.

85) Sem dúvida que: impressionante!

Mas, para finalizar o tema, transcrevo a seguir as idéias expostas no Memorial Pietro Ubaldi:

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Já em 30 de março de 1950, Chico Xavier havia escrito carta a Clovis Tavares, referindo-se ao dedicado apóstolo de Gúbio, Pietro Ubaldi. Chico afirmara:

“Ele é sempre grande e sublime em meu pensamento”.

E completava:

“Acredito profundamente que a mensagem de Pietro Ubaldi é a tradução do pensamento do Nosso Divino Mestre para a inteligência do nosso Século. Nosso devotado missionário é o instrumento de venerandas vozes, entre as quais se destaca ‘Sua Voz’, a voz do Amigo Celestial”.

E outra assertiva:

“Ele foi receptor sublime através de ondas potentes. Tudo o que você puder me enviar sobre Ubaldi ser-me-á de grande conforto. Todas as notícias e trabalhos dele são por mim esperados com ansiedade”. (Do livro: “Sal da Terra” – Clovis Tavares).

Existia, portanto, uma forte identidade entre Pietro Ubaldi e Chico Xavier, pois que ambos renunciaram a todos os bens materiais e aos prazeres do Mundo terreno por livre escolha. (Vide: Memorial Pietro Ubaldi – Unibem).

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Assim, pois, nossas mais íntimas e respeitosas reflexões acerca do contido neste item fundamentado na verdade dos fatos, e que, sem dúvida, são provenientes da mais Transcendente Espiritualidade.

Parte 8

NOVA PROGRESSÃO: LINHA RETA

86) Quem seria ‘Sua Voz’, da obra de Ubaldi?

Na obra “As Noúres” (PU – Fundapu), tive a impressão de que Pietro Ubaldi considerava tal ‘Voz’ como a de um Espírito muito próximo do nosso Senhor Jesus. Mas entendia que referida ‘Voz’ houvera de passar por outros mensageiros Seus até materializar-se aos seus ouvidos perispiríticos ou espirituais. E Xavier, como visto no item logo atrás, refere que:

“Nosso devotado missionário é o instrumento de venerandas vozes, entre as quais se destaca ‘Sua Voz’, a voz do Amigo Celestial”.

Logo, Pietro Ubaldi era assistido por Espíritos diferentes e das mais expressivas fontes noúricas, o que está confirmando, também, por Emmanuel, ao referir-se que o intuitivo: “interpreta o pensamento de altas esferas espirituais de onde ele provém”.

87) Tal como a de Xavier mesmo...

Sim, já que suas obras não se destoam; e ressalto que muitas passagens contidas na obra xavieriana não são compreensíveis se não atentarmos para o fato de que tal é indissociável da obra de Ubaldi, e que, portanto, adota o mesmo esquema avançado e bem mais amplo retratado pelo ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ do Espírito.

88) Poderia exemplificar?

Sim. Preconiza-se que a Codificação Espírita é apenas o começo das revelações espiritistas, mas nunca o seu fim; trata-se, pois, do ‘abc’ do Espiritismo que, como Ciência do Infinito, tem todo um infindável de coisas para nos ensinar; e, portanto, paralisar-se tão só no minimamente codificado por Kardec – lá atrás no Século 19 - é descambar-se para o irracional, quando tantos e tantos missionários já trouxeram sua parcela de contribuição doutrinária das mais relevantes.

Para isto, basta ver que os notáveis missionários do Cristo: Francisco C. Xavier e Pietro Ubaldi, no Século 20, demonstraram a insuficiência do ‘Modelo’ tão só ‘Evolutivo’ do Espiritismo codificado, e, completando-o, ministraram o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’, apenas vislumbrado por aquele outro.

89) Tal Modelo, ‘Involutivo-Evolutivo’, em resumo...

Preconiza que a criação dos Espíritos Simples e Ignorantes (ESI) trata-se, na verdade, de uma espécie de segunda criação. E, já vimos que a obra codificada contém, aqui e ali, expressões e conceitos que hoje, constatamos, confirmam o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ da obra de Xavier e, sobretudo, de Pietro Ubaldi. E o sábio instrutor Emmanuel, numa de suas notáveis revelações, ministra, num de seus mais importantes opúsculos, que confirmam a obra ubaldiana, que:

“Todas as entidades espirituais encarnadas no Orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade neste Mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousam o governo espiritual do Planeta, desde os seus primórdios”. (Vide: “O Consolador” – Psicografia Xavieriana – Feb).

90) E isto quer dizer que?

Que somos, todos nós, Espíritos decaídos, e, como já visto, não só da Queda Primordial, mas também das Quedas verificadas durante o processo fenomênico da evolução. E a instrução do confiável Emmanuel revela que o Espírito do Cristo não decaíra em tempo algum, pois sua:

“... evolução se verificou em linha reta para Deus”.

91) Que, detalhando melhor...

Antes do detalhe, expresso ser óbvio que tal expressão de Emmanuel é suscetível de debates, de discussões as mais diversas, seja na Internet ou fora dela, e, sobretudo para os pouco entendidos do novo ‘Modelo’ ministrado pelo fenômeno ‘Involutivo-Evolutivo’, do qual Emmanuel, é um dos divulgadores xavierianos mais eminentes. Referido ‘Modelo’ preconiza que a criação primeira, original, fora a dos Espíritos Puros e Conscientes (EPC) ao seio do Amoroso Pai e Criador, que constitui o que se denomina: ‘Sistema’.

Ora: Deus é Espírito, e, como tal, criara Espíritos Livres e Conscientes (EPC), ou seja, dotados de liberdade e de inteligência, porém, relativas à sua condição de Filhos espirituais.

E, como se sabe, a grande parte de tais Espíritos, de ordem infinita (infinita=oo), se comprometendo com a Lei, nela permaneceram incólumes, obedientes e dela mesma observantes; e, uma outra parte, bem menor (n), em sua insurreição, se desmoronara na condição de Simples e Ignorantes (ESI), constituindo o ‘Anti-Sistema’, o Universo material e sua condição de subida evolutiva pelas dores e adversidades dos Espíritos decaídos, como método de cura de sua rebeldia e insurreição; sua fórmula matemática, como se sabe:

       +
[ oo    (n) = oo ]
       -

Explicitando que, se somar-se ou subtrair-se do infinito (oo) uma quantidade mensurável (n), o infinito permaneceria e permanece infinito por ser de grandeza inesgotável e, portanto, não suscetível de alterar-se por tais questões.

E, quando Emmanuel ministra que a evolução do Cristo se dera:

“... em linha reta para Deus”,

... tal evolução se dera no bojo mesmo do ‘Sistema’ espiritual divino, pois que tal ‘Sistema’, mesmo em tais alturas, não se exime do trabalho de seus cidadãos, porém, numa operosidade e evolução diferente da nossa, pois que se entrosa na Ordem e na Perfeição de Deus Pai e Criador. Já no ‘Anti-Sistema’ constituído pelo Universo físico de nossa moradia temporária, nossa evolução é penosa e adversa para retificar nossos Espíritos faltosos para com a mesma Ordem da Lei.

92) Poderia esboçar melhor?

Neste esboço da criação divina, temos:

Sistema (Universo Espiritual)
\            /
\         /
                        (involução) \      / (evolução) 
\   /
v
Anti-Sistema (Universo Físico)

93) Onde tais Linhas expressam?

A Linha à sua esquerda representa a Involução dos Espíritos em seu desmoronamento psíquico e a sua nova condição decaída que se materializa caracterizando o ‘Anti-Sistema’ do Universo físico e astronômico; e a Linha à direita representa a Evolução de tal Universo que se desmaterializa em seu ‘Sistema’ de origem.

94) Assim, pois?

A referida citação de Emmanuel, pois, só se pode compreendê-la, bem como muitas outras coisas de sua exposição doutrinária, quem lhe conhece a fundo, por inteiro, pois que o mesmo adota a concepção bem mais abrangente da obra de Pietro Ubaldi.

E, por outro lado, recordo-me que:

“Ninguém foi, nem será igual ao Filho, por que Ele foi SEMPRE o cumprimento da Lei, SEM NUNCA INFRIGÍ-LA”. (Vide: “Roma e o Evangelho” – D. Jose Amigo y Fellícer - Feb).

95) Jesus, assim, por tal revelação, seria Ele?

Pelas confiáveis instruções acima, Jesus é um cidadão espiritual do infinito ‘Sistema’, cuja “encarnação” poderá ser mui bem compreendida pelo exposto em meu décimo segundo (12º.) e.Book intitulado: “O Médium de Deus”.

96) Jesus encarnara como o Espírito decaído?

Particularmente, adoto o preceituado na importante obra de Jean-Baptiste Roustaing que se fundamenta em “O Livro dos Espíritos” (AK - 1857), questão 113, onde se lê que Espíritos Puros, tais como Jesus, não mais se sujeita à reencarnação em corpos carnais perecíveis.

Parte 9

BRASIL: PÁTRIA DO EVANGELHO

97) O Brasil é Coração do Mundo, Pátria do Evangelho?

Dir-se-ia que a Pátria do Evangelho percorrera outros caminhos até materializar-se no nosso País. Notemos que o Evangelho nascera na Palestina, migrara para a Itália papal, se estabelecera em França nos tempos kardequianos, e, finalmente, parece tomar corpo em terras brasileiras que, presentemente, promove o maior movimento espiritualista e espiritista de todos os tempos da humanidade. Jamais se vira tantos escritores espiritistas, tantos médiuns, tantos livros divulgando o Cristianismo Redivivo.

98) E Humberto de Campos o confirma, não é mesmo?

Sim! Mas verifico que alguns irmãos nossos criticam, maldosamente, o nosso querido Senhor Jesus, representado, veja bem: representado pelo livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (Humberto de Campos – F. C. Xavier – Feb), Cristo este que, em tais páginas, se apresentara humilde, quase humano, e que “desconhecia”, (entre aspas), onde se situava a Terra do Cruzeiro (terra brasileira).

99) Mas o que quereriam tais críticos?

Que o Cristo, Entidade de Evolução Cósmica, evolução que foge à nossa compreensão, se apresentasse com toda a Sua Grandeza, Sua Luz, Sua Condição de Ser Uno com o Pai?

Ora, o que sabemos neste Mundinho atrasado como o nosso: dos Planos Espirituais Inconcebíveis, Planos de um Cristo Redentor e Salvífico de nossas Almas ignorantes e tão propensas ao mal?

Penso que, se Jesus se nos mostra e se nos representa em tal obra como um irmão nosso, tão simples, tão humilde e tão humano e, com alguma incerteza das coisas, fora para aproximar-se de nós todos, e que, portanto, por Sua Humildade, não nos humilhara no passado, não nós humilhou na obra “Brasil, Coração do Mundo...” e não nos humilhará nunca e jamais, pois Ele nos reconduz e nos reconduzirá, PARA SEMPRE, se for este o caso, ao Seio do Amoroso Pai: Nosso Criador.

100) Quando, então?

Haveremos de Ser Uno com o Pai de Misericórdia tal como o Cristo o É: um Mestre Misericordioso, Humilde e Simples: Eternamente Bom. Coisas muito distantes de nossas Almas empedernidas na incompreensão e no mal, apesar das luzes que já se fizeram com o Cristianismo Redivivo pelo Espiritismo.

Do que se conclui que não somos, verdadeiramente, cristãos. Somos apenas uma sombra daquilo que deveríamos ser, e, definitivamente, não somos; mas estamos a caminho e, por outro lado, o Século 20 nos proporcionara exemplos de dois grandes cristãos redivivos: os já citados Xavier e Pietro Ubaldi.

Parte 10

O NOSSO FRANCISCO C. XAVIER

Noto que muitos espiritistas que estudaram ou ainda estudam a importante obra de Francisco Cândido Xavier, não fizeram, ou não fazem, por preconceito, ou por desconhecimento mesmo, sua associação com a de Pietro Ubaldi, e que, por isto, não lhe compreendem mais a fundo, deixando escapar itens tão fundamentais.

Mas como tudo muda e se transforma o tempo todo, também eles mudarão, pois que a obra de Xavier, em se revelando com um dos Espíritos mais avançados do nosso tempo (‘Emmanuel’), e de muitos outros mais inspirados pelo Cristo, não se eximiria de estar consonante com a obra de Pietro Ubaldi que, por sua vez, fora inspirada pela equipe altaneira de ‘Sua Voz’, que É a Voz Sublime de um Espírito próximo daquele mesmo Cristo da obra xavieriana; Cristo que É um só, mas Uno com o Pai, Onipotente, Onisciente, Onipresente.

Logo, deixarmos de associar uma revelação à outra, é não compreendermos mais profundamente os seus ditados, nos paralisando, pois, à margem dos mesmos por não lhes acatar e não lhes interpretar corretamente sua concepção filosófica das mais altas, mais profundas e mais relevantes lições.

Assim, pois, quero crer que as obras dos dois notáveis, brilhantes e maiores sábios supranormais do Século 20: Francisco Cândido Xavier e Pietro Ubaldi se completam majestosamente, tendo como apoio o trabalho de Allan Kardec, ou seja: do seu grandessíssimo Espiritismo codificado.

Os que pensam de modo diferente, e, como é do direito de pensar o que queiram - pois que somos livres pensadores - hão de ver, mais cedo ou mais tarde, que o Cristo não se engana e não se enganara ao nos enviar, no Século 20 que se findara, dois de seus maiores missionários nas pessoas de Ubaldi e Xavier que, com ‘Sua Voz’, ‘Emmanuel’, ‘André Luiz’, ‘Bezerra’, ‘Irmão X’, ‘Augusto dos Anjos’, dentre outros Espíritos mui relevantes, trataram de disseminar e de aprofundar as lições do Século 19, da implantação do Espiritismo na face terrena.

É que Xavier desenvolve amplamente o que fora codificado por Kardec em seu ‘Modelo Evolutivo do Espírito’ que, por sinal, ainda tem muito por fazer e por nos mostrar em sua evolução progressiva.

Mas, simultaneamente, Xavier acata e endossa o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ contido na obra de Pietro Ubaldi que lhe aprofunda e lhe devassa em seus princípios fundamentais.

Explico melhor: é que tudo, no Universo físico e astronômico de nossos estudos, avança por evolução, e, portanto, em nosso caso, caminha por etapas sucessivas de aberturas mentais, ampliando nossos entendimentos do Mundo e do Universo por degraus sucessivos de novos conhecimentos, novos procedimentos espirituais.

E, portanto, Kardec e o Espiritismo codificado disseram muito para a época ao revelar a imortalidade do Espírito humano, suas transmigrações palingenésicas e suas origens nos diferentes graus dos Seres inferiores da criação. Mas ocorre que o Espiritismo não se detém, e, no Século 20, com os renomados Xavier e Ubaldi, nos mostrara que o ‘Modelo Evolutivo do Espírito’ trata-se de um semi-ciclo que se amplia no ciclo completo do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’.

Por tudo quanto relatado da referida questão, creio que muitos dos ensinos de Xavier, conquanto sua síntese filosófica e doutrinária, não se ausenta dos ensinos contidos na obra de Pietro Ubaldi.

Como exemplo, vejamos que:

-A obra de Xavier, com o Espírito André Luiz, ampliando o ‘Modelo’ tão-só ‘Evolutivo’ de Allan Kardec, vai devassar, com inúmeras lições, exemplos, e, muito mais, o Mundo Espiritual que nos circunvolve, completando os ensaios iniciais contidos na obra do renomado codificador (Vide: “Série André Luiz” sobre a vida espiritual);

-Quando, ao mesmo tempo, a referida obra de Xavier, em sínteses formidáveis, autoriza e preconiza a validade universal do ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ do sábio intuitivo Pietro Ubaldi.

Assim, pois, a obra de Francisco Cândido Xavier, tal como uma conexão (=c=) ou emblema de um Cristo de braços abertos, estende suas amoráveis mãos ao renomado codificador do Espiritismo Allan Kardec, quando, ao mesmo tempo, compreende todos os lances filosóficos e científicos do sábio intuitivo Pietro Ubaldi, formalizando o que se pode chamar de:

Conexão Xavieriana:

[(Kardec) =c= (Xavier) =c= (Ubaldi)]

Que, de braços abertos, Xavier aprofunda, atualiza e moderniza fazendo avançar o Espiritismo de Allan Kardec, quando, ao um só tempo, reconhece as verdades incontestáveis da obra Ubaldiana, formalizando uma conexão (=c=) dos mais importantes missionários do Mundo terreno nestes últimos tempos.

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

Bibliografia

-“Obra Completa de Allan Kardec”: Diversas editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: Fundapu editora;
-“Obra Completa de Chico Xavier”: Diversas editoras e inclusive obras já instaladas na Internet;
-“Os Quatro Evangelhos”: J.B. Roustaing: Feb;
-“Roma e o Evangelho” – D. J. Amigo y Fellícer – Feb;
-“Darwin: A Origem das Espécies”: Clássicos Newton;
-“O Pensamento Vivo de Einstein”: Martin Claret Edts;
-“Bíblia Sagrada” – Versões Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto; 
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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