terça-feira, 11 de junho de 2019

CONSTRUÇÃO BIO-TRANSMUTÁVEL (27o. e.Book)


Fernando Rosemberg Patrocínio

(27º. e.Book)

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CONSTRUÇÃO
BIOTRANSMUTÁVEL

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Introdução

Parte 1: DEUS: A INTELIGÊNCIA SUPREMA

Parte 2: OS RACIOCÍNIOS PALINGENÉSICOS

Parte 3: JESUS MINISTRA REENCARNAÇÃO

Parte 4: CONSTRUÇÃO BIOTRANSMUTÁVEL

Parte 5: ESPIRITISMO APROVA ROUSTAING

Bibliografia

Relação Nossos e.Books

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Introdução

Referido e.Book, que afinal constitui tese relativa ao veículo somático de Jesus, sugere que o Senhor, quando de sua estada dentre os terrícolas - há 2000 mil anos atrás - tenha se apresentado de Corpo e Alma, porém, algo distinto do nosso, ou seja, ao invés de carne e ossos, tenha se nos mostrado com um veículo corporal ‘Bio-Transmutável’ em face de seus ilimitados poderes psíquicos, parapsíquicos ou espirituais.

Verdade seja dita:

Jesus É um Ser que transcende tudo quanto sabemos a respeito de nós mesmos, de nossa situação física, biológica e espiritual, bem como de nossos saberes ditos universais, físicos e astronômicos do Espiritismo e de nossa galopante Ciência terrena.

E, por tal transcendência do Mestre, lançamos mão da referida tese de que Jesus teria envergado, quando de sua estada terrena, um veículo somático ‘Bio-Transmutável’, ou seja, que pudesse, em face às poderosas injunções de sua Mente Divina, estar na Terra e no Céu, e, portanto, numa corporalidade distinta da nossa como nos mostrara André Luiz em uma de suas mais importantes obras, anotando que:

“Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se, ante a expectação geral (João, 7:30), e, na mesma cidade, perante a multidão, produz-se a voz direta, em que bênçãos divinas lhe assinalam a rota (João, 12:28-30). Em cada acontecimento, sentimo-lo: a governar a matéria, dissociando-lhe os agentes e reintegrando-os à vontade, com a colaboração dos servidores espirituais que lhe assessoram o ministério de luz”. (Vide: “Mecanismos da Mediunidade” – André Luiz - Feb).

Isto, pois, é um pouco do que veremos nestas tão singelas páginas cibernéticas.

O Autor-aprendiz de sempre: como Você: Caro Leitor.

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Parte 1

DEUS: A INTELIGÊNCIA SUPREMA

Ora, como supor o grandessíssimo espetáculo da criação, de sua ordem, suas leis perpétuas e imutáveis, ausentes do seu Arquiteto-Mor, o Supremo Criador de tudo e de todas as coisas?

Seria, pois, o cúmulo da cegueira - conquanto os haja aos montes - pretender que a lógica matemática do Universo, de Suas leis, operantes e inabaláveis, esteja a constituir simples resultado do acaso e não de uma Inteligência Suprema, a tudo e a todos: Superior. Dias atrás, este autor mesmo, e uma multidão de pessoas que oportunizaram assistir certo programa televisivo, estiveram a ouvir “pérolas” defendidas por um “grande” cientista de que o Universo é Tão Perfeito e, por si só: Tão Inteligente que ele não precisa de um Deus, de um Criador!

Não, isto, absolutamente, não!

Conquanto nosso respeito a tudo e a todos: vejam o absurdo a que pode chegar certos elementos, “consagrados” cientistas de nossa modernidade: percebem a manifestação da Inteligência Universal e não a admite por preconceito, ceticismo, negativa de sua razão que vê, mas não quer ver; percebe, mas não quer perceber, e, portanto, concluir com o óbvio, o coerente e racional da ideia de um Ser Superior, que cria, ordena e coordena todos os fenômenos visíveis e invisíveis de Sua criação, absolutamente inteligentes, seja aqui, seja ali, ou acolá, do Universo sideral.

Que razão, pois, é a razão de um indivíduo cético: que vê, mas não vê; que percebe, mas não quer perceber; que constata, mas não quer constatar, abraçar, acatar?

Ao oposto de tal, num sentido mais coerente e, pois, mais equilibrado, onde inteligência, razão e fé se apóiam mutuamente, o Sr. Kardec, buscando a causa e o fundamento de todas as coisas, principia “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), questionando a alta espiritualidade:

-“Que é Deus?”

E, em resposta, os Espíritos elevados respondem que:

-“Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”.

E, em seguida a outros questionamentos, insiste Kardec:

-“Onde podemos encontrar a prova da existência de Deus?”.

E, como óbvia resposta, temos:

-“Num axioma que aplicais às vossas próprias ciências: ‘não há efeito sem causa’. Procurai a prova de tudo o que não é obra do homem e vossa razão responderá”.

Pois bem: se ‘todo efeito deriva de uma causa’ que o tenha determinado, o Espiritismo – como Doutrina dos Espíritos Superiores -, num apelo à razão e ao bom senso humanos, evoca-nos a que apliquemos dito princípio naqueles efeitos que não resultam da atividade do homem, de sua obra, sua ação.

Em se observando a natureza ao derredor, ou sondando-se os mistérios dos céus, detém-se o homem com imensidade de efeitos cuja causa, reitere-se, não provém dele mesmo, que, por sua vez, não só é impotente para produzi-los todos, como também para explicá-los em suas causas primeiras, fundamentais.

De fato, já referimos noutro texto de minha autoria, que o Universo é um espetáculo contínuo, empolgante e vivo, onde estrelas nascem, vibram, explodem; onde planetas transladam em órbitas fabulosas, complexas, desconhecidas, planetas que também comportam sua gênese, juventude e velhice, para um dia extinguir-se em observância às Leis insondáveis da eterna Criação; sendo esta, pois, Criação de Deus, da Inteligência Suprema, e não do nada, pois que o nada não existe, e pois, nada pode, ou poderá, um dia, algo produzir, criar, se manifestar. 

O Universo, pois, é um espetáculo vivo, onde, e quando, Galáxias palpitantes de luz, calor e energia, estão aglomerados de outros Mundos, outras sociedades, outros “eus”, onde tudo e todos se deslocam pelo espaço celeste a impressionantes velocidades, em órbitas estonteantes, num espetáculo magnífico de movimento, harmonia, beleza, onde tudo, e todos, viajam pelo espaço sideral amparados pelos Mundos, ou melhor: pela Potência Criadora, a Inteligência Suprema que Tudo Rege, Tudo Cria, Tudo Governa, Tudo Pode.

Do nosso Mundo terreno, sabe-se que somente há poucos séculos tomamos conhecimento das Leis que regem o nosso Sistema Solar. Leis estas que foram desvendadas pelo célebre astrônomo Johannes Kepler, (1571 – 1630), e confirmada, mais tarde, por meio de complicados cálculos matemáticos, pelo não menos célebre Isaac Newton, (1643 – 1727). As três Leis, que ficaram conhecidas como Leis de Kepler, expressam que:

-Os planetas do nosso Sistema Solar não percorrem rotas circulares, mas sim elípticas (quase que ovais), sendo que o Sol ocupa, espacialmente, um dos focos dessa trajetória elíptica;

-A linha que interliga um planeta ao Sol, varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais, e estando o Sol estrategicamente centrado em um dos focos da elipse, significa dizer que quando os planetas estão mais próximos do Astro Rei, eles deslocam-se com maior velocidade, e, conseqüentemente, reduzem quando dele se afastam; e que:

-O quadrado do tempo levado para completar uma órbita é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol.

E interrogam-se, com razão:

-Quem seria o autor de Leis tão arrojadas e de tão difícil compreensão, especialmente aos menos inclinados à Matemática, ao superior cálculo diferencial e integral?

-Quem seria o autor de Leis que são, por conseguinte, Matemática pura, de Leis que se regiam e se regem desde o início dos tempos, ou melhor, desde a gênese planetária, ou melhor, ainda, da construção do nosso Sistema Solar?

-Quem seria o autor de Leis que, para seu estabelecimento, não consultou a razão humana para existir, se impor e se fazer valer no plano sideral de sua magnífica atuação?

Leis, portanto, que existem muito dantes que Eu, que Tu, que Ele, nós, vós, eles – pessoas ditas humanas, existissem -, e, portanto, muito dantes que nossa frágil inteligência se pronunciasse, arrogantemente, neste mundinho inferior e que, inclusive, ela mesma, haverá de ter sido uma criação Sua, deste Incognoscível Autor de Tudo, de Inteligência Infinita, pois que é Deus, que, para mim, e, para todos, denomina-se:

“Inteligência Suprema, o Pai conforme Jesus, que é a Causa Primária de todas as coisas”. (frp).

O Universo, pois, - do verme ao homem, do átomo aos conglomerados de estrelas, de mundos e astros que formam as galáxias estonteantes de movimento, calor, luz e matematicidade - é inteligente porque resulta da Inteligência Suprema; é matemático porque resulta da Matemática-Maior, sendo, pois, por Tudo, e muito mais, a prova cabal de Sua Existência, de Sua Eternidade.

Ora:

-O que permite aos Orbes, com suas massas gigantescas, flutuarem e girarem graciosamente pelo espaço sideral? O que os dirige, em suas órbitas elípticas, inteligentíssimas, seria apenas e tão somente o mecanismo do nada, de um puro acaso existencial?

-Um acaso, pois, demasiado inteligente, pois que: tais órbitas, em sua elegância e em seus prodígios, foram matematicamente pensadas, engendradas, calculadas, e quem as pensara, engendrara, e, mais ainda: milimetricamente calculara? 

Tudo quanto se possa fazer no tocante a tal é o termos o coração puro; é o sermos tão só humildes estudantes de tais Leis, (re) descobrindo-as, pois tais mesmas, desde tempos imemoriais, já se nos mostravam e se nos patenteavam aos olhos físicos e carnais. Então, se não fora eu, tu ou ele que as engendrara, é inegável que tenha sido alguma outra Coisa de Capacidade Mui Superior, ou simplesmente: Deus – a Inteligência Suprema do Universo - que, portanto, se nos revela por suas obras, apesar do cepticismo de alguns pares que, não condenamos, e sim, compreendemos, pois que a Evolução é Lei, e a tais igualmente atingirão. 

E, pois, é falsa a premissa de que: não há lugar para Deus no Universo. Pelo contrário: só há lugar para Deus no Universo, pois que Tudo vem de Deus, e até mesmo esta nossa descrente maneira de agir e de pensar, pela liberdade que Ele mesmo Nos dera, e inclusive, portanto, de se querer excluí-Lo de nossas vidas, quando O mesmo Tudo Vive, Tudo Manifesta, em mim, em você, em todos nós, sendo obra do orgulho a pretensão de afastar o Criador de Sua Criação, pois que nela se insere indubitavelmente; nela Vive e se manifesta, se revelando, naturalmente, bastando ao criado ter olhos para vê-Lo, distingui-Lo, adorá-Lo.

E, logicamente, portanto:

“Não há efeito sem causa. Não há criatura, qualquer que seja, sem Criador”. (frp).

O que significa expressar que:

Não há grão de areia, e tampouco átomos e moléculas que o constituem... 

Não há vida, mesmo a mais rudimentar do plano viral e tampouco do plano unicelular... 

Não há pensamento, o mais finito e tampouco o maior dos pensamentos... 

Em suma: num plano macroscópico:

Não há Mundos, Astros e Estrelas, e, não há nada, criado, dispensado de uma Mente que o pensara, de um Criador que a tudo projetara com esmero, carinho, cuidados os mais solícitos, ditando-lhes, como essencial, leis quânticas, físicas e orgânicas, relativísticas e astronômicas, matematicamente exatas, precisas e regentes da ameba ao homem, do átomo ao arcanjo, a que chames como quiser:

-Deus; 

-Energia; 

-Potência Criadora; 

-Javé ou então Jeová;

Não importa...

Pois o que ressalta evidente de todas as coisas é a Sua Imanência a tudo e a todos, Presença Divina que está aqui, ali e acolá, sendo Ele, pois, o Deus do átomo e das galáxias; o Deus, que, por Sua Solicitude, Providência e Ordem, É a Inteligência Suprema, o Cógito Universal, a que o homem deve aspirar e se inspirar, pois que um filho insofismável d’Ele mesmo é, ainda que sua doentia razão ouse recusa-Lo, deprecia-Lo ou desacreditá-Lo.

Resumindo, poderíamos ainda repetir por aqui a sentença de Ângela di Foligno, uma Alma pura e santificada que ouvira do próprio Cristo:

“Eu sou mais íntimo de tua Alma do que ela é de ti mesma”. (Vide: “Deus e Universo” – PU – Fundapu).

Ora, já proclamava o nosso Mestre Maior:

“Eu e o Pai somos Um”.
(Jesus),

O que significa, pois, expressar que:

“Deus é mais íntimo de mim do que eu sou de mim mesmo”. (frp).

Tamanha Sua Grandeza, Sua Presença no íntimo das coisas, no íntimo de mim, de ti, e de todos nós. Bastando, pois, deixá-Lo manifestar-se e viver em nosso íntimo, se não o embaraçarmos pelo nosso orgulho, nossa soberba, nossa altivez.

“Bem aventurados os pobres de espírito, ou seja: os humildes, pois que deles é o Reino dos Céus”.
(Jesus).

O mesmo Reino, portanto, que vige dentro de nós, bastando, pura e simplesmente, que o busquemos no Cristo, representante de Deus: Nosso Pai, e não nas exterioridades da forma, da matéria perecível, porquanto:

“O interior importa mais que o exterior”. (frp).

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Parte 2

OS RACIOCÍNIOS PALINGENÉSICOS

Na verdade, as crenças de uma única existência corporal, e da salvação ou perdição irremissível das Almas num juízo definitivo, vão se tornando coisas desarrazoadas e de difícil aceitação nos tempos modernos; e, sobretudo quando se tem em mira os postulados fundamentais da palingenesia e da evolução biológica que, em suma, traduz algo mais pertinente ainda: a evolução espiritual.

A tais crenças, pois, não restam alternativas outras senão desaparecer dos sistemas religiosos que as abrigam, na medida em que se assumem novas perspectivas e novos padrões de entendimento bíblico e cristão, impulsionados pelo irresistível progresso dos povos, das culturas, das ideias, enfim, de sua espiritualidade que, iniludivelmente, avança.

Com efeito, uma soma incalculável de problemas aparece quando se tem em mente crenças tão infantis e realmente desconectadas dos mais importantes estudos filosóficos e científicos da atualidade, tais como os trabalhos mais ou menos recentes dos cientistas e pesquisadores:

-Ian Stevenson: “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”;
-Hernani G. Andrade: “Reencarnação no Brasil”;
-Hamendras N. Banerjee: “Vida Pretérita e Futura”; e
-Hermínio Miranda: “A Memória e o Tempo”; e etc.

Mas, em face da teimosia dos pensadores céticos e, me dirigindo, mais especificamente, aos fideístas bíblicos, seria o caso de se perguntar:

-Porque as Almas das crianças são salvas se não tiveram tempo de praticar o bem e tampouco o mal?

Ora, elas não teriam o mérito e tampouco o demérito.

-E porque seriam salvas as Almas que, embora seguissem certos princípios de religiosidade, levavam uma vida de contemplação e de ociosidade, se esquecendo de seus semelhantes, ao invés de se juntar a eles pela prática do bem, do amor e da caridade?

Ora, a contemplação sem obras, na ociosidade e no isolamento, é extremamente perigosa por não permitir o contato com o semelhante, de confortá-lo em seu coração, pois que ali, junto ao próximo, é que se oferecem as oportunidades da verdadeira amizade, da solidariedade e fraternidade universais.

-E porque estariam condenados às penas eternas, os ateus e os materialistas que trabalharam e sofreram todas as agruras da vida para constituir uma família exemplar, que se sacrificaram para educar seus filhos e encaminhá-los ao que é justo e bom?

Na Parábola do Samaritano, considerado herético, mas que agira com benevolência para com o seu semelhante, Jesus não o coloca acima do sacerdote que faltara com a caridade? (Vide: Lucas, Cap. 10, vv. 25 a 37). E, na expressão: “Nem todos os que dizem: Senhor, Senhor, entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a Vontade do meu Pai que está nos céus” (Vide: Mateus, Cap. 7, v. 21), Jesus não se referia exatamente aos religiosos que não cumprem com suas obrigações morais?

Por outro lado, pergunta-se, ainda:

-Porque permitiria Deus viessem ao mundo indivíduos cheios de sabedoria, que apresentam precocemente geniais aptidões para as Artes, a Ciência, a Música, enquanto outros se apresentam um tanto parvos, com baixíssimo grau de inteligência, para não dizer: débeis mentais; e outros ainda, mesmo que psicologicamente normais, necessitam de anos e anos de estudo, de trabalho e de aplicação, para ao fim de toda uma longa existência, não passarem de semi-analfabetos se comparados a um Newton, um Kepler, um Bethovem?

Por que não admitir, com bom senso, boa lógica, e coerência, que tais gênios são Espíritos que fizeram grandes progressos em seu pretérito, e que, portanto, são mais crescidos pela Lei Palingenésica da Evolução?

Ora, se não admitir-se citada Lei:

-Como explicar uma Alma bondosa, muitíssimo elevada em sentimentos, em ética cristã, como a de um Francisco de Assis, um Chico Xavier, uma madre Teresa de Calcutá, um Ghandi que, pela excelência de seus princípios, ganhou o codinome de ‘apóstolo da não-violência’?

-Pela unicidade (uma única vida) existencial, como pensar que Deus possa criar aquelas Almas dotadas de tanta brandura, misericórdia e amor, e, ao mesmo tempo, criar almas inferiores, cruéis e animalizadas como as de um Calígula, um Hitler que autorizou o extermínio de milhões e milhões de seres humanos, seus irmãos em humanidade?

Dirão alguns que o homem é livre para semear o bem ou o mal, mas nada há de explicar os sentimentos tão elevados dos primeiros e os tão baixos dos segundos senão pelo renascimento, pela reencarnação, pois que Deus, sendo Justo, e se a Sua Lei é Reta, Eqüitativa e Inquebrantável, Ele não poderia legislar com parcialidade dotando uns de tão altas virtudes e outros de tão vil perversão moral.

“Daí a razão das vidas sucessivas, expressando nestes e naqueles, nos maus e nos bons, suas reais condições evolutivas, intelectuais e morais perante a Soberana Lei”. (frp).

E, se Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca na iniqüidade, isto quer dizer que todos, e mesmo os que não lhe seguem a Lei, os viciosos, os réprobos, os criminosos, todos, enfim, terão novos ensejos para o recomeço, com novas experiências que os façam retomar o caminho, se arrependendo e se redimindo, pois que estão sujeitos, como tudo e todos, à determinística Lei da Progressão Espiritual.

Eis aí a força maior do Espiritismo, em cujo tripé doutrinário se coloca uma filosofia brilhante, lógica e mui esclarecedora, que se dirige diretamente à razão do homem moderno, ao bom senso das criaturas que o procuram e nele encontram a solução para os mais graves problemas!

Do porquê da vida, de onde viemos, para onde vamos e a certeza inabalável de que o mal vigente no Mundo é passageiro e transitório. E que, nesta hora mesma, um Recenseamento Maior se faz separando as “ovelhas” dos “bodes”, em que estes, por não se emendarem, serão constrangidos a amadurecer seus Espíritos noutras moradas do Concerto Universal, moradas também de Deus, mas inferiores a esta, e, portanto, de mais duras provas redencionais.

E, de retorno – ainda -, ao tema tratado, pergunta-se:

Sem a Lei de Causa e Efeito, traduzida pela reencarnação:

-Como encontrar explicação racional para as tantas disparidades do Mundo?

-Como explicar a flagrante diferença entre o agora e o antes, entre o presente estado de coisas de nossa sociedade progressista e o estado barbárico dos tempos primeiros da espécie humana?

Se as Almas são criadas simultaneamente com o corpo, as Almas que nascem hoje deveriam ser tão primitivas quanto as que viveram, por exemplo, há milhares de anos passados, tempos dos primeiros humanos terrenos. E se isto não se verifica, Deus seria injusto e parcial por criar, presentemente, Almas melhores, de instintos mais brandos, de mais ampla inteligência e compreensão, do que aquelas que deram origem à raça humana em tempos imemoriais.

Porém, se admitirmos que as Almas do presente já viveram outrora, habitaram outros corpos de outrora, e que, portanto, também elas já foram primitivas, mas progrediram, carregando e trazendo, para cada novo ciclo de renascimento e morte, a experiência adquirida, e se terá uma explicação plausível da evolução da espécie e dos paulatinos surtos de progressão social.

Idéia grandiosa, muito mais justa e bela por nos ligar a todos pelos vínculos perenes da solidariedade humana, da solidariedade espiritual, que vige no espaço todo da infinita criação.

E assim, o passado torna-se solidário com o presente e o futuro, explicando, se acrescente mais, as origens mais remotas e a cósmica destinação do Espírito humano que, vindo do passado, vive no presente, mas sem desvincular-se do futuro, desta Espiritualidade que nos rege pelo ‘Mecanismo Fenomênico Involutivo-Evolutivo’, mecanismo, pois, da essencialidade espiritual que há em mim, em você, em todos nós.

Noutras palavras:

Por tal ‘Mecanismo’, por tal moldura filosófica de tão distante causa, cujos efeitos se patenteiam em nosso presente, e, mais ainda, por tão distante solução, tem-se a nítida impressão de que somos, verdadeiramente, irmãos desde longas eras, irmãos viajores do tempo, do espaço, por referido ‘Mecanismo’ da infinitude divina, que não comporta início, e tampouco abarca um fim.

Nisto se verá, ao demais, a Justeza e a Imparcialidade das Leis de Deus, e não o oposto como ensinam e mantêm na ignorância aqueles que adotam o falso princípio de que Alma é criada junto com o corpo, e que basta, para mim, para você e para todos nós, uma única e tão-só existência biológica, material.

Sabemos que Deus é sinônimo de Sabedoria, de Bondade e Amor, por Ser, como verdadeiramente o É, Sabedoria, Bondade e Amor. Ele nos deu a vida e está sempre perdoando nossas faltas, mas usa de mecanismos de Sua Soberana Lei para nos corrigir, nos educar, como um pai corrige seu filho, para que não continuemos no caos, na desarmonia de nós mesmos, violando Suas Leis.

Ora, pelo dogma insustentável de uma única existência humana e corporal:

-Como explicar os cegos, os paralíticos, os cretinos e deficientes mentais congênitos, que já nasceram com tais distonias, sejam elas físicas ou psicológicas, ou de ambas as partes, que traduzem extrema desarmonia congênita, em que o nascituro denota, pois, um mapa existencial tão complexo e tão doloroso?

A equação espiritista, assim, pois, vem socorrer nossas dúvidas com uma explicação justa e plausível para os casos em questão, e não justificativas obscuras e pouco aceitáveis pelo exigente critério de apreciação das coisas do nosso tempo. Para Emmanuel, um dos maiores instrutores do Século 20 findado:

“Os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as dificuldades endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa”.

“Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da Alma”. (Vide: “Religião dos Espíritos” – Emmanuel - Chico Xavier – Feb).

Assim, pois, observa-se que tais problemas, estados patológicos os mais diversos da humanidade terrena, refletem uma desordem interior, surgem de dentro para fora, pois que estão sediados na genética espiritual que é causa da genética biológica e material. Esta, então, não passa de um efeito, de um reflexo instalado na profundidade consciencial, não abarcável, pois, pela análise de superfície, que vê apenas o efeito, o exterior e não considera a base espiritual em que se assenta o indivíduo que renasce, que é detentor de uma pré-existência, de experiências vividas e transpostas, boas ou más, equilibradas ou não.

O homem, pois, como Espírito que é, não só é um Herdeiro de Deus, mais também o é: herdeiro de Si mesmo, de seus bons ou maus atos, de seu justo ou mau proceder.

Mas, para contestar a infundada teoria de uma única existência no Mundo, outras perquirições de ordem moral poderiam ser levantadas:

-Por que uns nascem em berço de ouro, na opulência, e outros na mais deplorável miséria? Por que uma tão covarde e injusta distinção, tendo uns: tudo, possuindo outros: nada? Que Lei é esta que distingue os homens, que faz uns melhores que outros, que os contempla ou os pune severamente?

-Que Deus seria este ao permitir tantas injustiças, a distribuir, desigualmente, alegrias e tristezas, saúde e doenças, beleza e deformidades que estreitos dogmas teológicos querem impor, explicar não explicando, defendendo sem, com lógica, defender?

Ora, o homem já está apto a saber que tem diante de Si uma Lei Infalível e Inabalável, que, se lhe observando e lhe cumprindo os mandamentos, ele se livra, sem tropeços, de uma série de inconveniências, de situações mui dolorosas, forçadas pelo recomeço da tarefa por meio do que se conhece como palingenesia ou reencarnação.

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Parte 3

JESUS MINISTRA REENCARNAÇÃO

E Jesus, o nosso Mestre Maior, veio também pregar a ideia transmigratória da Alma. Não se o vê, em tempo algum, condená-la ou combatê-la. O que vemos, pelo contrário, é a sua plena e absoluta confirmação, fato que denuncia o erro das religiões ditas cristãs que, afinal, interpretam com equívoco tais passagens, de resto, muito explícitas dos relatos bíblicos do Velho e do Novo Testamento.

O profeta Malaquias, Cap. 3, vv. 22 e finais, afirma taxativamente, sem alegorias ou figuras, que o Senhor Javé vai mandar de volta o profeta Elias. E, se recorrermos, agora, a Mateus, Cap. 12, vv. 7 a 14, veremos que Jesus comenta com seus patrícios sobre o ministério de João Batista, e esclarece que João é um profeta, ou, melhor dizendo, mais que um profeta.

Nas passagens seguintes, Jesus vai garantir categoricamente que:

“É de João que a escritura (de Malaquias, é evidente) faz referência”. (Opus Cit.).

E, para que não paire dúvidas a respeito, o Mestre ratifica que João é a reencarnação de Elias, ao afirmar:

“Se quereis compreender o que vos disse, João é o Elias que deve vir”. (Opus Cit.).

E se recorrermos, ainda, ao Evangelho de João, Cap. 3, vv. 1 a 12, encontraremos outra passagem ainda mais inconfundível do referido fenômeno palingenésico, onde o senador Nicodemos, falando ao nosso Senhor de sua missão de vir nos instruir, veremos que Jesus vai replicar:

“Em verdade, em verdade, vos digo: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”. (Opus Cit.).

Obviamente que não se trata de nascer de novo pelo batismo, como interpretam seculares e arcaicas crenças escolásticas. Ora, em nenhum momento vemos o sábio Messias confundir as duas coisas. E, logo mais adiante, naquela passagem mesma, Jesus acrescenta ao senador que, em também ele ignorando a Lei dos Renascimentos sucessivos:

“Não vos espanteis de que eu vos disse que é preciso que nasçais de novo”. (Opus Cit.).

E como a reencarnação é ainda tão rejeitada pela mentalidade das religiões ditas cristãs, vemos, assim, que só muito vagarosamente o Evangelho vai sendo compreendido e assimilado pelos humanos, e cada qual só irá apreendê-lo e praticá-lo consoante o nível de despertamento evolutivo a que chegou. 

Um dia seus princípios éticos, e, sobretudo filosóficos, haverão de ser compreendidos e praticados por todos, indistintamente, pois que eles, na correta previsão de Jesus, e constante de Mateus, Cap. 24, v. 14, “serão pregados em toda a Terra habitada, em testemunho a todas as nações”. (Opus Cit.).

Assim, pois, encerrando a esta parte, entendemos que o Espiritismo é, de fato, o Consolador prometido por Jesus; o Consolador que, em seus aspectos filosóficos e morais dão a mais ampla explicação de Tudo:

-De onde viemos;

-O que fazemos no Mundo terreno, e:

-Para onde estamos caminhando, aliás, retornando, lentamente, após a Queda Involutiva de um passado culposo que, durante tal redenção salvífica (Evolução), se pode outra vez quedar-se na insurreição de nós mesmos, cujos espinhos dolorosos - como visto (na parte 2) com o sábio Emmanuel - colhemos por nossa própria incúria e ausência de cristandade em nossos corações.

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Parte 4

CONSTRUÇÃO BIOTRANSMUTÁVEL

Assim, pois, questiona-se ainda:

Qual é a essência mesma da moral espírita? Ou melhor: que preceitos morais seguem os espiritistas, adeptos do Espiritismo?

Para o primeiro questionamento: a moral espírita é a mesma moral cristã; e, portanto, para a segunda questão: os espiritistas seguem, ou, procuram seguir os preceitos que dimanam do Cristianismo; ou melhor: do mais puro Cristianismo. E o codificador colocava a questão nos precisos termos:

“Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, quer dizer, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, Ele mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem aventurados, disse ele, os pobres de espírito, quer dizer, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem aventurados os que têm puro o coração; bem aventurados os que são brandos e pacíficos; bem aventurados os que são misericordiosos;”...

E, prosseguindo, acentuava ainda mais:

“Amais ao vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem; amai aos vosso inimigos; perdoai as ofensas se quiserdes ser perdoados; fazei o bem sem ostentação; julgai a vós mesmos antes de julgar os outros;”...

E finaliza tal parágrafo nos termos de:

“Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater; mas faz mais do que recomendar a caridade, coloca-a claramente, e em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura”. (Vide: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – AK).

Vê-se, pois, que os mais importantes postulados de Jesus são os mais importantes postulados do Espiritismo e que, se fossem seguidos neste Mundo, seríamos todos felizes e estaríamos bem mais próximos da perfeição inaugurando um Novo Mundo: o de Regeneração.

Todavia, ainda se discute sobre a natureza do Corpo que Jesus teria envergado quanto esteve entre nós, os terrícolas.

E, temos o direito de saber?

De, humildemente, questionar?

Óbvio que sim.

É que Roustaing (“Os Quatro Evangelhos” – Feb), como se sabe, pretendera que Jesus fosse dotado de um Corpo exclusivamente fluídico, porém, condensado ou materializado pelo que se compreende como uma: “carne relativa” (Opus Cit.); e Kardec (“A Gênese”), por sua vez, defendera a possibilidade de que o Mestre houvesse envergado, como todos nós, um Corpo naturalmente humano, de carne e osso, como um outro qualquer.

Mas, ao âmbito do nosso saber, somos livres pensadores, de fé consorciada à razão, e, por isso, quando escrevo alguma coisa procuro analisar, sobretudo, se não estou extrapolando muito e se há algum traço de racionalidade e de lógica contida em meus escritos.

E, confesso que não vi, assim, tanta heresia na tese, ou, na ideia aqui expressa que, talvez, esteja a agradar os mais inclinados às novidades e coisas que tais do vibrante Meb: movimento espírita brasileiro. Se bem que isto não importa muito, mas sim, se a ideia tem o aval da verdade, ou não, coisa que só o tempo poderá dizer, porquanto a discussão dentre rustenistas e kardecistas prossegue num embate sem fim.

Por outro lado, um dos mais corretos instrutores espirituais do Século 20, em relatando fatos da vida de Jesus, declara a um dado momento de seus memoráveis ensinos que:

“Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se, ante a expectação geral (João, 7:30), e, na mesma cidade, perante a multidão, produz-se a voz direta, em que bênçãos divinas lhe assinalam a rota (João, 12:28-30). Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhe os agentes e reintegrando-os à vontade, com a colaboração dos servidores espirituais que lhe assessoram o ministério de luz”. (Vide: “Mecanismos da Mediunidade” – André Luiz - Feb).

E, por tal mesmo, questiono:

-O que conhecemos, mais exatamente, da mediunidade e das coisas espirituais à nossa volta, que, para o retíssimo Emmanuel, em resposta às perquirições de Xavier, respondera-lhe: “não se tem como ensinar matemática para um burro!” (?). Ora, se o Chico, como Senhor Médium que o era, não tinha como melhor compreender tal fenômeno, o que sobra para nós, iniciante da referida comunicabilidade?

E, prossigo:

-O que sabemos de coisas atinentes a um Domínio de Ordem Cósmica, ou, minimizando um tanto mais, de um Plano Superior ao nosso de ordem terrena, e, portanto, de algo que, de sua parte, escapa-nos em sua transcendentalidade, expressando, pois, mais alta sabedoria e mais destacada moralidade?

-O que se sabe, ou, o que sabemos do intrigante jogo de forças quânticas, gravitacionais, radioativas, ou, mais ainda: de forças espirituais que, por sua vez, regem toda a nossa bioquímica planetária?

-O que se conhece da transcendente bioquímica d’outros Orbes, e, no caso, superiores ao nosso, situação em que, os corpos físicos de seus habitantes se vão aperfeiçoando, se sutilizando, tornando-se mais eterizados e capazes, até mesmo, de volitar pelos espaços circundantes, quando tais Seres, (encarnados e desencarnados), por sua elevação, detêm amplo domínio das técnicas de materialização e rematerialização de seus próprios veículos de manifestação, bem como das coisas circunscritas ao seu ambiente natural?

-Que conhecimento se tem, hoje, das possibilidades e ‘razões cósmicas’ de um Espírito tão elevado, tão puro, como o de Jesus e de seu polêmico veículo de manifestação terrena: ‘físico/carnal’ ou simplesmente ‘materializado por forças e energias diversas’ do nosso plano, envolvendo fluidos da natureza, produtos ectoplásmicos e outros tantos elementos do ambiente que nos cerca?

Estando claro, que, quando me refiro às ‘razões cósmicas’, não me refiro, apenas e tão somente às suas razões de vir a este Mundo nos instruir e nos mostrar o Caminho da Redenção, mas também à sua Inteligência Crística, Razão das razões humanas, que se pode ou se poderia concebê-la como uma forma de Razão inimaginável pelos nossos tão restritos padrões de entendimento.

Ora, se ela, a razão, em nosso plano experiencial, é uma faculdade evolutiva, então existirão razões acima da mais alta das razões humanas, ou seja, acima do entendimento, da razão, digamos assim, de Inteligência Formal que, por sua vez, lhe transcende por algo do tipo: Superconsciência, algo por ora incompreensível à nossa mentalidade terrena, em paulatina progressão.

Portanto, André Luiz pode, e deve sim, ser levado em conta; mesmo porque, referido autor não vem sozinho, pois que ele é parte de imensa falange da mais alta Espiritualidade. (Vide: e.Book de nossa autoria: “André Luiz e Sua-Voz”).

O que não se pode, conquanto se o faça, é condenar o que se desconhece, sobretudo nos tempos dos mais importantes estudos da eletricidade, do magnetismo, da energia, dos campos da vida, bioplásmáticos, bem como da relatividade, e, sobretudo, das certezas e incertezas da física quântica e das mais interessantes e sábias instruções da Espiritualidade, em que destaco, sobremaneira, no Século 20, as de Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier, com os iluminados Espíritos de Sua-Voz, de Emmanuel, André Luiz, dentre outros mais.

O Universo que nos cerca, pois, já não é mais o das coisas físicas, e sim, o das não-físicas, das ondas, dos elétrons, das oscilações de um vasto mundo de corpúsculos dinâmicos que nos envolve, e de que, afinal, somos constituídos, feitos e refeitos a todo instante na incessante renovação da matéria que nos serve de composição temporária neste Mundo provacional, mas tão complexos que tão-só por agora principiamos conhecer, faltando-nos muito ainda pela frente para pesquisar, sondar, esquadrinhar.

E, se o nosso corpo físico, biológico e material, se renova permanentemente, conquanto a um longo prazo, porque o Corpo do Ente Maior, que fora representando por Jesus durante sua estada dentre nós, não poderia também renovar-se, porém, de forma instantânea e quando assim o quisesse, no instante mesmo de Sua Soberana Vontade.

Cogita-se, assim, nossa tese, com a possibilidade do Cristo ter sido portador de um ‘Corpo Bio-Transmutável’, ou seja, biologicamente humano, mas capaz de tomar aspectos igualmente tangíveis da forma fluídico-materializada, e, também, com a possibilidade de tornar-se invisível aos olhos carnais humanos encerrando forma transcendente, ou, exclusivamente espiritual, quando assim o quisesse e fosse o desejo de Sua Soberana Vontade.

Jesus, pois, quando esteve entre nós, poderia ter-se apresentando com um Corpo de carne e osso que, graças à sua evolução, seus poderes e vontades de um Ser Crístico, poderia transmudar-se para as mais diversas formas situadas dentre tal condição, (puramente humana) até às mais altas e mais puras situações da energia espiritual, quando assim o Quisesse e o Pretendesse, consoante dados a seguir dispostos:

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                           ----->                          ----->
[(Estado Biológico) (Estado Fluídico-Material) (Estado Espiritual)]
                          <-----                          <-----

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Com isso, Jesus poderia estar na Terra e no Céu, dentre os homens e Deus, experienciando, ainda uma vez, a Soberana Vontade do Pai, que se acha ausente de nada, estando presente em Tudo.

No âmago da maior das contradições doutrinárias (Roustaing e Kardec, visto supra) encontrar-se-ia, pela referida e presente tese, a semente de uma possível consensualidade com a mais sublime luz da Verdade em Cristo, Nosso Senhor.

Jesus, portanto, sofrera como todo homem teria sofrido para levar sua cruz ao calvário que lhe sacrificara o Corpo de uma carne relativa, algo de essência desconhecida, transfísica, espiritual; o que, pois, nos forçaria a compreender que Jesus não estivera a cometer, e, pois, não cometeria tão indigno simulacro de sofrer quando não sofria, de chorar quando não chorava, de derramar-se em sangue quando não sangrava, paródia indigna de um Espírito com tão altas patentes de Sabedoria, de Honestidade e Amor.

A presente ‘Tese do Corpo Bio-Transmutável’ de Jesus não pretende, e, não pretendera, em tão sintética exposição, resolver todas as questões relativas à debatida problemática, mas quem sabe, não possa representar o início de uma solução para tão “insolúvel” questão doutrinária.

Logo,

-Se Kardec pretendia, para o Cristo, um corpo de carne e osso; e,

-Se Roustaing pretendia, para o mesmo Cristo, um corpo fluídico materializado;

Nota-se que:

Com a presente: ‘Tese do Corpo Bio-Transmutável’, poder-se-ia atinar com a possibilidade de Jesus transmudar-se de uma forma à outra quando assim o Determinasse Sua Vontade Soberana, Unida ao Pai, sendo detentor, pois, de tantas e de tão infindáveis potências se nos mostrando, pois, como Senhor dos Mundos, das Galáxias, do Multiverso dos finitos Universos, como pudemos demonstrar em: “Mecanismo Ontogenético”. (4º. e.Book de nossa inspiração e autoria).

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Parte 5

ESPIRITISMO APROVA ROUSTAING

Assim, pois, em que pese nossa tese ou ‘Teoria do Corpo Bio-Transmutável’ do Senhor Jesus, temos razões para crer que a obra de Roustaing, (“Os Quatro Evangelhos” – Feb), resume toda a verdade no tocante à referida questão, o que, aliás, como já mencionamos noutros e.Books, se confirma pela ‘Trilogia Codificada por Kardec’ de títulos:

-“O Livro dos Espíritos”;
-“O Livro dos Médiuns”; e:
-“O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Senão vejamos:

-“O Livro dos Espíritos” (AK - 1857):

No Item 113 de tal “Livro”, vemos que os Seres da primeira ordem, como classe única, e, pois, sendo Espíritos Puros – como, por exemplo: Jesus – tais não mais se encontram “sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis”, o que ratifica a obra de Roustaing que preconiza para Jesus, quando esteve entre nós, como um Ser dotado de um corpo fluídico materializado e cujo sofrimento: “na essência espiritual, é mais forte e mais vivo que o possam ser, para os vossos corpos”... “Jesus sofreu, oh! Sim, sofreu cruelmente, não na sua carne, mas no seu Espírito”. (Roustaing – Tomo 2 – Feb).

-“O Livro dos Médiuns” (AK - 1861):

Em sua ‘Segunda Parte’, Capítulo 6: ‘Manifestações Visuais’, se pode ver por longos ditados e ensinos dos Espíritos Superiores, tudo quanto se refere às possibilidades do perispírito - tal como no caso de Jesus – tomar a forma de um corpo tangível e dotado, pois, de uma “carne relativa” (Roustaing) em que se pode tocá-la, apalpa-la e constatar sua resistência e até mesmo o calor de um corpo vivo, um corpo “algo” biológico e “algo” material como os nossos mesmos de Espíritos reencarnados.

-“O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK – 1864):

Em tal obra, Capítulo 3, Item 9, que é parte, vejam bem, de um extrato, ou, como queiram, de um : ‘Resumo do Ensinamento de Todos os Espíritos Superiores’,  temos de tais ensinos que:

“Nos Mundos que atingiram um grau superior, as condições da vida moral e material são bem outras que as de sobre a Terra. A forma do corpo é sempre, como por toda parte, a forma humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre, e não está, por conseguinte, sujeito nem às necessidades, nem às doenças, nem às deteriorações que engendram a predominância da matéria; os sentidos, mais delicados, têm percepções que a grosseria dos órgãos sufoca neste Mundo”. (Opus Cit.);

E notemos o trecho que se segue:

“A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil; em lugar de se arrastar penosamente sobre o solo, ele desliza, por assim dizer, na superfície, ou, (o Ser, simplesmente:) plana na atmosfera sem outro esforço senão o da vontade, à maneira pela qual se representam os Anjos”. (Opus Cit.).

Aqui, pois, temos comparações que vão do referido ‘Criptógamo Carnudo’ ao ‘Anjo’ da magnânima obra de Roustaing: “Os Quatro Evangelhos” (Feb).

No seu Tomo 1, Roustaing, fornecendo-nos “ideia da criação humana”, refere que tal indivíduo, o ‘Criptógamo’, dos Mundos Primitivos: “rasteja, ou antes desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente”. (Opus Citado).

E mesmo num Mundo acima do Primitivo, um Mundo Provacional como o nosso, temos exemplos de Espíritos que renascem, por expiação, em corpos humanos desprovidos de membros, ou seja, sem braços e pernas, não sendo, pois, dita situação, uma característica específica dos Mundos Primitivos.

E, o referido ‘Resumo do Ensinamento de Todos os Espíritos Superiores’, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (AK), diz o mesmo que Roustaing, informando que, nos Mundos atrasados, o Ser está a “se arrastar penosamente sobre o solo”; mas que, nos Mundos Superiores, de Espíritos purificados, eles podem esvoaçar, planar, flutuar, volitar com seus corpos sutis, e similares, o que, de certa forma, comparar-se-ia ao corpo fluídico, e materializado, do Cristo, de quando esteve entre nós!

Logo, a ‘Trilogia Codificada’ não refuta a obra de Roustaing, mas lhe autoriza em todos os seus aspectos. Assim, pois, ao se pretender que a obra de Roustaing seja banida do nosso meio não passa de ilusões insanas da obscuridade humana, um retrocesso intelectual não mais condizente com o Homem moderno que, no Século 21, pensa na Relatividade de Tudo, e, inclusive, do Ser humano, cujo Cognitivo não se paralisa, conquanto a vontade estagnada de certos elementos espiritistas que serão forçados a mudar, a subir e enxergar mais, e melhor.

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UM GRANDE ABRAÇO A TODOS

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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos instalados em seu blog abaixo transcrito.

Bibliografia

-“Obra Completa de Allan Kardec”: Diversas Editoras;
-“Obra Completa de Pietro Ubaldi”: Fundapu;
-“Obra Completa de Chico Xavier”: Diversas Editoras; Internet; sendo de destaque no presente e.Book:
-“Religião dos Espíritos”: Emmanuel – Feb;
-“Mecanismos da Mediunidade”: André Luiz – Feb;
-“Os Quatro Evangelhos”: J.B. Roustaing – Feb; e:
-“Bíblia Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.

Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio

01-Ciência Espírita: Tese Informal;
02-Espiritismo e Progressividade;
03-Espiritismo e Matemática;
04-Mecanismo Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do Evangelho;
10-Espiritismo e Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita: Reformulação;
16-Kardecismo e Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século XXI;
19-Espiritismo: Fundamentações;
20-Ciência de Tudo: Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do Espírito;
22-O Homem Integral (Reflexões);
23-Espiritismo e Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos: Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto; 
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec, Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica do Homem;
43-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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