Fernando Rosemberg
Patrocínio
(19º. e.Book)
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ESPIRITISMO:
FUNDAMENTAÇÕES
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Introdução
Capítulo I: VÉRTICE DO
AMOR INCONDICIONAL
Capítulo II: TRÍPLICE
CARÁCTER DOUTRINÁRIO
Capítulo III: ASPECTO
DÚPLICE E MULTÍPLICE
Capítulo IV: UMA CONCORDÂNCIA
UNIVERSAL
Capítulo V: SUA HISTORICIDADE
EVOLUTIVA
Capítulo VI: DOUTRINA DE
INFINITA GRANDEZA
Capítulo VII: A HUMILDADE
E O DESINTERESSE
Capítulo VIII: OBRA SÉRIA
OU MISTIFICAÇÃO?
Capítulo IX: SEPARAR A
VERDADE DO FALSO
Capítulo X: O NOSSO
BENEFÍCIO DA DÚVIDA
Bibliografia
Relação Nossos e.Books
= = = = = =
= = = = = = = = = = = = = =
Introdução
No presente e.Book, agora disposto gratuitamente na Internet,
estaremos a ver fundamentos e propriedades que definem o caráter mesmo do
Espiritismo que, sendo simples, é também extremamente complexo. Seus caracteres,
mui diversos, proporcionando belos paradoxos que, afinal, se entrosam magnificamente,
descrevem que o mesmo detém:
-Tríplice Aspecto, bem como:
-Dúplice e Multíplice, em sua:
-Unidade Contextual ou Monista.
Mas não é só, pois inclui, ainda, caracteres outros que envolvem
sua:
-Aplicabilidade;
-Singularidade;
-Racionalidade;
-Consensualidade;
-Impessoalidade;
-Neutralidade;
-Dentre outros que veremos.
Assim, pois, vamos a mais um breve estudo desta que é, para nós, a
mais importante Doutrina da face terrena; uma Escola da qual nos orgulhamos
imenso: a que lhe confere ser, simplesmente: a Universidade do Espírito.
O Autor-aprendiz; tal como você: amigo Leitor.
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CAPÍTULO I
VÉRTICE DO AMOR INCONDICIONAL
Donde surge o Materialismo, o Ceticismo, o Niilismo, o Ateísmo e outras
tantas facetas do cognitivo humano? Particularmente, penso que surge de sua
rebeldia, e, porque não dizer: de sua insatisfação espiritual!
Ora, óbvio está que, nas atuais circunstâncias, somos pequenos
demais comparativamente à Grandeza de Deus. E digo: atuais circunstâncias, pois
que estamos destinados a participar de tal Grandeza, de sermos Unos com Ele,
bastando nossa observância de Sua Lei, ao invés do nosso desprezo a ela. Quero
crer, assim, que tais atitudes do pensamento humano (Ateísmo, Materialismo, e
etc.) surgem de nossa rebeldia, insatisfação, pequenez de espírito que, por sua
vez, traduz nossa limitada sabedoria que, nada obstante, vai se dilatando com a
nossa evolução: intelectual, axiológica e moral.
Assim, pois, estamos aprendendo e constatando que ‘não há efeito
sem causa’, e, portanto, ao contrário do que apregoam os céticos, de que o
Universo dispensa a ideia de Deus, nós, os espiritistas, entendemos que:
“O Universo exige a ideia de Deus”
Exceto se não nos importarmos com nossas contradições que, vendo,
não queremos ver, e, raciocinando não queremos raciocinar que, para a
existência de Leis eternas e imutáveis, como as regentes do nosso Mundo, do
nosso Universo, se faz necessário, à nossa razoável compreensão, que tais Leis
não existem por acaso, mas sim pela Existência de um Legislador. Ora:
“Não existem Leis sem o Seu Legislador!”
E, portanto, não há efeito sem causa! Ou, mais ainda, dir-se-ia que
a grandeza do efeito corresponde à grandeza da causa, e, no caso em questão: à
Grandeza de Deus!
Assim, estive aprendendo com a “ingenuidade” de minha mãezinha que
Deus é Pai, que Deus é Grande, pois que, de fato, Deus é Um Infinito de
Grandeza. Conquanto não se possa, em nosso estágio evolutivo, compreender-se melhor
a Infinitude de Deus, sendo Ele, mais ainda: Onisciente (detentor da Ciência de
tudo), Onipotente (Poder Supremo), Onipresente (Imanente e Presente em todas as
coisas).
E, se o Mestre se dizia ser: Uno com o Pai, e se não existem
privilégios no Universo, isto está a inferir, como já citado, que, de futuro,
também haveremos de ser Unos com Deus e participantes de Sua Ciência, de Seu
Poder, Sua Imanência no pequeno e no grande de todas as coisas, nos tornando,
por aí, verdadeiramente: deuses, pois que participantes dos Atributos de Deus.
Mas, enquanto não chegamos lá, tratemos de nos melhorar, tratemos
de ser mais fraternos e mais altruístas, pois a mim não parece haver algo mais
importante por fazer que vivenciarmos, em nós mesmos, o mais importante
preceito do Universo, o do Amor, sendo que, os demais, surgem naturalmente em
nossas vidas que, afinal, se rege não por nós mesmos, mas sim pelos nossos
Maiores que sabem como obrar por nós: ora nos direcionando, ora nos corrigindo,
nos aconselhando.
Tudo está a dizer, pois: que estamos caminhando!
Mas, para onde?
E digo que, indubitavelmente: para Deus!
Ora, para compreendermos o Infinito da Mente de Deus, óbvio está
que teremos, necessariamente, de enfrentar este Infinito, e, por isto:
-Lidamos com o Espiritismo que, como se sabe, intitula-se
justamente como ‘Ciência do Infinito’, ou ainda, para mim: como ‘Ciência de
Tudo’, do Espírito e da Matéria e de suas infindáveis gradações, o que me faz
crer, pois assim, que estamos a caminho de Deus, à compreensão mais perfeita de
‘Tudo’, e que, no presente e no futuro, permaneceremos caminhando, e, como já
dito, para sermos Unos com a Mente de Deus, Unos com o Criador.
E, mais ainda:
-Lidamos com o Espiritismo justamente por este paradoxo que deriva
dele mesmo: de ser simples, porém, muito complexo, de difícil trato,
representando, particularmente a mim, a escola das escolas, a universidade das
universidades, e assim por diante, até o infinito que não tem fim.
Ora, estamos lidando com o Invisível Espiritual, ou seja: com um
Complexo de Coisas infinitamente mais difícil de trabalhar, quando este mesmo
Complexo, tal como verificável com as coisas do nosso trivial, do nosso cotidiano,
também se mobiliza, se move o tempo todo nas mudanças de seus elementos que, em
suma, quando não se estacionam, ou sucumbem, eles, pelo contrário, e, em sua maioria,
progridem, avançam constante pelas engrenagens palingenésicas ou
reencarnatórias.
E ouso dizer que:
O Espiritismo vai ser sim da alçada da Ciência oficial, da Ciência
mundana! Sim; vai ser estudado e confirmado, (como já o fora dantes), pelos nossos
mais modernos pesquisadores; o que lhes falta, no momento, é maturidade, bem
como humildade, que não lhes permitem avançar pelas complexas veredas desta
‘Ciência de Tudo’, do Espírito e Matéria, que se consubstanciam, geneticamente,
num tipo único, porém suscetível de transmudar-se pelo infinito da Obra de Deus:
Vértice do Amor Incondicional.
Capítulo II
TRÍPLICE CARÁTER DOUTRINÁRIO
Sabe-se que o Espiritismo assume o Tríplice Caráter de ser Ciência,
Filosofia e Religião, sendo esta, Religião Pura, em Espírito e Verdade,
escoimada, pois, dos espúrios humanos.
Já vimos em meu 16º. e.Book, “Kardecismo e Espiritismo” - formalizando tese
espiritualista - que o Kardecismo, compreendido como Ciência Espírita, resultara
de um pesquisador honorável, que, para não deixar-se iludir, preferira não
embrenhar-se pelas profundezas da filosofia espírita, ou seja, por caminhos
que, para a cientificidade do seu tempo, era desimportante, porquanto, para certos
mistérios da vida, o homem só pode construir sistemas mais ou menos justos,
mais ou menos corretos, assim se expressando Kardec em sua obra derradeira:
“Sem, pois, procurar a origem da Alma, e as fieiras pelas quais pôde
passar, nós a tomamos em sua entrada na humanidade, no ponto em que,
dotada do senso moral e do livre-arbítrio, ela começa a incorrer na
responsabilidade de seus atos”.
(Vide: “A Gênese” – AK – 1869).
Aí, pois, paralisara o Kardecismo! Ou seja: Kardec, e sua Ciência
Espírita, estivera a considerar o Espírito, princípio inteligente, apenas ao âmbito
da humanidade, ao âmbito, pois, dos Seres humanos, não o compreendendo ao plano
dos animais e planos mais baixos ainda. Assim, pois, a Ciência de Kardec, em
sua restrição, se resumira nos fatos da:
-Existência de Deus; da:
-Existência do Espírito e, portanto, da Existência do Mundo
Espiritual; e mais ainda, da:
-Evolução progressiva do referido Espírito, tanto no seu Mundo de
origem, como nos Mundos materiais por meio da Reencarnação.
Entretanto, nestes cento e cinqüenta anos do Espiritismo do Mundo, sendo
tal compreendido não com as restrições da ‘Ciência Espírita de Kardec’, supra
citada, mas sim, com toda a abrangência e grandeza da Doutrina dos Espíritos
Superiores, (Espiritismo), que alberga um conjunto amplo de princípios
filosóficos e morais, constatou-se e constata-se que a mesma nunca fora
desmentida pelos seus promotores espirituais, (Espíritos), que, por toda parte,
ministraram os mesmos ensinos concordantes de que:
“Tudo se encadeia na natureza, desde o átomo (ESI) primitivo ao
arcanjo (EPC), pois que ele mesmo começou por ser átomo. Admirável Lei de
Harmonia da qual vosso acanhado Espírito não pode apreender em todo o seu
conjunto”.
(Vide: “O Livro dos Espíritos” – AK - 1857).
Que pode ser visto de variada forma. Ou seja:
-Modelo Evolutivo do Espírito:
Por tal Modelo o Espírito progride e avança (--->),
paulatinamente, nos mais diversos reinos da natureza, que, afinal, é parte
integrante do Universo físico e astronômico, e que se dá, pois: do Átomo (ESI =
Espírito Simples e Ignorante) ao Arcanjo (EPC = Espírito Puro e Consciente):
[(ESI (---> ev) (EPC)]
Que, em forma gráfica mais clara e mais evidente ainda, se
representaria:
(EPC)
/
/ (--- >ev)
/
(ESI)
Entretanto, fora dito acima, em “OLE”, que o nosso acanhado saber
não poderia apreender dito fenômeno em todo o seu conjunto. Note-se, todavia,
que tal preceito fora válido para o Século 19, pois que, no Século 20, com
Ubaldi e Xavier, se implantara o que se pode conceber como: “todo o seu conjunto”, pelo:
-Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito:
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(EPC) (EPC)
/ \ /
(ev)
/ (in) \ / (--- >ev)
/ \ /
(ESI) (ESI)
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Por tal Modelo, bem mais complexo, o Espírito, então criado,
progride e avança (--->), paulatinamente, em seu próprio Mundo de Origem:
Mundo Espiritual, que vai do ponto um (1) ao ponto dois (2); e o grande
Emmanuel, um dos mais confiáveis instrutores espirituais dos últimos tempos,
assim se refere a tal trajetória:
“Conquistada a Consciência e os Valores Racionais, todos os
Espíritos são investidos de uma responsabilidade, dentro das suas
possibilidades de ação; porém, são raros os que praticam seus legítimos deveres
morais, aumentando os seus direitos divinos no patrimônio universal”.
E, do ponto dois (2) ao ponto três (3) que explica a Queda
Espiritual, e, mais ainda, explica sua destinação evolutiva até ao ponto quatro
(4), assim se refere o nosso venerável instrutor Emmanuel:
“Colocada por Deus no caminho da vida, como discípulo que termina os
estudos básicos, a Alma nem sempre sabe agir em correlação com os bens
recebidos do Criador, caindo pelo orgulho e pela vaidade, pela ambição ou
pelo egoísmo, quebrando a harmonia divina pela primeira vez e penetrando em
experiências penosas, a fim de restabelecer o equilíbrio de sua
existência”. (Vide: “O Consolador” – Questão 248 – FCX – Emmanuel – 1940 – Feb).
Vemos, assim, pois, que o fenômeno ontogenético é bem mais complexo
do que se imagina: inicia-se no Mundo de Origem, ou seja: no Mundo Espiritual,
e, respeitando-se o Livre Arbítrio do Ser, que, então, conquistara a
Consciência e os Valores racionais, referido Elemento, seja por orgulho,
vaidade, ambição, egoísmo, e, coisas que tais, pode se desfalecer da condição
de Espírito Puro e Consciente (EPC) e quedar-se na situação de Espírito Simples
e Ignorante (ESI), para, então, novamente, adquirir, ou, readquirir os bens
anteriormente conquistados, porém, agora, nas adversidades corretivas por ele
mesmo pretendidas, nos Mundos materiais. (Vide, também, nosso 21º. e.Book: “Evolução: Jornadas do
Espírito”).
Assim, pois, tudo quanto aqui relatado já é do nosso conhecimento,
já consta, pois, do e.Book acima citado bem como de meus diversos textos e demais
livros digitalizados.
Mas o fizemos constar novamente para lembrarmos que o Espiritismo,
como Doutrina dos Espíritos Superiores: não se engessa no tempo, e tampouco
Jesus, Seu Coordenador, que, no Século 20 findado, revelou-nos mais acerca do
problema ontogenético de todos nós: Espíritos imortais, que, nos Orbes do
Universo físico e astronômico, faz e refaz vias palingenésicas o seu retorno
ao Pai-Nosso Magnânimo Criador.
O que, aliás, já proclamava Lammenais:
“Pobres ovelhas desgarradas, sabei pressentir, junto a vós, o Bom
Pastor que, longe de vos querer banir para sempre de Sua Presença, vem Ele
mesmo ao vosso encontro para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, abandonai
vosso exílio voluntário; voltai vossos passos para a morada paterna: o Pai
vos estende os braços e mantém-se sempre pronto para festejar vosso retorno
à família”. (Vide: “O Livro dos Espíritos” – Item 1009 - AK - 1857).
Aliás, “O Evangelho Segundo o Espiritismo" (AK - 1864) também
faz claras referências a tal fenomenologia, mas de modo restrito e sem os
desenvolvimentos que a questão exige. Assim, pois, sem mais delongas,
prossigamos nossas análises das propriedades e características do Espiritismo
em suas bases doutrinais mesmas.
Capítulo III
ASPECTO DÚPLICE E MULTÍPLICE
Um outro modo de se encarar o Espiritismo está no seu Caráter Dúplice,
ou seja, apenas com a Ciência Espírita de Kardec e a sua Filosofia-Moral instituída
pelo Espiritismo, pois que sua Ética ou Moralidade, como Religião Pura,
decorre, naturalmente, de sua ampla e vasta Filosofia.
E, por tal, teríamos a conexão (=c=):
[(Ciência Espírita) (=c=) (Religião Pura)]
Entretanto, ressalte-se que, doutro modo, mais amplo e bem mais abrangente,
conceber-se-ia tal Caráter Dúplice, ou Tríplice, (de Ciência, Filosofia e
Religião), com um seu Aspecto Multíplice, tendo em vista que Kardec, em sua
obra derradeira, chegara a postular que:
“O Espiritismo e a Ciência se completam mutuamente”. (Vide: “A
Gênese” – AK – 1868).
Ora, se tais se completam mutuamente, isto quer dizer, noutros
termos, que o Espiritismo, (como Ciência, Filosofia e Religião), encontra-se,
sem dúvida possível, na Ciência mundana mesma, sendo que tal integração acaba
por formalizar uma só e uma mesma coisa, constituindo, paradoxalmente, um Caráter
Multíplice do Espiritismo que também se nos revela Uno, pelos fatos
incontestáveis de que:
-A Psicologia, quando estuda a psique, ela estuda,
fundamentalmente, o Espírito e suas manifestações cognitivas: seu ego, seu
superego, que compreendem, em seu todo, manifestações de um subterrâneo
psíquico, o denominado id, ou, subconsciente, repleto de emoções, de instintos,
de saberes, de aquisições muitas do processo palingenésico.
-A Medicina, quando estuda o Complexo Biológico Humano, suas
doenças e demais mazelas, ela também estuda, em seus efeitos, e, sem o querer, o
Perispírito e o Espírito de sua constituição, pois que tais elementos são seus mais
relevantes componentes que, afinal, se corporificam no Mundo terreno lhe
expressando as necessidades evolutivas, de crescimento intelectual e moral ao bojo
das sociedades humanas.
-A Antropologia, quando estuda o Homem e a Humanidade em sua
totalidade, ela também estuda o Espírito sem o querer, e estuda, pois, seus
movimentos, sua evolução, mas não na unicidade existencial, e sim, palingenésica.
-A Química, quando pesquisa os elementos, ela também pesquisa
modalidades outras de uma mesma substância, a substância espiritual que, numa
curva cinética (onda?), se reduz à partícula (matéria?) que, se aglomerando,
constitui corpo sólido que, por sua vez, não se paralisa, pois que se transforma
ainda, e agora, pelas tramas da radioatividade, da evolução.
-E assim por diante com, praticamente, todas as ciências e todos os
saberes do nosso cotidiano, pois quando o homem pensa e trabalha em seu plano
mental (matemática, por ex.), quem o faz, fundamentalmente, é o Ser principal,
é o Espírito e não o cérebro propriamente falando, que, como se sabe, não passa
de instrumento secundário, conquanto sua importância no mecanismo da vida, da
reencarnação.
Logo, o Espiritismo, em seu caráter Multíplice, que também é Uno,
entrosa-se com Tudo, com todas as ciências hoje formalizadas, quer queiram,
quer não queiram, pois quem pensa e cria (as ciências) é o homem que, como dito,
é Espírito: o Ser consciencial.
Assim, Espírito e Matéria, e suas infinitas gradações, parecem
decorrer de um mesmo elemento primordial constituindo uma concepção unitária do
Universo físico e metafísico; ou seja: do Monismo.
Capítulo IV
UMA CONCORDÂNCIA UNIVERSAL
Um outro aspecto do Espiritismo codificado é o firmado pelo
preceito da Concordância Universal. Note-se que foram cotejadas instruções dos
Espíritos em cerca de mil centros espíritas sérios, dos mais diversos pontos da
Terra, e isto, digo, ao tempo da Codificação Espírita. Tal medida, sem dúvida,
fora capaz de uniformizar relativamente bem os ensinos básicos doutrinários
conformando-os ao progresso científico de sua época, no Século 19.
Sua sentença doutrinária assim se expressa:
“A garantia única, séria, do ensinamento dos Espíritos está na
concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por
intermédio de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em
diversos lugares”. (AK).
Diga-se que tal Concordância, conquanto assistamos a toda uma sua
inaplicabilidade nos tempos atuais, dir-se-ia, paradoxalmente, que, no caso da imensa
obra de Francisco Cândido Xavier, admite-se haver nela toda uma Concordância
dos adeptos espiritistas mais sábios que acataram ou acatam a sua obra no Mundo
terreno, e toda uma Concordância dos Espíritos que a consolidaram, sendo que,
no tópico ‘espiritistas’ se faz a seguinte ressalva: são apenas alguns poucos
que, por motivos banais, ou, por ignorância, a desaprovaram ou a desaprovam,
sendo, pois, de um caráter pouco relevante em face de sua ampla e total
aprovação.
Sendo que, na obra de Pietro Ubaldi, depara-se com algo parecido,
ou seja, vemos nela toda uma Concordância dos espiritistas mais sábios que
acataram ou acatam a sua obra no Mundo e toda uma Concordância dos Espíritos
que se pronunciaram, e a aprovaram, nos mais diversos paises por meio de
numerosos médiuns distantes uns dos outros; sendo que no tópico ‘espiritistas’
se faz a mesma ressalva do já dito para Francisco Cândido Xavier.
Aliás, como já relatado em meus diversos textos e e.Books, e,
inclusive no décimo oitavo (18º.): “Maiêutica do Século XXI”, referidos missionários
do Cristo, (Chico e Ubaldi), incrementaram vastamente o ‘Modelo
Involutivo-Evolutivo’, tido, para mim, como o mais importante fato e revelação
do Século 20 nos mostrando, em bases científica e filosófica, matemática e
psicológica, ontológica e teológica, nossas origens espirituais e a Grandeza do
nosso Criador que É Pai Justo e Misericordioso, e não um ditador injusto e
cruel como esboçado pelo ‘Modelo’ anterior, apenas e tão só ‘Evolutivo’, do
Espírito imortal.
Capítulo V
SUA HISTORICIDADE EVOLUTIVA
O Espiritismo, em sua
complexidade doutrinária, tem como um de seus fundamentos, a realidade do Mundo
Espiritual; seu objeto de pesquisa se dá pela faculdade mediúnica, sendo tal
fenômeno um fato de ordem universal; ora, sua presença no Mundo é de todo o
sempre, pois fora notada (a mediunidade) por toda parte, desde tempos os mais
remotos. O que ressalta, por aí, a efetiva liderança dos Espíritos nas atividades
humanas, (são eles que nos dirigem).
Sua prova mais
autêntica é a Bíblia Sagrada mesma, cujo conteúdo é todo vazado no
relacionamento constante dentre os Seres dos dois planos, humano e extra-humano,
material e espiritual, conquanto, em tal obra, (Bíblia Sagrada), sobretudo no
Velho Testamento, constatemos sua simplicidade, sua notória incultura, tradição
dos povos mais antigos, e, pois, suas mágicas anotações como a de Jonas e do
peixe que o engolira, mas depois de três dias, o vomitara em terra firme.
O que não se dá com o
Novo Testamento, com a Verdade Altaneira do ‘Evangelho’ de Jesus.
Mas façamos algumas
digressões necessárias.
Dias atrás estive a
assistir na TV uma palestra de importante, e muito extrovertido orador
pentecostal, defendendo o fixismo das coisas terrenas, argumentando, pois assim,
sobre os equívocos dos evolucionistas e sua moderna Teoria da Evolução. E
chegava até mesmo aos gritos, ferindo-nos os tímpanos com sua fala vibrante,
mas pouco verossímil, por querer se sobrepor à verdade, contrariando princípios
filosóficos e científicos extraídos da própria natureza, por determinismo da
Lei.
Fora interessante
notar, naquele seu discurso, como o referido pastor - apesar de seus protestos
- como, ao mesmo tempo, lhe faltava inspiração, competência, raciocínio lógico
e coerente, se comparado a um discurso equilibrado, fluente e convincente,
emanado, por conseguinte, de seus superiores hierárquicos estabelecidos no
plano que lhe transcende, pois que o mesmo (pastor) é médium, sendo, portanto,
inspirado e dirigido pelos seus maiores com os quais se afina em concordância,
ou, desafina por discordância, seja ela afetiva ou moral, cognitiva ou
intelectual, como fora o caso em questão.
Ficando muito claro,
pois, naquela sua fala, que seu instrutor espiritual, mais esclarecido que seu
pastor-médium, parecia discordar do mesmo, abandonando-o a própria sorte, pois
dito pastor, apesar de inteligente, gaguejava, faltava com a verdade que, a meu
ver, seu instrutor espiritual conhecia e conhece, sabendo, pois, que nada se
paralisa neste Universo de dinâmica incessante, de tudo e de todos nós. No
caso, pois, o referido pastor deixava escapar grande oportunidade de retificar
conceitos de sua instituição, de mudar perspectivas mentais do seu povo com a
verdade cristalina da Ciência que, por sua vez, retifica as concepções bíblicas
pelas provas e evidências constatadas, tão claras e tão objetivas, até mesmo
fáceis de entender.
Por outro lado, a
Bíblia Sagrada confirma a evolução com o movimento contínuo das idéias, haja
vista que a mesma divide-se em livros do Velho, e, do Novo Testamento,
provando, só por aí, a progressão da mentalidade humana, estando, no Velho,
numa fase, e, no Novo, noutra fase, e, ostentando, pois, um dinamismo inegável,
onde, no Velho, se depara com um Deus Contraditório, que alude ao Não Matarás,
mas procede como Deus Tirano, Vingativo e Cruel.
E, no Novo, surge o
Deus Amoroso e Sábio, o Deus Providencial, onde a Lei do: olho por olho e dente
por dente, é substituída pela Lei do Amor, do Perdoai para que sejais Perdoados,
e coisas que tais.
Assim, no Velho,
temos, pois, um povo de mentalidade bárbara (M1): brutalizada e hostil; e, no
Novo, um povo de mentalidade mais branda (M2): aptos à recepção de idéias novas
e, portanto, mais avançadas que aquelas outras, onde se nos mostra que:
[(M1) ---> (M2)] =
[(M1) avança e evolui(--->) para (M2)]
Mas tem mais! Jesus,
que Sabia, e Sabe, da mais adiantada mentalidade (M2), ainda assim, enxergara
nela potencialidades para evoluir mais, e, com palavras proféticas anunciara de
viva voz:
“Tenho ainda muitas
coisas para vos dizer, mas que não seriam capazes de compreender por agora”.
(João – Cap. 16, v. 12).
E, se a mentalidade
(M2) tornara-se mais avançada que (M1), entretanto, (M2) teria de evoluir ainda
mais, ou seja, para (M3); quando então, progressivamente, se obtêm:
[(M1) --- > (M2)
--- > (M3)]
Onde a mentalidade
(M1) evoluiu para (M2), e esta vai evoluindo para a mentalidade (M3),
objetivando-se mais ampla compreensão do Evangelho que, na fase (M2), não
compreenderia sua mais dilatada e Mais Alta Filosofia, do Homem e do Cosmos, do
Amor e do Perdão incondicionais.
E, se o Mestre assim
procedera terá sido por reconhecer, naquele momento, o despreparo dos homens do
tempo (M2) para uma compreensão mais dilatada de sua Excelsa Doutrina; que
precisariam, noutras palavras, de uma maior maturidade do senso moral e da
inteligência, para então, após dezoito séculos que separam o Cristianismo do
Espiritismo, estarem enfim preparados para a compreensão, o plantio e a colheita
resultante da prática viva de Sua Doutrina, agora vista e desenvolvida em bases
científicas, método do Espiritismo, e, portanto, de uma Fé que raciocina, que
pensa e age pela Razão esclarecida e não mais fideísta, desprovida de Razão.
E, para que não paire
dúvidas sobre tal assertiva, no prosseguimento daquele Cap. 16, bem como no 14,
v.v. 15 a
26, daquele mesmo evangelista, Jesus revela que nos enviaria o Consolador, o
Espírito de Verdade, com o fito de nos ensinar todas as coisas, fazendo-nos
recordar tudo o que Ele mesmo havia dito e feito e que ficaria eternamente
conosco.
O estudo metódico e a
sóbria reflexão dos ensinos espiritistas, quando não realizados de forma
leviana e com idéias preconcebidas, nos leva à conclusão irrefutável de que o
Espiritismo, efetivamente, possui todas as características do Consolador que,
por meio da Falange do Espírito de Verdade, esclarece, conforta e suaviza as
penas de cada dia levando-nos a novos patamares de entendimento, de sabedoria e
de amor.
Assim, por evolução,
o Velho Testamento (M1) preconiza a vinda do Novo (M2), e este, por sua vez,
anuncia a vinda do Consolador (M3), o Espírito de Verdade para a consolidação
plena do Cristianismo nas vozes consoladoras do Espiritismo, onde tudo e todos
evolucionam até à infinitude (oo) em Deus:
[(M1) ---> (M2) --->
(M3) ---> até o infinito (oo) = (Deus)]
Capítulo VI
DOUTRINA DE INFINITA GRANDEZA
Dentre outras propriedades e características do Espiritismo, em
resumindo-as, podem-se mencionar as seguintes:
-Como Aplicabilidade, dir-se-ia que o Espiritismo aniquila a
superstição, desfaz a ignorância, e se coloca a favor das conquistas
científicas voltadas para o bem, para o progresso, para a sublimação do
Espírito imortal; e, mais ainda, substitui e unicidade da existência dos Seres
pela palingenesia agora vista não mais como simples crença, mas sim, pelo apoio
da pesquisa, da prova evidente e cabal da experimentação científica. O
Espiritismo, pois, com tais condições, leva o homem à aplicar-se e a
conduzir-se como um Cristão Redivivo, Racional, tendo em vista seu progresso
intelectivo, axiológico, espiritual e moral.
-Como Singularidade, constata-se que o Espiritismo não tem chefias
humanas, pastores ou sacerdotes, onde cada um de seus adeptos, pois, tem por
guia sua própria Consciência alicerçada por fé raciocinada. Noutros termos,
nós, os espiritistas, acatamos as propostas doutrinárias e as colocamos à nossa
maneira de ser e de viver, consoante, ainda, nosso grau de percepção e de
entendimento das mesmas; e, mais ainda, nos propomos melhorar corrigindo nossas
mazelas espirituais.
-No aspecto Racionalidade, vêmo-lo com um colorido diferente,
estabelecendo-se no império da análise, do método, da lógica que exclui
crendices e superstições. Ora, todos os nossos estudos da natureza terrena e
universal, bem como os relativos ao Espírito, encarnado e desencarnado, devem
submeter-se ao império da análise, do exame, para constatar-se sua veracidade;
e tudo quanto contrarie o bom senso, a lógica, os dados da experiência já
adquirida, deve ser desaprovado. Como já
dito: é melhor repelir dez verdades do que admitir uma só mentira, uma só
teoria errônea.
-Como Impessoalização, um outro aspecto seu, note-se que ninguém é
autoridade incontestável do Espiritismo
que, como já dito, fora elaborado por uma plêiade de Espíritos Superiores,
luminares do Saber e do Amor, sendo, pois, uma obra sua, e não há, para o
mesmo, um seu criador e um seu chefe do ponto de vista humano. Nisto, da parte
de muitos de seus adeptos, e até mesmo intelectuais espíritas, vige ainda muita
incompreensão, pois confundem as propostas de Kardec, homem, com as propostas
do Espiritismo: Doutrina dos Espíritos Superiores, quando tais, como já visto,
são nitidamente distintos e separáveis.
-Como Neutralidade vê-se que o Espiritismo não tem nacionalidade e
não provêm de nenhum culto religioso estabelecido no Mundo. Sua nacionalidade,
digamos assim, é universal e provêm de um ensino igualmente universal: o
Cristianismo Puro, seus ensinos e sua ética válidos para todo o sempre, pois
que provêm da Inteligência Suprema, nosso Criador. O Espiritismo, pois, é para
todos universalmente, e não tão-só para elites, certos grupos ou pessoas, em
particular.
-Por ser Doutrina de Essência Evolutiva, o Espiritismo não se
engessa no tempo, não se paralisa, e isto ficara bastante claro, e evidente,
quando o vimos, de um ‘Modelo (apenas e tão-só) Evolutivo’, desenvolver-se e
ampliar-se para o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo’ que fora implantado neste seu
sesquicentenário de sua presença no Mundo terreno.
-Mais ainda: o Espiritismo participa da Revelação Divina e da
Revelação Humana, e nisto Kardec acertara com precisão ao ministrar:
“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: resulta,
ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica. Resulta da primeira
no sentido de que seu advento foi providencial, e não o resultado da iniciativa
e de um desejo premeditado do homem; que os pontos fundamentais da Doutrina são
o fato do ensinamento dado pelos Espíritos encarregados por Deus para
esclarecerem os homens sobre as coisas que ignoravam, que não poderiam aprender
por si mesmos, e que lhes convinha conhecer, hoje que estão amadurecidos para
compreendê-las”.
“Resulta da segunda no sentido de que esse ensinamento não é
privilégio de nenhum indivíduo, mas é dado a todo mundo pelo mesmo meio; que
aqueles que os transmitem e os que os recebem não são Seres passivos,
dispensados do trabalho de observação e de pesquisa; que não renunciam ao seu
juízo e ao seu livre arbítrio; que o controle não lhes é proibido, mas, ao
contrário, recomendado; enfim, que a Doutrina não fora ditada completa, nem
imposta à crença cega; que é deduzida pelo trabalho do homem, da observação dos
fatos que os Espíritos colocam aos seus olhos e das instruções que lhe dão,
instruções que ele estuda, comenta, compara, e das quais ele mesmo tira as
conseqüências e aplicações. Em uma palavra, o que caracteriza a revelação
espírita é que sua fonte é divina, que a iniciativa pertence aos Espíritos, e
que a elaboração resulta do trabalho do homem”. (Vide: “A Gênese” – AK – 1868 –
Ide).
De página tão elucidativa retiramos dois pormenores:
1-De que a Doutrina não fora ditada completa e que, portanto, há
que ser completada no tempo-evolutivo; o que escancara o equívoco dos mais
conservadores que se prendem demasiadamente ao tão só ministrado pela obra de
Kardec e dos Espíritos que a ditaram no Século 19. Logo, o Século 20, com os
seus maiores missionários, sobretudo Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier,
já desenvolveram, ampliaram e corrigiram a obra do Século anterior. E:
2-No tocante ao referido Mediunismo, penso que aí mesmo reside
nossas maiores dificuldades, tropeços e incompreensões, geradas pela ignorância
e pela promiscuidade dos homens, dos médiuns e dos Espíritos imperfeitos que usam
tal via de comunicação. Infelizmente, em nosso meio, e, exceto pelos grandes
missionários do Cristo, tais como Chico Xavier, Ubaldi, Divaldo Pereira Franco,
e etc., o fato é que estamos longe de um mediunismo tão-só iluminado, brilhante
e construtivo que, aliás, é mais um dos temas do presente e.Book.
Capítulo VII
A HUMILDADE E O DESINTERESSE
Em ‘Prolegômenos’ (noções preliminares de uma ciência) de “O Livro
dos Espíritos” (AK - 1857) o Sr. Kardec preconiza que: “Este livro é a
compilação dos seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob o ditado dos Espíritos
Superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos
preconceitos do espírito de sistema”. (Opus Cit.).
E, tais Espíritos, ao término de mui sábia e expressiva
dissertação, alegam no referido texto:
“Lembra-te de que os bons Espíritos não assistem senão aqueles que
servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam a qualquer que
procure, no caminho do céu, um degrau para as coisas da Terra. Eles se
distanciam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma
barreira entre o homem e Deus; é um véu atirado sobre as claridades celestes, e
Deus não pode se servir do cego para fazer compreender a luz”. (Opus Cit.).
E tais Espíritos assinam:
“São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo,
São Luis, o Espírito de Verdade, Sócrates, Platão,
Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.”
E, em toda a obra codificada, vamos encontrar as instruções de tais
Espíritos organizando e elucidando os pontos mais difíceis, todas as questões
atinentes a tão vasta e tão complexa Doutrina do Espiritismo – Terceira
Revelação da Lei de Deus - consoante promessa de Jesus de nos enviar ‘O
Consolador’: que nos ensinaria todas as coisas e ficaria eternamente conosco.
E o próprio Kardec, noutra de suas obras, recomenda que leiamos
tudo quanto houver sobre a matéria, e, ao final, preceitua:
“Cabe ao leitor apartar o bom do mau, o verdadeiro do falso”. (Vide:
“OLM” – AK – 1861).
O que não é tarefa
fácil, pois que somos Espíritos em evolução; Espíritos reencarnados das mais
diversas faixas mentais que, infelizmente, pela imaturidade de alguns pares,
ainda os vemos estudando e acatando obras duvidosas que, não nos elevando, nos
rebaixa, nos engana e nos envolve com suas mentiras filosóficas e doutrinárias.
Mas não percamos
forças com o desânimo; pelo contrário, nos encorajemos, pois somos detentores
de uma base doutrinária que fora amparada pelo Espírito de Verdade, enviado do
Cristo, para nos orientar no tocante aos referidos temas: do verdadeiro e do
falso.
Sigamos avante,
pois!
CAPÍTULO VIII
OBRA SÉRIA
OU MISTIFICAÇÃO?
Assim, pois, vamos a algumas ideias dos mais diversos livros hoje
disseminados pelo movimento espírita. Num deles, por exemplo, (que não
citaremos o título), um Espírito defende, com seu médium, que Chico Xavier é a
reencarnação (reec>) de Allan Kardec e que este é a reencarnação (reec>) de Platão.
Por tal proposta temos:
Chico (ree>) Kardec (ree>) Platão
Entretanto, a obra codificada de Allan Kardec, como já visto no
Capítulo anterior, contém instruções do Espírito de Platão! Mas Chico não seria
a reencarnação de Kardec, e, pelas “instruções” encimadas, não teria sido,
antes disso, o Espírito que animara Platão?
Questiono, então, quem seria o Espírito que, em sua obra principal,
ou seja: “O Livro dos Espíritos”, se dizia ser Platão?
Ou seria um falso Platão!!!??? Ou, no caso, uma mistificação? Ou,
ainda, não seria
mistificação, pois o Espiritismo, conquanto simples em sua exposição de
princípios, é obra bastante complexa, e, eu diria, extremamente complexa, pois
referida questão, da identidade do Espírito, fora igualmente estudada por
Kardec sobretudo em sua obra de “Espiritismo Experimental”, o denominado “O
Livro dos Médiuns” (AK – 1861).
Todavia, o
Espiritismo, constituindo síntese, óbvio que, por tal situação mesma, está a
expressar do referido ‘Tratado Experimental’ um resumo suscetível de ilações
outras, que também veremos.
E, mais ainda: em outro livro daquela mesma lavra mediúnica, (que
não citamos), aquele mesmo Espírito alega, com todas as letras, que Chico
Xavier foi o apóstolo João, ou seja, ele mesmo: João Evangelista!!! Ou, noutros
termos, e, andando da frente para traz, ou seja, de hoje para ontem,
cronologicamente, Chico teria sido a reencarnação de Allan Kardec, do apóstolo São
João Evangelista e de Platão:
Chico (ree-->)
Kardec (ree-->) João (ree-->) Platão.
Mas acredito que o
sapiente leitor já notara outro detalhe de tal informação mediúnica: São João
Evangelista também consta dos Espíritos Superiores que codificaram sua obra com
o missionário Allan Kardec no Século 19.
Ou seja: se a obra de Kardec, como visto supra, contém instruções
do Espírito de Platão, do Espírito de João Evangelista, como poderia Kardec ter
animado tais homens no passado, se a sua obra codificada contém instruções dos
mesmos? Ou seja: dos Espíritos de Platão e do Evangelista João? Ou, Platão e
João, de sua obra, seriam mistificações, pois Kardec, no passado, é que teria
sido Platão e, logo após, João - o São João Evangelista?
Ou, ainda,
invertendo os pólos:
Não seria a obra
de Kardec, em seu conjunto, uma expressão da verdade, e, portanto, merecedora dos
nossos aplausos, do nosso respeito, pois que representa a promessa do Cristo de
nos enviar o Consolador, que nos faria lembrar tudo o que mesmo realizara e que
ficaria eternamente conosco?
Mas reflitamos
mais ainda: da cronologia palingenésica já citada pelo Espírito em questão,
temos que:
Chico (ree-->)
Kardec (ree-->) João (ree-->) Platão.
E penso ser óbvio
que, se uma só figura de tal ordem cronológica for falsa, ou seja, estiver
equivocada, penso que, por dedução filosófica e também matemática, toda ela se
desmorona falseada que está em seus princípios e deduções.
Vejamos que a
“Revista Espírita” (AK – 1861 - Edicel) do Mês de Janeiro, no Boletim da
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, registra em dado momento que:
“3º. – Fato pessoal
ocorrido com o Sr. Allan Kardec, e que pode ser considerado uma prova de
identidade do Espírito de antigo personagem. A Srta. J... recebeu várias comunicações
de João Evangelista, sempre com uma caligrafia muito característica e
completamente diversa de sua escrita habitual. Tendo o Sr. Allan Kardec, a seu
pedido, evocado aquele Espírito (João Evangelista), por intermédio da Sra.
Costel, verificou-se que a caligrafia tinha absolutamente o mesmo caráter da
Srta. J..., embora a nova médium dela não tivesse conhecimento; ademais, o
movimento da mão tinha uma delicadeza inabitual, o que constituía, ainda, uma
similitude; enfim, as respostas concordavam em todos os pontos com as que
tinham sido dadas através da Srta. J... e na linguagem nada havia que não
estivesse à altura do Espírito evocado.” (Revista Cit.).
Ou, noutros termos, e, pelos dados da pesquisa científica de Kardec,
notamos que o mesmo não poderia ter sido João Evangelista no passado, pois ele,
o cientista Allan Kardec, confirmara a presença do referido Espírito em seu
laboratório de pesquisas espiríticas, o que, por sua vez, derruba a tese de que
Kardec fora João no passado, e, o que, mais ainda, derruba todo o contexto de
sua pretensão contida na cadeia palingenésica já citada.
Cadeia palingenésica que nos parece, pois, falseada em um de seus
elementos constituintes, lhe derrubando por terra todos os elos da questão.
Logo, pelo embaraço disseminado em nosso meio por tais obras
duvidosas, óbvio está que eu, este modesto autor, priorizo estar com os
importante trabalhos de Allan Kardec, até que se prove, por métodos
incontestáveis, e definitivos, que seu trabalho, de intensa pesquisa, se
equivocara e que tais livros mediúnicos da atualidade são justos, verdadeiros
e, doutrinariamente: corretos.
Noutros termos, antes de condenar, transmito àqueles autores:
médium e Espírito comunicante, o benefício da dúvida: provem-nos suas
assertivas, justifiquem-nas, que com elas estaremos acordes e de braços abertos
à sua aceitação e ampla divulgação.
Ora, se a obra de Kardec pode conter algum equívoco, é preciso
prová-lo com fatos como eu mesmo já o fiz algumas vezes; mas não apenas com
palavras soltas, algo desconexa e sem as devidas provas do que se propaga em
nosso meio já tão complexo e tão difícil de trabalhar.
Mais ainda,
alegarão alguns que: Espíritos muito evolvidos, pela identidade de princípios
que os unem, pela conformidade de seus pensamentos e ações, poderiam se
substituir em suas comunicações com os homens, adotando uns, o nome de outros,
sem embargo de seu nome e de suas instruções.
Entretanto,
Kardec não estivera, plenamente, de acordo com tal situação prescrevendo:
“Objetar-se-á,
sem dúvida, que o Espírito que toma um nome suposto, mesmo para não falar senão
do bem, não cometeria com isso menos fraude, e daí não pode ser um bom
Espírito”. (Vide: “OLM” – AK – 1863 – Ide).
Logo,
admitir-se que o Espírito de João Evangelista, citado pela pesquisa de Kardec
não seja o referido, é admitir-se fraude; porém, como já visto supra, o tema é
bem mais complexo, o que implica não julgar-se de modo precipitado o que
desconhecemos, pois o desconhecido de hoje é o conhecido de amanhã, o que
implica o trabalho de nossa humildade, cautela e, pois, muita prudência no
trato com o invisível do Mundo Espiritual.
Capítulo IX
SEPARAR A VERDADE DO FALSO
Ora,
estamos lidamos com o invisível do Mundo Espiritual, e, nossas dificuldades,
confessamos, não são poucas.
Logo, tenho
por princípio, não condenar, pois quem condena é o Pai, Nosso Soberano e Justo
Criador; e, dentre nossos conselheiros temos as palavras de Paulo: leia de
tudo, e retenha o que houver de melhor. E, consoante Kardec: deve-se apartar o
bom do mau, o verdadeiro do falso.
Que, como
já visto: não é fácil!
Ora, como
separar o verdadeiro do falso, sobretudo numa Doutrina tão complexa e tão
profunda como a que se nos apresenta como Espiritismo, como Doutrina dos
Espíritos Superiores?
Em seu
trabalho principal: “O Livro dos Espíritos” (AK – 1857), lemos em sua página
inicial: “Filosofia Espiritualista”; albergando em 1.018 perguntas e respostas:
“Os princípios da Doutrina Espírita, - que trata, pois: - da
imortalidade da Alma, da natureza dos Espíritos e de suas relações com os
homens; as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da Humanidade
segundo o ensino dado pelos Espíritos Superiores com a ajuda de diversos
médiuns”. (Opus Cit.).
Ora, como
separar o verdadeiro do falso se lidamos com o Invisível, com Espíritos os mais
diversos e das mais distintas faixas evolutivas: intelectuais e morais? Óbvio
que a obra codificada mesma representa um Norte, um Meio e um Método
Doutrinário que, se não ensina tudo, muito nos auxilia em nossas dúvidas e
perquirições.
Por outro
lado, a própria Ciência oficial não tem certeza de tudo, e, por isto, Século a Século,
ano a ano, ou melhor: dia a dia, vai retificando seus ensinos, e, portanto,
melhorando nossa percepção da realidade que, ainda assim, não é tudo, mas tão
somente uma parte da realidade, que é diversa: Mundo Espiritual entrosado ao
Mundo material.
E se a
própria Ciência mundana retifica sua verdade e amplia suas noções da realidade,
o Espiritismo também prossegue, também amplia suas noções da Matéria e do
Espírito; e isto já fora visto em muitos textos e e.Books de minha autoria, em
que, exemplificando, sabe-se que o Espiritismo do Século 19 nos apresentara o
seu ‘Modelo Evolutivo do Espírito’; e o Século 20, por sua vez, patenteara um
paradigma mais completo, o ‘Modelo Involutivo-Evolutivo do Espírito’, que, por
sua vez, desenvolve o modelo anterior retificando-o com mais amplas e mais
corretas noções da realidade material e espiritual.
Assim é,
pois: a Ciência e o Espiritismo, que, uma e outro, não se paralisam no
tempo-evolução, mas prossegue avante, sendo o Espiritismo mais vasto ainda,
pois preenche as lacunas faltantes na Ciência materialista que, aos poucos, e,
passo a passo, avança para o metafísico, o transcendente de nossa espiritualidade.
Como já
dito por um notável evolucionista:
“A única coisa constante no Mundo é a inconstância de tudo”.
Ou seja:
tudo muda, tudo se transforma, tudo caminha para o melhoramento de nossa
percepção da realidade; e, completando ainda, dir-se-ia que:
“Tudo muda, exceto a Imutabilidade de Deus: o Infinito, o Sábio,
Justo e Amoroso Criador”.
CAPÍTULO X
O NOSSO BENEFÍCIO DA DÚVIDA
Retornemos,
neste finalmente, ao tema anterior e abordemos algo ainda do ‘benefício da
dúvida’ que deve ser concedido aos médiuns e aos Espíritos que produzem obras um
tanto difíceis de darmos a elas o devido crédito pelas dúvidas levantadas.
Ora, como
já dito, não condenamos, mas estudamos e retiramos nossas conclusões que, em
face de nossas diferenças evolutivas, podem não ser as suas, as de outrem, ou,
de quem quer que seja. Ora, tenho visto na Internet, sites que acatam tudo
quanto dito daquelas obras questionadas; ou seja: sem maiores estudos e sem
maiores reflexões, eles acatam: o verdadeiro como o falso sem pestanejar, numa
crença desajuizada, sem razão, e, portanto, sem maiores reflexões relativamente
ao tema cogitado.
Para se
ter uma ideia da confusão que se estabelecera em torno de tal temática, não é
difícil encontrar sites, blogs, ou coisa similar, que divulgam dezenas de
reencarnações de Francisco Cândido Xavier; e embolam tudo numa salada mista, equivocada,
fraudulenta, sem o mínimo de racionalidade, de coerência doutrinária. Mas, como
dito, a tais também concedemos o benefício da dúvida: provem por lógica filosófica,
e, portanto, por lógica científica - e não apenas por palavras vãs - suas
assertivas, que acataremos de braços abertos.
Por outro lado, uma outra característica da Ciência Espírita é, sem
sombra de dúvida, sua profundidade, ou, sua complexidade. Apesar disto, Kardec
soubera expressa-la de forma muito simples dispondo-a ao alcance da
inteligência mediana como o Codificador mesmo no-la define e no-la mostra em
muitos de seus memoráveis escritos.
E, por tais, simples e ao mesmo tempo complexa, percebo por ai -
num lampejo intuitivo - que Kardec, mais uma vez acertara ao nos outorgar
posturas de livres pensadores. Ou seja, conquanto sigamos os princípios
promulgados pela Doutrina, temos o direito de pensar como quisermos pensar, de
julgar, ponderar, em suma, de ter idéias próprias independentemente das idéias
alheias, estranhas ou contrárias às nossas, no exercício do arbítrio próprio,
do livre pensar.
Já por aí, portanto, dá pra notar a complexidade do nosso
movimento, suas mais diversas tendências, vetores direcionais distintos, níveis
de aprofundamento de tal ou tal coisa, opiniões disto ou daquilo, havendo,
obviamente, coisas muito sérias como também muito especulativas, sem lógica,
exigindo, pois, dos espiritistas: equilíbrio, jogo de cintura, sensatez para o
enfrentamento das mais diversas situações, sendo que, para complicar mais ainda,
assistimos nos presentes tempos uma verdadeira profusão de novas obras, sérias
umas e discutíveis outras, e que se denominam obras espíritas, mas que nem
sempre o seu conteúdo está à altura de tal.
Algumas de tais, analisadas pelos mais eminentes e sérios
intelectuais espiritistas, não tem como evadir-se: são simplesmente contrárias
à verdade, e marcantes, pois, pelos seus equívocos, ardis e artimanhas mostrando-se
anti-doutrinárias e não condizentes com a seriedade e a nobreza da Doutrina que
a Espiritualidade Superior nos revelara.
Para tais, portanto, que tenhamos espírito crítico, fundamentados
em trabalhos de notável seriedade, de confiáveis e seguras fontes, o que
exigirá, de nossa parte, muitas das vezes, laboriosos estudos, pois que o
Espiritismo, além de constituir toda uma nova Filosofia, entrosa-se
praticamente com todos os ramos do saber, exigindo-nos ponderação, disciplina e
muita humildade ante tanta complexidade cognitiva e cultural, pois o Mundo terreno
acaba de inaugurar inéditas fontes e meios outros de conhecimento, não só dos
homens, mas também dos Espíritos, ‘homens’ do lado de lá, do Mundo Espiritual.
Assim, pois, despeço-me
com um:
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GRANDE ABRAÇO A TODOS
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Fernando Rosemberg Patrocinio
Fundador de Núcleo Espírita Cristão; Articulista; Coordenador de
Estudos Doutrinários; Palestrante e Escritor com dezenas de e.Books gratuitos
instalados em seu blog abaixo transcrito.
BIBLIOGRAFIA
-“Obra Completa de Allan
Kardec”: Diversas Editoras;
-“Obra Completa de Pietro
Ubaldi”: Fundapu;
-“Obra Completa de Chico
Xavier”: Diversas Editoras e Internet;
-“Obras Diversas de
Divaldo Franco”: Dvs. Editoras; e:
-“Bíblia Sagrada”: Versões Católica e Pentecostal.
Relação dos e.Books de:
Fernando Rosemberg Patrocínio
01-Ciência Espírita: Tese
Informal;
02-Espiritismo e
Progressividade;
03-Espiritismo e
Matemática;
04-Mecanismo
Ontogenético;
05-Espaço-Tempo: Física
Transcendental;
06-Corrente Mental;
07-Pietro Ubaldi e Chico
Xavier;
08-Filosofia da Verdade;
09-Axiologia do
Evangelho;
10-Espiritismo e
Evolucionismo;
11-Fatos e Objeções;
12-O Médium de Deus;
13-A Grande Síntese e
Mecanismo;
14-Evangelho da Ciência;
15-Codificação Espírita:
Reformulação;
16-Kardecismo e
Espiritismo;
17-Geometria e Álgebra
Palingenésicas (web artigos);
18-Maiêutica do Século
XXI;
19-Espiritismo:
Fundamentações;
20-Ciência de Tudo:
Big-Bang;
21-Evolução: Jornadas do
Espírito;
22-O Homem Integral
(Reflexões);
23-Espiritismo e
Filosofia;
24-André Luiz e Sua-Voz;
25-O Livro dos Espíritos:
Queda Espiritual;
26-Evidências do Espírito;
27-Construção
Bio-Transmutável;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
28-Mediunidade Genial (web-artigos);
29-Conhecimento e Espiritismo;
30-O Paradigma Absoluto;
31-O Fenômeno Existencial;
32-Chico-Kardec: Franca Teorização;
33-O Maior dos Brasileiros;
34-Espiritismo: Síntese Filosófica;
35-O Livro dos Espíritos: Simples e Complexo;
36-O Livro dos Espíritos: Níveis Filosóficos;
37-Temas da Verdade Espírita;
38-Geometria Cósmica do Espiritismo;
39-Matemática da Reencarnação;
40-Kardec,
Roustaing e Pietro Ubaldi; e:
41-Espiritismo
e Livre Pensamento;
42-Síntese Embriológica
do Homem;
43-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Primeira;
44-Jean-Baptiste
Roustaing: Réplica Segunda;
45-Jean-Baptiste Roustaing: Réplica Terceira;
46-Consenso Universal: Tríplice Aspecto;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
47-Método Pedagógico dos Evangelhos;
48-Cristo: de Roustaing a Pietro Ubaldi;
49-Estratégias da Revelação Espírita;
50-Trilogia Codificada e Rustenismo;
51-Cosmogênese do Terceiro Milênio;
52-Tertúlias Multidimensionais;
53-Cristianismo: Teologia
Cíclica;
54-Análise de Temas Codificados;
55-Deus: Espírito e Matéria;
56-Razões e Funções da Dor;
57-Emmanuel: Insigne Revelador;
58-A Queda dos Anjos;
59-Homem: Vença-te a Ti Mesmo;
60-Evangelho: Evolução Salvífica;
61-O Espírito da Verdade;
62-Balizas do Terceiro Milênio;
63-Sentimento: Molde Vibrátil de Ideias;
64-Ciência do Século XX;
65-A Revolução Ética.
(Tais e.Books foram produzidos de 2010 a 2018).
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Blog: Filosofia do Infinito
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